O milagre das provas contra Bolsonaro, “criadas” por Moraes e Gonet

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Charge do Clayton (O Povo/CE)

J.R. Guzzo
Estadão

A denúncia criminal feita pela PGR contra o ex-presidente Bolsonaro, com pedidos de prisão que, um em cima do outro, chegam a 43 anos, permite mais de um tipo de abordagem. Que tal começar pela mais simples? Trata-se de responder à seguinte pergunta:
Você acredita, honestamente, que um tribunal de justiça da Alemanha ou da Suíça, por exemplo, ou de qualquer país civilizado, aceitaria a peça assinada pelo procurador Gonet, tal como ela está? Ou mandaria arquivar a denúncia no ato, por não apresentar nenhuma prova minimamente séria?

RELIGIÃO OFICIAL – O regime ora em vigor, como os aiatolás do Irã, criou uma religião oficial no Brasil, com um dogma supremo: você tem de acreditar que o governo anterior agiu para dar um golpe, ou quis agir, e só não deu porque não conseguiu. E as provas de que isso de fato ocorreu?

É uma questão religiosa, também. Na Idade Média, como se sabe, os gatos gordos da Igreja mostravam um pedaço de metal enferrujado para as pessoas e garantiam que era um prego da cruz. Uma lasca de madeira era apresentada como fragmento da coroa de espinhos, e vidrinhos com tinta vermelha eram o sangue do próprio Cristo. Com o Golpe dos Estilingues é a mesma coisa.

A Polícia Federal, há dois anos, diz qualquer negócio, mas qualquer negócio mesmo; e, sem checagem alguma, a afirmação é reproduzida como verdade absoluta, exatamente como foi passada.

POR MILAGRE – Assim, o que é a declaração de um policial vira, por milagre, prova com valor judicial para a PGR. É uma linha de montagem para a produção de material probatório de todos os tipos.

E assim como o padre garantia que a toalha do altar era feita com o véu da Virgem Maria, a polícia e demais autoridades garantem que tudo o que estão falando é sério. É acusação? Então é verdade.

O resultado é uma situação curiosa. Um cidadão com os circuitos mentais em rotação normal ouve há dois anos essas histórias e diz: “Mas nada disso é prova”. A resposta automática e indignada dos crentes é: “Há prova, sim, e em excesso. Olha aí tudo o que a Polícia Federal está dizendo. Não é prova? O que mais você quer”?

CONVERSA FIADA – Falam, então, dos depoimentos, das delações, dos vídeos, dos áudios, das minutas do golpe, do Punhal Verde-Amarelo, da sacola de vinho, dos Kids Pretos. Mas de golpe, que é bom, nada.

Nada deixa isso tudo tão claro como a joia da coroa da peça de acusação: a delação do coronel Cid. O sigilo em torno de seu interrogatório foi aberto – e ficou evidente, em áudio gravado, que Alexandre de Moraes ameaçou de prisão Cid, seu pai, sua mulher e sua filha maior, se ele não apresentasse os fatos que o ministro queria.

Bastaria isso, em qualquer democracia do mundo, para a justiça jogar no lixo a fantasiosa denúncia da Procuradoria-Geral da República.

3 thoughts on “O milagre das provas contra Bolsonaro, “criadas” por Moraes e Gonet

  1. Vacância de governo, numa análise atenta

    Dizem que Lula vai finalmente nomear um titular para o cargo de ministro da Saúde, ‘vago’ há dois anos.

    Mas há ainda inúmeros outros cargos de ministros ‘vagos’ e ministérios ‘inativos’ e inoperantes no governo, nesse biênio.

    Até o próprio cargo de presidente da República parece às vezes estar ‘desocupado’.

    Acorda, Brasil!

    Faltaria ao governo um ‘Alvará de Funcionamento’, tamanha é sua inoperância e inatividade.

    • Aniversario de fundação(1901) do Butanta, cujos apurados antídotos infelizmente não fazem efeito em alçadas e corruptas víboras, que desde sempre envenenam o Brasil!

  2. Pelo que consta a que ocupa o MS também não tomou as vacinas da Covid. Mas não vejo nenhum dos petistas que habitam aqui na Tribuna esbravejar contra ela e chamá-la de genocida.

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