Ramagem mandou apurar ilegalidades e houve até demissão de diretor na Abin

Após operação, Ramagem é excluído dos grupos do PL e da oposição

Ramagem pretende provar que está sendo perseguido

Arthur Guimarães
Metrópoles

Deputado federal e ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Alexandre Ramagem admite que havia indícios de que monitoramentos clandestinos estariam sendo feitos pelo órgão. “Acredito que uma minoria possa ter desvirtuado (a Abin)”, afirmou ao Metrópoles, dizendo que, em sua gestão, mandou apurar irregularidades no órgão.

Ramagem negou ter feito pedidos de pesquisas ilegais usando o software espião First Mile ou repassado informações confidenciais para benefício da família Bolsonaro, da qual é íntimo. “Eu acredito que a utilização, na sua grande maioria, quase a totalidade, deve ter sido para trabalhos de inteligência corretos. Porque eles, os oficiais de inteligência que trabalham ali, são oficiais de inteligência que fazem bom trabalho.”

TINHA SUSPEITAS – O parlamentar, no entanto, levantou suspeitas sobre a conduta de Paulo Fortunato, que ocupava o posto de diretor de Operações, ou seja, seu subordinado na Abin. No governo de Lula da Silva (PT), Fortunato chegou a ocupar o terceiro posto na hierarquia da agência. Em outubro do ano passado, o servidor foi afastado das funções, por ordem do Supremo Tribunal Federal (STF), e exonerado, dentro da investigação sobre o uso do software espião.

Foi na casa dele que foram encontrados quase US$ 170 mil. O dinheiro, segundo a defesa dele, seria proveniente de uma poupança da família.

APURAÇÃO INTERNA – Ramagem disse que a Agência Brasileira de Inteligência tem as atribuições de combater espionagem industrial, proteção do conhecimento sensível, proteção de estruturas estratégicas, como Itaipu”.

O ex-diretor-geral acrescentou ter sido o responsável por identificar indícios de irregularidades e encaminhar uma investigação interna, que teria sido determinante para a saída de Fortunato.

“Fui em quem fez toda apuração que gerou a exoneração dele e isso demonstra que pode ter atividades ilícitas lá dentro. Então, por que eu agora estou sendo investigado? Esse é o absurdo da perseguição. Por quê?”

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