Medo de Bolsonaro ser preso está na origem e no desfecho da trama do golpe

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Charge do Latuff (Brasil de Fato)

Bruno Boghossian
Folha

Na reunião preparatória do plano golpista, Jair Bolsonaro tentou cativar auxiliares com teorias da conspiração. Insinuou que o STF recebia propina para fraudar a eleição, falou de desarmamento e repetiu que o Brasil corria perigo de virar uma Venezuela. No meio de tudo, revelou que seu medo, na verdade, era terminar como uma presidente boliviana.

O fantasma de Jeanine Añez assombrava Bolsonaro. Em discursos e conversas com auxiliares, ele citava com frequência a ex-presidente interina da Bolívia. Ela assumiu o poder em 2019, depois que militares pressionaram Evo Morales a renunciar, e foi presa dois anos mais tarde, sob acusação de golpe de Estado.

DISSE BOLSONARO – A sombra boliviana pairou sobre aquela reunião de 5 de julho de 2022. Foi um dos principais argumentos de Bolsonaro para cobrar de auxiliares uma ação para contestar a eleição. “Eu vou descer aqui da rampa preso por atos antidemocráticos igual à Jeanine Añez”, afirmou.

A comparação foi capturada pela eloquência de Anderson Torres. O então ministro da Justiça confundiu franqueza com tosquice e, com um sorriso cínico no rosto, fez um alerta aos colegas: “O exemplo da Bolívia é o grande exemplo para todos nós. Senhores, todos vão se foder”.

O general Braga Netto gostou do que ouviu: “É isso aí”.

PAVOR GENUÍNO – É até possível que houvesse na sala um pavor genuíno com o risco de prisão caso o grupo fosse derrotado nas urnas e a esquerda voltasse ao poder. Mas também fica claro que Bolsonaro instrumentalizou o medo da cadeia e o receio de perseguição política para justificar a tentativa de golpe e estimular o embarque de seus subordinados na insurreição.

Até então, Bolsonaro havia abusado da fabricação de desconfianças sobre o processo eleitoral. Seria o suficiente para torná-lo inelegível, mas talvez ele pudesse ficar livre de uma punição mais pesada.

Só alguém com “inteligência bem acima da média” poderia tramar um golpe com o objetivo de evitar a cadeia e, no fim das contas, correr um risco maior de ser preso.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Belíssima sacada do Bruno Boghossian. Não há dúvida de que Bolsonaro desenvolveu um medo patalógico de ser preso, que fez com que viajasse para os Estados e fizesse dinheiro vendendo as joías e relógios sauditas, porque ainda não tinha havido a vaquinha de R$ 17,2 milhões via PIX. Parece óbvio que essa paranoia incluia a eleição, porque ele aprovou anos atrás uma lei obrigando o voto impresso e o TSE se recusou a cumprir. E a paranoia se estendeu a outros membros do governo. (C.N.)

18 thoughts on “Medo de Bolsonaro ser preso está na origem e no desfecho da trama do golpe

  1. Porque cedeu à “indução” de cooptação de Moro, o que também satisfazia encobrir seus “rabos” e dos demais publica e MUNDIALMENTE expostos em páginas policiais?
    Esse, foi seu êrro, achar que estava num complô e todeado de corruptos de palavra, que iriam livrá-lo pelo criminoso favor!
    PS. Só há uma saída honrosa e a única patriótica:
    CONTAR TUDO, tin tin por tin tin, doa à quem doer!!!
    Abra a boca Bolsonaro!

  2. Senhores Jose guilherme schossland e Eliel , esperem sentados , pelo fato de que o ex-presidente jair bolsonaro não tem peito e nem culhões pra abrir o bico , mesmo que esteja protegido sob severo esquema de segurança , aja vista o que ele fez com seus ex – auxiliares e colaboradores recentemente , ou seja , jogou-lhes e entregou-lhes ás traças e a própria sorte .

    • Sugestão de que viu a multilateralidade num “querido” mas destrambelhado “Evento de Falsas Bandeiras”, poeque inexistente a Verde e Amarela Nacional!

  3. Estimado amigo, apenas como exercício saudosista e de puro desespero, imaginemos o palavreado de uma reunião ministerial com Pedro Aleixo, Milton Campos, Abgar Renault, Gustavo Capanema, secretariada por Carlos Drummond de Andrade. Isto pra ficar só em Minas. Oremos! Abraço.

  4. O que significa o devido processo legal?
    Previsto pelo artigo 5º, inciso LIV, da Constituição Federal, garante que o indivíduo só será privado de sua liberdade ou terá seus direitos restringidos mediante um processo legal, exercido pelo Poder Judiciário, por meio de um juiz natural, assegurados o contraditório e a ampla defesa.

    São muitas narrativas. Qual é o significado de narrativas?
    Narrativa é uma exposição de fatos, uma narração, um conto ou uma história. As notícias de jornal, história em quadrinhos, romances, contos e novelas, são, entre outras, formas de se contar uma história, ou seja, são narrativas.

    Os jornalistas (quase todos) embarcaram nessa canoa, que ignora o devido processo legal e alimenta seguidas narrativas. O ativismo político judicial agradece e continua alimentado em sua vaidade de exercício de governo, mesmo diante da ausência de voto de eleitores para o cumprimento dessa tarefa.
    Sem devido processo legal e atuando sob a construção de narrativas políticas que servem ao iluminados de plantão fica prejudicada a recuperação de padrões civilizatórios na democracia e exercício pleno de cidadania.

  5. Não pode ser classificado como PARANÓICO, um temor que tem todo fundamento racional, lógico e com base nos fatos.

    O que Moro teve de inteligente no combate ao Lulopetismo, Bolsonaro teve de burro e imprudente, subestimando um larápio com tanto tempo e tantos escândalos, mas sustentado por acordos midiáticos, empresariais e políticos no poder.

    Neste país caótico tudo é possível.

    Há pouquíssimo tempo o próprio Lula estava queimado, preso, inelegível, sujeito ao desprezo público e era carta fora do baralho.

  6. Mandar Lula para Cuba ou Nicarágua ou Coréia do Norte.

    Enviar Bolsonaro para a Hungria.

    Cada um tem a Disney que merece.

    Entretanto, isso não bastaria.

    Teríamos o mesmo monstro fisiológico no Congresso, mídia amestrada e Judiciário funcionando normalmente contra o povo, ainda que sem essas duas cabeças monstruosas e contrárias à estética e ao bom gosto e ao bom senso.

    Idêntico vocabulário tosco, propaganda enganosa, péssima gestão da coisa pública, idêntica atrocidade ilimitada e roubalheira.

    • Mandem-os para Zug na?Suiça, o bunker da banca, aquela que determina e é obedecida pelos “para tanto alçados”!
      Uma legião de traidores da Pátria!

  7. Ajudar o país nesse momento requer sinceridade e prudência.
    Realmente os comentários do ex-ministro da Defesa Aldo Rebelo são muito importantes para a democracia brasileira, principalmente por se tratar de político de esquerda.

    Outra informação importante está publicada, colocada (relembrada) pelo Brasil Sem Medo.

    Dilma tentou dar golpe de estado em 2016.

    A matéria está assinada por Paulo Briguet.
    Nela, Arthur Virgílio relembra o episódio em que a ex-presidente Dilma Rousseff pediu apoio do Exército para decretar Estado de Defesa e escapar do impeachment.

    No caso em comento a presidente não sofreu o impeachment pelo fato (que nem foi discutido), mas foi punida por pedaladas fiscais. Detalhe: o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski presidiu o processo de impeachment e preservou os direitos políticos da presidente.

    Fonte: https://brasilsemmedo.com/pt-e-dilma-tentaram-dar-golpe-de-estado-em-2016/

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