Augusto Heleno submergiu para evitar ser preso como Braga Netto

General Heleno durante depoimento na CPI do 8 de janeiro

Augusto Heleno não é melhor nem pior do que Braga Netto

Bela Megale
O Globo

A tensão do entorno do general da reserva Augusto Heleno cresceu após prisão do também general quatro estrelas Walter Braga Netto, no sábado passado. Ambos foram ministros de Jair Bolsonaro e estão indiciados pela Polícia Federal no inquérito da tentativa de golpe de Estado.

Aliados de Heleno, que foi ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), avaliam que o militar adotou uma postura distinta daquela que teve Braga Netto desde que foi alvo de uma operação de buscas da Polícia Federal, no início do ano. Eles alegam que o general submergiu, enquanto o colega da caserna atuou para conseguir dados sobre a delação premiada do tenente-coronel e ex-ajudante de ordens da Presidência, Mauro Cid.

CHANCE REMOTA  – O grupo de aliados militares acredita que a chance de uma prisão preventiva de Heleno é remota, mas avalia que a possibilidade do ex-ministro do GSI ser denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) e condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) é grande. Heleno tem 77 anos de idade, fator que também pode pesar na decisão sobre uma eventual prisão.

Como informou a coluna, a estratégia de defesa de Heleno, no processo, é tentar argumentar que o então ministro do GSI teria sido escanteado por Jair Bolsonaro, quando o centrão passou a fazer parte do governo, em 2021.

O argumento é que a paródia “se gritar pega centrão, não fica um, meu irmão”, feita pelo militar, teria deixado Heleno sem clima para permanecer com trânsito na alta cúpula do Palácio do Planalto.

AS ACUSAÇÕES – O relatório final da PF diz que Heleno atuou de “forma destacada” no planejamento e na execução de ações para “desacreditar o processo eleitoral brasileiro e subverter o regime democrático”.

Entre as provas trazidas, há anotações de próprio punho atribuídas ao general, sugerindo estratégias para não cumprir decisões judiciais. Uma agenda de Heleno também continha orientações manuscritas de ataques à credibilidade das urnas eletrônicas.

A PF ainda aponta que o grupo golpista planejava criar um “gabinete de gestão de crise” comandado por Heleno e Braga Netto, depois da prisão ou execução do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Augusto Heleno não será preso preventivamente. O ministro Alexandre de Moraes já percebeu que errou infantilmente na prisão de Braga Netto, que tem direito de responder ao processo em liberdade. O duro é ver que Moraes erra (sempre por excesso), depois percebe que errou, porém jamais reconhece ou corrige o erro. (C.N.)

7 thoughts on “Augusto Heleno submergiu para evitar ser preso como Braga Netto

  1. Sem essa de falsos heróis (golpistas)

    Estamos no meio do turbilhão que foi o golpe de Estado (frustrado). A tentativa se deu durante de 4 anos de um governo fascista.

    A ideia do golpe, de subverter a ordem democrática, foi alimentada criteriosamente durante toda a gestão Bolsonaro.

    A coordenada ação para desmoralizar as urnas e o Poder Judiciário tinha como pano de fundo fortalecer a estratégia golpista.

    Contavam com (…) a esdrúxula tese de que as Forças Armadas seriam um poder moderador e tutor da Constituição.

    A ideia era mesmo, ao dar o golpe, apresentar o grupo golpista como salvadores da pátria. Eles estariam se ‘sacrificando’ para salvar o Brasil e, para tal, era necessário ter a força militar a governar o país.

    O financiamento golpista vinha, em parte, do agronegócio, de grupos políticos partidários de extrema-direita e da tradicional banda podre da oligarquia brasileira.

    Ainda há, no meio da sociedade e de parte dos formadores de opinião, a história contada dando ares de herói para quem ‘cumpriu’ o seu dever. Como se eles tivessem adotado o papel, sim, de tutores da pátria.

    Importante lembrar ainda que dentre os militares de alta patente que não aderiram ao golpe, muitos não enfrentaram seus superiores, ou mesmo enquadraram seus subalternos. Não houve prisões em flagrante contra os que se insurgiam. O golpe ficou rondando e quicando diante de quem tinha o dever de subjugá-lo.

    É necessário não criarmos salvadores da pátria que fortaleçam a ideia de que, no fundo, as Forças Armadas são mesmo o poder moderador que Bolsonaro quis fazer acreditar. Sem essa de falsos heróis.

    Fonte: Poder360, Opinião, 20.dez.2024 – 5h56. Por Antônio Carlos de Almeida Castro, advogado criminal.

  2. Não dá futuro.

    Dilema: Há figuras que não se sabe o que se ganha ou se perde com elas. E Alex parece não saber, portanto, o que fazer com o traste: se prende ou não.

  3. Registre-se, inclusive, que Lula e Alckmin, amedrontados, já tinham – também covarde e sorrateiramente – abandonado Brasília na véspera do 8 de janeiro.

    O primeiro, fugindo para Araraquara, e o segundo, para Pindamonhangaba, soube-se depois.

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