Lygia Maria
Folha
Com debate atabalhoado sobre artigo do Marco Civil da Internet, corte invade seara do Congresso e pode pôr em risco direitos dos usuários
“Ninguém vai dar like em ‘a terra é redonda’. O que dá like? ‘O mundo é plano’”. Essa platitude proferida pelo ministro Dias Toffoli no julgamento sobre o artigo 19 do Marco Civil da Internet (MCI) no STF mostra a precariedade do debate na corte.
Ora, até a imprensa segue lógica similar: “Notícia não é cachorro morde homem, é homem morde cachorro”. O que foge à norma chama atenção e impulsiona jornalistas a explicá-lo ou criticá-lo.
DEBATE LIVRE – Dá-se o mesmo nas redes sociais. Chama-se debate público. Para isso, a expressão individual deve ser livre, com responsabilização no caso de infração legal.
O artigo 19 do Marco Comum da Internet protege o indivíduo contra censura das plataformas, já que elas só podem ser punidas pelas postagens dos usuários caso não retirem o conteúdo após decisão judicial.
Sem a mediação da Justiça, elas poderiam adotar moderação mais severa para evitar riscos, o que limitaria o debate público.
MAIS CENSURA – Espanta, portanto, que o STF tenda a se contrapor à arbitragem do Judiciário. Por isso, aventa-se que, em vez de tornar o artigo 19 inconstitucional, o Supremo ampliará os casos nos quais as plataformas já devem agir sem decisão da Justiça, como os que envolvem direito autoral e nudez.
Assim indica o ministro Luiz Fux: “Nós vamos discutir que tipo de conteúdo é vedado às plataformas não abolirem”.
É preocupante que o Judiciário estipule a granel e de modo generalista o que não pode ser dito, dado o risco de autoritarismo. Se são necessárias adaptações, elas devem partir do Congresso, que aprovou a lei após intenso debate com a sociedade civil.
AÇODAMENTO – Luís Roberto Barroso, presidente do STF, disse que a corte esperou por ação do Legislativo e que “não ocorrendo, chegou a hora de decidirmos essa matéria”.
Mas o Congresso agiu, ao aprovar o MCI em 2014 —e vai discutir um novo PL das fake news, que não foi votado devido a inconsistências geradas justamente por açodamento.
O problema, então, é que o Supremo não gostou da ação e quer, de forma atabalhoada, com platitudes e desconhecimento do ambiente digital, legislar ou pressionar o Congresso a fazê-lo. Se isso não é ativismo judicial, o que mais seria? Pior, ativismo judicial contra a liberdade de expressão.
Sr. Newton
Quem disse que eles ( Regime Soviético e o Supremo de 11 ditatogas ) decidem o que devemos fazer, falar, escrever ou consumir…?
De onde os 11 Super-Vilões tiraram isso.??
aquele abraço
Para os Frias ,como os Marinhos….e outros.
Liberdade é manipular informações ao seu bel prazer
O idiota não sabe ou finge não saber qual partido usa e abusa das “narrativas” para torcer e distorcer verdades e números, com IBGE à frente.
Alguém tem alguma dúvida de que um Judiciário podre, abarrotado, lotado de regalias e desconectado da sociedade é a doença mais grave que ataca e mata este país?
https://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2024/12/06/o-paciente-que-pode-ser-obrigado-a-amputar-o-pe-por-causa-da-decisao-de-um-juiz.ghtml
O FATO é que com a imprensa falada, escrita e televisionada arvorada em dona da liberdade de expressão, censurando, cancelando e excluindo tudo e todos que não convém aos seus próprios interesse$, tipo ditadura sócia-proprietária e conservadora do sistema apodrecido, que há muito tempo transpira decadência terminal por todos os poros, impondo-se erga omnes, na pressão, por injunção ou na extorsão, por dinheiro, lucro, poder, vantagens e privilégios, sem limite$, NON ECZISTE e nem existirá nunca, jamais, em tempo algum Solução para a vida saudável do nosso Brasilzão, para a política e para o conjunto da população, por razões óbvias e ululante. ,A impressão é que o STF, ao regular as redes sociais está reforçando o ativismo da imprensa, falada, escrita e televisionada, arvorada em dona da liberdade de expressão, contra a liberdade de expressão nas redes sociais, superada por estas, o fato novo das comunicações, sem a qual não existe solução para o país, a política e a vida satisfatória do conjunto da população brasileira, há 135 anos, vítima, refém, súdita e escrava da liberdade de expressão midiática, conservadora do sistema apodrecido. .http://www.tribunadainternet.com.br/2024/12/06/stf-reforca-o-ativismo-judicial-contra-liberdade-de-expressao-online/#comments