Vitória de Trump significa derrota da esperança e da renovação americana

Retorno de Trump é um retrocesso para a agenda climática global

Pedro do Coutto

A vitória de Donald Trump por larga margem de votos foi sem dúvida a derrota da esperança e da renovação política aguardada por milhares de americanos que se identificam com a possibilidade de ruptura com a concentração de renda e lutam contra a inércia em relação às questões do meio ambiente, inconformados com as raízes do passado que pode se repetir em um novo mandato.

O retorno de Trump à Casa Branca deve representar um pesado retrocesso para a já abalada agenda climática global. Além dos efeitos negativos para as negociações de redução das emissões dos gases de efeito estufa, a expectativa de uma postura refratária nos Estados Unidos significa um duro golpe para as iniciativas internacionais de financiamento climático.

ACORDO –  Em seu primeiro mandato, em junho de 2017, o republicano retirou os EUA do Acordo de Paris, compromisso firmado em 2015 pela comunidade internacional para limitar o aquecimento global. O país foi reintegrado ao instrumento em 2021, após a posse de Joe Biden.

Ainda durante a campanha, Trump prometeu voltar a remover seu país do acordo. Grupos conservadores, no entanto, já vêm encorajando a futura administração republicana a ir ainda mais longe, abandonando completamente a Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima.

Com um longo histórico de disseminação de informações falsas ou equivocadas sobre as alterações climáticas, que já foram classificadas por ele de farsa, Trump também defende abertamente o avanço irrestrito dos combustíveis fósseis. Em seu primeiro mandato, o republicano desmantelou uma série de medidas de proteção ao ambiente, incluindo a revogação de mais de uma centena de regras ambientais.

EXPECTATIVAS – Além disso, é na promoção da concentração de renda que poderá advir com a sua nova gestão que morrem as expectativas de mudanças. Não é fácil enfrentar esse aspecto da questão, pois os interesses envolvidos são muito fortes e se acumulam através das décadas e até dos séculos. Trump seguirá pelo mesmo caminho.

A falta de saída para o desenvolvimento econômico e social está exatamente na incapacidade de se romper essa característica que separa a acumulação de capital de um esforço para se distribuir a renda de forma mais justa e mais humana.

Partindo do princípio de que só existe o capitalismo, seja ele estatal, misto ou particular, vemos passar os anos sem que se encontre uma saída para um dos problemas básicos da humanidade.

DERROTA DE HARRIS – Vemos assim um desastre contido na derrota de Kamala Harris que ao menos trazia a esperança de romper o círculo cristalizado contra os valores do trabalho humano e sua remuneração mais justa.

O drama intrínseco nesses aspectos está mergulhado nas decisões que se repetem de promessa em promessa. Vamos aguardar o governo Donald Trump, mas sem muitas esperanças de mudanças, pois essa escapou na derrota de Kamala Harris.

Teremos que esperar mais quatro anos para que se tente uma reforma capaz de fazer justiça social.

11 thoughts on “Vitória de Trump significa derrota da esperança e da renovação americana

  1. Os Simpsons profetizaram Lisa Simpson, da legendária Springfield, eleita presidente dos Estados Unidos depois de Trump.

    Quem não assistia Tom e Jerry, Pica Pau, Perna Longa, Popeye torcendo pela revanche?

    Pelos métodos de interpretação de desenhos animados, Harris será a próxima presidente depois do desastroso governo Trump.

  2. HÁ…HÁ…HÁ…HÁ…
    É..Sr. Pedro…pode chorar a vontade…é de Graça e faz bem para a alma…kkkkkkk…

    Agora…me pergunto:
    Podes prever o futuro Sr. PC ?
    Onde conseguiste esse “dom”…?
    Na moral…me responda…Como podes ser arrogante em termos políticos…ao fazer prognósticos “sombrios”…para o mandato do Sr.Trump…qual o seu método de prumo político?

    Sei que és um Veterano…do jornalismo político…Mais creio que uma medida de equilíbrio seria salutar…combinado com uma dose extra de humildade…Pois o campo político…e governos são moldados pelo Destino…e isso é cousa que nós meros mortais…NÃO temos a capacidade de dar uma opinião concreta…Lembre-se : DESTINO.

    Ao mais…..Vida que segue…ok.
    Saúde e paz para tua Casa…

    YAH NOSSO CRIADOR E SALVADOR SEJA LOUVADO SEMPRE…

  3. Sr. Pedro

    Foi um massacre…!!

    Barba, cabelo, bigode e o sovaco…

    O Laranjão passou com o trator em cima da Comuna-Woke …

    Venceu nos votos dos delegados, venceu no voto popular, tem maioria no Senado e na Câmara e vai poder indicar juizes para a Suprema Corte…

    De tanto encher o saco e a paciência do povo americano com essa maldição do “todes”, os eleitores varreram do mapa o partideco da Kamala……

    A grande graça de tudo com aquela comédia de sempre, é ver o choro dos jornazistas Balança Bolas da Extrema-Imprensa Maldita e Corrupta…

    È um dos maiores chorocidios de todos os tempos dos jornazistas…..

    aquele abraço

  4. Concordo plenamente com a análise do mestre Pedro do Couto.
    A vitória de Trump, mesmo com seu histórico de golpismo, suas fakenews e misoginia. O homem não gosta de mulheres, achando que todas tem que ser escravas dele. Vive bulindo nas partes íntimas das mulheres. Seu histórico é de meliante.
    Sobre os imigrantes, dizia que iria deportar todo mundo. No discurso da vitória, amenizou. Agora só os ilegais serão deportados.

    Foi um retrocesso, sim, mas que fazer? O ciclo agora virou para a Direita, que soube interpretar, o desejo do povo americano.

    Entretanto, daqui a quatro anos, a roda pode girar novamente, porque em Economia não existe milagres. E a bola agora está com Trump.
    Vai ter que lidar com duas guerras, nas quais ele não tem controle e uma competição por mercado com a China.

    Falou que vai reduzir os impostos dos empresários e muitos ricos e Elon Musk quase teve espasmos gozosos. Como nada cai do céu, quem vai pagar essa Anistia fiscal? O povo contribuinte eleitor, como dizia o mestre saudoso, Hélio Fernandes.

    Ele terá quatro anos, para cumprir seus devaneios de uma virtuose na economia americana. Se não vier, esses anos dourados, que ele anunciou na campanha, o Partido Democrata volta em 2028.

  5. Dizem por aí, que a vitória de Trump foi de lavada. Fakenews dos Direitistas do Brasil, principalmente dos Bolsonaristas, que adoram interpretar as eleições, por uma ótica canhestra e particular, sem se aterem aos fatos.

    Uma diferença de quatro pontos percentuais, não pode ser considerado uma lavada.
    A Economia, no que tange ao aumento dos gêneros alimentícios e o medo dos imigrantes, pesaram na derrota de Kamala. Trump ficou com medo dela, medo de perder para uma mulher inteligente, que só fez um debate, se recusando a participar do segundo. Demonstrou covardia e medo da Kamala.

    Foi preponderante, também o tempo de campanha do Trump e o tempo de campanha de Kamala. Trump está há quatro anos na estrada e Kamala não completou quatro meses de campanha. E mesmo assim, quase que Kamala Harris chega lá.

    Uma derrota eleitoral, tem um conjunto de fatos, os quais, somados determinam a queda.
    Economia, Imigrantes, duas guerras, na Europa e no Oriente Médio, e a escolha de um vice, que não agregou para Kamala. Penso, que o governador da Pensilvânia seria uma escolha mais acertada para vice.

    Bem, é nas derrotas, que se abrem os caminhos para uma futura vitória. Corrigir os rumos, os erros e seguir em frente.

  6. Nas palavras da escritora Cora Ronai, no seu artigo de hoje do O Globo: O TRIUNFO DA PERVERSIDADE, diria que os americanos apostaram na Banalidade do Mal. Quem saiu perdendo não foi a Kamala Harris, mas, os eleitores de Trump.
    Ele não será capaz de entregar, tudo que prometeu. Trata-se de um mentiroso contumaz.

    Cora descreveu uma fala de Dilma Rousseff, que resume a eleição americana:

    ” Não acho que quem ganhar ou quem perder, nem quem ganhar nem perder, vai ganhar ou perder. Vai todo mundo perder”.

    E aqui, digo que não estava em jogo a Direita ou a Esquerda, pois tanto os Republicanos como os Democratas, ambos são de Direita.

    Cora Ronai, arremata em síntese cirúrgica:
    ” A reeleição de Trump agora, em 2024, é mais difícil de entender. Ele conduziu uma política isolacionista que diminuiu os Estados Unidos no cenário internacional, fez uma administração catastrófica da Pandemia, incitou a invasão do Capitólio. Sabemos o que pensa. Seu caráter é conhecido _ ele é visceralmente mau, e não faz esforço algum para disfarçar a falta de compromisso com qualquer virtude”. Bingo da Cora Ronai.

    Trump teve a capacidade de mentir descaradamente no único debate com a Kamala, afirmando que imigrantes estavam comendo os animais de estimação dos americanos, seus cães e gatos.

    Todo mundo saiu perdendo, inclusos nós, aqui no Brasil.

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