Márcio Falcão
TV Globo
A empresa Starlink Holding recorreu nesta sexta-feira (30) ao Supremo Tribunal Federal (STF) contra a decisão do ministro Alexandre de Moraes que bloqueou as contas bancárias da firma no Brasil. Na quinta (29), Moraes determinou o bloqueio de recursos financeiros da Starlink para garantir que o pagamento de multas aplicadas à rede social X no Brasil – já que a plataforma não tem representante no país. O relator já foi sorteado e será Cristiano Zanin, o que aumenta as esperanças de uma decisão favorável.
A decisão de Moraes foi revelada pelo blog do Valdo Cruz no g1. A Starlink e o X são empresas controladas pelo bilionário americano Elon Musk, mas não têm vinculação, pois funcionam de forma independente. Eo empresário Elon Musk, também no X, afirmou que as duas firmas são “completamente diferentes, com acionistas diferentes”.
ALEGA A STARLINK – No recurso, a Starlink afirma ao STF: 1) que não era parte do processo judicial contra o X até essa decisão; 2) que a íntegra dos ativos da empresa foi bloqueada “sem justificativa plausível e à míngua de um procedimento regular e válido”; 3) que Moraes não assegurou “o direito da ampla defesa e do contraditório” da empresa.
“A ausência do processo de execução ou cumprimento de sentença não é simples formalidade cujo descumprimento não trouxe prejuízo às IMPETRANTES. A não observação do procedimento legal lhe impediu de exercer o seu direito à ampla defesa e à garantia ao devido processo legal e ocasionou o bloqueio de todos os bens de propriedade das IMPETRANTES, impedindo-as de exercer a sua atividade comercial. Por essa razão é imperiosa a anulação do ato coator”, diz o recurso.
Empresa já tinha anunciado o recurso, pois ainda na quinta-feira representantes da Starlink no Brasil revelaram que recorreriam contra a ordem de Moraes. Em postagem no X, a empresa chamou as decisões do ministro Moraes contra a rede social de “inconstitucionais”.
BRAÇO DA SPACEX – O que é a Starlink? A empresa é um braço da SpaceX, a companhia de exploração espacial de Elon Musk. Com a Starlink, o grupo trabalha para lançar e formar uma “constelação” de satélites para levar conexão de internet a áreas remotas com pouca ou nenhuma estrutura.
Em 2022, no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, a Starlink recebeu sinal verde da Anatel para operar no Brasil. A concessão vai até 2027. Na América do Sul, ela está ativa em Brasil, Chile, Peru, Colômbia, Equador, Argentina, Paraguai e Uruguai.
Guiana e Suriname devem receber o serviço ainda este ano. A Bolívia, só em 2025, segundo a Starlink.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Moraes cria suas próprias leis e expõe o Brasil ao ridículo no cenário internacional. As empresas controladas por Musk têm acionistas diferentes, circunstância que impede o bloqueio, salvo se estiver ocorrendo fraude para se esquivar do pagamento. Porém, Moraes é um ministro inculto e prepotente, faz o que bem entende eseus atos transformam o Brasil em motivo de galhofa no exterior. Chega a ser revoltante. Enquanto isso, no Supremo, os demais ministros fingem que não está acontecendo nada. É um teatro muito mambembe para o meu gosto. Agora, com Zanin na relatoria, pode ser que se restaure a moralidade no Supremo, como diria Stanislaw Ponte Preta, codinome de Sérgio Porto. (C.N.)