Pacote de Haddad para conter gastos deve ter impacto de R$ 70 bi em 2025 e 2026

Limitar ganho real do salário mínimo deve ser uma das medidas

Pedro do Coutto

O ministro Fernando Haddad revelou que no exercício de 2025, os cortes das despesas públicas devem atingir cerca de R$ 30 bilhões e, em 2026, R$ 40 bilhões. Dessa forma, o pacote de medidas de contenção de gastos, elaborado pela Fazenda, deve ter um impacto de cerca de R$ 70 bilhões nas contas públicas no próximo biênio. O anúncio das ações que compõem o pacote ocorrerá após a Cúpula do G20, que acontece no Rio de Janeiro amanhã e terça-feira.

Os valores foram divulgados primeiro pela revista Veja e confirmados pela Folha de S. Paulo. Na última quarta-feira, Haddad disse que o impacto do pacote seria “expressivo”, mas não citou valores. Uma das principais medidas deve ser a limitação do ganho real do salário mínimo, com o objetivo de alinhar a política de valorização às regras do arcabouço fiscal — cujo limite de despesas tem expansão real de 0,6% a 2,5% ao ano.

GANHO REAL – Pela regra atual, o salário mínimo teria ganho real de 2,9% em 2025, conforme o desempenho do Produto Interno Bruto de dois anos antes. Em 2026, a alta seria acima de 3%, considerando as projeções para o crescimento neste ano. Em ambos os casos, a valorização supera o ritmo de expansão do arcabouço, o que por si só poderia criar uma pressão por dentro da regra, levando ao achatamento de outras despesas.

Sobre esses cortes, Haddad esqueceu de confirmar que incidirão as taxas inflacionárias, aumentando o poder dos cortes. Surpreende o anúncio porque não estava no programa do presidente Lula tal fato relativo à redução dos valores de aplicações do orçamento.

AVALIAÇÃO – Ficou patente que houve uma má avaliação por parte do Ministério da Fazenda quanto aos valores orçamentários. Os cortes atingirão programas vitais, influenciando nos investimentos previstos. Houve uma complicação no quadro financeiro.

O problema é que o desequilíbrio impede a realização de uma série de programas que o governo terá que rever.  Os cortes anunciados, inclusive, levam a um conflito entre a direção do PT com a realidade prevista pelo ministro Haddad.

Se o planejamento tivesse corrido conforme o estabelecido, não haveria tantos impactos como os que podem ser observados. A diferença entre o otimismo e a realidade é que cria problemas políticos, como os vistos na área da legenda. O recuo provoca um efeito psicológico ruim para o governo

Na poesia de Dante Milano, o falso amor é tão forte que acaba sendo verdadeiro

FCO-1159 - Retrato de Dante Milano | Obras | Portinari

Milano, retratado pelo amigo Portinari

Paulo Peres
Poemas & Canções

O poeta Dante Milano (1899-1991), nasceu em Petrópolis (RJ), é um dos poetas representativos da terceira geração do Modernismo. Em “Poema do Falso Amor”, Milano mostra a diferença entre o falso e o verdadeiro amor, para questionar: Qual dos dois é o verdadeiro?

POEMA DO FALSO AMOR
Dante Milano

O falso amor imita o verdadeiro
Com tanta perfeição que a diferença
Existente entre o falso e o verdadeiro 
É nula. O falso amor é verdadeiro
E o verdadeiro falso. A diferença
Onde está? Qual dos dois é o verdadeiro?

Se o verdadeiro amor pode ser falso
E o falso ser o verdadeiro amor,
Isto faz crer que todo amor é falso
Ou crer que é verdadeiro todo amor.
Ó verdadeiro Amor, pensam que és falso!
Pensam que és verdadeiro, ó falso Amor!

Procurador só pretende denunciar Bolsonaro no ano que vem

Gonet quer fazer todas as denúncias de uma só vez

Igor Gadelha
Metrópoles

Ministros do Palácio do Planalto passaram a apostar que o procurador-geral da República, Paulo Gonet, só oferecerá em 2025 as primeiras denúncias contra Jair Bolsonaro nos inquéritos em que o ex-presidente é investigado.

Até agora, a Polícia Federal já indiciou Bolsonaro em pelo menos dois inquéritos: o da fraude em certificados de vacinação contra a Covid-19 e o da venda ilegal de joias que o ex-presidente ganhou durante o mandato. Mas Gonet não formalizou as denúncias, que transformariam Bolsonaro em réu.

NOVA EXPECTATIVA – Até então, a expectativa no governo Lula e na própria Procuradoria era de que Gonet denunciaria Bolsonaro logo após as eleições municipais de outubro de 2024. A expectativa, porém, mudou e passou a ser o ano de 2025.

Auxiliares de Lula dizem ter recebido sinalizações de que o procurador-geral da República quer aguardar que a Polícia Federal conclua o inquérito do golpe de estado, para então decidir sobre as demais denúncias.

O discurso vai ao encontro do que dizem os interlocutores de Gonet. Segundo essas fontes, o chefe da PGR quer aguardar a conclusão do inquérito do golpe para ter uma visão mais ampla das acusações contra Bolsonaro.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
No Brasil, tudo fica para depois. No final do ano, tudo é sempre chutado para depois da Semana Santa, no melhor estilo “Brasil brasileiro”. (C.N.) 

Janja põe governo Lula na mira de Trump, ao xingar Elon Musk

Janja diz 'Fuck you, Elon Musk' durante painel do G20 no Rio; vídeo mostra momento da fala

A primeira-dama é muito educada e gosta de falar inglês

Paulo Cappelli e Daniela Santos
Metrópoles

A primeira-dama Rosângela Lula da Silva, a Janja, pôs o governo brasileiro na mira de Donald Trump ao xingar o principal aliado do presidente eleito dos Estados Unidos. Ao direcionar um “fuck you” (“foda-se”) a Elon Musk, que assumirá um cargo no governo Trump, Janja fez com que os holofotes da Casa Branca não se concentrem apenas em Alexandre de Moraes (STF), alvo das críticas do empresário.

Neste sábado (16/11), Janja xingou o bilionário durante a participação de um evento paralelo ao G20, no Rio de Janeiro. Na ocasião, a fala da primeira-dama foi interrompida por uma falha no som e ela brincou: “Acho que é o Elon Musk”. Em seguida, ela emendou: “Eu não tenho medo do você, inclusive. Fuck you, Elon Musk”.

DEU MUNIÇÃO  – Antes, opositores de Lula tentavam passar para Trump e Musk a teoria de que os movimentos de Moraes para suspender o X [antigo Twitter] eram coordenados com o governo brasileiro. Agora, Janja acaba de oferecer a munição que bolsonaristas buscavam para dar sustentação à tese.

Trump ainda não foi empossado, mas já tomou conhecimento de que Lula citou o “nazismo” ao se referir à volta da direita ao poder nos Estados Unidos. A declaração de Janja, neste sábado (16/11), tensiona ainda mais a relação entre o Palácio do Planalto e o futuro chefe da Casa Branca.

Com base na atuação de Moraes, parlamentares do partido de Trump tentam aprovar um projeto para que os Estados Unidos punam países que, na visão desses congressistas, pratiquem atos que configurem censura.

MUSK IRONIZA – O bilionário Elon Musk respondeu a primeira-dama do Brasil, Janja Lula da Silva, após a esposa do presidente Lula da Silva (PT) usar o termo “fuck you” (“vá se foder”), para se referir ao empresário.

Em uma resposta a uma publicação no X, Musk reagiu à declaração da primeira-dama com emojis de risada e disse: “Eles vão perder a próxima eleição”.

Em outro post, o empresário compartilhou o vídeo de Janja com a legenda “LOL”, expressão em inglês que significa “rindo muito”.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Lula já teve três primeiras-damas. A melhor foi a verdadeira, dona Marisa Leticia, que não se metia em nada. A segunda, Rosemary Noronha, até tentou se manter na clandestinidade, mas acabou sendo descoberta pela mídia. A atual terceira primeira-dama, Janja da Silva, é um estrupício. Nos Estados Unidos, seria chamada de “social climber” (alpinista social), por se meter onde não deve e viver em busca de 15 minutos de fama. O pior é que Lula está com os quatro pneus arriados por ela e não tem como enquadrá-la em seu devido lugar. (C.N.)

Ucrânia acredita que Trump pode terminar a guerra o mais rápido possível

Zelensky e Trump se reúnem na Trump Tower, em Nova York, em 27 de setembro de 2024 — Foto: Shannon Stapleton/Reuters

Trump não quer financiar a guerra e negociará a paz

Liana Nunes
Gazeta do Povo

Durante entrevista concedida a uma rádio da Ucrânia, na sexta-feira (15), o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky afirmou que guerra a contra a Rússia deve “terminar o mais rápido possível” com a colaboração do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump.

Na empresa de radiodifusão pública, Zelensky disse que isso deve acontecer por conta das “políticas desta equipe que agora liderará a Casa Branca, pois essa é a abordagem deles, é a promessa deles para a sociedade.”

NEGOCIAÇÕES – O presidente também confirmou que já está “em negociações com os Estados Unidos, com Trump, com [o presidente Joe] Biden e com os líderes europeus”.

Ele também enfatizou que durante as conversas com Trump não percebeu discordâncias em relação ao posicionamento da Ucrânia. “Não ouvi nada contra nossa posição”, disse Zelensky. Na rede social X, o presidente ucraniano publicou nesta sexta-feira que a “luta pela vida já dura quase 1.000 dias“.

De acordo com ele, a guerra contra a Rússia “não diz respeito apenas à Ucrânia. Aplica-se também a todos os que valorizam a liberdade, o direito de escolher o seu próprio caminho e um futuro sem guerra.”

UMA PRIORIDADE – A equipe de Donald Trump afirmou, durante a campanha eleitoral e após a vitória a Casa Branca, que acabar com a guerra entre Ucrânia e Rússia era uma das prioridades do governo. “Eles estão morrendo, russos e ucranianos. Quero que parem de morrer. E farei isso — farei isso em 24 horas”, afirmou Trump em discurso de campanha.

Ao portal Wall Street Journal, o presidente eleito dos EUA confirmou que ainda não era possível fornecer os detalhes da negociação de fim da guerra. “Não posso dizer esses planos porque, se eu disser esses planos, não poderei usá-los”, disse Trump.

O jornal Washington Post informou que Trump também conversou com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, sobre o assunto neste mês de novembro, ao telefone. De acordo com o jornal, Donald Trump aconselhou Putin a não intensificar a guerra contra a Ucrânia.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Interessante notícia enviada por Gilberto Clementino. Na gestão de Joe Biden, inimiga da Rússia, Zelensky só pedia dinheiro e armas. Agora, sabedor que Trump negocia diretamente com Putin e não está a fim de continuar financiando a guerra dos outros, o presidente ucraniano resolveu cair na real. No caso de Israel, é diferente, porque Trump é apoiado pela poderosa comunidade judaica mundial e jamais deixará de apoiar Israel. É mais fácil os EUA entrarem na guerra do que tentar encerrá-la. (C.N.)

EUA mandam recado à América Latina sobre a China e a Rússia

O secretário de Defesa Lloyd J. Austin III conversa com o novo comandante do U.S. Southern Command, o almirante Alvin Holsey

O almirante Holsey precisa combinar com russos e chineses

Marcelo Godoy
Estadão

Um dia depois de a vitória do republicano Donald Trump ser conhecida, em uma cerimônia em Doral, na Flórida, o almirante Alvin Holsey assumiu o U.S. Southern Command, o Comando Sul das Forças Armadas americanas. O primeiro oficial afro-americano no cargo foi escolhido para substituir a primeira mulher que o ocupou, a general Laura Richardson.

A mudança de guarda revelou não apenas a reafirmação do discurso que Richardson fez nos últimos quatro anos. Mas uma ênfase na ideia de sobrevivência, de luta escatológica entre competidores pelo poder global. Holsey tratou em seu discurso à plateia composta principalmente por militares da “competição estratégica” com Rússia e China. “Nossos adversários estabeleceram uma forte presença, colocando em risco a estabilidade da segurança, em toda a América.”

GRANDES AMEAÇAS – De acordo com ele, “a República Popular da China e a Rússia são concorrentes que buscam minar a democracia enquanto ganham poder e influência na região”. Além delas, segundo ele, existem outras ameaças:

“As organizações criminosas transnacionais criam o ambiente permissivo ao minar o estado de direito e interromper funções legítimas do governo”. E incluiu em sua lista “a migração e as mudanças climáticas”. “Democracias erodidas pela segurança alimentar e hídrica”.

Holsey queria se fazer entender pelos seus homens e pelos observadores estrangeiros. Disse: “Entender-me é entender a essência da sobrevivência. Toda manhã na África, uma gazela acorda, ela sabe o que é correr mais rápido que o leão mais rápido ou ser morta.” E concluiu: “A gazela mais lenta morre. Quando o sol nasce é melhor você estar correndo”.

LUTHER KING – Ele se dirigiu ainda aos observadores estrangeiros, muitos dos quais oficiais de ligação de Forças Armadas da América Latina. “Todos os homens e mulheres são chamados em uma rede inescapável de mutualidade amarrada em uma única veste do destino. O que afeta um diretamente afeta a todos, indiretamente. Essas são palavras do doutor Martin Luther King Jr. Acho que elas falam muito hoje enquanto penso sobre esta região.”

Para ele, estabelecer parcerias é a melhor forma de vizinhança. É preciso contar com uma segurança e preocupações econômicas compartilhadas.

“Estaremos sempre lá para Nações com ideias semelhantes que compartilham nossos valores, nossa democracia, o estado de direito e os direitos humanos.”

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
O almirante negro Holsey tem grande senso de oportunidade e estratégia. Antes mesmo de Trump assumir, o chefe militar já se coloca de prontidão contra a China e a Rússia, para destruir o programa Sul Global que Lula tanto admira. (C.N.)

Tiü França enlouqueceu após Bolsonaro perder, diz sua ex-mulher

Daiane Dias, segundo mulher, também se separou dele

Catarina Scortecci
Folha

Autor do atentado em Brasília na noite de quarta-feira (13), Francisco Wanderley Luiz, o “França”, como era conhecido em Rio do Sul (SC), nunca foi engajado ou interessado em política, o que só aconteceu nos últimos anos, a partir da chegada de Jair Bolsonaro (PL) ao Planalto, em 2019.

O relato é da cuidadora Margarete Versino, 57 anos, que se casou com “França” no final da década de 1980. Eles viveram juntos por 17 anos e tiveram dois filhos.

OUTRA PESSOA – “Nunca se envolveu com política. Era outra pessoa. Com o tempo, começou a mudar de atitude. E quando o Bolsonaro perdeu [em 2022], ele enlouqueceu. Acho que foi ali que começou um problema mais forte, sabe?”, afirmou a ex-esposa em entrevista por telefone à Folha na manhã desta sexta-feira (15).

“A gente tentava dizer para ele: França, isso não é normal. Mas não tinha outra conversa. Ele estava indignado com a política. Víamos um fanatismo”, diz.

“Quando a filha [dela e dele] esteve no Brasil, em julho, e passamos o dia juntos, ele expressava bastante indignação com as pessoas presas [em função dos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023]. Falava demais. A gente comentou com ele que tinha que mudar. Até falamos de Jesus para ele, minha filha é missionária. Mas, enfim, ele só falava de política”, afirma.

FUGIR DOS PROBLEMAS – Margarete diz que não sabe se França participou dos atos golpistas de 2023 e afirmou que sua mudança para Brasília foi interpretada como uma tentativa de “fugir dos problemas” em Rio do Sul, onde enfrentaria uma separação tumultuada com a segunda companheira, Daiane Dias.

Em depoimento à Polícia Federal nesta quinta (14), Daiane disse que o plano de França era matar o ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal). Mas Margarete disse que a família não acredita nisso.

“A intenção dele não era matar ninguém, como já falaram aí. Tenho certeza que não. Ele era uma pessoa do bem. Fez mal para ele”, afirma Margarete.

ÓTIMO PAI – Segundo ela, França “sempre foi um ótimo pai”. A filha que é missionária tem 37 anos e está morando na Tailândia. O outro filho, de 34 anos, é engenheiro mecânico e tem residência em Itapema (SC). França também tem um enteado, filho de Daiane Dias, que o ajudava no trabalho, no “França Chaveiro”.

“A gente nunca deixou de ser amigo depois da separação. Ficamos alguns anos distantes no início, mas depois a gente se tornou amigos, pelos filhos. Ele sempre frequentou minha casa. E eu nunca saí da família do França. Vou todos os dias na casa da minha sogra, que é uma mãe para mim. E estamos todos em choque”, relata Margarete.

Segundo ela, a mãe de França, de 89 anos, precisou ser levada ao médico duas vezes desde o episódio.

SEPULTAMENTO – A família contratou um advogado para atuar em Brasília, mas ainda aguardava informação sobre a liberação do corpo para o sepultamento.

“É um choque para os filhos terem que aceitar isso, um fim tão trágico para o pai deles, e uma coisa que ele escolheu. A gente acaba se culpando por não ter visto que ele estava tão doente”, lamenta.

“A gente nunca esperava isso dele. Se você for em Rio do Sul inteiro, você só vai ouvir bem dele.”

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
E ainda aparece que diga que é um perigoso terrorista, capaz de explodir os jardins da Babilônia e o caixão de Vladimir Lênin. Sinceramente… (C.N.)

Mais à frente, tudo voltará a ser discutido na anistia a Bolsonaro

Tribuna da Internet | Anistiar Bolsonaro significa suicídio democrático e  convite à baderna

Charge do Fred Ozanam (Paraíba Online)

Dora Kramer
Folha

A tentativa de atentado a bombas na praça dos Três Poderes mostrou que o espaço síntese da representação da República ainda é um lugar vulnerável a ação de extremistas, sejam dementes ou agentes conscientes de orquestração liberticida.

A radicalização está presente, ativa, ataca em qualquer lugar e em qualquer momento sem que possamos dizer que somos pegos de surpresa, embora um tanto desprevenidos. A intolerância incorporou-se ao cotidiano. Instalou-se como um tumor, que, se não for combatido o quanto antes, ameaça o país de metástase.

MESMO VENENO -O enfrentamento da questão, no entanto, não será eficaz se ocorrer mediante a aplicação de doses do mesmo veneno em sentido contrário. Antes pode servir de alimento à virulência, cujos procedimentos precisam ser superados.

Não se trata de pregar omissão, condescendência ou defender a mera pacificação retórica. Esta se apresenta agora diante do episódio recente na voz daqueles que por conveniência procuram se desvincular da selvageria por eles semeada. A contraofensiva estará sempre à espreita. Bem pontuou o deputado Chico Alencar (PSOL-RJ) que lobos podem agir de maneira solitária, mas “de alguma matilha eles saíram”.

É de se desconfiar da facilidade com que defensores de anistia ao ex-presidente Jair Bolsonaro decretaram o “enterro” da ideia. O cadáver seguirá insepulto à espera da chance de ressurreição.

FACILIDADE DEMAIS – Tal oportunidade não pode ser oferecida tão facilmente pela pressa de organizar as exéquias do moribundo e usá-lo para, quem sabe, desferir um golpe mortal na ultradireita.

Amarga ilusão. Manifestações exacerbadas de indignação e conexões antecipadas por parte de investigadores e futuros julgadores fornecem material para que os que estão agora na berlinda retomem a tese da perseguição política.

Assim se dá combustível aos radicais. Mais eficiente seria a contenção nas palavras enquanto se robustecem as indispensáveis punições aos arautos da criminalidade institucional, a fim de deixá-los sem margem a qualquer tipo de reação que soe convincente aos ouvidos da sociedade.

Trump diz que Elon Musk precisa ser protegido. De quem? Do STF?

Trump anuncia Musk para chefiar "Eficiência Governamental"

E agora? Quem aceitará comprar briga com Elon Musk?

Mario Sabino
Metrópoles

Elon Musk é o novo querido de Donald Trump, e essa não é uma boa notícia para o STF e, por extensão, para o governo Lula. Além de dar um importante cargo oficial de recompensa ao seu mais generoso e poderoso cabo eleitoral, com a função de cortador de custos na máquina federal, o presidente eleito dos Estados Unidos passou a ouvi-lo para quase tudo.

Há poucos dias, Donald Trump incluiu Elon Musk, cuja Starlink ajuda a Ucrânia na guerra contra o invasor russo, em uma reunião telefônica com o presidente Volodymyr Zelensky, da qual ninguém sabe o teor.

BEM NA FOTO – Na mais recente fotografia da família Trump, feita depois da vitória eleitoral, Melania não aparece, mas lá está o dono da Tesla, da Starlink e do X. A imagem ilustra a declaração de amor que Donald Trump fez no seu primeiro discurso como presidente eleito.

Ele disse que Elon Musk é a “nova estrela” do Partido Republicano. “Ele e um gênio. Ele é um sujeito especial, um supergênio. Nós temos que proteger os nossos gênios. Não temos muitos deles. Nós temos que proteger os nossos supergênios”, insistiu Donald Trump.

E até que ponto irá a proteção ao supergênio? Bastante longe e misturando alhos e bugalhos, a julgar pelo que disse J.D. Vance, vice de Donald Trump.

DISSE VANCE – Em setembro, em entrevista a Shawn Ryan, no Youtube, Vance afirmou o seguinte, quando confrontado sobre a guerra que a União Europeia move contra Elon Musk por causa da rede social X:

“O que a América deveria estar dizendo é que, se a Otan quer que continuemos a apoiá-la, e a Otan quer que continuemos a ser bons integrantes dessa aliança militar, por que não respeitar os valores americanos, respeitando a liberdade de expressão?”, perguntou, acrescentando:

“Desculpe, mas é uma loucura que apoiemos uma aliança militar, se essa aliança militar não é a favor da liberdade de expressão. Pode-se ter os dois. Temos de dizer que o poder americano vem junto com certas amarras. Uma delas é respeitar a liberdade de expressão, em especial da parte dos nossos aliados europeus.”

CENSURA CLARA – A União Europeia quer que o X de Elon Musk se enquadre na nova legislação que rege o funcionamento das redes sociais nos países do bloco — aquela que o STF e o PT apontam como modelo para regulá-las no Brasil. Ou seja, que modere conteúdos associados aos chamados “discurso de ódio” e “desinformação” e, se publicados, que os retire do ar a mando das autoridades, sem qualquer discussão.

Como o libertário Elon Musk se recusa a cumprir a legislação por considerá-la censura oficial, os burocratas de Bruxelas ameaçam fazer o mesmo que fez o STF: multar o X e, se necessário, pegar o dinheiro da multa no caixa de outras empresas de Elon Musk presentes na União Europeia.

Há quem fale até em banir a rede social, em caso de desobediência.

CAINDO NA REAL – Os países do bloco estariam dispostos a punir o X e outras empresas de Elon Musk e comprar briga com o novo governo americano? Improvável. E não se trata de Otan, mas de comércio.

De índole protecionista, Donald Trump não terá nenhuma dificuldade para alegar que atirar contra o X significa prejudicar os interesses comerciais dos Estados Unidos e, portanto, a resposta deve vir na forma de retaliação em idêntica moeda, milhões ou até bilhões delas subtraídas das importações vindas da Europa.

Repita-se a pergunta para o Brasil: o STF repetiria a dose aplicada ao X do protegé de Donald Trump? O governo Lula ficaria ao lado do STF? Antes que se vista verde e amarelo e se cante o Hino Nacional, é bom refletir se vale a pena no bolso dos exportadores brasileiros. Talvez o melhor seja apenas enfrentar o ressentimento que Elon Musk pode tirar da geladeira.

Deltan prevê “efeito sinistro ” para a direita após ataque ao STF

Imagem colorida de Deltan Dallagnol falando sobre atentado a bomba e PL da Anistia - Metrópoles

Dental diz que Supremo não pode pressionar Congresso

Giovanna Estrela
Metrópoles

Deltan Dallagnol, ex-procurador da Lava Jato e ex-deputado federal, se pronunciou sobre as explosões na Praça dos Três Poderes, sendo uma delas em frente ao Supremo Tribunal Federal (STF), nessa quarta-feira (13/11). Em vídeo publicado no YouTube, Dallagnol afirma que o ataque terá “consequências sinistras” para a direita, principalmente para os presos e réus do 8 de Janeiro.

Isso porque, no último dia 29 de outubro, o presidente da Câmara Arthur Lira (PP-AL) criou uma comissão especial para a proposta de anistiar presos por participação ou financiamento dos atos antidemocráticos do 8 de Janeiro. O texto virou uma pauta crucial da direita brasileira ligada ao bolsonarismo.

PL DA ANISTIA – No entanto, Dallagnol teme que o atentado dessa quarta-feira possa dificultar a aprovação do “PL da Anistia”, já que o autor do ataque, Francisco Wanderley Luiz, que se explodiu em frente ao STF, foi candidato a vereador pelo Partido Liberal (PL). Segundo Deltan, isso fez com que muitos associassem o homem-bomba ao ex-presidente Jair Bolsonaro, que também é do mesmo partido.

Em respostas aos ataques, o ministro do STF Alexandre de Moraes afirmou que “não existe possibilidade de pacificação com anistia a criminosos” e que “o criminoso anistiado é um criminoso impune”.

Por isso, Dallagnol acredita que o ocorrido servirá como uma justificativa para endurecer ainda mais as penas contra os envolvidos nos atos de 8 de Janeiro e inviabilizar a anistia.

SEM VIOLÊNCIA – “A explosão do STF vai ter consequências sinistras, e nenhuma vai ser boa pra direita. Independentemente do que ele queria com esse ato, a gente precisa reafirmar que nós, da direita, repudiamos todo e qualquer tipo de ato de violência. Violência nunca vai ser a resposta”, disse Dallagnol.

“Já estão falando que isso [o ataque com bombas] dá consistência ao discurso de que a democracia segue ameaçada”, criticou Dallagnol.

Segundo Dallagnol, após as explosões, ministros do STF teriam manifestado aos líderes do Congresso a sua posição de “tolerância zero” para com qualquer tentativa de discutir anistia aos réus de 8 de Janeiro.

STF INTERVÉM – “Não vamos permitir que ousem debater anistia depois disso”, teria sido a mensagem enviada por ministros do Supremo Tribunal Federal a parlamentares.

Para Dallagnol, essa postura é uma afronta ao papel independente do Congresso e um exemplo do que chamou de “controle excessivo” por parte do Supremo.

“Desde quando o Congresso depende de permissão do STF para discutir alguma coisa?”, questiona.

“Querem jogar no colo da direita, mas atentado não afeta anistia”, diz relator

O deputado Rodrigo Valadares (União Brasil-SE)

Valadares afirma que a anistia vai prosseguir normalmente

Victoria Azevedo
Folha

O relator do projeto de lei que dá anistia aos condenados pelos ataques golpistas de 8 de janeiro, Rodrigo Valadares (União Brasil-CE), rejeita que o atentado com explosões na praça dos Três Poderes, em Brasília, tenha impacto sobre a tramitação da proposta na Câmara.

Ele afirma à Folha que há uma tentativa de parte da imprensa de associar o fato à direita e a Jair Bolsonaro (PL). Mas, ecoando discurso de aliados do ex-presidente, diz que o ocorrido deve ser tratado como um fato isolado.

TRANSTORNO MENTAL – “No meu entender, a gente vê que, infelizmente, parte da mídia está querendo jogar isso no colo da direita, de Bolsonaro e da anistia. Entendo completamente diferente: é um fato isolado, uma pessoa que sofria algum transtorno mental”, afirma.

Ele havia se candidatado a vereador pelo PL em Rio do Sul (SC) na eleição de 2020, mas não foi eleito. Antes de morrer, publicou mensagens sobre o ataque e declarações de cunho político e religioso. Um irmão dele confirmou à Folha que Francisco esteve no acampamento de bolsonaristas em Brasília, em frente ao QG do Exército, de onde saiu o grupo que fez o ataque golpista de 8 de janeiro de 2023.

Para Valadares, o ato não configuraria atentado à suprema corte brasileira. “Isso não tem correlação com a anistia e deve ser tratado como fato isolado. É lamentável, mas não afeta a anistia. Se houver justiça e decência no nosso país, que não haja nenhum tipo de correlação e prejuízo para a anistia”, diz.

RELATOR – Valadares foi designado relator da proposta no âmbito da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Câmara. Em seu parecer, ampliou o escopo do texto e sugeriu perdão a todos os atos pretéritos e futuros relacionados aos ataques à sede dos três Poderes.

No fim de outubro, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), retirou a proposta da CCJ e anunciou a criação de uma comissão especial para analisar o tema —ela ainda não foi oficializada.

Dois líderes ouvidos pela reportagem dizem que as explosões aumentam a pressão sobre Lira para um desfecho ao projeto de lei. Em entrevista à Folha no fim de outubro, o presidente da Câmara afirmou que daria uma “solução” até o fim de seu mandato, mas não indicou como faria isso.

CONSTRANGIMENTO – Um líder governista diz que Lira não deverá tomar nenhuma decisão precipitada acerca do projeto diante do ocorrido, mas avalia como remota qualquer possibilidade de a proposta avançar. Ele afirma que, agora, haverá um constrangimento ainda maior para que os líderes indiquem membros para integrar a comissão.

Valadares está fora do Brasil, em missão parlamentar, mas diz que quando voltar irá procurar lideranças para destravar a comissão. O deputado afirma que o líder de sua legenda, Elmar Nascimento (BA), garantiu que ele será um nos nomes da sigla a ser indicado.

“Expectativa de que eu possa participar e contribuir para encontrar uma solução para se ter justiça no país, e essas pessoas possam sair da cadeia”, afirma.

REAÇÃO IMEDIATA – Como a Folha revelou, deputados bolsonaristas falaram em enterro da anistia momentos após as explosões. Em grupo de WhatsApp que reúne parlamentares da oposição, disseram que o ocorrido deveria prejudicar a tramitação do projeto de lei.

O deputado Gustavo Gayer (PL-GO), por exemplo, afirmou em mensagem que “agora vão enterrar a anistia”. Capitão Alden (PL-BA) afirmou que “lá se foi qualquer possibilidade de aprovar a anistia”, e o deputado Eli Borges (PL-TO) disse que, “se tentou ajudar”, atrapalhou.

Moraes afirmou na manhã desta quinta-feira (14) que o ocorrido não pode ser tratado como um ato isolado e associou ao chamado “gabinete do ódio” na gestão Bolsonaro. O ministro criticou a ideia de concessão de anistia.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Nada de novo no front ocidental. Mais alguns dias, vão aceitar que o cidadão não tinha o menor conhecimento em explosivos, estava apaixonadíssimo pela garota do batom (“Perdeu, Mané!”) e só oferecia perigo a si mesmo, porque os ministros do Supremo vivem cercados de seguranças no Brasil e no mundo, gente fina é outra coisa… (C.N.)

Bombas contra o STF explodem a possibilidade de anistia de presos pelo 8 de janeiro

O tempo passa e o desejo de Gonzanguinha ainda não foi atendido

Gonzaguinha e Gonzagão, gênios em família

Paulo Peres
Poemas & Canções 

O economista, cantor e compositor carioca Luiz Gonzaga do Nascimento Junior (1945-1991) , mais conhecido como Gonzaguinha é, sem dúvida, um dos maiores talentos da Música Brasileira em seus diversos estilos populares. Sua obra teve, inicialmente, como característica sua postura de crítica à ditadura militar, conforme mostra a letra de “É” que expressa um desabafo, o grito de um povo para ter condições melhores de vida. Para isso é necessário ter carinho, atenção, afeto, respeito, liberdade, amor , saúde e trabalho digno. O cidadão tem direitos e deveres que devem ser respeitados, para ele exerça a sua cidadania plena.

É
Gonzaguinha

É!
A gente quer valer o nosso amor
A gente quer valer nosso suor
A gente quer valer o nosso humor
A gente quer do bom e do melhor…

A gente quer carinho e atenção
A gente quer calor no coração
A gente quer suar, mas de prazer
A gente quer é ter muita saúde
A gente quer viver a liberdade
A gente quer viver felicidade…

É!
A gente não tem cara de panaca
A gente não tem jeito de babaca
A gente não está
Com a bunda exposta na janela
Prá passar a mão nela…

É!
A gente quer viver pleno direito
A gente quer viver todo respeito
A gente quer viver uma nação
A gente quer é ser um cidadão
A gente quer viver uma nação…

É! É! É! É! É! É! É!…

É!
A gente quer valer o nosso amor
A gente quer valer nosso suor
A gente quer valer o nosso humor
A gente quer do bom e do melhor…

A gente quer carinho e atenção
A gente quer calor no coração
A gente quer suar, mas de prazer
A gente quer é ter muita saúde
A gente quer viver a liberdade
A gente quer viver felicidade…

É!
A gente não tem cara de panaca
A gente não tem jeito de babaca
A gente não está
Com a bunda exposta na janela
Prá passar a mão nela…

É!
A gente quer viver pleno direito
A gente quer viver todo respeito
A gente quer viver uma nação
A gente quer é ser um cidadão
A gente quer viver uma nação
A gente quer é ser um cidadão
A gente quer viver uma nação
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Atentado a bomba em Brasília foi terrorismo? A lei diz que não.

Autor de atentado ao STF recebeu 98 votos quando se candidatou a vereador em SC – Noticias R7

A lei brasileira não enquadra Tiü França como terrorista

César Dario Mariano da Silva
Estadão

Em razão de pressões internacionais e para a preservação da segurança durante a realização das Olimpíadas, tratou o Congresso Nacional de analisar algumas propostas existentes e, ao final de muita discussão, aprovar a Lei nº 13.260, de 16 de março de 2016, que define o crime de terrorismo.

A redação atual da aludida lei não prevê o terrorismo político e o ideológico, que leva organizações terroristas a praticarem atos de violência em vários locais do mundo.

DEFINIÇÃO – Diz seu artigo 2º: “O terrorismo consiste na prática por um ou mais indivíduos dos atos previstos neste artigo, por razões de xenofobia, discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia e religião, quando cometidos com a finalidade de provocar terror social ou generalizado, expondo a perigo pessoa, patrimônio, a paz pública ou a incolumidade pública”.

Quando da discussão dos projetos de lei acerca de terrorismo houve a preocupação dos partidos de esquerda à época de que não se enquadrassem como atos terroristas as invasões de terras e de outras propriedades patrocinadas por organizações como o MST e outras análogas.

Tanto que o § 2º deste artigo dispõe que: “O disposto neste artigo não se aplica à conduta individual ou coletiva de pessoas em manifestações políticas, movimentos sociais, sindicais, religiosos, de classe ou de categoria profissional, direcionados por propósitos sociais ou reivindicatórios, visando a contestar, criticar, protestar ou apoiar, com o objetivo de defender direitos, garantias e liberdades constitucionais, sem prejuízo da tipificação penal contida em lei”.

NÃO É TERRORISMO – Não resta a menor dúvida de que o atentado a bomba ocorrido na Capital Federal em quase todos os países do mundo seria punido como terrorismo, mas em terras brasileiras não é bem assim, já que não há previsão legal para o terrorismo político e ideológico e, em matéria penal, é proibida a analogia “in malam partem” (que prejudique o réu).

Parece piada pronta, mas só haverá terrorismo se os atos forem praticados por razões de xenofobia, discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia e religião. Como dito, se cometidos por razões políticas ou ideológicas, não se pode configurar o crime de terrorismo por ausência de previsão legal.

Aquele triste e antidemocrático ato configura crime de explosão e incêndio, todos previstos no Código Penal, mas não terrorismo.

ENQUADRAMENTO – Não vejo o atentado como crime de abolição violenta do estado democrático e nem de golpe de estado, por não ter a conduta a potencialidade de impedir ou restringir o funcionamento de um dos Poderes da República e nem de depor o governo legitimamente constituído (acerca destes delitos, vide: https://www.jusbrasil.com.br/artigos/afinal-o-que-sao-os-tais-crimes-contra-o-estado-democratico-tao-citados-e-aplicados-na-atualidade/1739131140 ).

Por outro lado, para que Francisco Luiz Wanderley (Tiü França) pudesse ser considerado terrorista, se houvesse a previsão para o terrorismo político ou ideológico, haveria necessidade de, ao causar a explosão e incendiar o veículo, tivesse a intenção de provocar terror social ou generalizado (elemento subjetivo do tipo específico).

Com efeito, se sua intenção não fosse essa, poderia ser acusado de outro crime, mas não de ato terrorista.

VALE A INTENÇÃO – O direito penal pune a pessoa a depender de sua intenção e não apenas do resultado naturalístico produzido. Sempre, ao se analisar a conduta, deve-se indagar qual a intenção do agente ao causar o resultado com sua ação ou permitir sua produção com a inação (omissão). É o que diz a teoria finalista da ação adotada pelo Código Penal brasileiro.

Essa teoria foi criada por Hans Welzel, na Alemanha, nos idos de 1931. Para essa teoria, a conduta é uma atividade final humana. Toda ação visa a um determinado resultado. O que importa é o fim a que se destinou a ação ou a omissão e o desvalor destas e não o resultado.

Se, ao que tudo indica, a intenção dele era realmente causar terror, mas ainda depende de investigação. Há em tramitação no Congresso Nacional alguns projetos de lei para incluir o terrorismo político e ideológico como conduta criminosa. Eu mesmo redigi um e encaminhei a um deputado federal para apresentação.

Homem-bomba era um terrorista de araque, que usava fogos de artifício

Homem-bomba comprou fogos de artifício em loja

Homem-bomba gastou R$ 1,5 mil em fogos de artifício

Deu na IstoÉ

O autor do atentado em Brasília (DF), que morreu em frente ao Supremo Tribunal Federal (STF) na quarta-feira, dia 13, comprou mais de R$ 1,5 mil em fogos de artifício em uma loja de Ceilândia, no Distrito Federal, entre os dias 5 e 6 de novembro.

Imagens de câmeras de segurança, às quais a TV Globo teve acesso, mostram Francisco Wanderley Luiz, de 59 anos, indo para a loja no último dia 5 e fazendo uma compra de R$ 295. No dia seguinte, o homem retornou ao estabelecimento e fez mais uma compra no valor de R$ 1.250.

Conforme o vendedor, as duas compras foram pagas no cartão de débito. Ainda segundo a TV Globo, a Polícia Civil informou que a loja não está irregular e que a venda dos fogos é permitida. Francisco Wanderley teria modificado os fogos para ficarem “mais potentes”.

O QUE SE SABE – Por volta de 19h30 de quarta-feira, 13, uma explosão destruiu o porta-malas de um veículo estacionado no Anexo IV da Câmara dos Deputados, em Brasília. Vinte segundos depois, uma segunda explosão foi ouvida na Praça dos Três Poderes, em frente à sede do Supremo Tribunal Federal.

No porta-malas do veículo danificado foram encontrados tijolos, madeira e fogos de artificio. Bombeiros apagaram as chamas e a fumaça.

Na segunda explosão, o corpo de um homem foi encontrado deitado na praça. A polícia apontou que o corpo era do autor dos ataques. Segundo boletim policial, um segurança do STF contou que o homem se deitou deliberadamente sobre a bomba antes da detonação.

DISSE A TESTEMUNHA – De acordo com a polícia e relatos de testemunhas, o homem havia tentado entrar sem sucesso no STF. Depois, quando um segurança se aproximou, ele jogou explosivos na marquise do edifício e mostrou outros artefatos.

O segurança do STF disse que o homem carregava uma mochila e mostrou algo semelhante a um relógio digital, que parecia acoplado a uma bomba. Após lançar outros artefatos, ele se deitou no chão e acionou o explosivo junto à nuca, morrendo na detonação.

A Polícia Civil do Distrito Federal classificou o episódio como um “autoextermínio com explosivo”. O homem que morreu na segunda explosão foi identificado pela polícia como Francisco Wanderley Luiz, de 59 anos, um chaveiro também conhecido como “Tiü França”.

FOI CANDIDATO – O carro que explodiu, com placa da cidade catarinense de Rio do Sul, também estava registrado no seu nome.

Em Rio do Sul, Wanderley Luiz foi candidato a vereador pelo PL (atual partido do ex-presidente Jair Bolsonaro) nas eleições municipais de 2020, mas não se elegeu, recebendo apenas 98 votos no pleito. Até o momento, não foram encontradas condenações ou processos que envolvam seu nome.

Segundo o canal Globonews, Wanderley Luiz havia alugado uma casa em Ceilândia, nos arredores de Brasília. Após as explosões, policiais fizeram buscas no local e encontraram diversos artefatos explosivos. (Com informações da Deutsche Welle)

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Ora, por favor me desculpem, mas Tiü França era mesmo um terrorista de araque. Percebemos desde o início, quando a polícia informou que havia fogos de artifício dentro do carro que sofreu uma pequena explosão. Quem é terrorista e mexe com explosivos jamais compraria fogos de artifício, e em grande quantidade. Isso é coisa de amador, de desequilibrado, nada tem a ver com terrorismo de verdade, embora a imprensa insista em demonizar o patético Tiü França, que me parece ter-se apaixonado pela jovem Débora Rodrigues dos Santos, que escreveu “Perdeu, Mané” com batom na estátua da Justiça. Tudo o que fez foi para impressionar a bela Débora, que nem deve saber quem é o Tiü França. E o resto é folclore, diria Sebastião Nery. (C.N.)

Brasileiros temem deportação e já se preparam para ‘perder tudo’

Estados Unidos: Imigrantes dormem ao relento à espera de vaga em hotel transformado em abrigo em Nova York - Jornal Grande Bahia (JGB)

A questão dos migrantes se agrava cada vez mais

Jamil Chade
do UOL

No final de domingo, no norte de Manhattan, uma esquina era tomada por grupo de homens de gravata e bíblia na mão, chamando quem passava para um culto. Com uma caixa de som, um pastor pregava em espanhol, enquanto um segundo repetia em inglês e com o mesmo fervor o que o religioso dizia. “Se estás angustiado, entre em nosso templo. Jesus te acolhe”, convocava.

A sala do culto, que um dia foi um cinema, estava lotada. Dominicanos, peruanos e equatorianos, além de colombianos, mexicanos e venezuelanos. Havia também um pequeno grupo de brasileiros.

CZAR DA FRONTEIRA – Horas depois de o culto terminar, os EUA foram informados que Trump escolheu seu novo “czar da fronteira”. Trata-se de Tom Homan. Ele já foi o responsável pelo Serviço de Imigração no primeiro governo Trump e causou uma polêmica por adotar uma estratégia de separar famílias e tirar crianças de seus país.

Em sua nova função, Homan ganhou um mandato ainda maior. Além de fechar as fronteiras, será o responsável por iniciar a “maior deportação em massa” da história dos EUA e prometida por Trump durante toda a campanha presidencial.

As estimativas oficiais do governo americano indicam que existam mais de 4 milhões de mexicanos em situação irregular, 800 mil guatemaltecos e 700 mil salvadorenhos. No caso do Brasil, os dados apontam para a existência de 230 mil sem documentos ou visto.

PROJETO 2025 – Homan, em entrevistas, se apressou a dizer que não haverá “campo de concentração” para essas pessoas. Mas ele foi um dos colaboradores do Projeto 2025, criado pela ala ultra-radical dos republicanos e que deveria servir de programa de governo de Trump. Ainda que o então candidato insista que desconhecia a existência do projeto, 140 ex-conselheiros seus fizeram parte da iniciativa. Homan foi um deles.

Num dos comícios de Trump, o novo chefe das fronteiras anunciou: “Tenho uma mensagem aos milhões de estrangeiros ilegais que Joe Biden liberou em nosso país: podem começar a fazer suas malas”.

Seu plano é o de intensificar batidas e operações em locais de trabalho para flagrar estrangeiros vivendo irregularmente no país.

SEM PAPÉIS – E por isso mesmo a ofensiva desperta tanto medo. Ana Costa, uma brasileira de 62 anos, rezava para que seus parentes que estavam nos EUA não fossem deportados. “Tenho minha situação regularizada. Mas tenho três sobrinhos que estão sem papéis. Todos eles trabalham e estamos com muito medo”, admitiu.

Entre os imigrantes que vivem irregularmente, nenhum deles aceitou que a reportagem citasse seus nomes ou que fotos fossem feitas. “É muito arriscado”, justificou um deles.

Dois equatorianos revelaram que uma das estratégias que eles vêm adotando é a de pedir que seus respectivos patrões paguem por semana seus salários. “Estamos mandando tudo diretamente para Quito, não sabemos o dia de amanhã”, lamentou um deles.

É CRUELDADE – Rafael, um sergipano de 31 anos, também diz estar com medo. “Eu tenho dois empregos, mas não estou regularizado. É muita crueldade deportar quem está trabalhando”, disse.

Segundo ele, a estratégia de sobrevivência é a de “não dar mole”. Ou seja, pagar sempre a passagem de ônibus, não pular catraca, não se envolver em briga, estar em dia com todos os pagamentos de aluguel, não contrariar os vizinhos e evitar sair pela noite. “Não é o momento de chamar a atenção”, contou. Uma mulher que o acompanha completou: “temos de ser invisíveis”.

Carlos, um mineiro que chegou há menos de três anos aos EUA, não disfarça seu ressentimento em relação aos brasileiros que votaram por Trump. “Conheço gente que chegou aqui de forma ilegal e deu um jeito de ser legalizado. Também conheço gente que forjou casamentos. Agora, votam por uma pessoa defende uma deportação”, lamentou.

Bombas explodem anistia e fazem Bolsonaro agora posar de pacifista

Policiais fazem varredura após explosões em frente ao Supremo Tribunal Federal

O novo homem-bomba preferiu morrer do que ser preso

Bernardo Mello Franco
O Globo

A polícia ainda vasculhava os arredores do Supremo em busca de explosivos quando Jair Bolsonaro, logo ele, fez um apelo à “pacificação nacional”. “Já passou da hora de o Brasil voltar a cultivar um ambiente adequado para que as diferentes ideias possam se confrontar pacificamente”, escreveu.

O capitão classificou o atentado de quarta-feira como um “fato isolado”, executado por alguém com “perturbações na saúde mental”. “Isso tem de ser tratado como o que foi: um ato de loucura de uma pessoa”, reforçou seu escudeiro Ciro Nogueira.

AGIU SOZINHO? – As investigações dirão se o chaveiro Francisco Wanderley Luiz agiu mesmo sozinho ao levar bombas para a Praça dos Três Poderes. O ato pode ter sido solitário, mas não foi isolado. Está ligado à espiral de violência política que começou com faixas pedindo um novo AI-5 e culminou na intentona golpista do 8 de janeiro.

O catarinense frequentava fóruns de extrema direita na internet. Gostava de se exibir de verde e amarelo e de publicar ameaças a políticos e juízes. Era um fanático a serviço do ódio, como os que explodiram torres de energia e depredaram prédios públicos após a derrota do Mito na última eleição presidencial.

O homem-bomba chegou a se candidatar a vereador pelo PL. Depois do fiasco nas urnas, passou a clamar por golpe e ditadura em portas de quartéis.

MATAR MORAES – Segundo a ex-mulher, ele acalentava o plano de matar o ministro Alexandre de Moraes. Acabou tirando a própria vida para não ser preso.

As explosões devem dinamitar as chances de uma anistia aos golpistas. Prestes a ser indiciado pela PF, Bolsonaro tentava costurar um acordão para escapar da Justiça. Ontem seus aliados admitiam que a articulação foi pelos ares com o ato terrorista.

O capitão semeou extremismo para colher apoio a seu projeto autoritário. Eleito presidente, usou os poderes do cargo para incitar a tropa contra a imprensa, o Congresso e o Supremo. Agora posa de pacifista para se descolar dos seguidores que ficaram pelo caminho, como o chaveiro que morreu fantasiado de Coringa.

Moraes acena com condenação de Bolsonaro e repúdio à anistia

Senado rejeita a possibilidade de pedidos de impeachment contra Alexandre  de Moraes

Moares disse que ministros e famílias são ameaçados….

Tales Faria
do UOL

Além de dizer que não é possível conceder anistia aos envolvidos no quebra-quebra do 8 de janeiro de 2023, Moraes lembrou que já está chegando ao fim o inquérito da Polícia Federal sobre o envolvimento de autoridades na tentativa de golpe. Bolsonaro é uma dessas autoridades, que incluem ministros do governo passado e comandantes militares.

A lembrança do inquérito acena com a condenação dos envolvidos, da mesma forma que ocorreu com os primeiros acusados.

PRINCIPAL ALVO – Alexandre de Moraes era o principal alvo do autor das bombas, Francisco Wanderley Luiz, conhecido como “Tiu França”. Segundo a Polícia apurou, ele teria dito que pretendia matar o ministro.

Pela fala do ministro no 6º Encontro Nacional do Ministério Público no Tribunal do Júri, seguida do discurso da presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Cármen Lúcia, ficou claro que a irritação contra Bolsonaro na Justiça só aumentou.

Moraes fez questão de citar que não considerava esse novo atentado um fato isolado e lembrou o chamado “Gabinete do Ódio”, apelido dado a um grupo que funcionava dentro do Palácio do Planalto e incentiva agressões contra opositores de Bolsonaro.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Os jornalistas precisam se acalmar. Todos sabem que o Gabinete do Ódio funcionava divulgando fake News e direcionando informações. Jamais se disse que incentivasse também “agressões contra opositores de Bolsonaro”. A bem da verdade, isso jamais existiu. (C.N.)

Disposto a cessar-fogo, Hamas pede para Trump ‘pressionar’ Israel

Could a reelected Trump push Israel's Netanyahu on peace? - CSMonitor.com

Poderá Trump convencer Netanyahu a negociar a paz?

Do UOL

Um integrante do Hamas afirmou nesta sexta-feira (15) que o grupo islamista palestino está “disposto” a uma trégua na Faixa de Gaza e pediu ao presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, que pressione Israel a interromper as operações militares.

Movimento aguarda proposta que seja “respeitada” por governo israelense. “O Hamas está disposto a alcançar um cessar-fogo na Faixa de Gaza, caso uma proposta seja apresentada e com a condição de que (Israel) a respeite”, disse um diretor do escritório político do movimento, Basem Naim à agência de notícias AFP.

PEDIDO A TRUMP – Naim também pediu a Trump que pressione Israel “para que interrompa a agressão” em Gaza. Durante toda a campanha eleitoral, o republicano prometeu acabar com as guerras em Gaza e no Líbano, sem informar detalhes de como faria isso.

Primeiro-ministro israelense apoia presidente eleito. Não demorou muito para que Benjamin Netanyahu saudasse a reeleição de Trump no início de novembro, descrevendo-a como “o maior retorno da história”.

Seus ministros de extrema direita da coalizão, Bezalel Smotrich e Itamar Ben-Gvir, também expressaram seu entusiasmo pelas redes sociais antes mesmo de o resultado oficial da eleição ser anunciado.

CONVERSA CALOROSA – Netanyahu foi “um dos primeiros a telefonar” para Trump, disse gabinete do israelense. “A conversa foi calorosa e cordial” e os dois “concordaram em trabalhar juntos pela segurança de Israel e também discutiram a ameaça iraniana”, informou o órgão em comunicado.

Vitória de republicano ocorreu poucas horas após Netanyahu demitir então ministro da Defesa. Yoav Gallant era visto como um ponto-chave de contato com o governo de Joe Biden no governo israelense.

Políticas do primeiro mandato de Trump foram favoráveis a Israel. Durante sua primeira gestão presidencial, o republicano tomou medidas políticas controversas em apoio a Israel. Em 2017, por exemplo, ele reconheceu Jerusalém como a capital de Israel e transferiu a embaixada dos EUA de Tel Aviv para lá, revertendo décadas de política americana e opinião internacional sobre o assunto. Trump reconheceu ainda a soberania de Israel sobre as Colinas de Golã ocupadas, que o Estado israelense capturou da Síria durante a guerra de 1967 e anexou ilegalmente em 1981.

ACORDOS DE ABRAÃO – Trump também é considerado arquiteto dos “Acordos de Abraão”. Trata-se de uma série de acordos que normalizaram as relações com alguns países árabes, mas ignoraram os palestinos e qualquer solução para o conflito palestino-israelense.

Analistas avaliam, porém, que primeiro-ministro israelense tem relação complexa com próximo presidente norte-americano.

“Acho que ele [Netanyahu] tem um pouco de medo de Trump. Ele acha que Trump pode manipulá-lo, mas tem medo de que, se Trump estiver de olho nele, Trump possa ficar muito irritado, ao contrário de Biden, que, por algum motivo, nunca o pressionou, nunca reagiu a suas manipulações”, disse à Deutsche Welle Alon Pinkas, ex-diplomata israelense em Nova York.

ACABAR COM GUERRAS – Situação no Oriente Médio exigirá atenção do próximo governo dos EUA. Até aqui, Trump não apresentou nenhum grande plano para a região, apenas afirmou que acabaria com as guerras em Gaza e no Líbano, sem discorrer sobre como ele se diferenciaria do governo Biden.

Críticos acusaram Netanyahu de jogar com o tempo para esperar novo presidente dos EUA. Apesar do total apoio militar e político do governo Biden ao governo israelense durante a guerra, Netanyahu está feliz com Trump, afirmou Pinkas, porque acredita que o próximo presidente não vai pressioná-lo de forma alguma sobre a questão palestina”.

(Com AFP e Deutsche Welle)

Malafaia atribui atentado a “problemas mentais” e ataca Moraes

Silas Malafaia chama Marçal de 'psicopata' após post com suposto laudo  médico de Boulos

Malafaia volta a esculhambar Alexandre de Moraes

Arthur Guimarães
Folha

O pastor Silas Malafaia, líder da Assembleia de Deus Vitória em Cristo e aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), reagiu ao atentado em Brasília afirmando que o ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), acirrou os ânimos com suas decisões sobre o 8 de janeiro e agora tenta jogar uma cortina de fumaça sobre atos ilegais.

Na última quarta-feira (13), um homem se explodiu em frente à sede do STF após a detonação de bombas em dois locais da praça dos Três Poderes.

DISSE MALAFAIA – O autor do atentado foi Francisco Wanderley Luiz, 59, candidato a vereador pelo PL de Bolsonaro em 2020, que esteve no acampamento golpista na capital federal para reivindicar que o ex-presidente continuasse no poder mesmo após perder a eleição de 2022.

No vídeo, Malafaia atribuiu o ato a “problemas mentais e emocionais” de Francisco, em linha com a narrativa bolsonarista de tratar o episódio como resultado da ação de um “lobo solitário”.

“Não vou deixar passar o ditador da toga, Alexandre de Moraes, com uma narrativa para tentar tirar proveito, para jogar uma cortina de fumaça nos seus atos ilegais, injustos, sobre a questão do homem com problemas mentais e emocionais que explodiu bombas em Brasília”, afirma Malafaia na publicação.

DISCURSO DO ÓDIO – Pela manhã, Moraes declarou que o atentado não é um ato isolado, mas se insere em um contexto de “discurso de ódio”, e que a “impunidade vai gerar mais agressividade”.

A investigação da Polícia Federal sobre o ataque já foi enviada ao ministro após a corte julgar que há conexão do ocorrido com os ataques golpistas de 8 de janeiro.

No vídeo, Malafaia diz que são as “atitudes de ódio” do magistrado, “de perseguição política, que vão gerar mais agressividade”. O pastor cita caso no qual integrantes do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) tentaram invadir, em 2014, o tribunal. “Ninguém chamou esses caras de golpistas, terroristas ou subversivos. Foram chamados de manifestantes.”

OUTRO VANDALISMO – Menciona também episódio de 2017 em que sindicalistas depredaram ministérios. “Nenhum ministro do STF chamou de golpista, ninguém foi preso, ninguém foi condenado”, afirmou o líder evangélico.

Malafaia compara com os eventos de 8 de janeiro em Brasília, quando um grupo de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) invadiu e depredou as sedes dos três Poderes.

Ele diz que as pessoas foram classificadas “golpistas e terroristas” e que houve uma “verdadeira perseguição política promovida por Alexandre Moraes, com o objetivo de atingir Bolsonaro”.

DITADOR MORAES – “Quem tem trazido instabilidade e acirrado ânimos são as injustiças do ditador da toga Alexandre de Moraes”, que, segundo o pastor, “se diz vítima de um complô desses pseudogolpistas para matá-lo”.

“Chamaram essa gente de baderneira, de golpistas e subversivos para [os acusados] serem julgados no STF e não terem direito a recorrer a outra instância. Isso é uma vergonha!”

“Isso, sim, provoca ódio, essas injustiças”, afirma Malafaia. “O senhor não tem moral para tentar tirar proveito de algo onde o senhor é participante e promotor de verdadeiras injustiças.”

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Como dizia Orson Welles, tomando um uísque com Grande Otelo no Copacabana Palace, “é tudo verdade”. Realmente, tudo o que Malafaia disse é rigorosamente verdadeiro, e Moraes tem de engolir calado. (C.N.)