Brutalidade policial pode reduzir apoio popular a Tarcísio

Tô nem aí, diz Tarcísio após acusação na ONU sobre violência em SP

Tarcísio jamais poderia ter dito que “não estou nem aí”

Dora Kramer
Folha

De quantos casos “isolados” o governador Tarcísio de Freitas vai precisar para se render à evidência de que há uma crise na administração da segurança pública em São Paulo? Quantos abusos “pontuais” serão necessários para ele aceitar que a brutalidade por parte de agentes do Estado é inaceitável?

Talvez essa tomada de consciência ocorra quando, e se, a sociedade perceber que qualquer um do povo pode ser vítima da violência desmedida de policiais pagos para protegê-la, e disso decorra uma queda na avaliação positiva de seu governo.

LINHA DURA – O cálculo por ora parece se basear na preferência da maioria pela linha dura, mesmo ao preço de exorbitâncias.

Por mais distorcido que seja, esse tipo de visão pode até valer para o embate com criminosos, mas pode mudar à medida que se acumulem episódios de agressões injustificadas e a população se sinta ameaçada por elas.

Um homem atirado de uma ponte feito saco de lixo, outro fuzilado pelas costas, um estudante desarmado morto à queima-roupa, mata-leões a torto e a direito ou a presença intimidatória de tropas no enterro de uma criança de quatro anos abatida numa operação não são cenas que se coadunem com a dita polícia “mais bem treinada do país”.

EFIICIÊNCIA – O governador alude aos “números”, segundo ele indicadores de eficiência. Mas e as pessoas que porventura manifestem temor de ficar à mercê dos abusos? Diria a elas que não está “nem aí”, as mandaria ao “raio que o parta”, como fez em relação a críticas de organizações defensoras dos direitos humanos?

Ao agente da lei não é facultado perder a cabeça em situação alguma. A alegação de que ações individuais não podem desabonar a corporação tampouco justifica nem ameniza a situação. A correção de procedimentos é dever do conjunto.

Um militar afastado da Rota por conduta excessiva no comando da Secretaria da Segurança Pública não passa aos comandados exatamente mensagem de contenção. E ainda desqualifica o governador como atrativo político para os moderados. No lugar de marcado pelo combate ao crime, Tarcísio pode sair manchado pelo estímulo à força bruta.

4 thoughts on “Brutalidade policial pode reduzir apoio popular a Tarcísio

  1. O mesmo de sempre…..

    Os jornazistas não tem mais contato com a realidade e os fatos que acontecem todos os dias no Páis..

    Eles (jornazistas) se fecham na sua bolha comuna-nazi-fasci e esquecem do principal, ouvir o outro lado, o que pensam os policiais..

    Não devia, mas vou ajudar a digníssima jornalulista da Foice & Martelo & Stalinho & Mussulinos….

    Suicídio entre PMs na ativa bate recorde no estado de SP em 2023, aponta Anuário

    Dados divulgados nesta quinta (18) indicam que um em cada quatro policiais militares brasileiros que tiraram a própria vida no último ano eram servidores paulistas. Para psicóloga, imagem de herói é um dos grandes empecilhos para o enfrentamento da questão.

    https://g1.globo.com/sp/sao-paulo/noticia/2024/07/18/suicidio-entre-pms-na-ativa-bate-recorde-no-estado-de-sp-em-2023-aponta-anuario.ghtml

    aquele abraço

    até o próximo artigo, se o Casal Marginal não acabar com o Brasil antes…

  2. Batem no Tarcísio par atingir Bolsonaro por tabela.

    Do CH
    Quadro inverso

    Viraliza nas redes sociais o “monitor da violência” que aponta São Paulo como o Estado com o menor índice de mortes violentas proporcional à população. O Amapá lidera tem índice 700% maior que São Paulo.

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