Veja as perguntas do deputado americano que Moraes se recusa a responder

Relatório da PF sobre confusão em Roma deixa Moraes irritado; entenda

Moraes já avisou que não tem de responder ao congressista

Deu no Poder360

O presidente da subcomissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados dos Estados Unidos, Chris Smith (Republicano), pediu nesta sexta-feira (dia 21) que o ministro do STF Alexandre de Moraes se manifeste a respeito da suposta censura e abusos do Judiciário no Brasil. O congressista, que é pró-Trump, presidiu uma sessão temática em maio de 2024, intitulada “Brasil: a crise da democracia, liberdade e do Estado de Direito?”.

Ouviu testemunhas a respeito da atuação do Supremo no banimento de perfis e conteúdos de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

VERSÃO DE MORAES – Agora, Smith quer saber a versão do ministro do Supremo Tribunal Federal a respeito de supostos excessos e abuso de poder. Dentre os pedidos, ele pede o esclarecimento a respeito de ordens judiciais e investigação de autoridades por publicações nas redes sociais.

A carta pede que Moraes responda em até 10 dias úteis. O magistrado não é obrigado a responder. O Poder360 procurou o Supremo para perguntar se gostaria de se manifestar a respeito da carta do político norte-americano. Por meio de sua assessoria de imprensa, a Corte respondeu que nem ela e nem Moraes vão comentar.

Segundo o deputado norte-americano, os depoimentos “críveis e substanciais” dados na oitiva levantaram graves preocupações a respeito da democracia brasileira.

###
EIS A ÍNTEGRA DA CARTA DE CHRIS SMITH

Prezado Ministro Alexandre de Moraes:

“Escrevo-lhe na condição de integrante do Congresso e Presidente da Subcomissão de Saúde Global, Direitos Humanos Globais e Organizações Internacionais.

“Em 7 de maio, presidi uma audiência pública da subcomissão intitulada ‘Brasil: Uma Crise de Democracia, Liberdade e Estado de Direito?’. O objetivo desta audiência foi discutir os alarmantes relatos de violações generalizadas dos direitos humanos cometidas por autoridades brasileiras, incluindo má conduta judicial, perseguição à oposição política, supressão da liberdade de expressão e silenciamento da mídia de oposição. Os depoimentos dados na audiência forneceram fatos e evidências críveis e substanciais sobre esses problemas, e traçaram um quadro profundamente perturbador do estado da democracia e dos direitos humanos no Brasil. A audiência levantou sérias preocupações entre os integrantes do Congresso dos EUA sobre o estado da democracia no Brasil.

“Devido à gravidade do assunto, e para garantir que as relações entre os Estados Unidos e o Brasil sejam conduzidas com base em informações precisas, solicito respeitosamente que o senhor forneça esclarecimentos sobre os seguintes assuntos:

1 ) “Existem atualmente jornalistas ou outros indivíduos cujo conteúdo está sujeito à censura prévia por sua ordem, incluindo, mas não se limitando a medidas como bloqueio de contas em redes sociais, remoção de sites ou conteúdo online, ou quaisquer outras ações que impeçam a publicação ou livre disseminação de informações?;

2 ) “O senhor tem conhecimento da emissão de quaisquer ordens que tenham resultado no fechamento ou suspensão das operações de veículos de comunicação no Brasil? Da mesma forma, o senhor tem conhecimento de quaisquer ações tomadas por uma entidade governamental que tenham dificultado jornalistas de exercer suas funções profissionais, como o congelamento de seus ativos financeiros ou a imposição de restrições às suas liberdades civis, incluindo ordens de prisão ou o cancelamento de seus passaportes?;

3 ) “Algum integrante do Congresso brasileiro foi processado, investigado ou sujeito a medidas preventivas, como congelamento de bens ou restrições de viagem, devido a opiniões expressas ou ações tomadas no curso do exercício de suas funções legislativas?;

4 ) “Em suas investigações e processos contra civis, o senhor observou o devido processo legal, incluindo fazer as devidas notificações e citações em casos de indivíduos residentes nos Estados Unidos?;

5 ) “O senhor tem conhecimento de alguma instância de repressão transnacional, incluindo o uso de agências dos EUA ou organizações internacionais operando nos EUA, como a Interpol, para assediar indivíduos atualmente em território dos EUA e sob jurisdição dos EUA? Em 21 de maio, a Comissão de Justiça (equivalente à CCJ da Câmara) enviou uma carta ao Diretor do FBI afirmando que o Comitê Judiciário havia encontrado evidências de que, agindo em nome do governo brasileiro, o FBI havia contatado dois residentes dos EUA, um dos quais era um jornalista alvo de ordens de censura emitidas por tribunais brasileiros. Por favor, compartilhe qualquer informação que o senhor tenha sobre este e outros casos.;

6 ) “O senhor solicitou dados ou emitiu ordens contra empresas ou indivíduos que não estão sob sua jurisdição geográfica, incluindo empresas ou indivíduos sob a jurisdição dos Estados Unidos?;

7 ) “O senhor exigiu que empresas ou indivíduos dos EUA cumprissem ordens cuja legalidade é questionável sob a lei brasileira, incluindo ordens que ameaçam empresas ou indivíduos dos EUA com ações legais contra seus funcionários, com multas ou com bloqueio, proibição e/ou desconexão deles no Brasil?

“Solicito respeitosamente que o senhor forneça uma resposta dentro de 10 dias úteis, pois estou atualmente trabalhando em uma legislação relacionada a este assunto com outros integrantes da Câmara.

“Como o senhor deve saber, tive o prazer e o privilégio de viajar para o seu país, de conhecer e trabalhar em questões de direitos humanos e estado de direito com muitos brasileiros e brasileiros-americanos, e permaneço profundamente comprometido em fortalecer a relação entre os EUA e o Brasil.

“Atenciosamente,

“CHRISTOPHER H. SMITH”

###
NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
– Moraes não quer responder e nada acontecerá, a não ser a degradação da imagem da Justiça brasileira. O interessante de tudo isso é que o parlamentar americano realmente tomou conhecimento dos excessos autoritários cometidos por Moraes e os cita com precisão. Embora o Supremo vá fazer de conta que não está ocorrendo nada, o assunto é grave e vamos abordá-lo aqui com a seriedade que merece. (C.N.)

Juros reais sob Campos Neto estão mais baixos do que sob Meirelles, em Lula 1 e 2

BC faz novo corte na taxa de juros! - O Cafezinho

Charge do Gilmar Fraga (Gaúcha//Zero Hora)

Alvaro Gribel
Estadão

Apesar das fortes críticas direcionadas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, os juros reais (descontada a inflação) no País hoje estão menores do que nos primeiros mandatos do atual governante petista.

Na época, o Banco Central era presidido pelo economista Henrique Meirelles, indicado por Lula, mas o País não havia acumulado reservas internacionais, que reduziram drasticamente o risco de um calote externo por parte do governo brasileiro – e ainda havia dúvidas sobre a política econômica que seria implementada pela gestão petista.

MÉDIA DOS JUROS REAIS – Pela métrica dos chamados juros reais “ex-ante”, que descontam da Selic futura as expectativas de inflação, a média dos juros reais no governo Lula 1 foi de 19,4%, caindo para 11,8% no segundo mandato de Lula, e agora está em 7,9%.

O gráfico abaixo, compilado pela agência de classificação de risco Austin Rating, mostra todo o período dos juros reais por essa métrica desde 1999, trimestre a trimestre. Os juros reais eram extremamente elevados no início dos anos 2000, principalmente pela vulnerabilidade externa que o País sempre enfrentou ao longo de todo o século 20 – e que foi motivo de várias crises econômicas.

Os juros mais altos atraiam capital especulativo, o que era crucial para conter o déficit em conta-corrente que provocava esse desequilíbrio externo.

RESERVAS E DÍVIDAS -Com o aumento das exportações de commodities puxadas pela China – especialmente minério de ferro e soja – e o acúmulo de reservas internacionais – que saltaram do patamar de US$ 37 bi para US$ 370 bilhões –, o Brasil conseguiu se tornar credor externo líquido, o que contribuiu para a redução dos juros.

Além disso, o presidente Lula manteve a política de superávits primários ao longo dos seus dois governos, o que reduziu o endividamento do governo, além de ter dado autonomia na prática para o Banco Central perseguir a meta de inflação. Isso manteve as expectativas ancoradas.

“Os dois presidentes dos Banco Centrais sob Lula tiveram ações diferentes. Meirelles precisou ser mais contracionista do que Roberto Campos Neto, agora”, afirmou Alex Agostini, economista-chefe da Austin.

CAINDO MAIS – No governo Dilma Rousseff, os juros caíram ainda mais, mas de forma artificial, com forte pressão política sobre Alexandre Tombini, então presidente do Banco Central.

O resultado, ao contrário do que esperava a equipe econômica, foi aumento da desconfiança, desancoragem das expectativas de inflação e redução do crescimento econômico. Rapidamente os juros voltaram a subir, atingindo um novo pico no governo Temer.

Roberto Campos Neto assumiu a presidência do BC em 2019, no governo de Jair Bolsonaro. Em 2020 e 2021, os juros reais chegaram a ficar negativos, mas por causa da pandemia de coronavírus, como uma forma de estimular o crescimento, em uma política “anticíclica”. Na média, eles foram de 0,6% nos quatro anos de mandato de Bolsonaro.

CRÍTICAS EXAGERADAS – Para o economista Silvio Campos Neto, da Tendências Consultoria, os dados reforçam a percepção de que as críticas de Lula ao atual presidente do Banco Central estão exageradas, e que o BC vem realizando um trabalho técnico na condução da política monetária.

Isso inclui os votos dos quatro diretores já indicados por Lula, que também optaram por manter a Selic em 10,50% ao ano (taxa nominal, sem descontar a inflação) na reunião desta semana.

“As críticas estão totalmente fora de contexto. Se os juros estivessem excessivamente altos, a inflação estaria mais baixa, a atividade estaria afundando, e o câmbio bem mais apreciado”, pontuou.

###
NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
– Importantíssia análise, enviada por José Carlos Werneck. Mostra que Lula e os petistas melhor fariam se ficasse quietos e tentassem não atrapalhar seu próprio governo. As peruadas deles atrapalham pra dedéu, como se dizia antigamente. (C.N.)

Senado quer usar R$ 8 bilhões em dinheiro “esquecido” por brasileiros nos bancos

Gilmar Fraga: consulta ao dinheiro esquecido nos bancos... | GZH

Charge do Gilmar Fraga (Gaúcha/Zero Hora)

Hamilton Ferrari
Poder360

Senado Federal quer usar R$ 8 bilhões em dinheiro “esquecido” por brasileiros nos bancos para viabilizar a desoneração da folha salarial de 17 setores e municípios de até 156,2 mil habitantes. A proposta foi apresentada por congressista ao Ministério da Fazenda, que vai estudar a viabilidade da medida.

Os valores constam no SVR (Sistema Valores a Receber), plataforma para que a pessoa física consiga resgatar recursos deixados no banco, como contas finalizadas ou outros.

DINHEIRO PARADO – Há R$ 8,16 bilhões disponíveis para saque dos clientes bancários. Segundo o BC, há 6,45 milhões de pessoas físicas e 1,7 milhão de pessoas jurídicas que podem receber. Do total, 88,5% têm de R$ 0,01 a R$ 100 para resgatar. Mas há 11,5% que podem receber de R$ 100 a valores acima de R$ 1.000. Herdeiros têm direito ao saque. Saiba aqui se você tem direito.

O líder do governo no Congresso, senador Randolfe Rodrigues (sem partido-AP), disse que o Senado propôs ao governo federal o uso desses recursos para viabilizar a desoneração. Essa medida foi aprovada com renúncia fiscal de R$ 26,3 bilhões que não tem compensação, segundo o governo.

Por isso, será necessário aumentar a receita da União para viabilizar a continuidade da desoneração em 2024. Não seria a 1ª vez que o governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) será beneficiado com a injeção de recursos de brasileiros nos cofres públicos.

PIS/PASEP – Na aprovação da PEC (Proposta de Emenda à Constituição) fura-teto, houve a entrada de R$ 26 bilhões nas contas de 2024 referentes aos recursos esquecidos do PIS/Pasep (Programa de Integração Social/Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público).

O tema foi alvo de divergência entre a equipe econômica do governo e o BC (Banco Central). A autoridade monetária entende que o valor não poderia ser considerado como receita primária, o que não foi feito pelo Ministério da Fazenda.

Randolfe disse ainda que o Senado propôs um “Refis” – programa de recuperação fiscal  – das agências reguladores. “É uma das possibilidades […] que estão na cesta de iniciativas para poder garantir a viabilização da desoneração”, disse. Outra possibilidade é a “repatriação” de recursos para o Brasil. O senador declarou que o Ministério da Fazenda fará o levantamento para saber quanto será arrecadado pelo governo. Randolfe declarou também que o Ministério da Fazenda fará estudos sobre outras medidas….

###
NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Atualmente o dinheiro é usado pelos bancos para engordar seus lucros, através das Operações Compromissadas, que são uma espécie de overnight exclusivo para banqueiros. Mas quem se interessa? (C.N.)

Campos Neto não tem condições éticas para ser presidente do Banco Central

Charge do Aroeira (Arquivo Google)

Roberto Nascimento

O economista Roberto Campos Neto perdeu as condições de dirigir o Banco Central em 2021, quando foi envolvido no escândalo Pandora Pampers, numa investigação sobre sonegação de impostos. Na época, foi confirmado que Paulo Guedes, ministro da Economia, e Roberto Campos Neto, presidente do BC, mantinham contas secretas em paraísos fiscais.

Ou seja, Guedes e Campos Neto não confiavam na própria política monetária que estavam colocando em prática. Para fugir dos impostos sobre transações financeiras no Brasil, ganhavam dinheiro no Brasil e investem no exterior. Pode até ser legal, mas é imoral.

TUDO CERTO – Nenhum dos dois pensava no Brasil. É muito fácil jogar pedras no quintal alheio e ficar caladinhos do nosso lado. Não aceitam nenhuma crítica, nada, nada, certamente acham que está certo conduzir a economia brasileira, mas manter os investimentos pessoais no exterior, mas é claro que se trata de total desmoralização.

Sob esse critério antiético, os outros são corruptos, mas nossos aliados são santos, mas só se forem santos do pau oco, para levar nosso ouro clandestinamente, como na era da colônia.

Portanto, Roberto Campos Neto perdeu as condições morais de permanecer no comando da Banco Central naquela época. Seria preciso autorização do Senado para demiti-lo, mas teria valido a pena.

COM TARCÍSIO – E aí está o Roberto Campos, agora engajado na campanha de Tarcísio de Freitas a presidente em 2026. No showmício e banquete promovido pelo governador de São Paulo, em homenagem ao economista, entre loas e afagos, Campos Neto foi convidado para ministro da Fazenda do novo governo, se Tarcísio vencer, é claro.

Há dois sinais claros, que vislumbro do banquete das elites empresariais de São Paulo, com a nata do sistema financeiro:

1- Os donos do poder financeiro e industrial descartaram o ex- presidente Jair Bolsonaro, que já teria cumprido o seu papel e agora vai ser solenemente dispensado.

2- Esse grupo político e empresarial, não conta com a possibilidade de reeleição de Lula em 2026. Como Jair, o presidente Lula deixou de ser o queridinho do Poder Econômico.

ESTÁ EM CAMPANHA Os nomes de Caiado e Zema são como aqueles bois de piranha, fracos e doentes de votos, que vão para o sacrifício para a boiada do governador Tarcísio de Freitas passar livre, leve e solta no caminho do Palácio do Planalto.

Muitos não querem ver, porque estão cegos pela polarização e pela ideologia, mas os movimentos de Tarcísio são claros. Ele vem tendo boa interlocução com o Supremo, com a bancada evangélica (em cultos foi visto rezando com olhos fechados) e, principalmente, o governador implementou ampla medida de cortes de gastos públicos, ambicioso programa de privatizações, inclusive nas Escolas Públicas, a exemplo do implantado no Paraná.

Pergunto: tudo isso é obra do acaso?

“Chicletes eu misturo com banana, e o meu samba vai ficar assim…”

Os Grandes Sucessos de Jackson do Pandeiro - Album by Jackson Do Pandeiro |  Spotify

Jackson do Pandeiro fazia muito sucesso

Paulo Peres
Site Poemas & Canções

O instrumentista, cantor e compositor paraibano José Gomes Filho (1919-1982), o popular Jackson do Pandeiro, na letra de “Chiclete Com Banana”, escrita de uma maneira humorada e crítica com seu parceiro Gordurinha, grande ator humorista e compositor, protesta de forma bem-humorada contra a invasão que a música americana estava fazendo em nosso país, com ritmos como boogie-woogie, rock com guitarra elétrica, etc. O samba foi gravado por Jackson do Pandeiro, em 1959, pela Columbia e, posteriormente, por Gilberto Gil.

CHICLETE COM BANANA
Gordurinha e Jackson do Pandeiro

Eu só ponho bip-bop
No meu samba
Quando Tio Sam pegar o tamborim
Quando ele pegar no pandeiro
E no zabumba
Quando ele aprender
Que o samba não é rumba
Aí eu vou misturar
Miami com Copacabana
Chicletes eu misturo com banana
E o meu samba vai ficar assim
Tirurururiruri bop-be-bop-be-bop

Quero ver a grande confusão
É o samba-rock meu irmão
Mas em compensação
Eu quero ver um boogie-woogie
De pandeiro e violão
Eu quero ver o Tio Sam
De frigideira
Numa batucada brasileira

E agora? Vão responder à matriz EUA ou fingirão que não foram interpelados?

Coronel Chrisóstomo on X: "O deputado Chris Smith, presidente do Comitê de  Direitos Humanos da Câmara dos EUA, disse se comprometer em apoiar os  direitos internacionalmente reconhecidos no Brasil e realizar supervisão

O deputado é coronel das Forças Armadas dos EUA

Carlos Newton 

É um final de semana triste para os três Poderes da Repúblicas. Dois deles, o Legislativo e o Judiciário, tiveram seus dirigentes interpelados pelo deputado Chris Smith, presidente do Comitê Global de Direitos Humanos na Câmara dos Estados Unidos, que está investigando os desvios nada democráticos que têm acontecido no Brasil.

Nesta sexta-feira (dia 21), receberam as interpelações o ministro Alexandre de Moraes, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, a presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Cármen Lúcia, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, e o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco.

SEM IMPORTÂNCIA – O Executivo brasileiro nem recebeu os questionamentos formais, o que significa que os parlamentares americanos não lhe dão a menor importância. As notificações abordam denúncias de violações de direitos humanos e perseguição política no Brasil, em ocorrências que também envolvem o Executivo, mas os deputados americanos decidiram focar inicialmente apenas no Legislativo e no Judiácirio.

Chris Smith estabeleceu um prazo de uma semana para que Moraes e os outros responda às questões levantadas, vejam como esses americanos são folgados e se julgam os donos do mundo.

Ao todo, sete pontos foram enfocados pelo deputado americano. Segundo ele, a rapidez na resposta servirá também para avaliar as ações que o governo brasileiro está tomando para resolver as irregularidadess.

PODE HAVER SANÇÕES – No documento, Smith alertou que, diante das acusações, há prossibilidades de aplicação de sanções contra o Brasil. Essas sanções a serem adotadas  incluem medidas punitivas capazes de afetar a relação bilateral entre os dois países, pode haver uma tremenda confusão. 

Entre as acusações sublinhadas por Smith, estão as de perseguição política a opositores do presidente Lula da Silva (PT) e da gestão lulopetista, que representa a extrema esquerda, segundo os deputados do Partido Republicano.

A alegação aponta para um possível uso do sistema judiciário para fins políticos no Brasil, conforme ficou claro a partir das acusações feitas pelo empresário Elon Musk, do X (Twitter).

MATRIZ E FILIAL – Os representantes da matriz USA sabem que o Supremo se deixou usar para libertar o presidiário Lula da Silva e depois arrumar um jeito de limpar a ficha dele com as descondenações, um estranho fenômeno político que não se vê nos Estados Unidos, mas já virou moda aqui na filial Brazil, que continua a favorecer políticos e empresários corruptos, num festival que envolve redução de multas e tudo o mais.

Olhando lá de cima, o que os americanos veem aqui em baixo é uma tremenda esculhambação, com o governo entregue a um ex-presidiário que chegou a cumprir 580 dias de cadeia e ficou com os bens bloqueados por corrupção e lavagem de dinheiro, já que tinham sido amealhados ilicitamente.

Os americanos veem também os tribunais superiores brasileiros agindo à margem da lei, num clima de promiscuidade que nunca se registrou, inclusive com censura e perseguição clara a quem se manifesta contra o governo.

###
P.S.
O que mais surpreende nisso tudo é a ingenuidade dos ministros do Supremo, ao pensar (?) que podiam interferir na política sem nenhuma consequência. O Brasil é um país importante e estratégico. O mundo está de olho na gente. Será que os ministros e presidentes de Câmara e Senado vão responder direito às interpelações ou deixar que a investigação prossiga?
(C.N.) 

Onde está o imposto que Lula quer livrar os ricos para cobrar dos pobres?

Charge satiriza novos impostos que devem pesar no bolso do contribuinteVinicius Torres Freire
Folha

Ministros disseram que Luiz Inácio Lula da Silva ficou “mal impressionado” ao saber na segunda-feira do tanto de imposto que se deixa de pagar no país, os de repente famosos “gastos tributários”, isenções de tributos para cidadãos, empresas e outras instituições.

Na previsão da Receita Federal, o valor do gasto tributário neste ano deve ser de R$ 524 bilhões. É o equivalente a mais de um quinto da arrecadação bruta do governo federal e a 4,59% do PIB.

É BRUTAL – Durante a campanha e na elaboração do programa de governo, em 2022, ninguém havia relembrado a Lula o tamanho do problema? Até aqui, quando discutia imposto com ministros, não se tratava do assunto?

Nesta semana, o presidente disse que há “muita isenção, muita desoneração, muito benefício fiscal”. Contou que discute corte de R$ 15 bilhões com ministros “e daí descobre” que tem R$ 640 bilhões em benefícios para os ricos” (esse valor inclui outros subsídios além dos tributários).

Reclamou mais: “…desoneração de folha de pagamento, isenção fiscal, ou seja, são os ricos que se apoderam de uma parte do Orçamento do país. E eles se queixam daquilo que você está gastando com o povo pobre”.

LULA TEM RAZÃO – Mas onde estava quando governo e Congresso, com a colaboração intersticial da Justiça, aumentaram o gasto tributário de 1,7% do PIB em 2003, início de Lula 1, para 2,3% do PIB em 2007 (início de Lula 2), para 3,4% do PIB em 2010 (fim de Lula 2)? Para 4,8% em 2014, final de Dilma 1, afilhada de Lula?

Do total, 24% são isenções do Simples (R$ 125 bilhões), sistema criado para facilitar a vida de pequenas e médias empresas. Atualmente, serve também para aliviar o imposto de profissionais liberais ricos e de muito pejotizado. O gasto tributário cresceu 2,3 pontos do PIB de 2007 a 2024. Desse aumento, 0,6 ponto foi para o Simples.

O segundo maior gasto vai para “Agricultura e Agroindústria”, 11,3% do total. São R$ 59 bilhões, dos quais R$ 39 bilhões vão para a desoneração da cesta básica (que em parte acaba no bolso de ricos) e R$ 6,3 bilhões vão para defensivos agrícolas.

OUTROS BENEFÍCIOS – Juntando os gastos tributários devidos a isenções e deduções do IR da Pessoa Física, temos mais de R$ 84 bilhões, 16% do total. Disso, mais de R$ 33 bilhões subsidiam os gastos com escola e saúde privadas. Quase R$ 39 bilhões vão para aposentados com mais de 65 anos, com doença grave etc.

O mais vai para indenização por demissão de trabalhador, seguro por morte ou invalidez. Nem tudo é para “rico”, embora os mais pobres não entrem aí.

Lula vai mexer nisso? Não vai mexer com estados e empresas da Zona Franca de Manaus, com R$ 39 bilhões de isenção e uma máquina de produzir ineficiência econômica, e com os R$ 42 bilhões para filantrópicas.

SIMPLES ETC. – A alta do valor das isenções de Simples, IR, agricultura e agroindústria e desenvolvimento regional equivale a dois terços do aumento total do gasto tributário de 2007 a 2024. O grande aumento ocorreu DURANTE os anos petistas, mas não necessariamente POR CAUSA de Lula e Dilma, embora a ex-presidente fosse entusiasta desse tipo de ideia e Lula a estimule até hoje (na indústria, por exemplo).

Como se disse mais acima, isso resulta de um acordão geral dos Poderes e lobbies. Além disso, o aumento do peso relativo de um setor beneficiado pode engordar essa conta.

Desde que ficou evidente que as contas do governo federal tinham ido à breca, em 2015, fala-se de mexer em gasto tributário. É óbvio que tem muita carne para cortar, ainda que a conta da Receita possa estar exagerada. Mas é difícil fazer tal coisa sem plano e acordo maiores, expondo injustiças e ineficiências revoltantes. Lula 3 não tinha um plano.

Momento de Lula é difícil, especialmente diante da rebelião do Banco Central

Queda na Taxa Selic pode beneficiar economia brasileira

Charge do Orlando (Arquivo Google)

Merval Pereira
O Globo

Lula está numa fase difícil, muito por causa dos acordos que fez, de atitudes que tomou. A posição contra o Banco Central teve uma resposta unânime, inclusive dos conselheiros indicados por ele, fato que deve tê-lo deixado muito irritado. Não sei nem se Gabriel Galípogo, diretor de Política Monetária, continua favorito para substituir Roberto Campos Neto na presidência do Banco.

Galípolo preferiu aderir à maioria, ao que todo mundo está vendo, que é preciso cuidado para não perder o controle da inflação.

GOVERNO COMPLICADO – O centrão também andou complicando a vida de Lula, apoiando medidas de radicais evangélicos, como a da maior penalização do aborto, recusada pela grande maioria da população.

Embora Lula tenha tido uma boa posição na questão do aborto, o governo em si ficou complicado, porque o PT não se posicionou claramente contra. Agora tentam superar isso, adiando o problema, que deveria ter sido arquivado.

A situação política está conturbada, e prejudica até mesmo a economia. Sem expectativa de tranquilidade, a economia se perde, os agentes ficam sem saber como lidar com um governo que, às vezes está no caminho certo, outras está no caminho errado – quase sempre.

###
NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG Merval Pereira enfocou bem a situação. A votação unânime do Comitê de Política Monetária mostra que manter a autonomia do Banco Central é da maior importância. Ou seja, Lula não conseguirá manipular os juros nem mesmo após a saída de Roberto Campos Neto, que deixa o Banco Central no final deste ano. (C.N.) 

Prioridades do governo e da oposição fazem regredir economia e costumes

Charge do Duke (Arquivo Google)

Diogo Schelp
Estadão

As prioridades do governo Lula e da oposição empurram o país para retrocessos na economia e nos costumes. É tentador atribuir isso à polarização política, que tem servido como explicação para quase todos os dissabores nacionais. Na verdade, os tais retrocessos encontram espaço na agenda pública mais pela omissão dos campos políticos opostos do que propriamente pelo confronto. São fruto do fato de que cada lado escolheu um campo de batalha diferente para concentrar seus esforços. A resistência que encontram na linha de frente adversária acaba sendo pequena.

Desde o início do seu terceiro mandato, Lula assumiu como prioridade promover o crescimento econômico por meio de gastos públicos turbinados. Para fazer isso sem causar uma catástrofe fiscal, o Ministério da Fazenda engajou-se em uma cruzada arrecadatória. A relação do governo com o Congresso, leia-se distribuição de cargos e emendas, esteve focada nos seus objetivos da pauta econômica, com mais vitórias do que reveses.

PRIMEIRAS DERROTAS – Só recentemente começaram a aparecer as primeiras derrotas do governo nessa área, como a renovação da desoneração da folha de pagamentos e o subsequente fiasco na tentativa da equipe da Fazenda de compensar a perda de arrecadação restringindo o abatimento de créditos do PIS/Confins por empresas.

O bem-sucedido lobby empresarial nesses episódios tem sido interpretado como um sinal de esgotamento do modelo de ajuste fiscal pelo lado da receita. Um modelo que se torna uma bomba-relógio em um contexto interno e externo que dificulta a redução das taxas de juros.

Mas até agora a oposição não representou uma oposição, de fato, aos rumos escolhidos por Lula para economia. Está mais concentrada em avançar em sua pauta dos costumes, aquela que deixou parada durante o governo de Jair Bolsonaro.

OPOSIÇÃO EQUIVOCADA – Em vez de confrontar a política econômica periclitante de Lula, os parlamentares de oposição dedicam-se a promover leis desenhadas para impor soluções demagógicas para a segurança pública, como a proibição da saidinha de presos e a criminalização do uso de drogas.

Ou, então, para restringir direitos, como a tentativa de proibir o casamento entre pessoas do mesmo sexo e o recente projeto que pretende equiparar o aborto após as 22 semanas de gravidez ao homicídio, mesmo em situações legalmente permitidas.

O governo assiste ao avanço dessas iniciativas sem apresentar grande resistência. Questão de prioridades.

PF investiga por que um agente afastado da Abin foi procurar parlamentar  do PT

Coluna da quinta | A força de Humberto Costa na articulação política do PT

Humberto Costa diz que nem conhece esse agente da Abin

Caio Vinícius
Poder360

A Polícia Federal está investigando o que levou agentes da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) a entrarem em contato com o gabinete do senador Humberto Costa (PT-PE) em 23 fevereiro de 2024. A apuração se dá no inquérito da chamada “Abin paralela”, que investiga a existência de um esquema de aparelhamento da agência para vigiar políticos e personalidades públicas no governo Jair Bolsonaro (PL).

O oficial investigado pela “Abin paralela” conseguiu uma audiência por meio de contatos no escritório do senador no Recife (PE). A reunião foi com o assessor parlamentar do PT Adilson Batista Bezerra, ex-delegado da PF.

CHEGOU SOZINHO – Inicialmente, a reunião marcada teria como pauta a reformulação das estruturas da Abin. Participariam outro oficial e o então assessor parlamentar da Agência, que estava em férias no período. No entanto, só o investigado compareceu.

Em nota, o gabinete do senador petista confirmou a reunião e disse que o integrante da Abin havia se apresentado como “alguém perseguido no âmbito funcional” e que o encontro acabou sem “desdobramento”.

Depois da descoberta do encontro, o assessor parlamentar da Abin foi demitido por supostamente atuar fora da agenda e o oficial investigado pela PF continuou afastado das funções. A PF apura se o agente teria tentado obter apoio político para atrapalhar a investigação e se a direção da Abin sabia e acobertou o caso.

DIZ O SENADOR – Leia a íntegra da nota do senador Humberto Costa (PT-PE):

“A assessoria de imprensa do senador Humberto Costa esclarece que, por meio do escritório no Recife, foi encaminhada uma demanda formal de audiência de um servidor da Abin ao gabinete em Brasília. O servidor, como qualquer outro cidadão que solicite atendimento, foi recebido pela assessoria parlamentar, a quem se apresentou como alguém perseguido no âmbito funcional”, diz a nota, acrescentando:

“A ele foi informado que nada poderia ser feito, tendo em conta que o caso foge ao escopo de um mandato parlamentar. O encontro foi encerrado sem qualquer desdobramento ulterior”.

DIZ A AGÊNCIA – Leia agora a íntegra da nota da Agência Brasileira de Inteligência:

“A ABIN informa que cumpre decisões judiciais que determinam afastamentos de servidores investigados em inquéritos. Como medida cautelar, também é adotada a exoneração de cargo de confiança quando há suspeita de desvio de conduta.

A ABIN não se manifesta sobre apurações em andamento pela Corregedoria-Geral da Agência e demais órgãos competentes em respeito ao sigilo das investigações e ao devido processo legal.

“As unidades da Agência e suas competências estão previstas em decreto presidencial, em respeito às leis e ao Estado Democrático de Direito. Eventuais irregularidades são apuradas com rigor pela Agência, as responsabilidades são individualizadas e a ABIN, enquanto instituição de Estado, cumpre a Constituição.”

###
NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Tudo que diz respeito à Abin é complicado. O que verdadeiramente se sabe é que no governo Bolsonaro os petistas tentaram criar a chamada Abin Paralela, mas não rolou. Com a proximidade da eleição, voltam a pipocar essas matérias requentadas e com sabor de passado. (C.N.)

Sem respeitar o Supremo, Lula pagou mais R$ 7 bilhões do orçamento secreto

Entenda o que é orçamento secreto, e por que ele é criticado - Folha de  Dourados - Notícias de Dourados-MS e região

Charge do Duke (O Tempo)

Daniel Weterman
Estadão

O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pagou R$ 7 bilhões em emendas do orçamento secreto deixadas pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) sem respeitar a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF). que declarou o esquema inconstitucional e determinou transparência sobre os parlamentares que apadrinharam os recursos.

A Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República afirmou que o governo cumpre a decisão do STF e que a Corte não proibiu o pagamento das emendas herdadas da gestão anterior.

O Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional, que liderou os repasses, disse que obras ficariam paralisadas se o dinheiro não fosse liberado. A pasta enviou um painel com informações incompletas sobre as transferências.

TROCA-TROCA – O orçamento secreto, revelado no Estadão, foi usado pelo governo Bolsonaro para repassar recursos em troca de apoio político no Congresso, sem dar transparência para os verdadeiros beneficiados pelo mecanismo. Houve compras com suspeitas de superfaturamento e investigações oficiais indicando corrupção e lavagem de dinheiro.

Em dezembro de 2022, o Supremo declarou o orçamento secreto inconstitucional. Na última semana, o ministro Flávio Dino, do STF, publicou uma decisão afirmando que o governo Lula e o Congresso não comprovaram, “cabalmente”, o cumprimento da decisão. O Tribunal de Contas da União (TCU) teve a mesma conclusão ao analisar as contas presidenciais de 2023.

A falta de transparência sobre os parlamentares beneficiados e quais critérios são adotados para a divisão dos recursos são os principais questionamentos, que ainda continuam sem respostas no governo Lula.

BOLSONARO DEU CANO – O dinheiro liberado atende, de forma secreta, parlamentares com recursos para asfalto, compra de tratores, kits de robótica, consultas de saúde, exames e outras obras e equipamentos nos redutos eleitorais dos congressistas. Bolsonaro deixou de pagar R$ 15,5 bilhões do orçamento secreto que haviam sido negociados com o Congresso durante o governo passado. Até momento, Lula pagou R$ 7 bilhões desse montante.

O Supremo não proibiu que os recursos que já haviam sido liberados (empenhados, no jargão técnico) fossem pagos, mas determinou que fosse dada total transparência em 90 dias com o nome dos padrinhos, para onde foi o dinheiro e para que foi destinado, além de retirar qualquer vinculação com indicação parlamentar e devolver o controle total para os ministérios.

O governo Lula, porém, seguiu pagando as emendas secretas sem cumprir esses requisitos. Além disso, deu aval para o aumento de outros tipos de emendas que repetem a mesma sistemática, como a emenda Pix e as emendas de comissão.

SEM TRANSPARÊNCIA – “A decisão do STF não foi cumprida. O pagamento de R$ 7 bilhões em 2023 e 2024, sem transparência, continuando a favorecer alguns parlamentares em detrimento de outros, deu continuidade ao ‘tratoraço’ e desvirtuou a decisão do STF”, afirma o secretário-geral da Associação Contas Abertas, Gil Castello Branco.

“Há muitos riscos de corrupção com essa indicação sem a sociedade saber quem é o solicitante, quem é o beneficiário ou os dois. Os recursos que ainda não haviam sido liberados também precisam respeitar o trâmite que o Supremo impôs em 2022. A decisão não é só para registro histórico”, diz o gerente de Pesquisa da Transparência Internacional no Brasil, Guilherme France.

As duas instituições são autoras do questionamento que originou a decisão do ministro Flávio Dino.

###
NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
O governo Lula não só pagou os recursos de obras que estavam em andamento, mas também deu aval para projetos que não haviam sido executados na gestão Bolsonaro. Ou seja, tomou a decisão de dar prosseguimento ao orçamento secreto, que o Supremo já suspendera. Isso mostra a esculhambação administrativa e financeira em que vive esse país. (C.N.)

No governo ninguém se entende e todos se queixam da falta de disposição de Lula

Revista online | Lula e Banco Central: charge destaca impasse - Fundação Astrojildo Pereira

Charge do JCaesar (Veja)

José Casado
Veja

Rui Costa, chefe da Casa Civil, não se entende com Fernando Haddad, ministro da Fazenda, nem com Jaques Wagner, líder do governo no Senado. Haddad e Wagner divergem, mas convergem nas críticas a Costa. Os três reclamam de Alexandre Padilha, ministro das Relações Institucionais, que se queixa do trio.

Arthur Lira, presidente da Câmara, escolheu Padilha como “desafeto”. Não tem simpatia por Wagner nem por Haddad e limita contatos com Costa ao estritamente necessário. Desconfia de Lula por causa das relações com o senador Renan Calheiros. Ambos se tratam como “inimigos” em Alagoas.

TUDO AO CONTRÁRIO – Lula se entende com todos, acerta decisões com cada um, mas todos se queixam de que ele costuma fazer o contrário daquilo que combina. Esse é um retrato sintético do governo, ano e meio depois de iniciado, na visão de parlamentares governistas do PT, do Psol e do Centrão.

Acham que Lula é o nome (e a gênese) da crise, pela inapetência para administrar — o oposto do que acreditam ter acontecido nos dois primeiros mandatos, entre 2003 e 2010.

O mais grave, julgam, é Lula crer estar fazendo tudo certo quando os resultados são frágeis, e até contraditórios na economia, na saúde, na educação e na segurança pública.

MARQUETAGEM – A trapalhada na importação de arroz é percebida como simbólica porque mostrou a desordem governamental balizada pela marquetagem. Ao entregar o negócio milionário a uma sorveteria, uma loja de queijos e uma locadora, o governo criou confusão no mercado, não conseguiu importar nem entregar um único quilo de arroz barato, a preço tabelado, nas prateleiras dos supermercados.

Não há indícios de mudanças antes das eleições municipais, apesar das especulações sobre o desfecho de conflitos entre Rui Costa, Fernando Haddad e Jaques Wagner na próxima semana, quando Lula retorna do exterior.

ÚNICO CONSENSO – Do Palácio do Planalto ao Congresso, o único consenso é sobre como os resultados das urnas devem condicionar o rumo do governo na segunda metade do mandato. Os planos de Lula para reeleição, por exemplo, dependem em boa medida do desempenho dos seus candidatos Guilherme Boulos e Marta Suplicy à Prefeitura de São Paulo.

A apuração em Salvador vai definir o embate entre Jaques Wagner e Rui Costa sobre a composição da chapa do PT baiano para o Senado e o governo estadual em 2026.

Faltam três meses e meio para o primeiro turno eleitoral. O problema de Lula é como atravessar essa eternidade política, em plena campanha, na resolução do governo a cada dia. Com o mínimo de eficiência necessário para mitigar as confusões no Congresso e evitar trapalhadas governamentais em série.

Comitê dos EUA amplia as investigações sobre ilegalidades da Justiça no Brasil

Chris Smith bill to battle human trafficking overwhelmingly approved by  House - New Jersey Globe

Quanto mais investiga, mais interessado fica Chris Smith

Deu na Conexão Política 

Chris Smith, presidente do Comitê Global de Direitos Humanos na Câmara dos Estados Unidos, notificou nesta sexta-feira (21) o ministro Alexandre de Moraes, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, a presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Cármen Lúcia, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, e o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco.

A notificação aborda denúncias de violações de direitos humanos e perseguição política no Brasil, em seguimento às acusações feitas pelo empresário Elon Musk.

DEU ATÉ PRAZO – Smith estabeleceu um prazo de uma semana para que Moraes responda às questões levantadas. Ao todo, 7 pontos foram levantados por ele. A rapidez na resposta servirá também para avaliar as ações que o governo brasileiro está tomando para resolver as alegações.

No documento, Smith alertou que, diante das acusações, há provisões para a aplicação de sanções contra o Brasil. Essas sanções podem ser adotadas e incluem medidas punitivas que podem afetar a relação bilateral entre os dois países.

Entre as acusações sublinhadas por Smith, estão as de perseguição política a opositores de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e da gestão lulopetista, que representa a extrema esquerda. A alegação aponta para um possível uso do sistema judiciário para fins políticos.

###
NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG –
O que mais surpreende nisso tudo é a ingenuidade dos ministros do Supremo, ao pensar (?) que podiam interferir na política sem nenhuma consequência. O Brasil é um país importante e estratégico. O mundo está de olho na gente. Será que vão responder ou deixar que a investigação prossiga? (C.N.)  

Nove ministros de Lula rejeitam ‘Gilmarpalooza’, mas quatro aceitam o sacrifício

Homem careca e branco de óculos preto diante de celulares que aparentemente o filmam

Gilmar queria transferir o governo e o Supremo para Lisboa

Tácio Lorran
Estadão

Nove ministros do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) declinaram do convite e informaram ao Estadão que não vão participar do 12º Fórum Jurídico de Lisboa, evento que ganhou apelido de “Gilmarpalooza”. Por outro lado, quatro confirmaram presença nos seminários. As viagens serão custeadas com verba pública dos ministérios.

O evento acontece nos próximos dias 27, 28 e 29 de junho na capital portuguesa. O Fórum é organizado pelo IDP, faculdade do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes (por isso o apelido ‘Gilmarpalooza’), pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) e pela Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa.

E NO SUPREMO? – Entre as autoridades do próprio STF, cinco ministros declinaram e não irão participar do Gilmarpalooza. Carmén Lúcia, Edson Fachin, Luiz Fux, André Mendonça e Kassio Nunes Marques rejeitaram o convite em meio à ‘crise das viagens’ vivenciada pelo Supremo Tribunal Federal.

Conforme revelou o Estadão, os ministros do STF participaram de quase dois eventos internacionais por mês no último ano. Em abril, Dias Toffoli foi a um Fórum em Londres, na Inglaterra, patrocinado pela British American Tobacco (BAT) Brasil.

A empresa tem ao menos dois processos no STF e é parte interessada em uma ação relatada pelo próprio Toffoli. Já em maio, o STF pagou R$ 39 mil a segurança em viagem de Dias Toffoli à final da Champions League em Wembley, Londres, entre Real Madrid e Borussia Dortmound.

TRÊS NA PROGRAMAÇÃO – Oficialmente, três ministros do STF confirmaram presença no Fórum Jurídico de Lisboa: Cristiano Zanin e Luís Roberto Barroso, além do próprio Gilmar Mendes. Outros três – Dias Toffoli, Flávio Dino e Alexandre de Moraes – não responderam, mas os três constam na programação oficial.

Procurado, o Supremo Tribunal Federal ainda não se manifestou formalmente. O Estadão apurou que pelo menos o custo da viagem de seguranças dos ministros deve ser arcado pela Corte.

O Gilmarpalooza se tornou uma tradição entre as principais autoridades do País e reúne anualmente membros do Executivo, Legislativo e Judiciário, além de advogados, empresários e lobistas. Nesta edição, os semintários têm como assunto os “Avanços e Recuos da Globalização e as Novas Fronteiras: Transformações Jurídicas, Políticas, Econômicas, Socioambientais e Digitais”.

MINISTROS DE LULA – Pelo menos 15 ministros do governo Lula foram convidados para palestrar no evento. Dez deles, contudo, rejeitaram o convite – apesar de parte ainda estar na programa oficial do Fórum. São eles:

Rui Costa (Casa Civil); Jader Filho (Cidades); Geraldo Alckmin (Desenvolvimento e vice-presidente); Silvio Costa Pinto (Portos e Aeroportos); Ricardo Lewandowski (Justiça e Segurança Pública); Camilo Santana (Educação); Esther Dweck (Gestão); Renan Filho (Transportes); e Simone Tebet (Planejamento);

Já os ministros Jorge Messias (Advocacia-Geral da União), Anielle Franco (Igualdade Racial), Vinícius Carvalho (Controladoria-Geral da União) e Luciana Barbosa (Ciência e Tegnologia) confirmaram presença no evento. Eles explicaram que a viagem será custeada com dinheiro dos ministérios. O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, não retornou ao contato da reportagem, mas o nome dele consta na programação oficial do evento, divulgada nesta sexta-feira, 21.

###
NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
No ano passado, cinco ministros do governo Lula participaram do Gilmarpalooza, incluindo Flávio Dino, que estava no Ministério da Justiça, e Fernando Haddad, da Fazenda. Desta vez, nenhum ministro deveria ir, mas quatro já aceitaram, se vangloriando de que a passagem será paga pela União, diminuiu um. E parece piada se vangloriar de a passagem e outras despesas serem pagas pela União. A desfaçatez impera. (C.N.)

Eventos climáticos e escalada do dólar terão forte influência no preço da comida

Até as carnes, que estavam em queda, tendem a ficar mais caras

Pedro do Coutto

A análise do boletim Focus sobre o panorama econômico do país revelou perspectivas não favoráveis, uma vez que uma combinação de eventos climáticos — com um El Niño mais forte, somado aos efeitos da tragédia das chuvas no Rio Grande do Sul e a uma antecipação do La Niña — e a escalada do dólar levaram bancos, consultorias e corretoras a revisarem as suas projeções para este ano.

Instituições que antes previam alta de 3,5%, esperam aumento de 4,5% a 7,5% neste ano em relação aos alimentos que fazem parte da cesta de compras das famílias. É bom lembrar que a autoridade monetária, que calibra os juros na tentativa de controlar a inflação, já interrompeu o ciclo de queda da Selic na quinta-feira diante da escalada da moeda americana e riscos fiscais crescentes.

PREÇOS – Com isso, arroz, legumes, verduras e frutas não devem ceder  significativamente no segundo semestre. E até carnes e leite, que ficaram mais baratos nos últimos 12 meses, podem ter seus preços subindo novamente.

Não é de hoje que o brasileiro sente um desconforto com os preços dos alimentos, e dados apontam que os itens alimentícios têm pesado mais para as famílias desde março de 2020, início da pandemia, quando foram afetadas diferentes cadeias de suprimentos globais.

PERSPECTIVA – Agora, digo, a perspectiva da subida de preços acima da inflação tem que incluir a questão dos remédios, cujos valores subiram de forma avassaladora. São pelo menos 30% dos reajustes sobre medicamentos e artigos de higiene pessoal. O setor é vital para a saúde da população, mas os remédios chegam a um patamar proibitivo e a população não tem como reagir.

Na prática basta ir às farmácias, drogarias e observar o aumento desenfreado nos últimos meses. Os alimentos são gêneros de primeira necessidade, mas os medicamentos não ficam atrás em importância, pois também deles depende a vida humana.

“Eu, brasileiro, confesso minha culpa, meu pecado, meu sonho desesperado…”

45 anos sem (e com) Torquato Neto | Itaú Cultural

Torquato e Gil, parceiros e amigos

Paulo Peres
Site Poemas & Canções

O cineasta, ator, jornalista, poeta e letrista piauiense Torquato Pereira de Araújo Neto (1944-1972) é considerado um dos principais integrantes do movimento Tropicalista. “A letra de Marginália II”, mostra um depoimento de um locutor virtual, ao falar de sua história, confessando sua culpa e sua comodidade diante dos atos e da realidade de sua pátria durante a ditadura militar iniciada no Brasil, em 1964. A música “Marginália II“ foi gravada no LP Gilberto Gil, em 1968, pela Universal.

MARGINÁLIA II
Gilberto Gil e Torquato Neto

Eu, brasileiro, confesso
Minha culpa, meu pecado
Meu sonho desesperado
Meu bem guardado segredo
Minha aflição

Eu, brasileiro, confesso
Minha culpa, meu degredo
Pão seco de cada dia
Tropical melancolia
Negra solidão

Aqui é o fim do mundo
Aqui é o fim do mundo
Aqui é o fim do mundo

Aqui, o Terceiro Mundo
Pede a bênção e vai dormir
Entre cascatas, palmeiras
Araçás e bananeiras
Ao canto da juriti

Aqui, meu pânico e glória
Aqui, meu laço e cadeia
Conheço bem minha história
Começa na lua cheia
E termina antes do fim

Aqui é o fim do mundo
Aqui é o fim do mundo
Aqui é o fim do mundo

Minha terra tem palmeiras
Onde sopra o vento forte
Da fome, do medo e muito
Principalmente da morte
Olelê, lalá

A bomba explode lá fora
E agora, o que vou temer?
Oh, yes, nós temos banana
Até pra dar e vender
Olelê, lalá

Aqui é o fim do mundo
Aqui é o fim do mundo
Aqui é o fim do mundo

Lula quer soluções simples e rápidas para crises complicadas e duradouras

Lula diz que ficou "perplexo" ao discutir contas públicas | CNN 360°

Lula fica perplexo, porque não entende nada de economia

Dora Kramer
Folha

Soluções simples e rápidas nunca deram certo no enfrentamento a situações complicadas e duradouras na economia brasileira. Foram várias tentativas frustradas na primeira década de redemocratização, justamente pela preferência de governantes por medidas de impacto imediato. Daqueles erros emergiu o aprendizado de economistas liderados por um político de visão avesso a imediatismos que resultou no acerto do Real, um plano de 30 anos bem vividos.

De execução aparentemente complicada, dadas as contas a serem feitas na URV, o projeto foi negociado com o Congresso, testado na prática ao longo de quatro meses e finalmente incorporado como patrimônio social pela população. Daí decorreu o êxito incontestável.

LULA FOI CONTRA – Lula e o PT à época contestaram, mas apesar de terem sido obrigados a aderir sob pena de não governar quando assumiram o comando, ainda hoje discordam das balizas fundadoras da estabilidade econômica.

É o que se evidencia diante das críticas do partido a qualquer investida na direção do equilíbrio fiscal e da exigência do presidente Luiz Inácio da Silva para que a Fazenda e o Planejamento encontrem soluções simples e rápidas para o aprumo das contas públicas.

À demanda inexequível Lula aliou a renovação dos ataques ao presidente e à autonomia do Banco Central, desta vez com o aumento da temperatura de agressividade, acusando Roberto Campos Neto de prejudicar o país em decorrência de alinhamentos políticos adversários.

DUAS RAZÕES – Qual a razão dessas atitudes do presidente? Duas hipóteses que se complementam: uma, consolidar a escolha de Campos Neto como o bode expiatório preferencial para tudo o que de porventura der errado na economia.

Outra é sinalizar que o próximo presidente do BC, nomeado por ele, se for autônomo como manda a lei, seguirá sob ataque e aí sob a égide da contradição.

Teremos, assim, a materialização de um tiro no pé porque a realidade condenará o presidente.

Advogados receberam honorários de R$ 700 milhões por apenas uma causa

Governo de SP autoriza concessão dos parques Villa-Lobos, Água Branca e Cândido Portinari por 30 anos | São Paulo | G1

Instalação do Porque Villa-Lobos fez a fortuna dos abençoados

Carlos Newton

A Constituição determina que o salário-teto do funcionalismo é de R$ R$ 44.008,52, com base no Supremo. É uma bela remuneração, inclusive se comparada com a recebida pelos magistrados dos demais 192 países da ONU. Mas o que dizer de dois escritórios de advocacia que receberam numa só causa, por determinação judicial, a quantia de R$ 700 milhões?

Onde poderia acontecer isso. Ora, somente no Brasil, é claro, mais especificamente na capital de São Paulo, nesse tenebroso caso que você conhecerá aqui na Tribuna da Internet, sempre em absoluta exclusividade.

NUM PAÍS POBRE – Com a maquiagem de país semidesenvolvido, com cerca de 50% da população trabalhadora recebendo menos de R$ 3 mil mensais, com dezenas de milhões de pessoas vivendo abaixo da linha da pobreza, moradores de rua e crianças abandonadas, mesmo assim o Brasil se dá a determinados luxos que seriam inadmissíveis em países já desenvolvidos.

Mas o que isso tem a ver com os honorários advocatícios sucumbenciais de R$ 700 milhões. É claro que essa fortuna foi paga aos advogados com recursos públicos e não houve maior alarido a respeito.

Se os R$ 700 milhões tivessem de ser pagos com recursos de pessoas ou empresas privadas, isso nem teria acontecido, porque os atingidos certamente recorreriam aos tribunais superiores, para fazer cumprir a lei criada para impedir esses absurdos.

DEPÓSITO DE LIXO – O fato é que, em um só processo de desapropriação movido pelo Estado de São Paulo, que em 1988 se imitiu na posse de área de cerca de 620 mil metros quadrados,  então utilizada como depósito de lixo, o governo estadual  foi condenada a pagar indenização estratosférica aos antigos proprietários, hoje, cerca de R$8 bilhões, incluindo honorários advocatícios sucumbenciais de 10%, que à época beiraram os R$ 700 milhões.

Em primeira instância, o magistrado que julgou esse processo desapropriatório, cumprindo o disposto no parágrafo 1º. do artigo 27, do Decreto-lei 3.365/41, estabeleceu honorários advocatícios fixos, a título de sucumbência, considerando o elevado valor a ser despendido pelo erário estadual e proporcional ao trabalho até então prestado. Nome do juiz, Urbano Ruiz.

APELAÇÃO – Meses depois, todavia, apelação dos desapropriados julgada por uma das Câmaras do TJSP, em 1991, foi provida por unanimidade. Os desembargadores decidiram elevar os honorários advocatícios no percentual de 10% da indenização, desconsiderando o valor fixo e gerando esse desembolso complementar “apocalíptico”, que transitou em julgado.

A lei era e continua clara. A sentença que fixar o valor da indenização quando este for superior ao preço oferecido condenará o desapropriante a pagar honorários de advogado, que serão fixados entre meio e cinco por cento do valor da diferença, observado o previsto no CPC.

Para receber R$ 700 milhões, um magistrado precisaria trabalhar cerca de 20 mil meses. Teria de ressuscitar já togado, para atingir essa soma. Assim os juízes brasileiros devem estar se sentindo muito mal pagos, graças ao descumprimento do que previsto em norma federal pelo próprio Poder Judiciário.  E por que o Estado de São Paulo não reagiu?

NÃO SE QUEIXE – É muito desalentadora essa situação. Mesmo assim, não se revolte nem se queixe. Por isso, pague seus impostos em dia e evite problemas fiscais, além de se livrar de gastrite, depressão, insônia e outros desagradáveis efeitos colaterais.

Conheço bem esse caso do depósito de lixo, que se tornou o Parque Vila Lobos, porque fui o único jornalista a fazer cobertura do processo dos R$ 7 bilhões, sempre desprezado pela grande imprensa, vocês podem entender os motivos.

Nota do editor do blog: Não se iluda. O Brasil tem cerca de 1.200.000 advogados e para receber tão desproporcional honorário só com o descumprimento da lei. Continue trabalhando, trabalhando, trabalhando. É mais fácil ganhar duas vezes na megasena do que ser premiado com uma causa miraculosa como acima narrado.

###
P.S. –
Peço desculpa aos amigos, mas o caso fica contado pela metade. O informante pede que eu não cite os dois escritórios de advocacia, para evitar sequestros etc. E também não foram fornecidos os nomes dos desembargadores que votaram por unanimidade a favor do estranho e ilegal pagamento desses R$ 700 milhões aos advogados. É pena, gostaria de denunciar todos eles, mas não tenho tempo nem disposição para pesquisar. Quem souber, me mande os nomes que eu denuncio. (C.N.)_

Morto há 20 anos, Brizola liderou resistência armada e evitou golpe em 1961

O ex governador Fluminense Leonel Brizola durante festa da Força Sindical , na praça campo de Bagateli, zona norte de São Paulo, em comemoração ao dia do trabalhador. São Paulo SP 01.05.2003 BRASIL Foto: Caio Guatelli/Folha Imagem

Se Brizola tivesse sido presidente, teríamos um Brasil melhor

Ricardo Westin
Folha

Leonel Brizola ostentava um currículo invejável. No Rio Grande do Sul, foi prefeito de Porto Alegre, deputado estadual, deputado federal e governador. No Rio de Janeiro, deputado federal e duas vezes governador. Ele disputou a Presidência em duas ocasiões e se candidatou a vice-presidente uma vez. Criou um partido que existe até hoje, o PDT.

Brizola fez parte da vida pública brasileira em toda a segunda metade do século 20. O currículo só não foi mais extenso porque passou os primeiros 15 anos da ditadura militar no exílio.

VOZ INDIGNADA – Faz 20 anos que o Brasil perdeu a voz indignada e combativa de Brizola. Vítima de enfarte, ele morreu em 21 de junho de 2004, aos 82 anos de idade.

O episódio que o levou aos livros de história foi a Campanha da Legalidade, em 1961. Não fosse essa iniciativa de Brizola, é provável que João Goulart, o Jango, jamais tivesse chegado à Presidência.

Logo após a renúncia do presidente Jânio Quadros, os chefes das Forças Armadas vetaram a posse de Jango, o vice, por considerá-lo excessivamente de esquerda e aliado dos comunistas. Governador gaúcho, Brizola deflagrou em Porto Alegre uma reação armada, a Campanha da Legalidade, que garantiu a posse do vice, impedindo o golpe de Estado.

ATITUDE DESASSOMBRADA – Documentos da época guardados hoje no Arquivo do Senado confirmam o papel central de Brizola. Num discurso, o senador Lima Teixeira (PTB-BA) resumiu: “Leonel Brizola, numa das horas mais difíceis para a nacionalidade, deu-nos um exemplo edificante com a sua atitude desassombrada. Só não enveredamos pelo caminho errôneo das soluções extralegais graças a esse ilustre governador”.

Brizola era casado com Neusa Goulart, irmã de Jango. Os dois políticos gaúchos pertenciam ao PTB, sigla ligada aos trabalhadores urbanos e aos sindicatos.

Diante do veto dos comandantes militares a Jango, Brizola se entrincheirou no Palácio Piratini, sede do governo do Rio Grande do Sul. De lá, num estúdio de rádio, fez pronunciamentos transmitidos em todo o Brasil convocando a população a não permitir a quebra da legalidade.

DISSE BRIZOLA – O Arquivo do Senado conserva um dos discursos: “Meus amigos do Rio Grande do Sul! Venham para a frente deste palácio, numa demonstração de protesto contra essa loucura. Venham. Poderei ser morto. Não importa. Ficará o nosso protesto, lavando a honra desta nação”.

Ao fim de uma semana de crise, Brizola teve sucesso. Os militares resolveram aceitar Jango, mas com uma condição: que ele não tivesse plenos poderes.

Um grupo de políticos, então, articulou a adoção do parlamentarismo. Jango seria, sim, presidente, mas a maior parcela do poder ficaria nas mãos de um primeiro-ministro.

SEM CONCESSÕES – Para Brizola, contudo, o desfecho não foi plenamente satisfatório. Ele defendia que Jango tomasse posse sem fazer concessões. O novo presidente, conciliador, topou o parlamentarismo.

Os militares não ficaram apaziguados. Unidos a empresários e políticos de direita, eles voltaram a conspirar em 1963, depois que a população, num plebiscito, optou por retomar o presidencialismo e conferir plenos poderes a Jango.

Esse grupo não via com bons olhos as chamadas reformas de base. Entre os projetos prometidos pelo presidente, estava a reforma agrária.

Nesse tempo, Brizola já sonhava ser presidente da República e concorreu a deputado federal pelo estado da Guanabara. Ele entendia que teria mais projeção nacional sendo representante dos cariocas na Câmara, e não dos gaúchos. Foi o deputado mais votado do Brasil.

REFORMAS DE BASE – Em 1964, no famoso discurso proferido diante da Central do Brasil, no Rio, Jango anunciou medidas para tirar do papel as reformas de base.

O deputado Brizola também discursou e, assumindo uma posição radical, defendeu a eleição imediata de uma Assembleia Constituinte para elaborar uma Constituição nova, que facilitasse a execução das reformas.

A fala de Brizola repercutiu no Senado. O senador Daniel Krieger (UDN-RS) o acusou de pregar uma revolução. Em sua defesa, saiu o senador Arthur Virgílio (PTB-AM): “Embora dê ênfase às teses que defende, nunca o ouvi pregar a revolução sangrenta. Ele prega o inconformismo. E também o faço. Estarei pregando a revolução?”.

JANGO É DERRUBADO – Duas semanas e meia depois, o golpe foi deflagrado e Jango, derrubado. Brizola se exilou no Uruguai. De lá, combateu a ditadura organizando guerrilhas com companheiros que haviam permanecido no Brasil. Fracassou.

De acordo com o historiador Américo Freire, não passa de bobagem a versão de que Brizola estava prestes a dar um golpe de Estado e foi impedido pelos militares.

“Brizola, de fato, pressionou Jango a adotar políticas sociais mais radicais, mas ele não tinha ascendência sobre o presidente. Era Jango que mandava, e seu perfil era conciliador. Eles discordavam em muitas coisas”, diz Freire, professor da Fundação Getulio Vargas e organizador do livro “A Razão Indignada: Leonel Brizola em Dois Tempos” (Editora Civilização Brasileira).

SEM CONSPIRAR – Ele prossegue: “Brizola estava, sim, interpelando a ordem institucional daquele momento, mas não conspirando para promover uma ruptura política”.

Brizola nasceu numa família pobre de Carazinho (RS) em 1922. Ele governou o estado entre 1959 e 1963. Entre os legados de seu mandato, ficaram muitas escolas públicas e um programa de reforma agrária.

Em 1961, o senador Guido Mondim (PRP-RS) citou num discurso que 2.000 escolas públicas haviam acabado ser inauguradas em seu estado num mesmo dia: “Realização do governador e engenheiro Leonel Brizola. Foram contratadas 12.370 professoras. Esperamos ver 1,3 milhão de crianças matriculadas em 1962. Portanto, nenhuma criança gaúcha sem escola”.

DEFESA DO PAÍS – Nacionalista, o governador denunciava os abusos cometidos pelo “capital estrangeiro” e determinou a encampação (apropriação) de duas empresas americanas que ofereceriam serviços de eletricidade e telefonia no estado.

O exilado Leonel Brizola só pôde retornar ao Brasil em 1979, após a Lei da Anistia. A ditadura sabia que ele não havia desistido do sonho de se tornar presidente da República. Para enfraquecê-lo, agiu para que ele não conseguisse recriar o PTB, dissolvido logo após o golpe de 1964.

SEM O PTB – O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) entregou o PTB à ex-deputada Ivete Vargas. Ela era ligada ao general Golbery do Couto e Silva, um dos nomes mais fortes da ditadura. A Brizola, então, restou criar o seu próprio partido, o PDT.

Uma das razões, aliás, para que a ditadura não ter permitido eleições diretas para presidente em 1985 foi o temor de que o vencedor fosse Leonel Brizola ou outro oposicionista tido como radical.

Brizola foi o único político a ser eleito governador de dois estados diferentes. Ele também esteve à frente do Rio de Janeiro de 1983 a 1987 e de 1991 a 1994.

PROJETO CIEP – No primeiro mandato, deu ênfase à educação. Sua grande vitrine foi o Centro Integrado de Educação Pública (Ciep). Projetados pelo arquiteto Oscar Niemeyer, os Cieps foram escolas públicas que ofereciam aulas o dia inteiro. Foi essa ação que deu início ao debate público no Brasil sobre o ensino integral.

No segundo mandato no Rio de Janeiro, Brizola foi pioneiro em políticas públicas para a igualdade racial. Ele criou a Secretaria de Defesa e Promoção das Populações Negras e a confiou ao histórico militante Abdias Nascimento.

Numa audiência pública no Congresso Nacional no início dos anos 1980, o governador disse: “O Brasil não terá caminho fora de uma visão de democracia social. E, quando falamos em democracia social, falamos em socialismo, em liberdade, em busca de uma sociedade igualitária, mais justa”.

COM LULA – Ao longo das décadas de 1980 e 1990, Brizola disputou com Luiz Inácio Lula da Silva (PT) o posto de principal líder da esquerda no Brasil.

Na campanha presidencial de 1989, o gaúcho chegou a figurar nas pesquisas de intenção de voto como franco favorito. O senador Mário Maia (PDT-AC) comemorou: “O povo o identifica como o legítimo e único sucessor de Getúlio Vargas e Jango”.

O senador João Menezes (PFL-PA) ficou intranquilo: “Temos, de um lado, a extrema esquerda, com Lula e com Brizola, e de outro, a extrema direita, com Ronaldo Caiado. Precisamos encontrar um candidato que represente a garantia da família e, ao mesmo tempo, do trabalhador do campo”.

EM TERCEIRO – Brizola chegou em terceiro lugar, perdendo para Lula, por uma diferença mínima de votos, o direito de ir ao segundo turno com Fernando Collor.

Em 1994, buscou a Presidência novamente. Acabou em quinto. Em 1998, lançou-se candidato a vice-presidente na chapa encabeçada por Lula. Também não venceu. Fernando Henrique Cardoso ganhou as duas disputas.

Brizola se tornou herói nacional em 2015. O Senado e a Câmara aprovaram um projeto de lei que incluiu o político gaúcho no “Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria”.

GRANDE BRASILEIRO – Para o historiador Américo Freire, é importante que os brasileiros o conheçam:

“Em seu tempo, a figura de Brizola foi tão politizada que era difícil perceber o seu significado histórico. Hoje, com distanciamento, conseguimos enxergar tudo que ele fez, sempre indignado diante da realidade social, e entender que o poder público pode, sim, fazer diferente, criar coisas novas, adotar uma política centrada nos direitos humanos. Brizola comprova que o Brasil é inventivo e tem repertório para fazer as mudanças”.

###
NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Como diz José Antonio Perez, “que falta faz Brizola!”. (C.N.)

Mauro Campbell é um magistrado capaz de renovar a desgastada imagem da Justiça

O amazonense Mauro Campbell, ministro do STJ, passa por sabatina no Senado  nesta quarta-feira (19/06) - Rede Onda Digital

Mauro Campbell é um exemplo de juiz independente e justo

Vicente Limongi Netto

Discreto e competente ministro do Superior Tribunal de Justiça(STJ), o amazonense Mauro Campbell foi aprovado pelo plenário do Senado para a relevante função de Corregedor do Conselho Nacional de Justiça(CNJ).  Recebeu 62 votos favoráveis, entre 81 senadores.

Para Campbell, “o juiz não possui carta de alforria para fazer da magistratura um bico, ou fazer turismo na sua comarca. Lá ele deve residir, porque recebeu ajuda de custo e dinheiro público para isso”.

CAMPELO EMPOSSADO – Outro homem público e cidadão respeitado em Brasília e no Brasil é o cearense de Crateús, ministro aposentado do TCU, ex-presidente daquela Corte, e ex-senador Valmir Campelo é o novo e valoroso acadêmico do Instituto Histórico e Geográfico do Distrito Federal. O discurso de posse de Valmir foi uma peça significativa e marcante de um bravo patriota e um hino de amor a cidade onde estudou, trabalhou, criou família e fez enorme legião de amigos.

O novo acadêmico do Instituto lembrou que, como deputado constituinte, foi o autor da emenda que criou o Fundo Constitucional de Brasília. Iniciativa vitoriosa apoiada pelo relator-geral da Carta, Bernardo Cabral, e o líder da bancada do DF, Mauro Benevides.

TUDO DE NOVO – Dura constatação. Não tem hora para acabar a agonia, o drama e o sofrimento dos desolados gaúchos. As águas do rio Guaíba subiram novamente. Implacavelmente. Alagando 7 cidades, destruindo casas, plantações, comércio em geral. Adiada a volta da alegria.

A esperança e a garra dos moradores e voluntários permanecem acessas no coração de todos. Imagens tristes voltaram a magoar olhos e corações dos brasileiros, desde o início solidários com aqueles que perderam tudo. Menos a fé. O que foi salvo e reconstruído corre o risco de novamente virar barro, lama e angústia.

DAVID LUIZ – Sonhar é de graça e alimenta a alma. O cabeludo David Luiz, em boa forma, experiente e carismático, poderia trocar o Flamengo pelo combalido Fluminense, para fortalecer a massacrada e medíocre zaga tricolor, e voltar a jogar ao lado de Thiago Silva.

Domingo é dia de mais sofrimento ou recuperação do lanterna Fluminense. Exatamente com Flamengo, o líder do brasileirão.