Projeções indicam vitória surpreendente da esquerda na eleição da França

Jean-Luc Mélenchon: França será diferente após a segunda volta das  legislativas - CNN Portugal

União entre esquerda e centro tirou as esperanças da ultra-direita

Deu na BBC

Pesquisas boca de urna para o segundo turno da eleição legislativa na França apontam que a Nova Frente Popular (NFP), coligação de partidos de esquerda, teria obtido o maior número de cadeiras para o Parlamento do país, segundo a rede estatal de TV e outros canais franceses. No entanto, de acordo com essas projeções, nenhuma força teria obtido maioria no legislativo francês. Especialistas descreveram estas eleições como as mais polarizadas da história recente da França.

O parlamento nacional é composto por 577 deputados. Para obter a maioria absoluta são necessários 289 assentos. As projeções mostram o Reunião Nacional de Marine Le Pen em terceiro, atrás da coligação do presidente francês Emmanuel Macron.

PRONTA PARA GOVERNAR – O líder da frente de esquerda, Jean-Luc Mélenchon, disse que sua coligação está “pronta para governar” após a divulgação da boca de urna.

O resultado, se confirmado, será considerado surpreendente após o partido Reunião Nacional, da direita radical, ter conseguido uma vitória histórica no primeiro turno das eleições em 30 de junho.

O caminho para dominar o parlamento, em uma eleição de dois turnos segundo o sistema francês, se tornou mais difícil nos últimos dias para a líder do RN, Marine Le Pen.

UNIR FORÇAS – Diante do seu surpreendente sucesso nas urnas na votação do último fim de semana, a coligação de Macron, a Agrupação Nacional, e a esquerda decidiram unir forças.

Para deter a chegada do Reunião Nacional ao poder, centristas e esquerdistas retiraram mais de 200 candidatos da disputa para concentrar os votos nos nomes mais bem colocados. Ou seja, em muitos dos distritos eleitorais onde concorriam três candidatos (um da direita radical e dois de centro ou esquerda), restaram apenas dois.

Jordan Bardella, protegido de Marine Le Pen e que era cotado para ser o novo primeiro-ministro francês em caso de uma vitória do RN, declarou que a aliança “não natural” e “desonrosa” entre esquerdistas e a coligação de Macron impediu a vitória de seu partido. “Hoje à noite essas alianças jogaram a França nos braços da extrema esquerda de Jean-Luc Mélenchon”, disse Bardella.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Impressionante a reviravolta na reta final, e a esquerda é que estoura o champagne esta noite. Agora, falta saber como ficará a divisão do governo entre a esquerda de Mélenchon e o centro de Macron. (C.N.)

Estrutura do poder nos EUA não está preparada para alguém como Trump

Trump condenado: sentença com pena a ex-presidente dos EUA só deve sair em  11 de julho - Rádio Itatiaia

Suprema Corte decide fortalecer os poderes presidenciais

Bruno Boghossian
Folha

A política americana oferece ao presidente uma proteção generosa. Pelas regras, o chefe do governo tem garantidos o poder para liderar o país em tempos de crise e segurança para tomar decisões difíceis. Essa arquitetura sobreviveu a muitos testes, mas não estava preparada para um sujeito como Donald Trump.

A Suprema Corte dos EUA decidiu na segunda-feira (dia 1º) que os presidentes do país gozam de alguma imunidade. Ao julgar um pedido de Trump, o tribunal repisou uma interpretação de quatro décadas e estabeleceu que esses políticos não podem ser processados por “atos oficiais”. Eles estão vulneráveis apenas no caso de “atos não oficiais”. Essas situações seriam avaliadas individualmente.

AUTONOMIA TOTAL – A maioria conservadora da corte reforçou a autonomia dos presidentes para governar, tomando decisões que julgam corretas sem o receio de responder criminalmente. Só assim um governante pode, por exemplo, iniciar ações militares de alto risco, gerenciar políticas públicas e, principalmente, evitar perseguições.

Nessa lógica, a soberania popular é a principal ferramenta de controle desses políticos. Se um presidente ultrapassa alguma linha, um Congresso eleito pode derrubá-lo com um processo de impeachment, ou o eleitor pode mandá-lo para casa na votação seguinte.

ACIMA DA LEI – O perigo da doutrina de amplos poderes e mínima interferência está nos abusos cometidos por uma classe especial de políticos ambiciosos. Trump, em particular, excedeu a liberdade de seus “atos oficiais” quando usou a presidência para tentar reverter o resultado de uma eleição, pressionar autoridades e estimular a invasão do Capitólio.

No voto dissidente, a juíza Sonia Sotomayor afirmou que a decisão da Suprema Corte transforma qualquer presidente num “rei acima da lei”, livre para explorar o cargo para obter ganhos pessoais e, em teoria, imune até para ordenar um golpe de Estado. De olho num eventual novo governo, Donald Trump deve estar ansioso para experimentar os limites desse poder.

Populismo reacionário é efeito colateral e no fim a democracia sairá fortalecida

Iotti / Agencia RBS

Charge do Iotti (Gaúcha/Zero Hora)

Christian Lynch
Insight Inteligência

Em política, como na economia, a expectativa é tudo. E, em um mundo interconectado, aquilo que acontece nos países cêntricos possui uma força particular na geração de expectativas: é o famoso “efeito demonstração”. E o mau desempenho de Biden no debate contra Trump assanhou os reacionários. Com a vitória eleitoral de Le Pen na França, o assanhamento chegou ao clímax e contagiou até conservadores mais tradicionais, seduzidos pelo canto de sereia de um paradoxal “extremismo moderado”.

Para arrematar, o Supremo americano proclamou a tese absolutista da irresponsabilidade legal do presidente, dando carta branca para que Trump, caso eleito, faça tábua rasa da combalida democracia americana.

PERPLEXIDADE – Em todo o mundo, os democratas se sentem em uma gangorra: ora o movimento do mundo parece fazer os autoritários avançarem, ora recuarem. Depois de perdida a fé na revolução na década de 1990, parece chegado o momento de perder a fé no progresso histórico.

Em um momento em que a perplexidade se junta à ansiedade, nada melhor do que recorrer a explicações mais sedimentadas da ciência política. De preferência, daquelas que examinam os fenômenos de modernização na longa duração, e se possível, com uma extensa base teórica e empírica, historicamente alicerçada. Aqui, o democrata desalentado pode, quem sabe, encontrar consolação.

Nesse sentido, um dos cientistas políticos cuja contribuição foi mais frutífera foi Ronald Inglehart. No livro “Modernização, Mudança Cultural e Democracia: A Sequência do Desenvolvimento Humano”, publicado com Christian Welzel (2005), Inglehart argumenta que o desenvolvimento socioeconômico, a mudança cultural e a democratização são fases interconectadas de uma progressão ampla, a qual denomina desenvolvimento humano.

PREMISSA CENTRAL – Reconhecendo as limitações das versões anteriores da teoria da modernização (as dimensões etnocêntricas e teleológicas, principalmente), os autores defendem que permanece válida a premissa central: o desenvolvimento socioeconômico acarreta transformações sistemáticas na cultura e na política.

Tal argumentação é sustentada por uma vasta gama de dados colhidos ao longo de quatro décadas, abrangendo mais de oitenta sociedades.

Para Inglehart, o desenvolvimento socioeconômico induz mudanças culturais previsíveis, incluindo a transição de valores de sobrevivência para valores de autoexpressão. À medida que as sociedades se modernizam, elas experimentam mudanças culturais previsíveis. Cada tipo de sociedade possui um tipo congruente de cultura política e de instituições.

MUDANÇAS CULTURAIS – A sociedade agrária possui uma cultura hierárquica tradicional, que começa a balançar com o advento da sociedade comercial. Durante o processo de industrialização, há uma transição dos valores tradicionais para os seculares-racionais descritos por Weber. Mas os valores individuais permanecem no horizonte da classe social e com um cunho “materialista”, porque orientados pela preocupação com o básico para sobrevivência no plano da saúde, da alimentação, da moradia e da educação.

Ao adentrarem economias pós-industriais, por sua vez, na década de 1970, observa-se uma evolução de valores de sobrevivência para valores de autoexpressão. Esses enfatizam a liberdade individual, a autonomia, a igualdade de gênero, a tolerância com diversidade de orientação sexual e a participação política ativa.

Considerados o principal motor da democratização, tais valores encorajam os indivíduos a desafiar as elites, apoiar movimentos sociais e demandar governança democrática. Essa evolução cultural não apenas influencia, mas também molda as instituições, predispondo as sociedades à adoção e manutenção de instituições democráticas, numa relação de retroalimentação.

NA DEMOCRACIA – A prosperidade econômica favorece a democracia, sobretudo por fomentar valores de autoexpressão, ao invés de ser um resultado direto do regime democrático.

A prosperidade econômica favorece a democracia, sobretudo por fomentar valores de autoexpressão, ao invés de ser um resultado direto do regime democrático.

Inglehart reconhece por isso o papel crucial da cultura na configuração dos resultados democráticos. Ela é considerada o elo perdido entre as instituições e o comportamento político, que dependem da motivação que só um sistema de crenças oferece. Ele também contesta a ideia de que a democracia pode ser conquistada exclusivamente através de ações coletivas lideradas por elites, alegando que seu sucesso é mais provável em sociedades onde a cultura de massa já se mostra receptiva à ela.

POPULISMO REACIONÁRIO – Se esse era o otimismo evolucionista de Inglehart no auge da globalização, como ele explicou depois a emergência do populismo reacionário? É o que ele tentou em Backlash cultural: Trump, Brexit, e o populismo autoritário, livro escrito com Pippa Norris (2019).

O livro explica a “reviravolta cultural” como um reflexo autoritário entre aqueles que se sentem ameaçados pelas rápidas transformações culturais, imigração intensificada e condições econômicas instáveis. Reflexo que privilegia a segurança coletiva, a adesão a costumes tradicionais, o combate aos estrangeiros e a fidelidade a líderes fortes, apoiado por uma retórica populista do “nós contra eles”.

A reviravolta cultural consiste assim em uma reação contra a “revolução silenciosa” dos valores culturais ocorrida a partir de 1970.

MUDANÇA DE VALORES – Alimentada pela segurança existencial sem precedentes no pós-guerra, essa revolução teria gerado uma mudança intergeracional de valores, onde as gerações mais jovens passaram a valorizar a livre escolha individual e a autoexpressão (pós-materialistas) em detrimento dos valores materialistas focados na segurança econômica e física (materialistas).

Tal mudança manifesta-se numa ênfase ampliada na proteção ambiental, movimentos pela paz, liberalização sexual, direitos humanos, igualdade de gênero, cosmopolitismo e respeito aos direitos das minorias.

Daí porque o cultural backlash seria particularmente vigoroso nas duas gerações mais antigas: a nascida no período entreguerras (1918-1945) e os Baby Boomers (1946-1964), grupos numericamente cada vez menores. Em princípio resignados, os conservadores passaram a reagir ressentidos à erosão dos seus valores, questionando do ponto de vista moral normas sociais modernas, como a aceitação de estilos de vida multiculturais, diversidade étnica, fronteiras cosmopolitas e identidades de gênero fluidas.

PONTO CRÍTICO – O conceito de ponto de inflexão (tipping point) é aqui essencial para compreender quando a “revolução silenciosa” provoca uma reação cultural (backlash). À medida em que as sociedades experimentam mudanças culturais, o equilíbrio entre valores liberais e conservadores atinge um ponto crítico.

Grupos conservadores, antes majoritários, veem-se como uma minoria crescente, sentindo seus valores tradicionais marginalizados e desrespeitados. Esse sentimento de perda de status alimenta o ressentimento tanto contra elites culturais, responsáveis por impulsionar tais mudanças, quanto contra grupos minoritários percebidos como beneficiários delas.

A percepção de que as elites culturais são indiferentes às preocupações da “maioria silenciosa” cria terreno fértil para o apelo populista de líderes que prometem defender a “verdadeira” cultura.

REFLEXO AUTORITÁRIO – A reação a este ponto de inflexão desencadeia o “reflexo autoritário” na forma de uma nostalgia pelos valores tradicionais, desejosa de ordem social e conformidade, e pelo anseio por líderes fortes restaurarem a segurança coletiva, mesmo ao custo de liberdades individuais. A imigração torna-se um foco específico de tensão, alimentando ansiedades sobre a erosão das identidades culturais, especialmente em tempos de instabilidade econômica.

A percepção de que as elites culturais são indiferentes às preocupações da “maioria silenciosa” cria um terreno fértil para o apelo populista de líderes que prometem defender a “verdadeira” cultura e os valores nacionais.

O cultural backlash tem fortes consequências políticas. A divisão geracional tende a intensificar a clivagem cultural, independentemente de melhorias econômicas ou da desaceleração da globalização.

TENSÕES E DIVISÕES – A força da política cultural gera tensões e divisões dentro dos partidos tradicionais, criando oportunidades para líderes populistas. Seria possível argumentar também – agora sou eu – que, coesos em torno de ideologias conservadoras, embora sejam uma minoria, os autoritários conformam a maior e mais disciplinada de todas as minorias.

Não se dividem em grupúsculos, como os progressistas fracionados entre a nova e a velha esquerda, cuja coesão é prejudicada ademais pela tendência inconformista.

Tudo somado, a conclusão possível é a de que o backlash é um fenômeno destinado a desaparecer geracionalmente. Mas este é um consolo que não deve desmobilizar os democratas para ação de resistência e reorganização.

DEMOCRACIA RESISTIRÁ – Basta ver à direita a tentação dos conservadores ditos “democratas” em aderir a autoritários que usem talheres. E, à esquerda, e o estado de fragmentação dos social-democratas, divididos entre uma ala obsoleta (“industrial”) e outra, moderna (“pós-industrial”), mas retalhada em grupúsculos identitários.

Sem ação coletiva organizada, não há como fazer frente à minoria autoritária. Enquanto isso, a grande minoria reacionária está disposta à ditadura para suprimir as instituições voltadas para a produção da cultura democrática, começando pela justiça e pela educação. Tudo para atrasar o desaparecimento de sua própria “identidade”.

Moral da história: no longo prazo, a vitória da democracia é certa. O problema é que, como alguém já disse, no longo prazo, estaremos todos mortos.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Artigo enviado por Duarte Bertolini. Concordo com o autor, cientista político Christian  Lynch. No final, a democracia sairá fortalecida. (C.N.)

Bolsonaro dá medalha de ‘imorrível, imbrochável e incomível’ a Javier Milei

EUA usam sua perseguição a Assange para ameaçar a liberdade de imprensa

Assange sofreu durante 12 anos, sem haver cometido nenhum crime

Gleen Greenwald
Folha

Ver Julian Assange deixar a prisão e sair do Reino Unido como um homem livre foi uma das cenas mais gratificantes que já tive a chance de presenciar. Já que Assange é um amigo, um aliado e um colega de longa data, foi difícil fazer qualquer coisa além de comemorar sua liberdade.

Assange foi finalmente libertado porque a opinião pública australiana passou a cobrar que seu governo deixasse de ser tão subserviente aos EUA e trabalhasse mais pela liberdade do fundador do WikiLeaks (Assange é cidadão australiano). O primeiro-ministro do país, Anthony Albanese, finalmente exerceu pressão —em público e em particular— sobre o governo de Joe Biden.

CELA MÍNIMA – Assange passou os últimos cinco anos na prisão de Belmarsh, em Londres, uma penitenciária de segurança máxima tão repressiva que foi apelidada pela BBC de “Guantánamo inglesa”. Ao lado dos detentos mais perigosos do país e dos considerados terroristas, Assange foi mantido o tempo todo confinado sozinho em uma cela mínima, com exceção de uma hora de banho de sol por dia.

Antes de ser mandado para Belmarsh, Assange já estava confinado havia sete anos. Em 2012, ele foi intimado pelas autoridades suecas a se submeter a um interrogatório no âmbito de uma acusação de estupro.

Defendendo sua inocência, o fundador do WikiLeaks deixou claro que estaria disposto a pegar um avião para Estocolmo para responder às acusações, desde que o governo sueco oferecesse garantias de que ele, uma vez no país, não seria entregue ao governo americano —que, se sabia, buscava prendê-lo.

ASILO POLÍTICO – Depois de a Suécia negar essa proteção, Assange solicitou e recebeu asilo político do Equador. O então presidente Rafael Correa prometeu que o fundador do WikiLeaks poderia ficar na embaixada do país em Londres enquanto permanecessem as ameaças dos EUA.

Mas, em 2019, os EUA e o Reino Unido conseguiram pressionar o sucessor enfraquecido de Correa, Lenín Moreno, a retirar o asilo político concedido a Assange e permitir que a polícia de Londres ingressasse na embaixada para prendê-lo.

Os sete anos que Assange passou naquela embaixada pouco diferem de uma prisão. Quando o visitei em 2017, junto com meu marido David Miranda, ficamos chocados ao ver seu evidente declínio físico.

NENHUM CRIME – Seu lar na embaixada era pouco mais que um pequeno apartamento conjugado, sem nenhuma área ao ar livre. Policiais eram mantidos de plantão em frente à embaixada 24 horas por dia. A única razão pela qual existe um vídeo que documenta essa visita é porque a CIA —ilegalmente— monitorou e espionou Assange, incluindo as visitas que recebeu, durante os sete anos que ele passou lá.

Talvez o mais notável de tudo isso seja o fato de Assange nunca ter sido condenado por nenhum crime, exceto violação de liberdade condicional por não ter comparecido ao tribunal, em 2012, quando obteve asilo do Equador. Essa sentença foi de apenas 12 meses, que ele cumpriu integralmente em 2020. No entanto, os EUA e o Reino Unido conspiraram para mantê-lo preso por anos, sem condenação.

A enorme alegria — e alívio — com a libertação de Assange não pode minimizar a gravidade e o perigo representados por essa tentativa de criminalização do fundador do WikiLeaks pelos EUA. Como alertei em um artigo no Washington Post, publicado quando os EUA o indiciaram pela primeira vez, a teoria usada para criminalizar Assange pode ser igualmente empregada para criminalizar a prática de jornalismo investigativo como um todo.

AMEAÇA A TODOS – Isso porque seus supostos crimes —”conspirar com a fonte” para evitar que ela seja identificada e incentivá-la a obter informações— é a base do trabalho de qualquer jornalista investigativo.

Não por acaso, quando o Ministério Público do Brasil tentou, em 2020, me processar criminalmente pela Vaza Jato, as teorias usadas foram exatamente as mesmas usadas pelos EUA para criminalizar Assange, como alertou o Comitê para a Proteção dos Jornalistas.

UM PRECEDENTE – Como condição para sua libertação, Assange foi obrigado a se declarar culpado do crime de espionagem. Isso não teve efeito sobre Assange, que acabou libertado pelo mesmo acordo, mas significa que agora há o precedente de que o governo dos EUA e, presumivelmente de qualquer outro país, pode transformar qualquer jornalista em criminoso.

O governo americano exigiu essa confissão de culpa por um único motivo: embora o acordo de Assange não tenha força como precedente legal, ele sinaliza a todos os jornalistas investigativos do mundo democrático que suas reportagens também podem levá-los à prisão se seu trabalho constranger interesses poderosos.

Como essa é a atribuição mais nobre do jornalismo, para além da tragédia humana que foi manter Assange enjaulado por 12 anos, esse caso representa uma ameaça maior que nunca à liberdade de imprensa em todo o mundo.

Datafolha indica que no segundo turno, Nunes tem 48% e Boulos, 38%

É a primeira vez que o instituto testa um cenário de segundo turno

Pedro do Coutto

Em São Paulo, na disputa pela Prefeitura, pesquisa do Datafolha publicada ontem pela Folha de S. Paulo, aponta uma vitória de Ricardo Nunes no segundo turno, quando alcançaria 48% dos votos contra 38% de Guilherme Boulos.

A margem é muito grande e causa surpresa, pois no primeiro turno, segundo as pesquisas, haveria um equilíbrio de 25% para Nunes e 24% para Boulos. Isso demonstra que, num eventual segundo turno, parte dos eleitores da candidata Tabata do Amaral tenderiam para Nunes.

SEGUNDO TURNO – É a primeira vez que o instituto testa um cenário de segundo turno para esta disputa. Votos brancos, nulos ou quem afirmou que não votaria somam 12%; 2% dos eleitores não souberam responder. Os dois pré-candidatos aparecem empatados tecnicamente na pesquisa divulgada nesta sexta: Nunes, com 24%, e Boulos, com 23%.

Num eventual segundo turno, Nunes herdaria 52% dos votos de Datena (PSDB), enquanto 33% disseram que votariam em Boulos. Entre os eleitores que dizem votar em Pablo Marçal (PRTB), 62% migrariam para Nunes ante 12% que iriam para o deputado psolista. Entre quem declarou voto em Tabata Amaral (PSB) no primeiro turno, 56% escolheriam Boulos no segundo, contra 33% que iriam com Nunes.

MARGEM DE ERRO – Entre os eleitores do ex-presidente Jair Bolsonaro, 72% declararam votar em Nunes na segunda rodada, ante 14% que escolheriam o adversário. No grupo dos eleitores do presidente Lula da Silva, 57% preferem Boulos e 37%, Nunes. A pesquisa tem margem de erro de três pontos para mais ou menos.

Os detalhes da pesquisa mostram uma tendência que realmente revela-se como uma surpresa bastante grande no segundo turno. É uma prévia entre tantas outras disputas que ocorrerão em diversas capitais nas quais a polarização entre Lula e Bolsonaro se refletirá sobre as campanhas.

A disputa na capital de São Paulo é de extraordinária importância como um indicador das eleições de 2026.  O presidente Lula terá que agir em São Paulo na tentativa de reverter o quadro em que o seu candidato declarado, segundo o Datafolha, poderá ser derrotado.

Na definição do poeta, “o amor é, exatamente, o tiro no peito do matador”

Exercício Do Olhar | Amazon.com.brPaulo Peres
Site Poemas & Canções

O advogado, jornalista, escrivão aposentado do Tribunal de Justiça (RJ), crítico literário, contista, letrista e poeta carioca Tanussi Cardoso, no poema “Cilada”, expõe a sua metafórica definição sobre o amor.

CILADA
Tanussi Cardoso
 

O amor não é a lua
iluminando o arco-íris
nem a estrela-guia
mirando o oceano

O amor não é o vinho
embebedando lençóis
nem o beijo louco
na boca úmida do dia

O amor não é a vitória
dos navios e dos barcos
nem a paz cavalgando
cavalos alados

O amor é, sobretudo,
a faca no laço do laçador
O amor é, exatamente,
o tiro no peito do matador

Apesar do tesão, a inabilidade de Lula diminui as chances dele ser reeleito

Chequei Ancap on X: "🚨URGENTE: Charge da Revista Oeste satiriza viagens de  Lula e Janja ao redor do mundo. https://t.co/178lRyQc8S" / X

Charge do Schmuck (Revista Oeste)

Roberto Nascimento

Nos assuntos econômicos e também nas relações administrativas, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, deveria ser mais ouvido pelo presidente Lula, que tem preferido o péssimo conselheiro Rui Costa, ex-governador da Bahia, que desde assumir a Casa Civil colocou na cabeça o sonho de herdar o legado de Lula, mas não tem as mínimas condições de ser o futuro aiatolá do PT, um partido dividido em múltiplas alas.

Se continuar com essas divisões internas, movidas por Rui Costa, Gleisi Hoffmann, Lindbergh Faria e companhia limitada, o bolsonarismo, concentrado no PL e no Centrão, vai empurrar o PT para ser o futuro PSDB, que está nas cordas, justamente pelas divisões dos caciques Eduardo Leite, João Dória e Aécio Neves, três coveiros dos tucanos.

ERROS DOS OUTROS – Essa turma do PT precisava aprender com os erros dos outros partidos. O MDB, que dominava o país, também está morrendo aos poucos. A cada eleição, míngua ainda mais, até chegar ao fim.

Lula não vem se saindo bem, politicamente. Perdeu o timing político e suas falas não têm ajudado ao governo, portanto, atira no próprio pé. Atacar o mercado não é bom negócio, é péssimo. O dólar disparou, prejudicando a economia.

Antigamente, Lula usava o vice José Alencar para cumprir esse papel de criticar os juros altos. Desta vez, Lula não quer pedir o apoio de Geraldo Alckmin, e assim perde pontos com o sistema financeiro e com a classe média, porque ninguém aguenta a subida do dólar toda vez que Lula ataca Roberto Campos Neto.

SABER RECUAR – É preciso saber recuar, sempre que uma estratégia política não dá certo. Persistir no erro é uma sandice. Um exemplo é o Arthur Lira, que preside a Câmara. Levou porrada das mulheres por pautar a PEC da Criminalização da Mulher em caso de Aborto, com a pena de 20 anos, enquanto o estuprador pega no máximo 10 anos, e ainda, de maneira inexplicável, impôs o regime de urgência. O autor do projeto, deputado pastor evangélico Sostenes Cavalcante, da Assembléia de Deus, se escondia diante das críticas avassaladoras das mulheres, que foram às ruas nas capitais para execrar Arthur Lira.

O presidente da Câmara sentiu o golpe e transferiu para agosto, a votação da PEC do Aborto e a PEC da Anistia aos Partidos Políticos, que apenas o PSOL e o Novo foram contras. O PT, enterrou a cabeça na areia, igual um avestruz. O eleitor não deveria perdoar essas atitudes políticas.

Crítica a Tarcísio mostra que Lula já está preocupado com 2026, diz Mourão

Hamilton Mourão é eleito senador pelo Rio Grande do Sul | Eleições 2022 |  Valor Econômico

Lula sabe que Tarcísio é um forte candidato em 2026, diz Mourão

Deu no Poder360

O senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS) disse nesta sexta-feira (dia 5) que as críticas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), se devem pelo fato de o petista estar preocupado com as pesquisas eleitorais de 2026. O chefe do Executivo estadual é apontado como um dos possíveis nomes para a próxima disputa eleitoral.

“Dizem por aí que o presidente Lula se guia por pesquisas de popularidade para falar de economia, batendo no Banco Central e gerando alta do dólar. Agora, resolveu atacar o governador Tarcísio de Freitas, que faz uma gestão exemplar em São Paulo, talvez já tenha recebido as pesquisas de intenção de voto para 2026″, declarou o ex-vice-presidente em seu perfil no X (ex-Twitter).

DISSE LULA – Na quinta-feira (dia 4), Lula criticou a ausência de Tarcísio em um evento no Estado. Disse que o governador é convidado para eventos com ele, “mas não vai a nenhum lugar”.

“É uma obra que tem investimentos da Caixa Econômica e do BNDES. Ele [Tarcísio] está convidado para vir, mas ele não vem. Ele não vem porque ele diz: ‘O dinheiro é do BNDES, não é do Lula. Eu tomei emprestado e eu vou pagar’. O que ele tem que saber: o BNDES empresta dinheiro para governador no meu governo, porque no governo deles [em referência ao governo de Jair Bolsonaro, do PL] não emprestava 1 centavo”, declarou Lula.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Tarcísio de Freitas fica em má situação, por ser grato a Bolsonaro, que o encaminhou na política e ajudou a elegê-lo governador de São Paulo, sem nem conhecer direito o Estado. Mas também pega mal ser convidado para uma cerimônia federal e simplesmente não ir. É uma descortesia, não há dúvida. (C.N.)

Lula é raro caso de chefe de governo que ataca a moeda de seu próprio país

Charge do JCaesar | VEJA

Charge do JCaesar | VEJA

J.R. Guzzo
Estadão

Se existe uma coisa clara no projeto de desordem econômica que está sendo tocado hoje neste País, é que o responsável direto pela alta do dólar é o próprio presidente Lula. É raro que um chefe de governo apareça como o principal agente de ataques contra a moeda do seu país, mas é o que está acontecendo. Lula sabe muito bem que se falar as coisas que ele fala todos os dias o dólar vai subir e o real vai se desvalorizar – não tem como.

Mas é precisamente isso que continua a fazer. Repete sem parar que o presidente do Banco Central, o único que realmente trabalha hoje contra a inflação, é um delinquente. Diz que o problema não é cortar gasto, num governo que fechou o mês de maio com o estoque da dívida federal em quase R$ 7 trilhões, mas aumentar imposto. Afirma que o déficit público é uma bobagem – e que o governo tem de gastar mais, não menos.

DESCONFIANÇA – O único resultado que se pode esperar disso tudo é uma desconfiança cada vez maior quanto à seriedade e ao senso de responsabilidade de quem deveria estar cuidando da boa saúde econômica do País.

Lula, com os seus discursos irados e propostas de desastre, é uma ameaça permanente de inflação e de desordem. Há dois resultados práticos e imediatos desse palavrório. O primeiro é a alta do dólar – é para o dólar que todo mundo quer correr, quando a moeda nacional corre o risco cada vez maior de ir para o diabo.

O segundo é a necessidade de manter os juros altos – se o Banco Central largar a mão do controle, como Lula exige que faça, a casa vem abaixo.

UMA PROMESSA – É o que ele promete fazer, por sinal, assim que nomear o novo presidente do BC no fim do ano. Pode ser apenas mais uma mentira; depois que Roberto Campos Neto sair da presidência, não vai dar mais para continuar jogando em cima dele a culpa pelos fracassos do governo. Mas enquanto estiver lá o xingatório de Lula continua – e a economia sofre.

Nada mais típico do caráter do presidente, numa hora dessas, do que fazer cara de escandalizado e partir para a demagogia policial. Faz parte do seu manual de conduta: depois de pisar feio na jaca, diz que “não é possível” estar acontecendo o que ele próprio fez acontecer, exige que “o governo” tome providências imediatas e ameaça tocar sua polícia contra os culpados imaginários.

No caso, convocou mais uma “reunião de ministros” que será descrita pelos serviços de propaganda mantidos na mídia pela Secom como “reação” aos “especuladores” – e que obviamente não vai resolver nada, levando-se em conta que o especulador número 1 é justamente quem preside a reunião.

FRAUDE MACIÇA – O presidente da República, uma vez mais, mostra que o seu único plano de governo é administrar uma fraude maciça, crescente e proposital. O último disparo do arsenal de mentiras que está no centro de sua estratégia é acusar o presidente do Banco Central de manter os juros altos por motivos “políticos”.

É uma acusação grave – e teria de estar fundamentada em provas materiais indiscutíveis. Mas não há fundamento nenhum para o que ele diz. Lula só repete que “tem certeza” da culpa de Campos Neto, e ter “certeza” não é argumento nem em jogo de bola de gude. A acusação é também absurda. Na campanha eleitoral de 2022, o BC, sob o mesmíssimo Campos Neto, manteve a taxa de juros acima dos níveis em que está agora.

Quer dizer que ele teria agido, na ocasião, por “motivos políticos”? Para prejudicar Jair Bolsonaro, que estava na presidência, e beneficiar a candidatura de Lula? É escroqueria política de primeiro grau – dessas em que o cidadão está sempre escalado para o papel de otário que acredita em qualquer coisa. É também a alma do “projeto de país” hoje em execução no governo federal.

Governadores evitam atos federais para não colocar azeitona na empada de Lula

Tarcísio de Freitas é o 14º ministro diagnosticado com covid-19

Tarcísio está fugindo das inaugurações de Lula em São Paulo

Dora Kramer
Folha

O chamamento à guerra foi feito pelo presidente Lula quando estabeleceu ligação direta entre as eleições de 2024 e 2026. As municipais serão um ensaio para as presidenciais, disse ele, contrariando a escrita dos inúmeros exemplos de que uma disputa não tem nada a ver com a outra.

A história mostra. Para citar apenas um, o PT foi um fiasco na disputa de 2020 e retomou a Presidência em 2022.

NÃO ENGANOU NINGUÉM – Desta vez, há de reconhecer, pode ser diferente. Não no cenário dos mais de 5.000 municípios, mas nas principais cidades e capitais.

Nelas, os adversários responderam de pronto à chamada e se armaram para a batalha na dinâmica de prévias. Verdade que a cigana não enganou ninguém.

Os partidos do centrão incorporados ao ministério em meados de 2023 sempre deixaram claro que uma coisa eram os assentos na Esplanada, outra bem diferente são os palanques país afora. Entraram no governo para garantir visibilidade e acesso à máquina do Estado.

ERA DA POLARIZAÇÃO – Habitualmente é assim. E seria de novo, não fosse pelo caráter plebiscitário das disputas de outubro, evidenciada no esforço dos campos de Lula e Bolsonaro para forçar a nacionalização do pleito.

Em decorrência, governadores oposicionistas já apresentam suas postulações à Presidência e evitam comparecer a atos de “entregas” federais a fim de não fornecer azeitonas à empada de Lula.

Partidos formalmente integrantes da base governista se aliam a adversários do PT em boa parte das disputas municipais, na tentativa de tornar ainda mais desfavorável ao Planalto a correlação de forças na cena nacional.

O QUE FARÁ LULA? – Caso consigam derrotar o PT, haverá um reposicionamento deles em 2025 com vista a 2026. E o que fará Lula?

Demitirá os ministros? Se demitir, piora a situação no Congresso. Se não, conviverá em casa com a sombra de potenciais quintas-colunas.

O lance da antecipação pode não ter sido tão esperto quanto imaginou o presidente.

Gerson desabafa e esculhamba a seleção, que não tem meio de campo…

Niterói deixa passar em branco aniversário de um de seus maiores ídolos do futebol - Coluna do Gilson

Aos 83 anos, Gérson diz que jogador do meio do campo deve “pensar”

Vicente Limongi Netto

Com autoridade de eterno, cerebral e extraordinário armador, o canhotinha de ouro do tri, Gerson Nunes, perdeu a paciência com as recentes atuações do Brasil na Copa America. Pessimista com as possibilidades do Brasil na Copa América, antes do jogo com o Uruguai ele não livrou a cara de ninguém, no seu canal no youtube.

Chamou Dorival Junior de “treineiro” e o meio de campo brasileiro de “porcaria”. Críticas veladas e enfáticas do exigente Gerson repercutiram no Estadão. Para ele não existe armador. “Para jogar no meio de campo é preciso pensar”.

Lucas Paquetá sabe jogar, mas parece galo de briga. Bruno Guimarães não resolve nada, com trombadas e pontapés e Vini Jr gasta energias em reclamações desnecessárias.

SEM COMENTÁRIOS – Ninguém, em sã consciência, se atreve a discordar do fabuloso canhotinha, que parou de jogar há quase 50 nos (está com 83 anos). Didi, mestre do mestre, passou o bastão de meia armador para Gerson. Que até hoje, incrível e inacreditável, não teve o prazer de passar o bastão para nenhum outro qualificado meia da seleção penta campeã. Simplesmente porque não existe, não tem. 

Paulo Henrique Ganso, a meu ver, e não fosse as constantes e graves contusões que sofreu, seria, o sucessor de Gerson. Lamentável e triste constatação. 

DUPLA PATÉTICA – Joe Biden garante que só desiste de disputar a reeleição, se Deus mandar. Está surdo e não sabe.

O desembargador do Paraná, Luis Cesar de Paula, entra fácil no radar dos mais idiotas do ano, por declarar que as “mulheres estão loucas atrás dos homens”. Mais um que deslustra o cargo, como o próprio presidente assim faz, ao dizer: “Tenho 70 anos, energia de 30 e tesão de 20 anos”.

 Engraçado, pensei que Lula já tinha 78 anos e estava indo para os 79… Será que ele está variando igual o Biden da Silva?

CORAÇÃO PARTIDO – O senador Eduardo Girão (Novo-CE) voltou desolado e amargurado, com coração partido, alma em frangalhos, da visita ao ex-diretor-geral da Policia Rodoviária Federal (PRF), Silvinei Vasques, preso na Papuda acusado de ordenar blitzen na época das eleições presidenciais para impedir a chegada dos eleitores de Lula, aos locais de votação.

Girão é caridoso. Católico praticante.  Não pode ver ninguém triste, sofrendo. Apreensivo, o senador revelou que encontrou o bom e puro Silvinei “doente, tomando remédios para depressão”. Girão prometeu voltar ao aprazível presídio da Papuda, outras vezes, para confortar Silvinei e rezarem um terço junto.

LEVAR IGUARIAS – O senador vai pedir ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, permissão para levar uma sacola de aguarias cearenses para o tristonho Silvinei. Como melado de rapadura, castanha de caju, siriguela, pitomba, peixe frito e farinho de rosca. Além de cobertores para Vasques agasalhar e proteger a alma do frio.

Também está nos planos do atencioso senador, levar garrafas térmicas com água do mar e potes com areia da praia do Futuro e livros do espírita Alan Kardec, pelo qual o senador devota imensa admiração. Como o Natal está ficando próximo, Girão estuda pedir autorização ao ministro Moraes, para levar vinho e espumante para o solitário Silvinei. 

Senadora investigada pelo 8 de Janeiro apresenta projeto para anistiar golpistas

Senadora Rosana Martinelli acha as penas foram rigorosas demais

Deu na CartaCapital

A senadora bolsonarista Rosana Martinelli (PL-MT) apresentou, nesta quarta-feira 3, um projeto de lei que prevê a anistia para golpistas envolvidos no 8 de Janeiro. Acontece que a própria parlamentar é investigada por participação na tentativa de golpe de estado.

Na justificativa da proposta, a senadora diz que a anistia se faz necessária porque, na sua visão, ‘inocentes’ teriam sido condenados apenas por estarem no local das manifestações sem terem cometido crimes.

DIZ A SENADORA – “Os inocentes que estavam exercendo seu direito como cidadãos, sem participação nos atos antidemocráticos, não devem ser punidos ou condenados por crimes de golpe de Estado e abolição violenta do Estado Democrático de Direito”, justifica Rosana Martinelli.

A senadora pede “anistia […] a todos que, em razão das manifestações ocorridas em Brasília, na Praça dos Três Poderes, no dia 8 de janeiro de 2023, tenham sido ou venham a ser acusados ou condenados pelos crimes definidos nos arts. 359-L [abolição do Estado Democrático de Direito] e 359-M [depor, por meio de violência ou grave ameaça, o governo].”

Diz, ainda na proposta, que as punições atuais aplicadas aos participantes do 8 de Janeiro pelo Supremo Tribunal Federal (STF) são ‘injustas’ e ‘desproporcionais’. A Corte, até aqui, tem determinado penas que variam de 3 a 17 anos de prisão para os envolvidos nos atos golpistas. Para ela, essa proposta seria ‘uma resposta do Legislativo’ a essas ações do Supremo.

PROPOR ANISTIA – “Diante deste cenário cabe ao Legislativo agir. Propomos a concessão de anistia àqueles que tenham participado da manifestação do dia 8 de janeiro de 2023, em Brasília, remanescendo as acusações e condenações pelos crimes de deterioração do patrimônio público e associação criminosa.”

O texto já foi apresentado aos senadores, mas, segundo o próprio sistema do Senado, aguarda um despacho para iniciar a tramitação. Não há, por enquanto, qualquer indicação de que a proposta será colocada em votação. No Congresso, vale lembrar, já tramitam outros textos com o mesmo objetivo.

A proposta, vale dizer, pode beneficiar a própria senadora, uma vez que, conforme citado, ela integra a lista de investigados no inquérito do STF sobre os atos antidemocráticos do 8 de Janeiro. Ela teria encaminhado caminhões para apoiar manifestantes.

Problema de Lula não é a senilidade – suas ideias é que se tornaram senis

Viagens de familiares de Lula custaram R$ 4,2 milhões ao contribuinte

Lula da Silva continua com as mesmas ideias de 30 anos atrás

William Waack

Apelidar Lula de “Biden da Silva” está ganhando tração nas lacrações na internet, num tipo de ataque por parte de adversários mais habilidosos no espaço digital do que a corrente política do presidente brasileiro. A comparação, porém, é descabida.

Joe Biden é uma vítima clara de senilidade, definida como doença degenerativa crônica que afeta a memória, o raciocínio e o comportamento de pessoas idosas. A enfermidade o obriga a ter de tomar uma única decisão (abandonar ou não a reeleição), pessoal e política, de enormes consequências, qualquer que seja.

LULA ESTÁ MELHOR – Salta aos olhos que Lula desfruta de condição física muito melhor do que a de Biden, e não precisa decidir neste momento sobre reeleição. O problema principal para Lula é ser vítima de sua própria visão dos fatos e as ações disso decorrentes, prejudiciais para ele mesmo.

É o caso específico do cenário econômico. Lula não parece entender os mecanismos que pioram ou aliviam o peso das questões fiscais e monetárias que balizam hoje – goste-se ou não disso – a política brasileira. E insiste em posturas que pioram as já precárias condições de governabilidade.

Ele acha que as oscilações típicas de preços de ativos – desde sempre motivadas por expectativas – não passam de “conspirações” e “especulações”, incentivadas pelo BC dirigido por um bolsonarista. E que as elites empresariais brasileiras são apenas rentistas, e fundamentalmente opostas a ele e sua preocupação com “os pobres”.

SEMPRE REPETINDO – O avanço da idade, e os fatos traumáticos recentes da vida (580 dias na prisão), acentuaram em Lula o apego a esquemas mentais que ele repete desde que surgiu na cena política, meio século atrás. É basicamente a divisão do mundo entre “eles” e “nós”, entre “ricos” malvados e “pobres e trabalhadores” vítimas, descrição que ele aplica também ao cenário internacional.

Auto centrado, e ouvindo pouca gente, Lula está preso a um passado de vinte anos atrás e a memórias que são pura imaginação.

O “gasto é vida” de Dilma vem da mesma matriz dos postulados que Lula defende hoje como cerne de um programa de governo. E se recusa a admitir o que deu errado.

IDEIAS SENIS – São profundas e, em certa medida, bastante perturbadoras algumas das mudanças ocorridas nos últimos vinte anos, entre elas as relações capital-trabalho. tAssim como as sensíveis alterações na relação de força entre os poderes em Brasília, fatos que Lula não parece contemplar, ou para os quais não encontrou formas exitosas de lidar.

A senilidade da qual padece o personagem político Joe Biden condiciona o papel que ele representa na História. No caso de Lula, é a senilidade das suas ideias.

Vice-presidente Kamala Harris desponta como possível candidata pós-Biden

Kamala Harris discursa durante evento na Universidade de Maryland

Kamala Harris tem chance de ser a primeira mulher eleita nos EUA

Guga Chacra
O Globo

Assim como muitos eleitores nos Estados Unidos e pessoas que acompanham a política americana, fiquei decepcionado com o desempenho de Kamala Harris como vice-presidente. Após a vitória de Joe Biden em 2020, a expectativa era de que ele permanecesse apenas um mandato, abrindo espaço para essa política se candidatar quatro anos mais tarde e tornar-se a primeira mulher eleita para a Presidência.

Esta possibilidade se esvaiu com a queda na popularidade dela ao longo do mandato e passou a ser algo improvável.

APÓS O DEBATE – Passada uma semana do catastrófico desempenho do atual ocupante da Casa Branca no debate contra o ex-presidente Donald Trump, e após uma série de nomes serem sondados para uma possível desistência de Biden, o nome de Kamala disparou nas bolsas de apostas desde terça como o mais provável para encabeçar a chapa democrata. Antes disso, claro, depende da desistência da cada vez mais inviável candidatura de Biden.

A pressão para o presidente abrir mão da candidatura cresce, embora ainda não possamos descartar que ele queira seguir mesmo diante de uma provável derrota para Trump, que não esconde seus desejos de enfraquecer a democracia americana.

A pergunta que fica é sobre o motivo de escolher Harris e não um dos populares governadores e governadoras democratas em diferentes estados.

OUTRA MULHER – Para citar uma mulher, há Gretchen Whitmer, que governa Michigan, um dos mais importantes estados-pêndulo, como são conhecidos aqueles sem predomínio democrata ou republicano. Reeleita, desfruta de enorme popularidade. Sem dúvida, poderia ser uma alternativa, assim como uma série de outros governadores.

Como não houve primárias, no entanto, fica difícil saber da viabilidade de cada um destes nomes ou para que surjam figuras inesperadas, como foi o caso de Jimmy Carter em 1980 e de Bill Clinton, em 1992.

Um democrata popular que governa um estado conservador atualmente é Andy Beasher, do Kentucky.

SOLUÇÃO SIMPLES – Kamala Harris, embora longe de ser uma candidata ideal como Barack Obama em 2008, não pode ser descartada apenas porque decepcionou. Cabe aos democratas decidirem, claro.

Mas podemos delinear alguns pontos para indicar que talvez a atual vice-presidente seja a solução mais simples diante do caos que o Partido Democrata se colocou ao insistir na candidatura do Biden em vez de realizarem primárias abertas sem a participação dele — o atual presidente deveria ter se colocado como estadista e uma figura de transição de uma era pós-Trump para figuras mais jovens.

Em primeiro lugar, Harris tem legitimidade. É vice-presidente. Ganhou uma eleição na chapa com Biden. Poderia ter assumido o cargo, como Lyndon Johnson assumiu depois do assassinato de John Kennedy. Em segundo lugar, tem experiência. Além da Vice-Presidência, foi senadora pela Califórnia e serviu em uma série de comissões no Senado.

MUITA EXPERIÊNCIA – Antes disso, exerceu o cargo de procuradora-geral da Califórnia. Terá acesso ao dinheiro doado para a chapa dela com Biden, o que não ocorre no caso de outro candidato — e estamos falando de centenas de milhões de dólares. As diferentes alas do partido, incluindo a esquerda e a mais moderada, não impõem resistência ao nome dela.

Por último, não há absolutamente nenhum escândalo contra a atual vice-presidente. Insisto, está longe de ser uma candidata perfeita. Mas, no atual cenário, talvez seja a solução mais óbvia e “menos pior” do que Biden.

Na véspera do debate, Biden contava com 35,5%, mas caiu em seguida para 19,2%. Desde então, seu nome praticamente não voltou a subir no mercado de apostas. O governador da Califórnia, Gavin Newson, chegou a disparar após o debate, mas seu nome caiu após um breve pico.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
O artigo de Guga Chacra foi premonitório. No dia seguinte, Kamala Harris disparou e já passou o presidente Joe Biden como nome democrata favorito. Biden, em queda acentuada desde o debate da semana passada contra Donald Trump, está com 9,7%, enquanto Harris disparou e marca 17,5%.  Os dados são do agregador Real Clear Politics, que usa diversas pesquisas. (C.N.)

Privilégios da elite do serviço público drenam os recursos para investimento

Charge do Brum (Arquivo Google)

Deborah Bizarria
Folha

Em 1980, a Assembleia Legislativa da Paraíba determinou que as viúvas de desembargadores, governadores e deputados estaduais deveriam receber, além da pensão, 50% da remuneração do falecido enquanto estava na ativa. Quatro anos depois, esse benefício foi ampliado para incluir as viúvas e dependentes dos juízes.

Este privilégio, inalcançável para a maioria dos cidadãos, perdurou até ser considerado inconstitucional pela ministra Rosa Weber em 2021. Esse e outros casos de regras especiais para a elite do funcionalismo público são detalhados no livro de Bruno Carazza: “O país dos privilégios – Volume 1: Os novos e velhos donos do poder”.

GASTANDO DEMAIS – Para demonstrar a dimensão do problema, Carazza apresenta dados específicos do Judiciário. No Brasil, os gastos com todos os ramos de Justiça representam 1,6% do PIB. Em países emergentes, o custo do Judiciário é, em média, 0,5% do PIB, e em países ricos é de 0,3%. Esse 1% a mais que gastamos com o Judiciário seria suficiente para financiar o atual formato do Bolsa Família.

Além disso, outras pequenas elites concentram salários e benefícios em várias áreas, como fiscais da receita, cartorários, militares e procuradores.

ACIMA DO TETO – Como várias carreiras conseguem chegar não só próximo, mas até ultrapassar o teto de remuneração? Parte da resposta está na “comparação para cima” e no efeito âncora, que ocorre quando indivíduos usam uma informação de referência em suas decisões, mesmo que de forma desconexa.

Na prática, a Emenda Constitucional nº 19/1998, que visava limitar os rendimentos no setor público e coibir abusos, virou uma meta salarial, não mais um teto.

Para ilustrar esse mecanismo, Carazza cita um caso mencionado no livro “Previsivelmente Irracional”, de Dan Ariely. O governo americano pretendia expor a política salarial das grandes empresas para, através da divulgação dos salários de presidentes e diretores, constrangê-las a cortar excessos. Contudo, o efeito foi contrário.

CASO DO CEO – Em 1993, um CEO americano ganhava, em média, 131 vezes mais do que a mediana dos empregados de sua empresa. Em 2008, essa diferença saltou para 369 vezes.

Segundo Ariely, fatores psicológicos e comportamentais, como inveja e a necessidade de comparação, explicam esse resultado.

As pessoas tendem a se preocupar mais com sua posição relativa do que absoluta, avaliando-se em comparação com seus pares e superiores, raramente considerando os menos favorecidos. Com a divulgação, os CEOs passaram a se comparar com os de outras empresas, gerando uma corrida para obter benefícios superiores. Em vez de reduzir a média salarial, a decisão incentivou uma escalada rumo ao topo. Similarmente, o teto do funcionalismo parece ter ancorado as expectativas salariais das carreiras que têm alto poder de barganha.

REFORÇAR A REGRA – Isso não significa que a regra deveria ser abandonada, mas sim reforçada. Atualmente, há muitos furos decorrentes da adição dos “penduricalhos” – auxílios e benefícios monetários que não são limitados pela regra nem sujeitos ao imposto de renda. Os mais conhecidos são os juízes e membros do Ministério Público, que frequentemente recebem auxílio-moradia, auxílio-alimentação, auxílio-saúde e outras “verbas indenizatórias” pagas com dinheiro público.

Vale destacar que esses luxos não são concedidos a todos os funcionários públicos, mas sim a uma elite que se aproveita de suas posições e influência política para pressionar por maiores salários ou, ao atingir o limite constitucional, obter mais penduricalhos.

Qual é a solução, então? O livro destaca a necessidade de uma discussão séria sobre o pacote de benefícios do funcionalismo público.

REVER TUDO – Revisar os adicionais que frequentemente permitem que servidores do topo ganhem mais que o presidente da República e os ministros do Supremo exige coragem. Além disso, é crucial debater os incentivos negativos que desestimulam os trabalhadores do setor público a oferecer um serviço de qualidade à população.

A discussão sobre uma reforma administrativa deve ser pautada por uma avaliação criteriosa, que valorize a contribuição real dos servidores para a população. O papel da sociedade civil é fundamental nesse processo, para enfrentar os interesses concentrados de elites estabelecidas.

Longe de demonizar as carreiras públicas, Bruno Carazza propõe um diagnóstico baseado em dados sobre como parte do orçamento público é constantemente capturado por interesses privados. Vale a leitura acompanhada de uma xícara de chá de camomila, pois a descrição da busca descarada de agentes por privilégios certamente causará indignação no leitor.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
As elites brasileiras do serviço público, especialmente o Judiciário, simplesmente conseguiram aperfeiçoar a famosa exploração do homem pelo homem. E o pior é que até os militares entraram nessa mamata. Uma prática vexaminosa. E a desigualdade salarial aumenta a cada reajuste.  (C.N.)

Após indiciamento pela Polícia Federal, situação de Bolsonaro se agrava

“Amanhece, preciso ir, meu caminho é sem volta e sem ninguém”, dizia o cantador

Folhapress - Fotos - Nelson Motta (dir.) e Dori Caymmi,

Dori e Nelsinho, amigos desde sempre

Paulo Peres
Poemas e Canções 

O jornalista, escritor, roteirista, produtor musical, letrista e compositor paulista Nelson Cândido Motta Filho, na letra de “O Cantador”, em parceria como amigo Dori Caymmi, fala sobre a dor, a vida, a morte e o amor, sentimentos que fazem o cotidiano de quem apenas sabe cantar. A música teve várias gravações, entre as quais, a do próprio compositor no LP Dori Caymmi, em 1972, pela Odeon.]

O CANTADOR
Dori Caymmi e Nelson Motta

Amanhece, preciso ir
Meu caminho é sem volta e sem ninguém
Eu vou pra onde a estrada levar
Cantador, só sei cantar
Ah! eu canto a dor, canto a vida e a morte, canto o amor
Ah! eu canto a dor, canto a vida e a morte, canto o amor

Cantador não escolhe o seu cantar
Canta o mundo que vê
E pro mundo que vi meu canto é dor
Mas é forte pra espantar a morte
Pra todos ouvirem a minha voz
Mesmo longe …

De que servem meu canto e eu
Se em meu peito há um amor que não morreu
Ah! se eu soubesse ao menos chorar
Cantador, só sei cantar
Ah! eu canto a dor de uma vida perdida sem amor
Ah! eu canto a dor de uma vida perdida sem amor

Adeus, paz! Israel invade e usurpa mais 24 quilômetros quadrados na Cisjordânia

This picture taken on June 28, 2024 shows the the Israeli settlement of Maale Adumim in the occupied West Bank on the outskirts of Jerusalem. (Photo by AHMAD GHARABLI / AFP)

Este é o assentamento israelense Maale Adumim, na Cisjordânia ocupada

Deu na Veja

O grupo israelense Peace Now, um órgão de vigilância contra assentamentos judeus em territórios palestinos, afirmou em relatório divulgado nesta quarta-feira, 3, que Israel aprovou a maior usurpação de terras na Cisjordânia em mais de três décadas. A região povoada por palestinos é parcialmente controlada por israelenses, tanto militares quanto colonos civis encarregados de administrar assentamentos.

De acordo com o relatório, autoridades aprovaram a apropriação de 12,7 quilômetros quadrados de terras no Vale do Jordão. Os dados do Peace Now indicam que esta foi a maior cota individual aprovada desde os acordos de Oslo de 1993, no início do processo de paz entre palestinos e israelenses.

“ANEXAÇÃO” – A usurpação, que israelenses qualificam como “anexação” de terras, foi aprovada no final do mês passado. Ela ocorre após 8 quilômetros quadrados de terras na Cisjordânia serem invadidos em março e de 2,6 quilômetros quadrados em fevereiro. As terras são contíguas e localizadas a nordeste da cidade de Ramallah, onde está sediada a Autoridade Palestina, representação apoiada pelo Ocidente.

Ao declará-las como terras estatais, o governo israelense passa a permitir seu arrendamento a cidadãos de Israel e proíbe a propriedade privada por parte de palestinos. 

Segundo o Peace Now, isso faz de 2024, de longe, o ano de pico para a implementação do controle israelense na Cisjordânia.

CISJORDÂNIA OCUPADA – Ao todo, Israel já construiu mais de 100 colonatos em toda a Cisjordânia, alguns dos quais se assemelham a subúrbios totalmente desenvolvidos ou a pequenas cidades. Eles abrigam mais de 500 mil colonos judeus que têm cidadania israelense.

Os 3 milhões de palestinos na Cisjordânia vivem sob um regime militar israelense que tem poucos limites, apesar do governo da Autoridade Palestina (AP).

A AP administra partes do território palestino ocupado por Israel, mas está impedida de operar em cerca de 60% do território, onde estão localizados os colonatos.

AUMENTO DAS TENSÕES – A medida tem potencial de agravar as já crescentes tensões entre os povos, ligadas à guerra entre Israel e o grupo terrorista palestino Hamas em andamento em Gaza. A violência aumentou na Cisjordânia desde o início do conflito, com ataques militares israelenses quase diários, que muitas vezes desencadeiam tiroteios mortais com militantes palestinos.

Os palestinos consideram inaceitável a expansão dos colonatos na Cisjordânia ocupada, afirmando que esta é a principal barreira a qualquer acordo de paz duradouro no Oriente Médio. Além disso, a maior parte da comunidade internacional, incluindo os Estados Unidos, maiores aliados de Israel, considera os assentamentos judeus ilegais ou ilegítimos.

O atual governo israelense considera a Cisjordânia como o coração histórico e religioso do povo judeu, e por isso opõe-se à criação de um Estado palestino na área. Na guerra de 1967, Israel capturou a Cisjordânia, a Faixa de Gaza e Jerusalém Oriental. Esses três territórios são reivindicados pelos palestinos para um futuro Estado independente.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Para desespero dos israelenses pacifistas, que existem e são muitos, os extremistas liderados por Netanyahu seguem o plano sinistro de anexar a Cisjordânia, a Faixa de Gaza e qualquer outro território onde vivem palestinos. E assim Israel vai perdendo aliados, progressivamente. O resultado final, já se pode antever, será a guerra eterna entre os israelitas e os islamitas, fato que representa uma ameaça concreta à paz no Oriente Médio e no resto do mundo. (C.N.)

No jantar de Javier Milei e Bolsonaro, o prato do dia é Lula no meio do alvo

Bolsonaro e Milei terão encontro no Brasil durante evento conservador | CNN Brasil

Jair Bolsonaro e Milei vão se reunir neste final de semana

Fernanda Alves
O Globo

O governador de Santa Catarina, Jorginho Mello (PL), está organizando um jantar neste fim de semana para o presidente argentino Javier Milei e ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro. A expectativa é que os dois estejam em Balneário Camboriú no sábado e domingo para a Conferência de Ação Política Conservadora (CPAC, na sigla em inglês).

De acordo com a assessoria de Jorginho, aliado do ex-presidente, a intenção é promover o encontro reservado, que depende da agenda do chefe de Estado argentino, apertada, segundo o governo catarinense.

BOLSONARISMO – O evento, em sua quinta edição no país, é encabeçado pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), e reunirá ainda representantes do bolsonarismo de outros estados, como o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG), o senador Magno Malta (PL-ES) e o secretário de Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite (PL).

Como o GLOBO mostrou nesta semana, a ideia é transformar o encontro em um palanque para líderes sul-americanos que têm verbalizado oposição ao presidente Lula. Além de Milei, o líder do Partido Republicano do Chile, José Antonio Kast, crítico declarado do petista, também manifestou intensão de participar da conferência.

O presidente argentino cancelou sua viagem para a cúpula do Mercosul no Paraguai, onde estarão Lula e os outros chefes de Estado sul-americanos. Milei alegou problemas de agenda para não comparecer à reunião. Ele enviará como representante a chanceler Diana Mondino, que tem mantido diálogo com o governo brasileiro sobre temas de interesse dos dois países, como a importação de gás natural da reserva de Vaca Muerta.

DINOSSAURO IDIOTA – Milei, que deve se reunir com Bolsonaro durante a conferência em Santa Catarina, chamou o petista de “dinossauro idiota” na terça-feira, horas após sua visita ao Brasil ser confirmada.

Segundo a colunista Malu Gaspar, um dos objetivos é discutir como aproveitar uma eventual vitória de Trump nos EUA para insuflar a direita no continente. Na América do Sul, além de Milei, apenas o equatoriano Daniel Noboa e o uruguaio Luis Lacalle Pou são vistos como exceções a uma onda recente de governantes de esquerda.

Lula, que tinha previsão de ir a Santa Catarina no mesmo fim de semana em que ocorrerá o CPAC, adiou na terça-feira a viagem. O presidente foi orientado por assessores a não reagir às provocações do argentino.