Paulo Peres
Poemas & Canções
O dramaturgo, jornalista, contista e poeta maranhense Artur Nabantino Gonçalves de Azevedo (1855-1908) sustenta que “Por Decoro”, os olhos de sua amada, quando expostos publicamente, deveriam estar cobertos por uma discreta folha de parreira.
POR DECORO
Artur Azevedo
Quando me esperas, palpitando amores,
e os lábios grossos e úmidos me estendes,
e do teu corpo cálido desprendes
desconhecido olor de estranhas flores;
quando, toda suspiros e fervores,
nesta prisão de músculos te prendes,
e aos meus beijos de sátiro te rendes,
furtando às rosas as purpúreas cores;
os olhos teus, inexpressivamente,
entrefechados, lânguidos, tranquilos,
olham, meu doce amor, de tal maneira,
que, se olhassem assim, publicamente,
deveria, perdoa-me, cobri-los
uma discreta folha de parreira.
Caro editor
Essa coluna às veze me confunde. Há pouco tempor saiu um poema de Mário de Andrade como sendo de Oswald de Andrade. Agora suge um de Artur Azevedo com uma foto de Álvares de Azevedo. Por quê?