Brasil se abstém em resolução da ONU contra governo da Venezuela

Tribuna da Internet | Política externa rebaixa Lula ao papel de  “mordomo-chefe” da Venezuela

Charge do Gomez (Correio Braziliense)

Jamil Chade
do UOL

O governo brasileiro decidiu por se abster em uma resolução sobre a crise na Venezuela. A votação ocorreu nesta sexta-feira em Genebra no Conselho de Direitos Humanos da ONU. Por uma ampla maioria, os países aprovaram a renovação do mandato de uma comissão internacional para investigar os crimes cometidos pelo governo de Nicolás Maduro e criaram novas obrigações para que a ONU examine a situação na Venezuela.

A resolução foi aprovada com 23 países apoiando a iniciativa, entre eles Argentina, Chile, Costa Rica, Paraguai, os EUA e os governos europeus. Votaram contra Sudão, Vietnã, Eritreia, China e Cuba. Ao lado do Brasil na abstenção estiveram Burundi, Índia, Honduras e outros.

ISOLAMENTO – O governo brasileiro explicou que sua opção pela abstenção está relacionada a itens da resolução que isolam ainda mais a Venezuela e que ameaçam minar ainda mais a cooperação da ONU com o país para tirar Caracas da crise em que se encontra.

Em seus últimos informes, a comissão denunciou uma repressão sem precedentes por parte de Maduro contra a oposição e sociedade civil. O trabalho dos membros da equipe de inquérito ainda sugeriu crimes contra a humanidade.

Por meio de seus aliados, a Venezuela tentou esvaziar a resolução. O governo bielorrusso apresentou emendas, na esperança de reduzir o impacto da comissão de inquérito. Mas o governo argentino de Javier Milei tomou a iniciativa de barrar as emendas e convocou os países a votar contra as mudanças.

DEFESA RIDÍCULA – O governo Maduro, ao se defender, citou o chileno Salvador Allende, o que gerou risos na delegação do Chile. Santiago tem se posicionado fortemente contra o governo venezuelano. Caracas ainda alegou que a resolução criaria custos de US$ 8 milhões para a ONU, numa tentativa de impedir que o projeto fosse adiante.

Antes de votar, o embaixador brasileiro na ONU, Tovar Nunes, explicou a abstenção do país. “O Brasil apóia a renovação do mandato do Escritório do Alto Comissariado para os Direitos Humanos em Caracas e da Missão de Apuração de Fatos na Venezuela. Acreditamos que seu trabalho pode contribuir para a melhoria da situação dos direitos humanos na Venezuela, por meio de diálogo e cooperação construtivos”, disse.

“Nos últimos meses, o Brasil tem repetidamente encorajado o governo venezuelano a se engajar nos mandatos deste Conselho”, acrescentou.

DIREITOS HUMANOS – Segundo ele, o Brasil agradece ao grupo que articulou a resolução por aceitar algumas das sugestões do Itamaraty. “Entretanto, consideramos que a resolução continua tendenciosa e desequilibrada. Portanto, o Brasil decidiu se abster”, disse.

“Uma resolução que seja excessivamente condenatória e prescritiva não contribuirá para melhorar as condições no local ou para promover o diálogo com todas as partes relevantes. Esse, infelizmente, tem sido o caso das resoluções aprovadas no item 4, em desrespeito aos próprios princípios que devem nortear o trabalho deste Conselho”, disse.

O Itamaraty também denunciou as sanções contra Caracas. “Além disso, é impossível discutir a situação dos direitos humanos na Venezuela sem levar em conta o impacto negativo das medidas coercitivas unilaterais no país, principalmente no que diz respeito ao acesso a alimentos, medicamentos e equipamentos médicos, o que afeta a realização dos direitos humanos, especialmente para os segmentos mais vulneráveis da população”, afirmou.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Alegar direitos humanos para defender o sanguinário governo venezuelano, como o Brasil tenta fazer na ONU, é esconder o que realmente acontece no governo Maduro. Exibe uma diplomacia de araque, bem digna do governo Lula, que não diz coisa com coisa. (C.N.)

Em carta a Lula, cultos africanos acusam ministra Anielle Franco de descaso total

Anielle Franco relatou meses de assédio sexual por Silvio Almeida em depoimento; confira aqui as mensagens | INFOSAJ

Anielle agora comprou briga feia com os cultos africanos

Geralda Doca
O Globo

Terreiros e entidades de matriz africana assinaram uma carta dirigida ao presidente Lula em que acusam a ministra de Igualdade Racial (MIR), Anielle Franco, de “descaso total” em relação a políticas públicas para o segmento. O documento, que cita assinaturas de 88 entidades representativas, fala em possibilidade de “retrocessos” em medidas iniciados nos governos anteriores de Lula e Dilma Rousseff.

“Os terreiros e as organizações que subscrevem essa carta manifestam-se com preocupação sobre a política do Ministério da Igualdade Racial para esse segmento, que encontrou o descaso total da ministra da pasta até agora”, diz a carta.

DIZ O MINISTÉRIO – Procurada, a assessoria de imprensa do ministério disse que tomou conhecimento da carta apenas de maneira informal, por mensagem de texto. A nota destaca que em breve será lançada uma política para o setor.

“A política em construção tem como pauta o diálogo com os povos de terreiro das cinco regiões do Brasil e está sendo articulada para lançamento em breve”, diz o ministério.

As organizações criticam a recente demissão do titular da Sistema Nacional de Promoção da Igualdade Racial, Yuri Silva, na terça-feira. Segundo as entidades, Silva é “grande quadro do movimento negro nacional, é um jovem negro de candomblé, amplamente conhecido pela sua atuação nas pautas da liberdade religiosa e da juventude negra”.

CARGO DE CONFIANÇA – Sobre a saída do ex-secretário, o ministério da Igualdade Racial também não forneceu justificativa. Apenas alegou que o cargo era de confiança e o titular pode ser substituído por ato de ministro.

“Assim, é prerrogativa da ministra contratar e exonerar servidores. Mudanças em cargos são uma prática comum de qualquer gestão”, afirma a assessoria de Anielle Franco.

As direções das entidades representativas dos cultos pedem uma mesa de negociação com o presidente Lula para conversar sobre os caminhos das políticas para terreiros.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Saravá!, amigos. A ministra Anielle se julga toda, toda, mas na vida tudo é relativo. Destruiu a carreira e o nome do ex-amigo Silvio Almeida, com quem pretendia “recomeçar”, e agora demite o representante raiz que as entidades dos cultos africanos admiram e respeitam. Desse jeito, a bela ministra acaba com o nome na boca do sapo, como se dizia antigamente. E se Lula bobear, seu nome vai junto com o dela no despacho antiministerial, digamos assim.. (C.N.)

Departamento de Justiça dos EUA investiga venda de caças ao Brasil

O caça Gripen em seu primeiro voo na Suécia em 2019

A Boeing perdeu a concorrência, mas não se conformou

Pedro Augusto Figueiredo
Estadão

A Saab, empresa sueca fabricante de aeronaves, informou nesta quinta-feira, 10 que foi intimada pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos a prestar informações sobre a compra efetuada pelo Brasil de 36 caças militares do modelo Gripen no valor de US$ 4,5 bilhões. O comunicado da empresa, na prática, revelou a existência de uma investigação no país norte-americano sobre o negócio.

No Brasil, uma ação penal contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi trancada pelo ministro Ricardo Lewandowski em fevereiro de 2023 — então no Supremo Tribunal Federal (STF), ele depois tomou posse como ministro da Justiça no ano seguinte.

LULA NEGA – O petista foi denunciado pelo Ministério Público Federal em 2016 por suspeita de tráfico de influência na contratação. Lula sempre negou ter participado das negociações do contrato assinado em 2014, quando ele não era mais presidente.

O edital para a compra dos caças foi lançado em 2006, ano em que o País era governado pelo petista. Além da Saab, a americana Boeing e a francesa Dassault também participaram da concorrência, que só foi concluída oito anos depois, já no final do primeiro mandato de Dilma Rousseff (PT).

A negociação entrou na mira da Justiça brasileira por causa da Operação Zelotes. Deflagrada em 2015, a Zelotes inicialmente investigava a venda de decisões do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf). Depois, passou a incluir suposta venda de uma medida provisória editada no governo Dilma para prorrogar incentivos fiscais a montadoras de veículos e favorecimento da Saab na compra dos caças Gripen.

CRIMES DE LULA – Na denúncia em 2015, o MPF atribuiu os crimes de tráfico de influência, lavagem de dinheiro e associação criminosa a Lula, afirmando que ele, entre 2013 e 2015, já como ex-presidente, “integrou um esquema que vendia a promessa de que ele poderia interferir junto ao governo para beneficiar as empresas”. A Procuradoria apontou ainda que, em troca, o filho do petista, Luis Cláudio, recebeu cerca de R$ 2,5 milhões.

Anos depois, o então ministro do STF Ricardo Lewandowski suspendeu a ação penal contra Lula em março de 2022. Ele apontou parcialidade na atuação dos procuradores no caso e citou mensagens trocadas entre eles que vieram à tona após o hackeamento dos celulares de integrantes da força-tarefa da Lava Jato.

No entendimento do magistrado, as comunicações mostraram que mesmo integrantes do MPF consideravam frágeis as acusações contra Lula. Lewandowski trancou três investigações sobre Lula da extinta Lava Jato e da Operação Zelotes

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG –
Bem, agora não há mais Lewandowski nem Supremo brasileiro pela frente ou protegendo a retaguarda. As provas serão examinadas segundo as leis norte-americanas, que aliviam as atividades de lobby mas criminalizam duramente a corrupção. Vamos acompanhar para ver aonde isso vai p0usar. (C.N.) 

Conselho anula escandaloso desconto de R$ 6,8 bilhões concedido à J&F 

CVM absolve Joesley e Wesley Batista, donos da JBS, de acusação de 'insider trading'

Quando os irmãos vão às compras, a Justiça balança…

Deu em O Globo

O benefício ao grupo dos irmãos Wesley e Joesley Batista, que havia sido concedido pelo subprocurador-geral da República Ronaldo Albo, gerou polêmica e levou a uma crise interna no Ministério Público Federal.

Em setembro do ano passado, o desconto já havia sido suspenso de forma liminar, e agora, com a decisão final, ele foi anulado em caráter definitivo.

TUDO ERRADO – Segundo o Conselho, o procurador original do caso, Carlos Henrique Martins Lima, é quem deve conduzir as negociações do acordo de leniência, e não a 5ª Câmara de Coordenação e Revisão do MPF, que tinha autorizado a redução, registrou reportagem de O Globo.

A decisão de Ronaldo Albo, que reduziu a multa da J&F de R$ 10,3 bilhões para R$ 3,5 bilhões, provocou atritos no MPF durante o fim da gestão de Augusto Aras.

A redução de 65,7% no valor gerou indignação entre os membros do órgão, e o relator do caso, subprocurador Paulo Vasconcelos Jacobina, reiterou que o procurador natural do caso é quem deve ter a palavra final sobre o acordo.

GRAVIDADE – Maria Iraneide Facchini, também subprocuradora, destacou a gravidade da situação, classificando o episódio como “lamentável” e expressou sua expectativa de que tal erro não se repita. A anulação do desconto restabelece o valor original de R$ 10,3 bilhões, que deve ser distribuído entre o BNDES, a União, o Funcef e a Petros, conforme os termos do acordo de 2017, firmado no âmbito da Operação Greenfield.

O desconto concedido por Albo retirava da equação instituições importantes como o BNDES e a Funcef, deixando apenas a União como beneficiária da multa. Essa mudança foi considerada ilegal pelo procurador Carlos Henrique Martins Lima, que conduzia as investigações na primeira instância. Ele argumentou que a revisão imposta unilateralmente por Albo poderia causar prejuízos irreversíveis.

A J&F, por sua vez, buscava recorrer da decisão. Em agosto deste ano, durante uma audiência na 10ª Vara da Justiça Federal de Brasília, a defesa da J&F conseguiu, em caráter liminar, restabelecer o desconto bilionário. Contudo, a nova decisão do Conselho do MPF anulou novamente o benefício concedido à empresa, e agora os representantes do Funcef e da Petros pretendem usar essa certidão para tentar reverter a decisão do juiz.

NOVA ANÁLISE – O gerente jurídico da Petros, Alexandre Barenco, defendeu que a revisão do acordo e o desconto concedido não poderiam ter ocorrido sem a aprovação do procurador natural do caso. Segundo ele, o acordo envolvia vítimas de possíveis crimes, e qualquer mudança nos valores da multa deveria ser amplamente discutida entre todas as partes envolvidas.

“Se a empresa não cumprir o que foi acordado, é necessário haver consequências. O pagamento da multa foi aceito em troca de a empresa não ser processada. Caso contrário, o acordo perde o sentido”, destacou Barenco.

Durante a reunião, o advogado da J&F, Leonardo Bissoli, reconheceu que o litígio em torno da questão é intenso, mas destacou que a empresa não tem interesse em prolongar esse tipo de disputa judicial. Para Bissoli, a melhor saída seria que o desconto concedido por Albo, chamado de “quinto aditivo”, fosse validado pelo MPF, garantindo segurança jurídica para a empresa.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
– Importante matéria enviada por Duarte Bertolini, que deveria ser manchete em todos os jornais. Quando os irmãos Wesley e Joesley Batista vão às compras, acontecem verdadeiros milagres nos processos contra suas empresas. Com dizem os geniais compositores Ivan Lins e Vitor Martins, “cai o rei de espadas, cai o rei de ouros, cai o rei de paus, cai, não fica nada…”. Desta vez, porém, eles foram longe demais e a Justiça enfim reagiu. (C.N.)

Erradamente, o Supremo se considera o único guardião de nossa democracia

MEC, AGU e Senado são contra imposição para escolha de reitor | ASMETRO-SI

Charge do Mariano (Charge Online)

Mario Sabino
Metrópoles

O ministro Luís Roberto Barroso e os seus pares usam da fórmula “o STF é o guardião da democracia” sempre que o tribunal se vê sob o que julga ser ameaça. De fato, o STF é guardião da democracia, mas esta não é uma exclusividade dos seus ministros. Todos nós o somos.

Barroso diz que STF “está sujeito a críticas”, mas rechaça mudanças por “interesses políticos” e diz que sua atuação sempre desagrada parte da sociedade.

NA REALIDADE… – Independentemente do que digam seus ministros, o Supremo é guardião de democracia quando julga conforme as leis, não a despeito delas, extravasando das suas funções constitucionais.

Mas o Legislativo é guardião da democracia quando elabora leis do interesse da nação, não apenas em causa própria ou de grupos poderosos, e defende a separação entre os poderes.

É o Executivo é guardião da democracia quando implementa políticas para o bem de todos, não para satisfazer apetites eleitoreiros e espúrios.

ASSIM COMO… – O trabalhador é guardião da democracia quando luta pelos seus direitos, não quando atenta contra a ordem econômico-social. O empresário é guardião da democracia quando reivindica uma carga fiscal menos onerosa, não quando sonega impostos ou compra políticos e juízes.

A imprensa é guardiã da democracia quando fiscaliza o poder, não quando se acumplicia com ele. O jornalista é guardião da democracia quando publica o que apura e escreve o que pensa, sem medo de ter a cabeça cortada a pedido de um figurão que se acha acima do bem e do mal.

ALÉM DISSO… – O cidadão, não importa a sua classe social ou a ideologia que professa, é guardião da democracia quando faz pleno uso da liberdade de expressão, conforme está na Constituição, não quando depreda patrimônio público.

E os guardiões da democracia são todos aqueles que entendem que democracia não significa a paz dos cemitérios, o silêncio dos adversários, mas o conflito inerente a uma sociedade diversa, mediado pela política.

Mas o Supremo não pensa assim.

Lula e Bolsonaro enfrentam cansaço com o “velho” e perdem influência

Bolsonaro chama PT de 'praga' enquanto Lula fala em 'supremacia branca' |  Amazonas1

Reprodução do portal AM 1

William Waack
Estadão

Lula e Bolsonaro se preparam para serem “decisivos” no segundo turno paulistano. Sem dúvida serão influentes, mas aquém do que acham de si mesmos. Essa perda relativa de importância não é função da performance pessoal de cada um deles — ela continua basicamente a mesma. E nisto reside o problema para ambos: as eleições municipais em geral e as de São Paulo em especial evidenciaram em boa parte cansaço com a “velha” polarização.

Lula não é mais o mesmo, pois suas plataformas de “esquerda” perderam claramente apelo eleitoral ao longo de mais de uma década (a vitória dele contra Bolsonaro pode ser vista como ponto fora da curva). Trata-se de séria questão estrutural — e possivelmente de idade também.

ORGANIZAÇÃO – Bolsonaro vem perdendo a condição de “mito” por um outro tipo de questão estrutural, também de grande abrangência. As últimas eleições demonstraram a importância da política organizada, hierarquizada, capilarizada e alimentada pelos cofres públicos e pela máquina pública, que se expressou no sucesso de pelo menos seis partidos.

Nas contas de Gilberto Kassab, um dos mais hábeis operadores políticos do momento, essas seis siglas podem ser arrumadas em três de “direita” (PL, PP e Republicanos) e três de “centro” (PSD, MDB e União Brasil). Juntas, tiveram 72 milhões de votos, contra 23 milhões dos agrupamentos de esquerda.

Ocorre que, fora o PL, Bolsonaro não “comanda” nenhuma delas. Ao contrário, dependendo das conveniências regionais ou locais, essas correntes de “direita” caminham até em direções opostas. Kassab chama isso de “transição”, pois quem apostou na polarização das bolhas não se saiu bem nas recentes eleições municipais.

SEM POLARIZAÇÃO – Para 2026, essa “transição” tem algo bem conhecido: é o fato de esse enorme ajuntamento político operar sabendo que não precisa se agarrar a candidatos, pois na relação de forças entre os poderes quem for eleito dependerá desse amálgama (como aconteceu com Bolsonaro e acontece com Lula). Pelo jeito as coisas transicionam para ficar assim como são, menos a acidez de “bolhas”.

Pode-se enxergar em alguns candidatos em grandes capitais (e os respectivos governadores que os apoiaram) algum tipo de “renovação” na política, pois o sucesso eleitoral deles e de seus articuladores não dependeu exclusivamente de Lula ou Bolsonaro. Nesse sentido, têm seu “próprio” capital político, o que sugere cenários mais fluídos para 2026 do que a enfadonha repetição da polarização.

Perdoando a simplificação, é bom lembrar que o eleitor “indignado” e o eleitor “frustrado” tiveram grande influência nas duas últimas eleições presidenciais. Não está claro para onde correrão agora.

No Dia da Criança, duas canções que serão sempre cantadas no Brasil

Tribuna da Internet | Relembre duas canções de enorme sucesso da MPB em  homenagem às crianças

René Bittencourt e Chico Alves

Paulo Peres
Poemas & Canções

O empresário artístico, jornalista e compositor carioca René Bittencourt Costa (1917-1979), na letra de ”Canção da Criança”, homenageia a garotada brasileira no seu dia. Essa valsa foi gravada por seu parceiro Francisco Alves, apelidado de “O Rei da Voz”, em 1952, pela Odeon.

CANÇÃO DA CRIANÇA
Francisco Alves e René Bittencourt

Criança feliz
Feliz a cantar
Alegre a embalar
Teu sonho infantil
Oh Meu Bom Jesus
Que a todos conduz
Olhai as crianças do nosso Brasil!

Crianças com alegria
Qual um bando de andorinhas
Viram Jesus que dizia:
Vinde a mim as criancinhas
Hoje dos céus, num aceno
Os anjos dizem: ”Amém”,
Porque Jesus, nazareno,
Foi criancinha também

Tribuna da Internet | Relembre duas canções de enorme sucesso da MPB em  homenagem às crianças

Ataulfo Alves e suas pastoras

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O cantor e compositor mineiro Ataulfo Alves de Souza (1909-1969) utilizou grande beleza poética para compor o nostálgico samba “Meus tempos de criança” (conhecido também como “Meu pequeno Miraí”), gravado por ele próprio, em 1956, pela Sinter, cuja letra traz lembranças de sua infância feliz em Miraí.

MEUS TEMPOS DE CRIANÇA
Ataulfo Alves

Eu daria tudo que tivesse
Pra voltar aos tempos de criança
Eu não sei pra que que a gente cresce
Se não sai da gente essa lembrança

Aos domingos missa na matriz
Da cidadezinha onde eu nasci
Ai, meu Deus, eu era tão feliz
No meu pequenino Miraí

Que saudade da professorinha
Que me ensinou o beabá
Onde andará Mariazinha
Meu primeiro amor onde andará?

Eu igual a toda meninada
Quanta travessura que eu fazia
Jogo de botões sobre a calçada
Eu era feliz e não sabia 

Agora, Lula depende de Boulos para escapar de vexame eleitoral completo

Foto mostra Lula, homem branco de barba e cabelos ralos e brancos, com camisa azul. Ele parece preocupado e tem a mão direita junto à boca e ao queixo

Lula está realmente preocupado, e não é para menos…

Igor Gielow
Folha

A lavada tomada pela esquerda no primeiro turno da eleição municipal, diz a máxima dos políticos, não deve ser tomada como uma predição do que vai acontecer em 2026 em nível federal. Mas o presidente Lula (PT) tem motivos de sobra para se preocupar. Se o seu partido já entrava na disputa como coadjuvante, o fracasso nas capitais cristaliza um cenário que começou a se desenhar no pleito de 2016, ano do impeachment da petista Dilma Rousseff.

Após ser humilhado em 2020 em São Paulo, cidade em que o PT disputou com a centro-direita o comando ao longo de duas décadas, Lula deu a Guilherme Boulos (PSOL) a missão de confrontar o bolsonarismo e antecipar o clima de 2026.

MISSÃO IMPOSSÍVEL – O segundo turno pode até acender a chama da polarização, o tempo de TV é igual para todos, mas o fato é que Boulos tem um Kilimanjaro à sua frente. É virtualmente impossível que os 28% de votos válidos que quase levaram o fraudulento influenciador ao segundo turno migrem para o deputado do PSOL.

Ainda assim, nesse cenário difícil, sobrou a ele a missão de livrar a cara da esquerda lulista nesse pleito. O PT só foi ao segundo turno em quatro capitais, incluindo São Paulo, com chances duvidosas. Alguém poderá sacar as vitórias acachapantes de João Campos (PSB), em Recife, e do “rei do Rio” Eduardo Paes (PSD), mas eles são aliados de Lula com agendas próprias.

O fato de Gilberto Kassab (PSD) ser o grande vitorioso do domingo diz muito: o secretário de Governo do bolsonarista que governa São Paulo pode ser também dono de um minifúndio no governo Lula, mas ninguém poderá o chamar de um nome da esquerda.

NADA MUDARÁ – Se Boulos conseguir de alguma forma ganhar, o presidente cantará vitória, mas suas agruras seguirão as mesmas. A falta de um discurso que penetre o reduto bolsonarista dos evangélicos e a paixão fulminante da Faria Lima por um tipo como Marçal são exemplos da desconexão de Lula com o eleitorado.

Ela se vê de formas mais anedóticas, como os clichês anos 1970 que adota para sua base, mas vai além. Seu governo até aqui apresentou um cardápio de ideias recicladas das gestões dos anos 2000.

A avaliação razoável de Lula decorre de sua figura, a mais popular do Brasil, ainda que Bolsonaro rivalize, e do fato de que a economia se mantém sem sobressaltos. Mas isso parece insuficiente para repetir 2022, quando o grau de ameaça institucional que Bolsonaro representava de fato levou um eleitorado que não apoiaria Lula normalmente a escolher o petista. Essas pessoas apertaram o 13, mas não fizeram o L.

LULA SOZINHO – Em dois anos, Lula precisará fazer algo para conectar-se às classes médias urbanas, que em cidades como São Paulo pesam tanto quanto os periféricos tão festejados pelos candidatos, e aos evangélicos. Nada em seu arsenal parece lhe garantir isso, e a falta de mediadores na figura de prefeitos aliados e populares não lhe facilitará o jogo.

O clichê das eleições nacionais/municipais vem sendo desafiado desde 2018, como a ausência de debate sobre temas da cidade no “telecatch” apresentado ao paulistano neste ano prova.

Assim, sem um sucessor ungido e viável, Lula caminha por ora sozinho para descobrir qual campo de direita irá enfrentar em 2026.

Qual é a diferença entre Nunes e Boulos nos resultados das primeiras pesquisas?

Charge da Semana – Pesquisa eleitoral 2022 - Jornal A Estância de Guarujá

Charge do Babu (A Estância de Guarujá)

Juliano Galisi
Estadão

As primeiras pesquisas eleitorais sobre o segundo turno das eleições 2024 em São Paulo indicam que o prefeito Ricardo Nunes (MDB) lidera as intenções de voto contra Guilherme Boulos (PSOL). O cenário é atestado tanto pelo Paraná Pesquisas quanto pelo Datafolha, que divulgaram nesta semana suas primeiras medições sobre a etapa derradeira do pleito na capital paulista.

A vantagem de Nunes já era apontada pelas simulações de segundo turno anteriores à definição dos candidatos que avançariam ao tira-teima. O emedebista tem a seu favor uma rejeição inferior à de Boulos, o que aumenta o seu potencial de voto na mesma medida em que torna mais estreito o teto de votos do candidato do PSOL.

VEJA OS NÚMEROS – No Paraná Pesquisas, Nunes tem 52,8% e Boulos, 39%.  Já no Datafolha, Nunes tem 55% e Boulos, 33%. Segundo o Paraná Pesquisas, em comparação com o último levantamento para o confronto entre os dois na segunda etapa de votação, realizado antes do primeiro turno, Nunes oscilou de 50,6% para 52,8%.

Oscilar significa apresentar variação numérica dentro da margem de erro. Boulos, por sua vez, foi de 35,3% para 39%, um avanço real, ou seja, para além dos limites da margem.

Na pesquisa espontânea, quando as opções de voto não são apresentadas ao entrevistado, Ricardo Nunes registrou 35,3% e Boulos, 29%. Os que não souberam ou não responderam foram 25,3%. Os que disseram que vão votar em branco, nulo ou que não votarão em ninguém são 7,8%. Ainda houve 2,7% que citaram outros nomes que não estão na disputa.

POTENCIAL MAIOR – De acordo com o Paraná Pesquisas, Nunes tem potencial de voto maior, pois conta com uma rejeição inferior à do concorrente. O prefeito “com certeza” receberia o voto de 37% dos eleitores, enquanto 28,8% dizem que poderiam votar nele e 33,1% apontam que não escolheriam o mandatário de jeito nenhum. Quanto a Boulos, são 31,7% os que votariam nele com certeza, 18,1% os que poderiam votar no deputado federal e 48,1% os que não votariam nele de jeito nenhum.

Na medição do Datafolha, Nunes tem vantagem maior, de 22 pontos percentuais. O prefeito registra 55% de menções no cenário estimulado, enquanto o deputado federal figura com apenas 33%. Segundo o levantamento, 10% dos eleitores afirmaram que votariam em branco ou anulariam o voto. Outros 2% não sabem em quem votar.

Na espontânea, Nunes tem 41% das menções, ante 29% de Boulos. Outros 2% afirmaram que votariam “no atual” e também 2% votariam “no 15″, em referência ao número de urna de Nunes. Nesse cenário, 4% dos entrevistados deram outras respostas; 10% votaria em branco ou nulo e 12% não soube responder.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Hoje Lula reclamou do desempenho do PT. Deveria fazer autocrítica, como era comum no início do PT, olhar-se ao espelho e perguntar: “O que foi que eu fiz do PT?”. Bem, Lula pegou um partido cheio de idealismo e transformou num covil de corruptos. Jamais deixou que surgisse um segundo nome no PT, reduziu a pó todos aqueles que tentaram sobressair, e hoje o PT só tem o Haddad, que não é nenhuma Brastemp e acaba de ser vaiado no seminário dos corretores de seguro. E Lula, depois de fazer esse “mea culpa”, deveria se penitenciar por ter prejudicado o desenvolvimento deste país. (C.N.)

Morte de comandante dos “kids pretos” está despertando suspeitas no Exército

Comandante do Exército era especialista no manuseio de paraquedas

Coronel Daniel Moura era especialista em paraquedismo

Paulo Cappelli e Augusto Tenório
Metrópoles

Militares do Exército estão intrigados com as circunstâncias da morte do comandante Daniel Moura, que chefiava o prestigiado Batalhão de Apoio às Operações Especiais, em Goiânia. O coronel de 47 anos estava há 30 nas Forças Armadas e era considerado um especialista no manuseio de paraquedas. Ele morreu na terça-feira (8/10) após um salto enquanto servia.

A suspeita de pessoas próximas a Daniel Moura é que o problema envolvendo tanto o paraquedas principal quanto o reserva tenha sido causado por falha humana. E que o erro não foi do comandante.

“ERRAR NUNCA!” – Esses militares levantam a hipótese de que, no mínimo, teria havido negligência por parte do integrante da equipe que cuida da preparação do material. Esse preparo é feito pelo próprio Exército, que conta com o Pelotão de Dobragem de Paraquedas Especiais, cujo lema é: “Errar nunca!”. Ao todo, o processo de dobragem é feito em seis etapas.

À coluna, o Comando Militar do Planalto (CMP) informou que o modelo do paraquedas usado foi o Legend M. “Este tipo possui o mesmo funcionamento dos demais paraquedas desportivos e táticos”, afirmou o Exército. Segundo o CMP, “as condições meteorológicas eram favoráveis à realização do adestramento” e “nenhum militar, além do coronel Moura, enfrentou problemas

O comandante estava a bordo de uma aeronave modelo C-105 Amazonas, da Força Aérea Brasileira (FAB), quando saltou na região metropolitana de Goiânia. O avião é utilizado para realizar missões de transporte tático e logístico, lançamento de paraquedistas, cargas e evacuação médica.

SOB INVESTIGAÇÃO – O Comando Militar do Planalto não respondeu se houve perícia no local imediatamente após o acidente e qual era o tipo de operação em andamento. “Essas informações estão sob investigação”, pontuou.

Um militar relatou à coluna como teria ocorrido o acidente fatal envolvendo o comandante Daniel Moura: “Deu alguma pane no paraquedas principal. Então, ele acionou o reserva. No entanto, o paraquedas principal, que não estava completamente aberto, não foi ejetado por ele ou devido a uma falha no material. Os dois paraquedas acabaram se enroscando, e o comandante desceu direto, sem sustentação”.

Daniel Moura ingressou nas Forças Armadas em 1995 e recebia um salário de R$ 28 mil mensais. O militar comandava o Batalhão de Apoio às Operações Especiais, em Goiânia, desde dezembro de 2022. A solenidade de posse ocorreu no pátio de formatura do Batalhão, Pátio Thaumaturgo Sotero Vaz.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Importantíssima matéria, enviada por Duarte Bertolini, sempre atento aos acontecimentos. Trata-se de um acidente (ou incidente) inédito. Jamais se viu nada igual. E tudo que diz respeito aos “kid pretos” é envolto em mistério. No caso, só há duas hipóteses: falha humana ou erro proposital, que significaria assassinato. De uma forma ou de outra, será muito difícil provar alguma coisa e chegar ao responsável, a não ser que haja registro de quem dobra cada paraquedas. Vamos aguardar. (C.N.)

PT pode estar definhando como o PSDB, porque ambos “pagaram para morrer”

Reprodução da Hora do Povo

Mario Sabino
Metrópoles

O PT pode ter o mesmo destino do PSDB, o seu maior adversário até 2014, e definhar a ponto de se tornar irrelevante? A resposta é sim. O PT é o PSDB amanhã. Está certo que, nestas eleições municipais, o partido saltou de 183 prefeituras para 251. Mas isso é muito pouco para o partido que está na presidência da República. Nas eleições de 2012, os petistas amealharam 651. Ou seja, está muito aquém do seu período de ouro.

No segundo turno, o PT disputará 13 prefeituras: em 4 capitais e 9 cidades com mais de 200 mil habitantes, patamar a partir do qual a lei obriga a que haja outra votação se nenhum candidato tiver obtido mais de 50% das preferências.

SEM MÁ VONTADE – Para não dizer que a conta embute má vontade, São Paulo seria a quinta capital, já que Guilherme Boulos, do PSOL, linha auxiliar nacional do PT, passou suado ao segundo turno. Guilherme Boulos está para Lula, assim como o Hezbollah está para o Irã: é candidato por procuração do chefão petista, tanto na alegria da vitória, como na tristeza da derrota.

O PSDB foi alvejado pela Lava Jato, mas a sua debacle se tornou visível desde que o partido se perdeu em disputas fratricidas pelo trono vacante deixado por Fernando Henrique Cardoso, deu espaço a oportunistas como João Doria e perdeu a identidade social-democrata, sem migrar com convicção para a centro-direita, espectro no qual se situa hoje a maioria dos brasileiros, na sua espessa névoa mental.

O PT vinha contornando o seu anacronismo ideológico por meio da fantasia (alegremente engolida pelos ingênuos) de que detinha o monopólio da ética, pela adoção do assistencialismo eleitoreiro massificado e, principalmente, graças à popularidade de Lula, com o seu carisma de amigo de bar.

NOVA REALIDADE – O assistencialismo eleitoreiro de massa deixou de ser prerrogativa petista e a Lava Jato queimou a fantasia ética do partido, além de abalroar a popularidade de Lula. Popularidade ferida também pelo surgimento do rival Jair Bolsonaro, populista como ele, mas de sinal trocado.

Lula venceu Jair Bolsonaro em 2024, mas por margem insignificante de votos, apesar de todos os desvarios cometidos pelo adversário durante o mandato presidencial, e com o sistema jogando todo o seu peso a favor do chefão petista, que foi ressuscitado não por questão de Justiça, mas de conveniência política.

Ressuscitou por aparelhos, já que passou a depender da rejeição a Jair Bolsonaro para se manter vivo politicamente, como se fosse o menos ruim para a democracia, e o seu partido se vê obrigado a entrar em concubinatos eleitorais por falta de quadros.

PRAZO DE VALIDADE – A paisagem é nítida: o envelhecimento cronológico do chefão petista é inexorável, embora os seus acólitos lhe atribuam divindade. A senilidade ideológica do PT também é indisfarçável, a sua base sindical desapareceu e os contínuos atestados de óbito do bolsonarismo assinados pela imprensa são desmentidos pela realidade. Até no Nordeste, bastião petista, o PL de Jair Bolsonaro se espraia.

O PT fenece e não há substituto para Lula, cuja árvore mais frondosa a crescer à sua sombra é Fernando Haddad, que tem o carisma de um prato de tabule.

O lulismo não contém necessariamente o petismo. Mesmo que Lula se reeleja em 2026, o que está muito longe de ser uma garantia, ao contrário do que pensa Gilberto Kassab, o seu partido continuará definhando, enquanto o Centrão cresce alimentado pela bufunfa das emendas parlamentares. É tudo só por dinheiro, e cada vez mais, desde que o tucano Fernando Henrique Cardoso comprou a emenda da reeleição e Lula instituiu o mensalão para conseguir votos no Congresso. Assim, PSDB e PT também pagaram para morrer.

Costa Neto, presidente do PL, já anuncia que apoiará Tarcísio na eleição de 2026

Valdemar Costa Neto, presidente do PL, em entrevista à Globonews

Costa Neto disse que só a anistia salvaria Bolsonaro

Vinícius Novais
Estadão

Valdemar Costa Neto, presidente do Partido Liberal, a sigla de Jair Bolsonaro, apontou que tanto Tarcísio de Freitas (Republicanos) quanto Eduardo Bolsonaro (PL) podem ser o nome da direita para 2026. “O primeiro da fila é Tarcísio, mas temos o Eduardo Bolsonaro também”, disse o político em entrevista à GloboNews nesta sexta-feira,11.

Eduardo Bolsonaro deve desempenhar um papel importante para o partido, segundo o presidente do PL. Costa neto argumentou que é necessário ter alguém com imunidade parlamentar para “defender o partido”. Mas, descartou a possibilidade do filho 03 de Bolsonaro assumir a presidência da sigla. “Precisamos do Eduardo num cargo em que ele possa defender o partido”.

A ANISTIA – Mesmo com o ex-presidente inelegível até 2030, Valdemar disse acreditar que Bolsonaro pode ser candidato em 2026 e explicou que o partido levará a anistia à pauta do Congresso Nacional. “Quando o Lula estava preso, vocês achavam que ele ia ser candidato?”, perguntou. Para Costa Neto, o bom desempenho do PL até agora nas eleições de 2024 se deve a Bolsonaro.

Mesmo assim, classificou Bolsonaro como temperamento “difícil” e disse que só convence o ex-presidente 10% das vezes. “Bolsonaro não é uma pessoa igual a nós. Não tem o nosso comportamento. A cada 10 [questões discutidas], se eu falar muito, eu consigo convencer uma”.

Para o presidente da sigla, o PL é um partido de direita, mas com alguns membros de extrema-direita. “Eu não sou de extrema, sou de direita. Tenho relação com o pessoal do PT, PSB, do PDT”, disse ao explicar que os mais extremistas se recusam a dialogar com outros partidos.

BOULOS DERROTADO – Sobre as eleições paulistanas, Costa Neto disse que aposta na transferência dos votos de Pablo Marçal (PRTB) para Ricardo Nunes (MDB).

“Não tem como os votos do Marçal não virem para o Nunes. Podem votar em branco ou anular votos, mas ninguém vota no Boulos”, afirmou.

Costa Neto atribui o apoio da direita a Nunes à participação de Bolsonaro no início de sua campanha. Mas afirmou que o presidente não é mais necessário. “A direita hoje se consolidou ao lado de Nunes. Essa eleição, na minha opinião, está tranquila, Bolsonaro já nem precisa trabalhar mais”, argumenta.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Costa Neto é um político corrupto, ex-presidiário e mestre em safadezas. Com a morte de Álvaro Valle, um grande parlamentar, culto e correto, de quem me tornei amigo quando atuávamos nos debates do programa Sem Censura, Costa Neto arranjou um partido para chamar de seu e abandonou essa chatice de disputar eleição. Ele já percebeu a força que Tarcísio de Freitas terá em 2026 e vai se aproximando dele. Não é a primeira vez que oferece o PL ao governador paulista, nem será a última. Costa Neto sabe que o próprio Lula terá enormes dificuldades para derrotar Tarcísio, se ainda estiver disposto a ser candidato a presidente em 2026, aos 81 anos, a idade que Joe Biden tem hoje. (C.N.)

Pacote contra STF seria inconstitucional e os ministros já pretendem derrubá-lo

Ética e Justiça Social | Proposta de Redação - Quack Redação | Enem e  Vestibular

Charge de Pat (Arquivo Google)

Teo Cury e Luísa Martins
da CNN Brasília

Ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) avaliam que o pacote de medidas que restringem os poderes da Corte é inconstitucional e pode ser derrubado se eventualmente for aprovado. Os textos avançaram na Câmara dos Deputados nesta quarta-feira (9), quando a Comissão de Constituição e Justiça da Câmara aprovou propostas e projetos que permitem ao Congresso sustar decisões do STF e que ampliam as hipóteses de crime de responsabilidade dos magistrados.

Os ministros afirmam, em conversas reservadas, que a Constituição exige que sugestões de reformulação das regras do Judiciário sejam apresentadas pelo próprio tribunal e enviadas ao Congresso. O vício de origem, como é chamado, impediria que mudanças nas atividades dos magistrados sejam propostas por deputados e senadores.

RETALIAÇÃO – A leitura feita pelos ministros é a de que o avanço das propostas representa uma retaliação ao STF após a decisão que suspendeu a execução das emendas parlamentares por falta de transparência e de rastreabilidade.

A proposta considerada mais grave pelos ministros é a que permite a suspensão de decisões dos magistrados. A percepção é de que a iniciativa esbarra em uma cláusula pétrea – a da separação dos Poderes. Portanto, em caso de judicialização, possivelmente não passaria pelo crivo da Corte.

Tanto o presidente do STF, ministro Luís Roberto Barroso, quanto o decano, ministro Gilmar Mendes, já afirmaram publicamente que a revisão de decisões da Corte não é compatível com a democracia.

INACEITÁVEL – Em novembro do ano passado, Barroso disse em um evento da Universidade Presbiteriana Mackenzie, em São Paulo, que a proposta era “inaceitável” e remetia à “Constituição ditatorial de 1937”, da Era Vargas.

Gilmar Mendes também já afirmou que a PEC “não faz sentido, pois quebra a ideia da divisão dos Poderes”, e pediu “muitíssimo cuidado”. “Não passa por qualquer crivo de um modelo de estado de direito constitucional”, afirmou.

Barroso tem defendido que o Congresso Nacional é a arena adequada para este tipo de discussão, mas que gostaria que o Poder Judiciário fosse consultado para contribuir com o debate.

DEMOCRACIA – Auxiliares do presidente dizem que o ministro se preocupa em “mexer em time que está ganhando” – uma referência ao papel que a Corte exerceu ao longo dos últimos anos na defesa da democracia.

A Comissão de Constituição e Justiça, que deu sinal verde ao avanço das propostas nesta quarta, avalia a constitucionalidade e a admissibilidade das propostas, e não o mérito. Cabe ao colegiado somente dar aval ou não para o avanço dos textos na Câmara.

Depois de aprovadas, as propostas precisam ser analisadas por uma comissão específica, que ainda deve ser criada e instalada. Se passar na Câmara sem mudanças na comissão especial e no plenário, o texto poderá ir à promulgação.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Nada de inconstitucional. A doutrina tem clareza solar: “É legal qualquer ato que a lei não proíba”. E não existe nada na Constituição que proíba esse tipo de projeto. Inconstitucional, mesmo, é soltar criminoso condenado em segunda instância e limpar a ficha dele para ser presidente da República.

“Teremos 54 senadores para aprovar impeachment de Moraes”, prevê Flávio

Veja íntegra da entrevista de Flávio Bolsonaro | Metrópoles

Dois anos antes da eleição, Flávio faz previsão otimista

Guilherme Amado e Eduardo Barretto
Metrópoles

O senador Flávio Bolsonaro acredita que em 2027 a direita controlará 54 dos 81 integrantes do Senado, número suficiente para aprovar o impeachment de um ministro do Supremo. Em entrevista à coluna, Flávio disse que o objetivo é afastar o ministro do STF Alexandre de Moraes e interromper o que chama de “maluquices” do magistrado.

“Eu sempre falei que eu acreditava numa espécie de autorregulação do próprio Supremo contra esses arroubos absurdos, essas maluquices do Alexandre de Moraes. Por enquanto, ainda não aconteceu”, disse Flávio, acrescentando que o impeachment é “o último remédio amargo” para essa situação e tem condições de acontecer na próxima legislatura.

META DE 2026 – “Pelas contas que eu faço junto com outras pessoas muito experientes na política, a gente tem tudo para atingir um número de largada de 54 senadores dos 81 que vão exercer o mandato a partir de 2027”, afirmou Flávio Bolsonaro. Para o senador, o Supremo não “conseguiu botar Moraes de volta na caixinha”.

O número de senadores citado por Flávio, 54 dos 81, é o necessário para a aprovação do impeachment de ministros do STF. Trata-se do quórum mais alto em votações no plenário do Senado, maior até do que o mínimo para aprovar propostas de emenda à Constituição.

Cabe ao presidente do Senado iniciar a tramitação de um pedido de afastamento de um ministro do STF. O cargo é ocupado atualmente por Rodrigo Pacheco, que já rejeitou pelo menos dois pedidos de impeachment contra Moraes. O mais recente foi apresentado por Flávio e outros senadores bolsonaristas no mês passado. O outro foi assinado pelo então presidente Jair Bolsonaro em 2021. Na época, Bolsonaro prometeu também pedir o afastamento do ministro do STF Luís Roberto Barroso, mas recuou.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Sonhar ainda não é proibido nem paga imposto. O ministro Moraes não é unanimidade. Há muitos brasileiros que se orgulham do trabalho dele, embora aja de maneira claramente suspeita, desrespeitando os direitos dos réus e descumprindo a Constituição. Para os lulistas e simpatizantes, Moraes é um herói, porque se revela parcial e  persegue os bolsonaristas de forma canina e até caricata. Para quem realmente defende a democracia, porém, Moraes é um pesadelo que parece não ter fim. (C.N.)

Moraes faz gol contra Musk no início do jogo e os EUA processam a TikTok

A imagem mostra uma tela de dispositivo eletrônico com ícones de vários aplicativos. Os ícones incluem Facebook, Google, Reddit, Pinterest, TikTok, Instagram, LinkedIn, e outros. O fundo é escuro, destacando os ícones coloridos.

A guerra contra as “big techs” está apenas começando

Vinicius Torres Freire
Folha

O TikTok é projetado para viciar crianças, o que prejudica a saúde mental delas, bidu. Por isso, 13 governos estaduais dos Estados Unidos e o Distrito de Columbia estão processando a empresa de vídeos curtinhos. A descrição do problema no processo e as críticas ao algoritmo do TikTok fazem lembrar o funcionamento de muitas das maiores redes sociais e de plataformas de mídia, embora na ação judicial se dê ênfase à manipulação de emoções infantis. Mesmo assim, se o TikTok merece processo, seus pares também deveriam entrar na dancinha.

Além do mais, é mais fácil bater no TikTok, que vem da China, país com o qual os americanos travam guerra fria, comercial, tecnológica e cultural. Como se recorda, em abril o Congresso americano aprovou lei que determina o banimento do TikTok em janeiro de 2025, caso a empresa continue chinesa.

BIG TECHS – Ainda assim, a iniciativa dos estados americanos é mais um capítulo no combate de governos contra empresas gigantes de mídia social e similares. Por sua vez, a refrega jurídica é parte de um embate mais geral que envolve aquilo que se chama de “big techs”, conflito que, por ora, dado o tamanho do problema e do poder dessas companhias, ainda não foi muito além de escaramuças, regulações incipientes e multas.

Alexandre de Moraes obviamente não está só, como se pode notar. Em outro exemplo, neste ano o Estado francês prendeu o dono do Telegram, Pavel Durov, que mantém sob liberdade vigiada.

Moraes marcou um gol logo no início do jogo contra o X-Twitter de Elon Musk, que por ora parece ter aceitado o cumprimento de leis brasileiras. Por outro lado, com a liberação do acesso ao X-Twitter no país, Musk terá de volta meios para continuar sua campanha.

INÍCIO DO JOGO – Sim, trata-se de início do jogo. Além do poder imenso de que dispõe para fazer estrago, Musk vai firmando sua posição de combatente libertário na política digital do planeta. Seus negócios, sua mídia digital, suas tretas e sua posição de influenciador planetário são também plataformas para abalar instituições políticas nacionais, sem escrúpulos ou hipocrisias democráticas ou humanitárias, como ainda é o comportamento de tantos de seus pares.

Musk é um líder das celebridades plutocráticas que chamam de “libertária” a ideia de submeter Estados nacionais ao governo privado de empresas transnacionais. Obviamente, essa tentativa não é nova —na verdade, é recorrente em pelo menos meio milênio de capitalismo.

Desde que a democracia começou a se disseminar pelo mundo, em meados do século passado, é difícil de lembrar ataque tão descarado, no entanto.

GRANDE RICO – Parece fácil perceber a novidade e a profundidade do alcance de tal empreitada (global e envolve governos ricos) e do caráter explícito de ações e propaganda contra instituições de governo e Justiça.

Nova também é a capacidade de persuadir massas, de criar exércitos de fãs, que de certa forma já se comportam como súditos ou membros de um culto personalista da riqueza e, em particular, culto do grande rico. Se isso faz lembrar mentalidades e figuras importantes nas eleições brasileiras, não é por acaso.

Por obra ou omissão do reacionário Congresso brasileiro, a regulamentação de mídias sociais e “big techs” ainda está pelo caminho. A vitória de Alexandre de Moraes foi importante, mas é apenas um imenso esparadrapo em um problema que sangra muito.

X, a plataforma odiada por Moraes, volta a servir mais de 20 milhões de brasileiros

O X da questão

Charge de Júlio César Barros (Arquivo Google)

J.R. Guzzo
Estadão

O X, a mais populosa plataforma de comunicação do Brasil, volta enfim à atividade, depois de 40 dias de suspensão por ordem do ministro Alexandre de Moraes. É uma boa notícia, acima de qualquer outra consideração, porque tira o País do bloco de péssimas companhias onde esteve durante este tempo – Rússia, Venezuela, Irã, Turcomenistão e outras das ditaduras mais repulsivas do planeta, onde o X é proibido e a livre expressão é tida como crime contra a segurança do Estado. Fora isso, há controvérsias.

Analistas, comentaristas e especialistas “formaram maioria”, como se diz hoje, para definir a volta do X como uma vitória do ministro, da ordem pública e da soberania nacional – e uma derrota de Elon Musk, o controlador da plataforma. Alexandre de Moraes, por esse entendimento, foi atendido em todas as suas exigências. Musk, ao contrário, foi obrigado a recuar e cumprir todas as ordens que recebeu do ministro. Ficou sabendo que “isso aqui” não é uma “terra de ninguém”.

OUTRA CONCLUSÃO – Em outro modo de ver as coisas, e com base nos mesmos fatos, é possível chegar a uma conclusão diferente. O ministro, antes de sua briga com o X e desde sempre, é inimigo declarado das redes sociais em geral. Acha que elas são frequentadas basicamente por marginais. São um ambiente “tóxico”. São usadas para sabotar a democracia. Mais que tudo, não tolera a ideia de que 20 milhões de brasileiros tenham um instrumento, que ele não controla, para escrever e ler tudo o que lhes passa pela cabeça.

A situação ideal para o ministro, de acordo com o que ele mesmo diz a cada oportunidade que aparece, é que o X fosse embora do Brasil e nunca mais voltasse. (Já afirmou que o próprio telefone celular é uma ameaça social.) Seu problema, no fundo, não é propriamente o X, ou Elon Musk.

São aqueles 20 milhões de cidadãos que se manifestam ali, e as coisas que dizem, que de fato incomodam o ministro. Dentro da sua visão do mundo, é uma anomalia grave que as pessoas se sirvam das redes sociais para se informar e trocar ideias. Isso deveria ser, no fundo, uma atividade privativa dos veículos de comunicação que ele reconhece como tais.

OPINIÃO OPOSTA – Já os usuários do X têm uma opinião oposta à de Moraes. Têm preferido, cada vez mais, obter as suas notícias nas redes sociais, e não nos órgãos de imprensa tradicional. Mais: podem escrever ali tudo o que querem, e não podem escrever nada nos veículos de comunicação, mesmo porque não é para isso que eles existem. Agora, com o retorno do X, o cidadão vai voltar a fazer o que estava fazendo antes da proibição.

Os 20 milhões de brasileiros que queriam usar o X podem usar de novo. Moraes, que não queria que usassem nunca mais, aceita a volta da plataforma que odeia. Quem estaria mais satisfeito – o público ou o ministro? Quanto a Musk, está de volta ao lugar de onde queriam que ele fosse expulso. Pagou multas que não foram a punição de um erro, mas um ato de extorsão. Nomeou de novo um presidente para o X no Brasil. Mas está aí de novo – como sempre quis estar.

Musk conseguiu, durante 40 dias, expor ao mundo a censura, a violência e a ilegalidade fundamental do mais alto tribunal de justiça do Brasil. Ficou claro, pelo exame dos fatos, que não se recusou a “cumprir as leis brasileiras” – ao contrário, apenas contestou a ordem ilegal de aplicar censura no X. Nunca se recusou a ter um presidente no X no Brasil – apenas desfez a sua diretoria quando Moraes ameaçou prender os diretores. Pagou multas sem ter, como qualquer pessoa ou empresa, o direito à contestação.

NO MESMO LUGAR – Declarada a trégua nessa guerra, Moraes e Musk estão no mesmo lugar em que estavam 40 dias atrás. A questão a ser de fato considerada, no mundo das realidades, é se é o ministro ou se é Musk quem está gostando mais – ou qual dos dois está gostando menos.

O dono do X, obviamente, quis voltar ao Brasil. Se não quisesse, não teria voltado – bastaria mandar Alexandre de Moraes ver se ele está na esquina e continuar cuidando da sua vida, dos seus foguetes e dos seus bilhões. Moraes, ao contrário, não queria que o X voltasse.

O ministro, na verdade, nunca quis que o X tivesse chegado. Desenvolveu, com o tempo, uma fobia pessoal pelo empresário, mas o seu problema real é com a existência, pura e simples, de uma criação da tecnologia que coloca as pessoas diante da possibilidade concreta de exercerem a sua liberdade de palavra.

MAL EM SI – Moraes tem certeza, e não perde nenhuma ocasião para dizer isso, que a liberdade de expressão é um mal em si. Diz que é a favor, claro – mas na prática é contra em todas as decisões que toma.

O ministro não consegue, nunca, dizer a palavra “liberdade” sem mencionar automaticamente que ela é um perigo, pois pode ser “mal utilizada” etc. etc. Torna-se então, no seu entender, um valor “fascista”, uma arma para os golpistas de Estado e um engodo cujo propósito principal é espalhar “fake news”, “desinformação” e o discurso do ódio.”

Não existe no sistema mental de Moras a alternativa de punir, segundo determinam as leis, os que efetivamente cometem delitos através da liberdade de manifestação. Para combater os delinquentes, pune-se todos com o silêncio compulsório – como se, para evitar acidentes de trânsito, fosse proibido o uso do automóvel. É esse o começo, o meio e o fim da história do X no Brasil.

Triunfo eleitoral rendeu a Tarcísio a crise de ciúmes do clã Bolsonaro

após abandono de Bolsonaro

Tarcísio fatura com alta de Nunes nas últimas pesquisas

Josias de Souza
do UOL

A entrevista de Carlos Bolsonaro ao UOL exala um aroma de ciúmes. Num instante em que Tarcísio de Freitas molha a camisa por Ricardo Nunes, Carluxo decidiu insultar o eleitorado. Fez isso ao sustentar que os votos que levaram Nunes para o segundo turno vieram do seu pai, não do governador paulista. “Até porque”, disse Carluxo, “se meu pai apontasse e falasse: ‘ninguém escuta Tarcísio’, o Tarcísio não ia ter poder.”

A conclusão do filho do capitão é insultuosa porque acomoda o dono do voto no papel de gado, submetido a um coronelismo démodé. Quem manteve Ricardo Nunes na disputa, por pequena margem, não foi Bolsonaro nem Tarcísio. O prefeito deve a sobrevivência eleitoral ao eleitor. Os votos amealhados por Bolsonaro em 2022 perambularam livremente. Muitos caíram na arapuca de Pablo Marçal.

FEZ O OPOSTO – Quando tudo parecia perdido, Bolsonaro aconselhou Tarcísio a abandonar Nunes à própria sorte, sob pena de enterrar sua carreira política. O governador fez o oposto. Com a ralação dos atos de campanha e a pregação do voto útil, recuperou parte do eleitorado conservador cooptado por Marçal. A covardia de Bolsonaro foi tão escancarada que até Silas Malafaia notou. “Que porcaria de líder é esse?”, perguntou o pastor.

Além do zigue-zague de Bolsonaro, Tarcísio terá que aturar a crise de ciúme juvenil de Bolsonaro e dos seus filhos. De todas as enfermidades que intoxicam a política, o ciúme é a única que não tem remédio.

No caso de Bolsonaro, a coisa é mais grave, porque ele não conseguiu desenvolver nada que se pareça como amor-próprio. Num instante em que a direita discute alternativas para 2025, Bolsonaro desconfia até da imagem refletida no espelho. 

No Rancho Fundo, a comovente brasilidade de Lamartine Babo e Ary Barroso

Cd Revivendo Ary Barroso, O Mais Brasileiro Dos BrasileirosPaulo Peres
Poemas & Canções

O radialista, músico e compositor mineiro Ary de Resende Barroso (1903-1964) e o advogado e compositor Lamartine de Azeredo Babo, na letra de “No Rancho Fundo”, falam das desilusões amorosas de um cantor humilde na cidade grande. O samba-canção “No Rancho Fundo” foi gravado por Elisa Coelho, em 1931, pela RCA Victor.

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NO RANCHO FUNDO
Lamartine Babo e Ary Barroso

No rancho fundo, bem pra lá do fim do mundo
Onde a dor e a saudade contam coisas da cidade
No rancho fundo, de olhar triste e profundo
Um moreno conta as mágoas tendo os olhos rasos d’água
Pobre moreno, que de tarde no sereno
Espera a lua no terreiro tendo o cigarro por companheiro
Sem um aceno ele pega da viola
E a lua por esmola vem pro quintal deste moreno
No rancho fundo, bem pra lá do fim do mundo

Nunca mais houve alegria nem de noite nem de dia
Os arvoredos já não contam mais segredos
E a última palmeira já morreu na cordilheira
Os passarinhos internaram-se nos ninhos
De tão triste esta tristeza enche de trevas a natureza
Tudo por que? Só por causa do moreno
Que era grande, hoje é pequeno para uma casa de sapê

Eleição exibe multiplicação da direita e indica pouca chance à esquerda de Lula

Com 90% de obstrução nas artérias, Gleisi Hoffmann ganha declaração de Lindbergh antes de cirurgia: 'Bênção

Gleisi Hoffmann ainda alega que o PT está em “recuperação”

Bruno Boghossian
Folha

As eleições municipais nos grandes centros deram à direita uma demonstração de vigor num momento em que esse campo parecia ameaçado por uma fratura. A divisão ocorreu, mas havia eleitores suficientes dispostos a comprar mais de um produto do mesmo grupo. A disputa em São Paulo, em alguma medida, foi a amostra mais vistosa de um fenômeno que marcou corridas em outras capitais e grandes municípios.

Em determinadas praças, o bolsonarismo oficial foi às urnas com personagens radicais e foi desafiado por candidatos de direita com embalagens moderadas. Em outros casos, o contrário ocorreu.

EMBRULHO DA DIREITA – A capital paulista deu espaço para só uma dessas opções no segundo turno, não sem deixar claro que personagens com o embrulho da direita poderiam ser a escolha de quase 60% dos eleitores. O quadro da disputa exibiu uma consolidação da direita como preferência majoritária ou prioritária do eleitorado em importantes centros urbanos, que concentram populações expressivas e, em muitos casos, servem de motores regionais para grupos políticos.

Em cidades com DNA claramente conservador, o desenho apareceu de forma ainda mais nítida. Goiânia e Curitiba, por exemplo, terão segundos turnos formados exclusivamente por candidatos de direita. Bolsonaro estará com os mais radicais.

A experiência da divisão interna oferece à direita algumas vantagens e um punhado de dilemas. A diversificação de candidaturas deu ao grupo, por exemplo, a oportunidade de renovar algumas lideranças – como no caso de Fortaleza, onde o bolsonarista de primeira geração Capitão Wagner (União Brasil) foi substituído por André Fernandes (PL).

CALCIFICAÇÃO – As fraturas ficaram expostas, e o comportamento dos líderes políticos ainda vai determinar como se dará a calcificação desse esqueleto.

O susto provocado por Pablo Marçal (PRTB) e o sucesso de candidatos mais estridentes tendem a dar um incentivo adicional a Bolsonaro e outros personagens para replicar dessas técnicas. A fabricação de personagens moderados e a aliança com produtos do centrão, como Ricardo Nunes (MDB), se tornam mais arriscadas.

O contrapeso pode ser apresentado pelo governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), que bancou a candidatura de Nunes e tem uma chance de acompanhá-lo até a vitória.

MENOS ESPAÇOS – A multiplicação da direita reduziu ainda mais os espaços de uma esquerda que entrou na eleição desacreditada e saiu enfraquecida. As vitórias de João Campos (PSB) e de outros não petistas mostram que há caminhos alternativos. A ida de Guilherme Boulos (PSOL) ao segundo turno evitou um fracasso completo e manteve uma porta aberta, ainda que pareça estreita a esta altura, para uma redenção.

A vitória de Lula (PT) em 2022, com um impulso importante de cidades como São Paulo e Porto Alegre, acabou se tornando um ponto de contraste para o mau desempenho de candidatos de esquerda mesmo em capitais do Nordeste e para uma derrota amarga em Teresina, onde a vitória era dada como certa.

A relativa dificuldade de penetração desses partidos nas grandes cidades, especialmente nas periferias, reforça a fragilidade de suas marcas, as dificuldades de renovação e uma desconexão com um eleitorado que parece cada vez mais confortável em sair às ruas com um figurino conservador.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – O PT está se desmanchando na frente de Lula, enquanto Gleisi diz que está está em reorganização. É a Piada do Ano. (C.N.)

Elon Musk acha que OVNIs são novos aviões em teste pelas grandes potências

Elon Musk reveals what military sightings of UFOs really are - as he promises to share evidence of aliens on X | Daily Mail Online

Musk promete avisar se descobrir que há extraterrestres

Luiza Lopes
Site AH

O bilionário e CEO da SpaceX, Elon Musk, acredita que os supostos OVNIs (Objetos Voadores Não Identificados), vistos voando pelos Estados Unidos, não são vida extraterrestre, mas provavelmente “novos programas de armas” do governo, que são altamente confidenciais. Musk justificou a fala dizendo que ainda “não viu um corpo alienígena”

“Objetos voadores não identificados são uma coisa, mas sempre há um monte de programas confidenciais em andamento: novas aeronaves, novos mísseis e coisas assim”, afirmou em entrevista ao jornalista Tucker Carlson, transmitida no X (antigo Twitter).

‘SEM EVIDÊNCIAS’ – Musk revelou que enquanto estava no comando de sua empresa Space Exploration Technologies, “não viu nenhuma evidência de alienígenas”. “Há mais de 6 mil satélites em órbita e eles nunca tiveram que manobrar em torno de uma nave alienígena”, destacou.

No entanto, ele ressaltou que “há muitas coisas que não sabemos” e garantiu que, caso encontrasse evidências de vida extraterrestre, não esconderia essa informação do público. No segundo em que eu vir qualquer evidência de alienígenas, eu imediatamente postarei isso na plataforma X. Provavelmente será o maior post de todos os tempos”, disse.

Musk também disse que não acreditava que o governo escondesse informações sobre seres extraterrestres. Segundo ele, se soubessem da existência de alienígenas, o governo provavelmente os difamaria para justificar gastos militares.

EM SEGREDO – Ao apresentador, Elon explicou que os governos geralmente “trabalham em segredo”. Sendo assim, se estivessem desenvolvendo um novo tipo de aeronave, não poderiam admitir. Inclusive, no ano passado, quando o Starlink decolou, muitos moradores do Texas, no Estados Unidos, confundiram os satélites com OVNIs.

Em 2022, o Pentágono criou um portal para militares e funcionários relatarem avistamentos de OVNIs, investigando cerca de 300 ocorrências em um ano, informou o New York Post.

Alguns objetos apresentaram características incomuns, como alta velocidade e manobrabilidade fora do padrão, mas o relatório concluiu que nenhum desses fenômenos pode ser atribuído a atividades extra-terrestres.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Sobre o tema, há controvérsias praticamente insanáveis. E não será a opinião de Musk que há de dissipar a estranheza que existe em relação aos OVNIs, que insistem em continuar aparecendo, esses contatos imediatos de zero a terceiro graus vêm sendo relatados desde tempos imemoriais. (C.N.)