STM silencia sobre golpe e ministros apontam “momento muito delicado”

Superior Tribunal Militar (STM) - Portal CNJ

Afinal, qual é a finalidade do Superior Tribunal Militar?

Andreza Matais
do UOL

“Momento muito delicado”. É assim que ministros do STM (Superior Tribunal Militar) com quem conversei nas últimas duas semanas comentam o inquérito da Polícia Federal, que envolve a cúpula das Forças Armadas numa trama golpista para tomar o poder à força e impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Do presidente do STM, brigadeiro Francisco Joseli, aos demais 13 ministros da corte militar, ninguém se pronuncia publicamente.

“SE INTEIRANDO” – Em reservado, alguns dizem que estão se inteirando da situação, embora os documentos que indiciaram Jair Bolsonaro e outras 36 pessoas sejam públicos. Nessa lista, está o então comandante da Marinha, Almir Garnier Santos.

O presidente do STM chegou à Corte por indicação de Dilma Rousseff em 2015. Ele foi piloto do avião presidencial dos governos Lula I e Lula II, e também do governo da petista. Em 2023, ao assumir a presidência da Corte, disse em discurso que o Brasil precisa de uma “firme reafirmação” da democracia e que esta é uma batalha a ser vencida “por todos”.

“Reafirmamos nosso compromisso com a manutenção da hierarquia e da disciplina no seio das Forças Armadas”, afirmou numa posse prestigiada com a presença de Lula.

SEM PUNIÇÃO – A tradição na Corte que julga crimes militares é a de não punir. Dos militares envolvidos no golpe de 8 de Janeiro, apenas dois foram punidos por insubordinação, enquanto 1.430 civis foram presos.

Por ora, o inquérito do golpe está todo no Supremo, mas ninguém tem dúvidas de que há crimes militares envolvidos e o caso irá chegar ao STM. O silêncio diante da revelação de que militares planejaram o assassinato do presidente, do vice e de um ministro do Supremo reforça o ditado de que quem cala, consente. Ou que a situação é mais delicada do que podemos enxergar.

Com vencimento de R$ 41.808,09, os ministros do STM têm cargo vitalício. O mais antigo está na Corte há 23 anos.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG“Tradição de não punir” significa a completa desmoralização da Justiça Militar. É melhor fechar as portas e procurar o que fazer. (C.N.)

7 thoughts on “STM silencia sobre golpe e ministros apontam “momento muito delicado”

  1. Trata-se de uma “inteligência” emburrecida pela infiltração, pois AINDA fazem de conta que não enxergam interesses multilaterais no “estancar a sangria”!
    PS. O que deveriam fazer os que realmente defendem um Brasil liberto dessa apátrida canalha:
    Identificar e punir os autores dos variados lados, envolvidos em livrar os próprios corruptos rabis e não será dificil, pois expostos na mídia em espúrios acordos!
    Tirem o Brasil desse programado abismo e mandem a prostituta “Mãe da Impunidade” para escanteio, pois vê-se que no caos e na desordem residem suas nefastas ações, pois estatutariamente internacionalizante, não tendo nenhum compromisso com o Brasil!
    Alçados, abandonem essa “babilônia”!

  2. Os ventos apontam no sentido do Arquivamento das denúncias de tentativa de golpe e quebra da hierarquia e disciplina, usada no passado para punir os sargentos, que apoiavam o presidente João Goulart.

    Muitas pessoas, com as quais converso, dizem com todas as letras, que ninguém será punido no âmbito da caserna. Temem, entretanto, a caneta do ministro Alexandre de Morais, alvo preferencial dos que o monitoravam e prepararam a tocaia no caminho to STF para sua residência no dia 15 de dezembro de 2022.

  3. “Tradição em não punir” explica a decisão de anular a decisão do Conselho de Justificação Militar que condenou o Capitão Jair Messias Bolsonaro a perder posto e patente, além da simpatia implícita por um defensor da ditadura, da tortura e da guerra civil.

  4. E já estão entrando no terrenos das elucubrações sobre a participação de militares.
    O que tem de oráculos, profetas e fariseus na mídia não está no gibi.
    Afirmativa perigosa ou mentirosa de que o STM não pune ninguém, é a tradição.
    Baseado no mesmo princípio eu poderia, argumentaria que o STF não pune ninguém da esquerda.
    Não afirmo isso, vou elucubrar pelo lado da direita.

  5. Fechar o STM seria um belo corte de gastos.

    Tem funcionado como um cabide para militares bem relacionados.

    O orçamento do STJ também é assombroso.

    Os processos ficam décadas abandonados nos gabinetes e tomam uma Súmula 7 fajuta.

    Os processos se multiplicam às centenas de milhões.

    Só a violência real é muito maior do que a litigiosidade e do que os abusos dos donos do Estado neste país

    Todo o Judiciário e MP brasileiros hoje são marcados pela suntuosidade, pelos erros grosseiros e pela gastança.

    E pela mais completa inutilidade, além dos inexplicáveis privilégios para os seus membros.

    Sua existência nada mais é do que se apoderar dos recursos públicos e pilhar e confiscar a população.

    • “O presidente do STM chegou à Corte por indicação de Dilma Rousseff em 2015. Ele foi piloto do avião presidencial dos governos Lula I e Lula II, e também do governo da petista. Em 2023, ao assumir a presidência da Corte, disse em discurso que o Brasil precisa de uma “firme reafirmação” da democracia e que esta é uma batalha a ser vencida “por todos”.

      “Reafirmamos nosso compromisso com a manutenção da hierarquia e da disciplina no seio das Forças Armadas”, afirmou numa posse prestigiada com a presença de Lula.”

      Se o influente Executivo em exercício quisesse, com esse Judiciário marionete, teria o ambiente perfeito para mudar a história.

      Punir os peixes pequenos é mole. Os grandes são parceiros do mesmo nível e por isso a impunidade tem reinado há cinco séculos e mais um quarto de século.

      Afinal, quem disse que ele quer e que não é parte do mesmo time nesse jogo?

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