Alexandre de Moraes tem ‘ego gigante e muita coragem’, diz The Economist

Alexandre de Moraes batendo palma

The Economist pensa (?) que Moraes se baseia em leis…

Deu na BBC News

A revista britânica The Economist disse sobre o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, que “é necessário um ego gigante e muita coragem para enfrentar Elon Musk, o homem mais rico do mundo, dono do X, uma rede de mídia social que muitas vezes pode parecer seu megafone pessoal”, escreve a revista. “Alexandre de Moraes, o juiz que em 30 de agosto ordenou o bloqueio do X no Brasil, tem ambos.”

A tradução do título do artigo é: “O todo-poderoso juiz que está enfrentando Elon Musk”. A revista faz um perfil do ministro brasileiro, afirmando que ele é conhecido por decisões controversas, mas também por sua coragem em enfrentar forças poderosas.

CRÍTICA A MORAES – “A proibição do X reflete em parte as severas leis brasileiras sobre liberdade de expressão. Mas também se encaixa em um padrão de decisões controversas de Moraes, conhecido por sua busca incansável por casos de alto perfil”, diz o texto. Sobre a disputa com o X, a revista diz que a decisão de Elon Musk de retirar representantes legais do Brasil, em resposta ao pedido do STF de bloqueio de contas, é “uma posição que poucas empresas bem administradas contemplariam”.

“No entanto, a resposta do juiz ultrapassa as normas de proporcionalidade”, diz a Economist, citando o bloqueio a VPNs no Brasil e o congelamento de contas da Starlink, outra empresa de Musk no Brasil.

“Parte da explicação para essa abordagem draconiana são as leis intervencionistas do Brasil sobre expressão. Elas agora buscam policiar ‘crimes contra a democracia’, como fake news nas mídias sociais que podem prejudicar o processo eleitoral, e ‘crimes contra a honra’, mesmo quando mensagens ofensivas são recebidas em privado.”

STF AUTORITÁRIO – “Embora um único juiz no Supremo Tribunal Federal de 11 membros do Brasil possa tomar decisões vinculativas, estas são às vezes revisadas pelo tribunal pleno ou parcial.”

A reportagem também diz que outras medidas de Moraes fizeram o STF “parecer autoritário”: por abrir os inquéritos sobre fake news e milícias digitas, por operações contra empresários que falaram sobre golpe em mensagens de WhatsApp e por censura a reportagens de revistas.

A revista diz que Moraes é “sem dúvida corajoso”, mas que as ações do ministro estão prejudicando a imagem que os brasileiros têm da Justiça.

LIBERDADE DE EXPRESSÃO – Além do perfil sobre Moraes, a Economist publicou um editorial sobre liberdade de expressão, em que critica a Justiça brasileira.

“Outros casos recentes buscam censurar e punir discursos que deveriam estar dentro da lei. O Brasil baniu o X por sua recusa em cumprir ordens judiciais pouco transparentes para remover dezenas de contas, incluindo aquelas pertencentes a membros do Congresso; usuários que tentam acessar a plataforma enfrentam multas enormes.”

O editorial afirma que no mundo todo hoje há ameaças à liberdade de expressão, além do caso do X no Brasil: na França, o fundador do Telegram foi preso; nos EUA, há ameaças de que o TikTok seja bloqueado; no Reino Unido, pessoas foram presas por mensagens postadas em redes sociais sobre distúrbios recentes.

POSIÇÃO CLARA – “Nossa posição de muitos anos é clara: somente com a liberdade de estar errado as sociedades podem avançar lentamente em direção ao que é certo”, escreve a revista no editorial.

“O que mudou é que hoje as objeções mais altas à repressão à liberdade de expressão vêm de direitistas como Elon Musk, chefe de X, enquanto muitos autointitulados liberais aplaudem o que veem como um golpe contra os bilionários que apoiam [o ex-presidente Donald] Trump.”

Mas a revista pondera que “a liberdade de expressão dificilmente está segura nas mãos de libertários de ocasião como Musk, que processa aqueles de quem ele discorda, proíbe palavras que não gosta na sua plataforma e é cordial com Vladimir Putin, cuja ferramenta de moderação de conteúdo preferida é o Novichok [um veneno usado para matar dissidentes]”.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG Excelente artigo enviado por José Vidal. Mas contém um erro gravíssimo, pois julga (?) que Moraes se baseia em “duras leis existentes no Brasil contra fake news etc.”. Na Verdade, essas leis não existem, a censura prévia foi invenção pessoal dele, uma circunstância que prejudica o raciocínio dos redatores a respeito da situação. (C.N.)

Musk é um golpista, mas o Judiciário já não está bem, para que vai piorar?

Elon Musk tests $1-per-year subscription plan for all X users who want to  post on the platform; check details - BusinessToday

Por causa de Musk, o Supremo se afunda cada vez mais

Elio Gaspari
O Globo/Folha

O bilionário Elon Musk definiu-se em 2020, depois que foi acusado de ter colaborado com um golpe na Bolívia e respondeu, por escrito: “Nós daremos golpes contra quem quisermos. Lidem com isso!”. O dono do X desobedece ordem da Justiça brasileira, debocha do Supremo Tribunal Federal e insulta o ministro Alexandre de Moraes. Faz tudo cobrindo-se na pele de cordeiro de um defensor da liberdade de expressão. Não o é. É um golpista ao estilo dos americanos que derrubavam governos na América Central no início do século 20.

A liberdade de expressão defendida por Musk é a manutenção na rede de mentiras e difamações. O juiz americano Oliver Wendell Holmes já ensinou que ela não protege quem, falsamente, grita fogo num teatro cheio.

Desde que o X foi tirado do ar, o ministro Alexandre de Moraes tomou uma série de outras medidas. Pode-se discordar de todas e de cada uma, mas elas poderão ser revogadas pelo Judiciário que Musk desrespeita. Multar em R$ 50 mil um brasileiro que recorre à gambiarra do VPN é um exagero. Bloquear as contas do Starlink, um bendito provedor de internet em regiões remotas, porque pertence ao grupo empresarial de Musk, contaminou o debate. Ex-promotor e ex-secretário de Segurança de São Paulo, Moraes nunca foi juiz, nem precisava sê-lo, mas sua formação valoriza reações impetuosas.

Quem conhece o Supremo acha que, se ele precisasse tomar todas essas providências, poderia fazê-lo aos poucos. A cereja desse bolo queimado foi colocada quando anunciou-se que sua decisão seria submetida ao Supremo Tribunal.

ENTRE DOIS JUÍZES – Imagine-se uma conversa entre um juiz americano e um brasileiro:

— A decisão foi homologada pelo Supremo Tribunal?

— Foi, por unanimidade.

— Votaram os 11 ministros?

— Não. Só quatro.

— Mas eles não são 11?

— A votação deu-se na Primeira Turma do Tribunal.

— As turmas foram criadas pela Constituição?

— Não.

— E quem decidiu mandar o caso para a Primeira Turma?

— O ministro Alexandre de Moraes.

— Quem a preside?

— O ministro Alexandre de Moraes.

Se for bem educado, o juiz americano muda de assunto, como fazem seus colegas quando os brasileiros explicam que um precatório é uma dívida do governo, reconhecida pelo Judiciário, que não é paga.

NO PLENÁRIO – Se o litígio fosse levado ao plenário, o mundo não acabaria. Na pior das hipóteses, votariam contra Moraes os ministros Nunes Marques e André Mendonça, nomeados por Bolsonaro. Mesmo que não se queira conhecer a opinião de Nunes Marques, ouvir André Mendonça não é perda de tempo.

A posição de Elon Musk é indefensável por si mesma. A partir do momento em que o ministro Alexandre de Moraes resolveu comandar sua carga da cavalaria ligeira, Musk foi ganhando simpatias. Primeiro, a do sujeito que por algum motivo precisava recorrer ao VPN. Depois, a do cidadão que só liga o seu trator conectando-se pela Starlink. Finalmente, o litígio atingiu o incauto que esperava uma decisão do Supremo e foi obrigado a conformar-se com a da Primeira Turma.

O Judiciário brasileiro já não vive um de seus melhores momentos. Não precisa piorar.

Ato bolsonarista no dia 7 de Setembro será monitorado por agentes infiltrados

Disfarçados, agentes federais vão se misturar à multidão

Tainá Falcão
CNN Brasil

A Polícia Federal vai monitorar o ato convocado por bolsonaristas para o dia 7 de setembro, em São Paulo. A missão, segundo apurou a CNN, é identificar eventuais “ataques à democracia ou ameaças contra autoridades”. Agentes do serviço de inteligência da PF devem atuar infiltrados. A expectativa é de protestos contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), responsável pelo bloqueio da plataforma X.

A organização do ato é de responsabilidade do deputado Sostenes Cavalcante (PL-RJ). Ainda não há informações sobre o tom que será adotado, nem a ordem dos discursos. O parlamentar, no entanto, já liberou os manifestantes a levantarem faixas contra o ministro.

BOLSONARO CONVOCA – Na última quinta-feira (29), o ex-presidente Jair Bolsonaro gravou um vídeo para convocar apoiadores. Segundo ele, o movimento é “suprapartidário”. Entre os convidados, estão os candidatos à prefeitura da capital paulista Ricardo Nunes (MDB) e Marina Helena (Novo). Pablo Marçal (PRTB) ainda avalia presença.

Governadores alinhados ao ex-presidente, como Tarcísio de Freitas (São Paulo) e Jorginho Mello (Santa Catarina), também foram convidados.

O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, tem sido aconselhado a não participar da manifestação. Ele está impedido, por ordem de Moraes, de se encontrar com Bolsonaro.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – A Polícia Federal não pode esquecer que manifestação é um direito constitucional garantido. Monitorar com agentes infiltrados parece um bocado de exagero. (C.N.) 

Pedido de impeachment de Moraes já tem dia e hora para ser protocolado no Senado

PT decide apoiar Rodrigo Pacheco na disputa à Presidência do Senado – Money  Times

Pacheco é amigo de Moraes e jantou na cada dele domingo

Deu no MSN
Estadão Conteúdo

A oposição ao governo do presidente Lula da Silva (PT) já tem data e hora para protocolar o pedido de impeachment do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. Em um ato no Senado, que vai ocorrer às 16 horas da próxima segunda-feira, 9, os parlamentares vão defender a cassação do magistrado e exigir um posicionamento do presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).

De acordo com parlamentares da oposição ouvidos pelo Estadão, a obstrução das pautas do Senado é uma alternativa a ser usada caso Pacheco não coloque o pedido de impeachment para votação. Caso isso ocorra, o movimento pode afetar a sabatina e a votação do economista Gabriel Galípolo, indicado por Lula para comandar o Banco Central (BC).

SABATINA – O governo quer que Galípolo seja sabatinado na próxima terça-feira, 10, pela Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado. Há expectativa que a indicação seja votada pelo plenário do Senado no mesmo dia. Mas a maioria da CAE é formada por parlamentares de oposição.

A apresentação do pedido de impeachment será feita dois dias após o ato, convocado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que vai ocorrer na Avenida Paulista no feriado de 7 de Setembro. Um dos temas centrais da manifestação é justamente o afastamento do ministro do Supremo.

Nos últimos dias, os parlamentares bolsonaristas subiram o tom na defesa do impeachment do magistrado. Apesar disso, o entorno de Pacheco continua rechaçando qualquer possibilidade de colocar o pedido de cassação em pauta.

FORA DO RITO – A oposição planejava apresentar o pedido desde o início do mês passado, quando foram divulgadas mensagens de assessores de Moraes que mostraram que o ministro usou aparato do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), fora do rito tradicional de solicitação de serviços, para embasar decisões contra aliados de Bolsonaro.

Mas a pressão sobre Moraes aumentou na semana passada, após a crise entre o ministro e o bilionário Elon Musk, que culminou na suspensão do X (antigo Twitter) na sexta-feira, 30.

Parlamentares da oposição ouvidos pelo Estadão afirmaram que o pedido de impeachment também será embasado com críticas a decisões de Moraes no inquérito dos atos golpistas de 8 de Janeiro. Um dos pontos será a morte de Cleriston Pereira da Cunha, preso pelos ataques que morreu na Penitenciária da Papuda em novembro e que tinha um parecer da Procuradoria-Geral da República (PGR) favorável à soltura dele.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG –
Não faltam motivos para o impeachment de Moraes, que cultiva uma vaidade verdadeiramente avassaladora. O problema é que Rodrigo Pacheco ficou amiguinho de Moraes e jantou na casa dele neste domingo. Na Faria Lima, dizem que o melhor negócio do momento é comprar Moraes pelo preço que vale e revendê-lo pelo preço que ele pensa que vale. (C.N.)

Moraes mandou “endurecer” contra o X sem motivo aparente, após as eleições

Musk x Moraes: entenda decisão do STF contra rede social - BBC News Brasil

Fica cada vez mais clara a perseguição de Moraes a Musk

Fabio Serapião e Glenn Greenwald
Folha

Conversas entre auxiliares de Alexandre de Moraes no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) mostram como o ministro ordenou o endurecimento contra o X (antigo Twitter) após o bilionário Elon Musk assumir a empresa e se negar a fazer a moderação de conteúdo nos termos defendidos pelo magistrado. As mensagens são de março de 2023, cinco meses após a eleição no Brasil, e tratam de publicações sem relação direta com assuntos da alçada do TSE. Elas mostram o início do atrito entre a plataforma e Moraes, que dura até hoje e resultou na ordem de suspensão do X no país.

Em 2022, o TSE firmou parcerias com as redes sociais para, por meio de alertas, recomendar a exclusão de publicações que, segundo avaliações internas da corte, espalhavam mentiras ou discursos de ódio.

MUSK PROTESTA – As mensagens revelam que, passada a eleição e já sob comando de Musk, o X (à época ainda Twitter) passou a não concordar com os pedidos de Moraes. Os diálogos aos quais a Folha teve acesso são de um grupo no WhatsApp formado pelo juiz auxiliar de Moraes no TSE, Marco Antônio Vargas, e por integrantes da AEED (Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação), também do tribunal eleitoral.

Depois de reuniões e de ser informado sobre a discordância da empresa em relação às suas solicitações, o ministro, que à época era presidente do TSE, decidiu que a postura deveria mudar.

“Então vamos endurecer com eles. Prepare relatórios em relação a esses casos e mande para o inq [inquérito] das fake [news]. Vou mandar tirar sob pena de multa”, dizia a mensagem de Moraes, reencaminhada no grupo por Vargas, que logo acrescentou: “Vamos caprichar”. Desde então, Moraes tem aplicado multas e ordenado a retirada de conteúdos publicados no X por meio de decisões no STF (Supremo Tribunal Federal).

SEM COMENTÁRIOS – Procurados, Moraes e o STF não se manifestaram. Como a Folha revelou em uma série de reportagens, Moraes passou a usar a AEED como um braço investigativo para abastecer o inquérito das fake news, do qual é relator no Supremo.

A conversa sobre a mudança de postura com a plataforma ocorreu em 17 de março de 2023. Logo pela manhã, às 6h58, o juiz auxiliar Marco Antônio Vargas mandou no grupo uma publicação de uma mulher sobre soltura de presos pelos ataques golpistas do 8 de janeiro. “Foi o ‘Tribunal Internacional’. O Mula, Xandão e esse governo usurpador estão sendo acusados de crimes contra a humanidade (prisões, ilegais, tortura, campos de concentração, mortes, etc.)”, dizia trecho da postagem.

“Bom dia, preciso do contato do Twitter”, pediu o juiz auxiliar no grupo. Após uma servidora da AEED mandar o telefone de uma pessoa de nome Hugo [Rodríguez, então representante da empresa para a América Latina], outro integrante do órgão de combate à desinformação, chamado Frederico Alvim, entrou na conversa e se colocou à disposição para falar com a plataforma.

ANÁLISE DE POSTAGENS – “Vc pode ver com ele para que façam uma análise de postagens dessa natureza?”, disse o juiz. Alvim respondeu: “Sim. A ideia seria aumentar um pouquinho o escopo da parceria, pra que questões como essa possam ser enviadas pelo sistema de alertas, obtendo tratamento?”.

Em seguida, o servidor explicou ao juiz como funcionava a atuação da plataforma na moderação de conteúdo e qual seria o caminho para conseguir que o X passasse a excluir o tipo de publicação citada por ele. “Acho que reivindicar uma alteração formal da política seria muito demorado e dificultoso, porque dependeria da boa vontade do time global, agora subordinado ao Musk. Creio que a saída mais fácil seria pedir uma calibração da interpretação da política já existente”, afirmou Alvim.

Segundo ele, a política de integridade da plataforma se aplicava em três circunstâncias: eleições, Censo e grandes referendos e outras votações dentro dos países. Como não estavam em período eleitoral, disse Alvim, o caminho seria “defender que, embora as eleições tenham terminado e o novo presidente empossado, esses ataques mantêm acesa a possibilidade de novas altercações”.

REUNIÃO – Às 9h45, o servidor informou ao juiz auxiliar ter agendado uma reunião com o representante da plataforma para as 12h daquele dia. “Vou tentar, o seguinte, nesta ordem de preferência: 1) que removam o conteúdo e se comprometam a remover outros semelhantes, sempre que acionarmos pelo sistema de alertas; ou 2) que ao menos removam esse, imediatamente, enquanto discutimos ajustes nas políticas (numa reunião com o senhor)”, disse Alvim. “Perfeito”, respondeu o juiz.

Após expor a tática, Alvim fez questão de adiantar as dificuldades que enfrentavam com Musk no comando da empresa. “Vou ver o que consigo. Mas ele já adiantou que, com a entrada do Musk, a equipe dele deixou de tomar decisões de moderação. Essas decisões estão sendo tomadas por um colegiado, do qual eles não participam”, afirmou.

Às 12h35, logo após terminar a reunião com Hugo Rodríguez e uma pessoa de nome Adela, Alvim mandou algumas mensagens no grupo para informar o juiz auxiliar de Moraes sobre o resultado da conversa.

REGRAS GERAIS – O representante da plataforma, disse Alvim, deixou claro que fora do período eleitoral as regras a serem seguidas seriam as gerais, sem tratamento específico para o TSE ou para publicações como a enviada pelo juiz auxiliar.

“Com a entrada do Elon Musk, a moderação caminha cada vez mais para ter como base a proteção da segurança, mais do que a proteção da verdade”, escreveu.

“Trocando em miúdos, uma mentira desassociada de um risco concreto tende a não receber uma moderação. A moderação só ocorre quando houver discurso violento, discurso de ódio e cogitação de alguma espécie mais palpável de dano (incitação de um ato de depredação ou coisa do tipo). Com o detalhe de que o ‘risco à democracia’, por não ser tangível, não entra nesse conceito”, disse Alvim.

ATUAÇÃO JUDICIAL – Ainda segundo o relato dele, para derrubar ou bloquear as publicações com ofensas ao ministro, seria necessária “atuação judicial”. “Tentei convencê-los a procederem à retirada, apontando que as regras deles preveem como irregulares os casos de assédio, incluindo insulto. Mas, na visão do Twitter, o insulto em si (sem risco de violência) não enseja moderação, porque eles não estão tutelando a honra, mas, de novo, a segurança.”

A explicação dada pelo representante da plataforma era a de que o combate à desinformação seria feito com ferramentas como as “notas de comunidade” —quando o post com desinformação é classificado dessa forma a partir de denúncias de usuários

“Segundo os estudos que fizeram, ao longo de 2 anos, os tuítes marcados com notas de comunidade têm uma redução de 20% a 40% do potencial de enganar pessoas”, disse Alvim. Depois de avisar que iria repassar as informações ao ministro, às 12h58 o juiz Marco Antônio Vargas reencaminhou uma mensagem recebida de Moraes com a posição a ser seguida a partir dali. “Ministro Alexandre de Moraes: Então vamos endurecer com eles. Prepare relatórios em relação a esses casos e mande para o inq das fake. Vou mandar tirar sob pena de multa.”

“Resolvido. Vamos caprichar no relatório para esse fim”, mandou então ao grupo Marco Antônio Vargas.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Como se vê, Moraes implantou um bunker de censura no TSE em caráter permanente, que nada tinha a ver com eleições. Num país minimamente civilizado, apenas esse abuso de poder já seria suficiente para declarar o impeachment dele, por falta de condições intelectuais e mentais. (C.N.)

Polarização tem influência muito menor em eleições municipais, dizem pesquisas

Nunes, Boulos, Datena, Marçal, Amaral e Marina Helena

Dora Kramer
Folha

A eleição em São Paulo galvaniza atenções porque mobiliza emoções políticas. Fator importante, senão crucial, nas disputas nacionais. Ambiente que a Luiz Inácio da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL) interessa atrair para o âmbito municipal. Ou melhor, interessava ao menos no caso de Lula.

Na semana passada, porém, deu um passo atrás em entrevista a uma rádio da Paraíba: disse que pretende reduzir sua participação em campanhas devido à pesada agenda presidencial.

DIZEM AS PESQUISAS – O recuo tático em relação à ideia de que a disputa de 2024 deveria ser vista como uma prévia de 2026 provavelmente se deu em função das pesquisas. Elas indicam baixa adesão do eleitorado aos ditames dos padrinhos de candidatos que também atraem rejeição.

Há muitas cidades em que prefeitos pleiteiam a reeleição e estão com altos índices de intenções de votos. Nelas, a preferência dos eleitores nada tem a ver com a guerra das torcidas de direita e esquerda referidas na luta ideológica, lacrações de internet e provocações de nível rasteiro.

Embora não sejam os únicos —o prefeito de Macapá, Antônio Furlan, do Cidadania, tem 91% das preferências—, há dois de maior destaque em capitais política, econômica e socialmente relevantes: João Campos (PSB), no Recife, com 76% da intenções de voto, e Eduardo Paes (PSD), no Rio, com 60% das preferências.

OS MOTIVOS – Qual o segredo do sucesso? Capacidade de agregar, habilidade de conquistar potenciais adversários, desapego a dogmas e, sobretudo, ligação direta com as demandas da população local.

Campos e Paes falam ao eleitorado respeitando a seguinte evidência: o presidente e seu antecessor não serão os responsáveis diretos pelo atendimento das necessidades e da administração do dia a dia das cidades. Com isso, ganham votos. A ponto de ambos terem se dado ao luxo de ignorar os apelos do PT para ceder a vaga de vice em suas chapas e, ao mesmo tempo, contar com o apoio do partido.

Por uma simples razão: o cidadão que se considera bem atendido tem maior chance de ir às urnas com boa vontade em relação ao bom zelador.

Insegurança no Rio de Janeiro, um problema ainda sem solução

Dezenas escolas foram fechadas em operação policial na Maré

Pedro do Coutto

O prefeito Eduardo Paes, que lidera por larga margem as pesquisas para a eleição do Executivo municipal, usou as redes sociais nesta terça-feira e culpou diretamente o governador Cláudio Castro pela situação de violência que acontece no Rio de Janeiro e também na Baixada Fluminense, e cobrou ações efetivas do governo estadual.

Paes mencionou a urgência de uma política de segurança eficiente que atenda às necessidades dos municípios, especialmente na região metropolitana. Ele também reforçou a necessidade de colaboração entre o governo estadual e os prefeitos. O prefeito ressaltou que a violência é um dos principais problemas enfrentados pelo Rio de Janeiro e apontou que a população vive com medo, acusando Cláudio Castro de inércia na gestão da segurança pública.

OPERAÇÃO – Os fatos ocorridos nesta semana confirmaram a versão de Paes. Na noite de segunda-feira, uma operação contra o tráfico de drogas e as milícias na comunidade da Maré  ratificaram a tese da insegurança. Na região, da  Zona Norte da capital, 38 escolas foram fechadas — uma delas da rede estadual de ensino. Lá, policiais militares e civis fizeram uma operação em busca de criminosos envolvidos num ataque que deixou quatro mortos e cinco feridos em Madureira, também na Zona Norte, no último sábado.

Sete a cada dez eleitores cariocas afirmaram se sentir “muito inseguros” nas ruas da cidade à noite na comparação com um ano atrás, segundo pesquisa Datafolha divulgada recentemente pela Folha de S. Paulo. O sentimento de insegurança nas ruas à noite é ainda maior quando observamos as respostas apenas das mulheres cariocas.

INSEGURANÇA – Segundo o levantamento, 77% das mulheres e 62% dos homens afirmaram que o sentimento de insegurança aumentou em um ano. No recorte por idade, 74% dos idosos reforçaram a sensação de insegurança, contra 54% das pessoas com idade entre 16 e 24 anos. Segundo a pesquisa, a maioria dos eleitores do município do Rio elegeram a segurança como o tema prioritário para o próximo prefeito da cidade.

Para 31% dos entrevistados pelo instituto de pesquisa, a segurança deve ser a principal preocupação do futuro gestor municipal. Em seguida, os eleitores citaram como prioridade: educação (19%), saúde (17%) e emprego (7%).

Infelizmente, essa é a rotina ameaçadora que se instaurou no estado. O que se vê são apenas medidas paliativas e discursos repletos de promessas que nunca se cumprem. O governador justifica-se apenas com a sinalização de que medidas serão tomadas, mas a realidade desmente as expectativas apresentadas. E quem paga por tudo isso, é claro, é o cidadão que não sabe mais a quem recorrer.

“Ouça”, um grande sucesso que surgiu do coração de Maysa

Se estivesse viva, Maysa faria 80 anos nessa segunda-feira – MONDO MODA

Maysa, sempre bela, atraente e talentosa

Paulo Peres
Poemas & Canções 

A cantora e compositora paulista Maysa Figueira Monjardim Matarazzo (1936-1977) gravou no Lp Maysa, em 1957, pela RGE, o samba-canção “Ouça”, composto por ela mesmo para desabafar as dores do seu casamento. Tudo por que o seu marido não queria mais sua esposa como artista, pois isso não era bem visto naquela época. Uma canção que brotou do fundo do coração da grande compositora e cantora

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OUÇA
Maysa

Ouça, vá viver
Sua vida com outro bem,
Hoje eu já cansei
De pra você não ser ninguém.

O passado não foi o bastante pra lhe convencer
Que o futuro seria bem grande só eu e você.

Quando a lembrança com você for morar
E bem baixinho de saudade você chorar,
Vai lembrar que um dia existiu
Um alguém que só carinho pediu
E você fez questão de não dar,
Fez questão de negar.

Elon Musk tem qualidades e defeitos, mas está certo ao recusar bloqueios

The Elon Musk industrial complex, Proteja seus palpites com a jogo da bombinha para ganhar dinheiro - pgeb-uff.com.br

Parodiando Carlos Lira e Vinicius, Musk é um pobre menino rico

Carlos Newton

São extremamente ridículas algumas queixas que estão sendo feitas ao empresário americano Elon Musk. Como todas as demais pessoas, ele erra e acerta. Chega até a ser surpreendente seu sucesso empresarial, porque investe pesado em ramos de dificílimo retorno, como as missões espaciais da SpaceX. Na vida pessoal, é como todos os demais ultramilionários. Julgam ser o máximo, mas não conseguem ser felizes.

Já se casou algumas vezes, tem vários filhos, mas está difícil encontrar uma mulher que o ame mais do que ao seu dinheiro e à sua fama. Não teve a mesma sorte de Eric Clepton, Nelson Gonçalves, Zé Ramalho e Roberto Carlos, que até conseguiu a felicidade, ao conhecer Maria Rita, mas ela se foi prematuramente, o rei ficou sem rainha, deixou o trono vazio.

Musk é mais útil do que outros superbilionários, como Bill Gates, da Microsoft, que construiu uma casa com 100 quartos, e dá para sentir sua paranoia naquelas feições enrugadas antes da hora, ou Mark Zuckerberg, criador do Facebook, que é mão fechada, não pensa em projetos sociais ou em benefício da humanidade, mas é feliz na vida familiar, casado com uma colega de universidade. Em 2015, ele prometeu doar 99% das ações do Facebook, que correspondem à metade de sua fortuna, mas até agora não doou nada.  

O MELHOR – De todos esses bilionários da era da informática, cada um mais desajustado do que o outro, Elon Musk é mais bem-intencionado, porque investe sua riqueza em pesquisas para curar doenças, inclusive com uso da Inteligência Artificial, e gasta parte da fortuna no futuro da humanidade.

Todos sabem que a vida na Terra pode ser novamente extinta de uma hora para a outra, com o choque de algum asteroide de médio porte (apenas 500 metros de diâmetro).

Vários deles já foram mapeados pelos astrônomos e têm data para se aproximar da Terra – alguns, mais cedo, outros, dentro de alguns séculos. O programa da SpaceX é para salvar a vida na Terra, explodindo o asteroide em curso ou colonizando outro planeta. Não há a menor especulação nisso, tudo é rigorosamente verdadeiro, fácil de conferir.

Fico triste quando veja Musk ser ridicularizado por pessoas da pior espécie, como Lula da Silva, o Barba. Nosso presidente, em sua ignorância sesquipedal, acha que Musk é maluco e quer morar em Marte. Aqui na Tribuna da Internet, certos ataques ao empresário são também inqualificáveis.

IGNORÂNCIA – Como dizia François Rabelais, há 500 anos atrás, a ignorância é a mãe de todos os males. Musk merece críticas por muitas razões, mas está certíssimo ao enfrentar Alexandre de Moraes e os pseudos juristas que infectam o Supremo. Em nenhum momento o empresário americano defende fake news e outras distorções nas redes sociais. O que ele propõe é que ninguém seja justiçado e todos tenham direito ao devido processo legal.

Mas o destrutivo Moraes faz exatamente o contrário, criando processos sigilosos e condenando sem haver direito de defesa, acesso aos autos, presunção de inocência, contraditório e direito a recurso.

A meu ver, a mais odienta criação do ministro foi a “presunção de culpa”, algo inimaginável em países democráticos e que serviu para cassar o deputado Deltan Dallagnol, na tese do relator Benedito Gonçalves, aquele ministro investigado na Lava Jato, cujo filho gosta de exibir na Europa o enriquecimento ilícito.

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P.S.
Bem, há para todas as coisas um tempo, diz a Bíblia. Não importa o que os autoproclamados “juristas” do Supremo digam, podem chamar Elon Musk de nazista, racista, fascista e outros adjetivos de igual teor, nada disso mudará o fato de que ele está com a razão, porque a Suprema Corte brasileira hoje pratica uma justiça desqualificada, de fazer inveja à Guiné Equatorial. (C.N.)

Retrocesso brasileiro pode ser calculado e demonstrado a partir da Constituinte

 Réplica gigante da Constituição é colocada em frente ao Palácio do Planalto

Aos poucos, está sendo destruído o trabalho da Constituinte

Conrado Hübner Mendes
Folha

Do casamento da democracia com o constitucionalismo nasceu o regime com maior legitimidade moral na história da política. Um casamento conturbado. Enquanto uma pede poder para o povo, o outro pede limite. Enquanto uma carrega a vontade agonística de governar, o outro pede moderação. Uma extravasa o desejo coletivo, o outro institucionaliza controle.

Democracias constitucionais minimamente merecedoras do nome ainda gozam de credencial de legitimidade padrão ouro. Eleições livres, competição entre adversários, possibilitar ao derrotado ser vitorioso amanhã e vice-versa; desconcentrar o poder político e econômico, proteger direitos, garantir que a fúria das maiorias não suprima a liberdade das minorias, que os mais fortes não esmaguem os mais fracos: há tensões por onde se olhe.

MUITA FARSA – As constituições brasileiras tentaram se matricular nessa tradição do constitucionalismo democrático. Uma história bastante farsesca: constituições sem democracia, sem sufrágio universal, sem eleições isentas de fraude, sem Judiciário independente, sem proteção de liberdades, textos redigidos nas salinhas de estar da elite branca. Constituições sem constitucionalismo.

A de 1988 tentou entregar algo diferente. Produzida por Congresso constituinte pós-ditadura, politicamente mais diverso, permeado por inédita participação de múltiplos grupos sociais (e outros corporativistas). Mesmo vigiada por militares, que aceitaram a transição para a democracia desde que permanecessem intocados fora dela, saiu da Constituinte um texto inovador nas promessas, criativo na engenharia institucional. Um pacto de equilíbrio, ideologicamente eclético, não revolucionário.

Pela primeira vez um compromisso claro de reduzir pobreza e desigualdades, de proteção da função social da propriedade, do ambiente e das futuras gerações, de povos originários, de ampliação de políticas públicas, de direitos universais e sistemas públicos de saúde e educação, de livre concorrência.

RETROCESSO- Era um compromisso de redução gradual do PIBB (Produto Interno da Brutalidade Brasileira) e de nosso entulho autoritário. Passados 35 anos, apesar dos avanços em programas sociais, o PIBB aumentou. O entulho autoritário virou estoque renovado. A dívida histórica parou na nota promissória.

Mas generalização retórica não basta. A medida do retrocesso precisa ser calculada. Empiricamente e normativamente. Não há parâmetro melhor para essa contabilidade do que voltar ao texto dessa momentânea pretensão constitucionalista, quando foi possível olhar o passado e imaginar o futuro a partir da utopia, da esperança e do ideal de progresso, não da distopia, do pessimismo e da expectativa inevitável do retrocesso.

A marcha do retrocesso entrou numa nova fase. Descobriram estar fácil esvaziar ou destruir a Constituição sem mudar seu texto, sem decretar formalmente seu fim. O plano de liquidação de ativos constitucionais se expressa, por um lado, numa tenebrosa agenda legislativa. Por outro, por arranjos informais entre os Poderes que rejeitam institucionalidade.

TUDO AO CONTRÁRIO – No varejo cotidiano de nossas indignações, perdemos de vista a magnitude do projeto: turbinar o colapso climático, multiplicar o fogo e o desmatamento, privatizar acesso a praias, anistiar golpistas, militarizar escolas, milicianizar polícias, legalizar milícias, armar milicianos, prender meninas estupradas e aliviar pena do estuprador de meninas, violentar indígenas, afagar milicos, desinvestir em direitos, transformar a família constitucional em família colonial e patriarcal.

Enfim, transformar jurisdição em negociação de direitos indisponíveis, legislação em alocação clientelista de orçamentos secretos, sufocar capacidade governamental do Executivo.

Caracterizar o momento como um embate entre esquerda e direita perde de vista um confronto mais profundo entre Constituição e forças pré-constitucionais e extremistas. Ainda nos resta, pelo menos, o argumento constitucional. Que não pode permanecer monopólio de juristas. Para que consigamos, pelo menos, descrever o que se passa e contar essa história. Assim poderia começar o prefácio a um manifesto constitucionalista.

Barroso se esforça para esconder que Moraes investiga o que bem entender

Barroso apoia PEC dos Quinquênios para 'valorizar' juízes, mas 'sem abusos'  - Folha PE

Defender Moraes passou a ser a pior missão de Barroso

Carlos Andreazza
Estadão

Luís Roberto Barroso deu entrevista à Folha. Aula de indeterminação, ou não teria meios de defender-avalizar o colega. Informou-nos de que “vazamento é vazamento”. Não é, não. Alexandre de Moraes não “está investigando um vazamento” – não um de que se possa omitir o complemento.

Está investigando o vazamento de mensagens em que assessores seus articulam como esquentar ordens suas, instrumentalizado o poder de polícia do TSE. O vazamento de mensagens em que é a voz – o delegado – que se ocultava, em proteção ao juiz-total. Ele, Moraes.

TUDO ERRADO – Por que o inquérito sobre esse vazamento está no STF, se o assessor investigado – escolhido por Moraes para a fachada do órgão de combate à desinformação do TSE – não tem foro por prerrogativa de função?

Não há impedimento para a encarnação do estado democrático de direito. Sob o 8 de janeiro permanente: Moraes investiga o que quer; tem a jurisdição que quiser; o Supremo lhe sustentando a liberdade até de censurar em defesa da democracia. Ele é a democracia; e estamos em vigília contra o golpe. A democracia que censura. Justificada.

Falta a vítima. Ele [Moraes] não é vítima do crime. A vítima do crime é a administração da Justiça quando há um vazamento ilegal. Ele não é vítima do vazamento. Quem é a vítima do que os diálogos vazados revelam na forja – “use a criatividade” – de relatórios para lavar encomendas do juiz à alfaiataria? A Justiça no Brasil investiga apenas o vazamento. Não o que expõe. Barroso considera “tempestade fictícia” o que as mensagens evidenciam.

AMPLIDÃO TOTAL – A jurisdição xandônica – o direito de escolher o que e como investigar – é produto dos experimentos tocados via inquérito-pai, o das Fake News, onipresente e infinito, que Moraes preside desde março de 2019. Tudo bem para Barroso. “Eu acho que a duração prolongada do inquérito se deve à sucessão de fatos” – justifica o presidente do STF.

Os fatos em sucessão raramente teriam a ver com o argumento fundador do inquérito. O bicho foi instaurado – sob torção do regimento do STF – para apurar notícias fraudulentas, falsas comunicações de crime, denúncias caluniosas, ameaças e outras infrações caluniosas, difamatórias ou injuriosas contra o Supremo e seus ministros. Esse vago, frouxo, é o seu objeto inicial; em que tudo passaria a caber.

Em defesa da integridade de Dias Toffoli, desonrado pela revelação de que era o amigo do amigo (Lula) do pai de Marcelo Odebrecht, uma reportagem da Crusoé seria censurada. O inquérito tinha um mês. O conceito de honra é elástico quando sob a caneta de um poderoso. Não foi a sucessão de fatos o que prolongou o inquérito. O inquérito se tornou permanente porque seu objeto jamais deixou de se expandir-adaptar à volúpia da democracia.

Starlink volta atrás, atende Moraes e anuncia que vai bloquear X no Brasil

A Starlink, que oferece serviços de internet por meio de satélites de baixo custo, pertence ao bilionário Elon Musk

Empresa Starlink já tem mais de 200 mil clientes no Brasil

Gabriel de Sousa
Estadão

A Starlink, empresa de internet via satélite do bilionário Elon Musk, disse que vai cumprir a ordem do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes para bloquear o acesso ao X (antigo Twitter). A decisão foi anunciada pela plataforma, que também pertence a Musk, nesta terça-feira, dia 3. No domingo, dia 1º, a Starlink havia informado ao presidente da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), Carlos Baigorri, que não cumpriria a determinação enquanto o ministro do Supremo não desbloqueasse as contas bancárias da empresa.

No sábado, dia 31, o Estadão tinha mostrado que os usuários da Starlink estavam conseguindo acessar a rede social em todo o País. A Starlink, que oferece serviços de internet por meio de satélites de baixo custo, pertence ao bilionário Elon Musk

BLOQUEIO BANCÁRIO – De acordo com a direção da Starlink, a ordem de Moraes será cumprida independentemente da impossibilidade de a empresa realizar transações financeiras no País. Na última quinta-feira, 29, o ministro do STF bloqueou as contas bancárias da empresa até que Musk quite as dívidas do X com a Justiça brasileira.

“Após a ordem da semana passada de Alexandre de Moraes que congelou as finanças da Starlink e impede a Starlink de conduzir transações financeiras no Brasil, imediatamente iniciamos procedimentos legais no Supremo Tribunal Federal brasileiro explicando a ilegalidade grosseira desta ordem e solicitando ao Tribunal que descongele nossos ativos. Independentemente do tratamento ilegal da Starlink no congelamento de nossos ativos, estamos cumprindo a ordem de bloquear o acesso a X no Brasil”, afirmou.

Na sexta-feira, dia 30, Moraes determinou a suspensão do X em todo o País, após Musk ignorar uma intimação do ministro que exigiu que a rede social indicasse um representante legal no País. A determinação de Moraes foi repassada para a Anatel, responsável por encaminhar a ordem para provedores de internet.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG –
No comunicado, a Starlink afirma também que “continua buscando todas as vias legais, assim como outros que concordam que as ordens recentes de @alexandre descumprem a Constituição Brasileira”. Ao decidir contra a instrução do próprio controlador Elon Musk, a empresa mostra que não é recomendável perder faturamento, sempre que o problema possa ser superado. (C.N.)

Discussão climática mostra que o amor à democracia é uma mentira deslavada

Democracia? Bem, democracia deveria ser o governo do povo, para o povo e pelo povo… – Carlos Sousa

Charge do Duke (O Tempo)

Luiz Felipe Pondé
Folha

O aquecimento global pode esperar o tempo político das democracias? Suspeito que não. Uma das grandes mentiras do nosso debate público em política hoje é o confesso amor à democracia. Só prezamos a democracia quando o povo vota em quem votamos. Se não, há uma crise grave na democracia. Derrubar o X no Brasil é a prova de que, às vezes, quem fala que defende a democracia, na verdade, só quer a transformar no seu clubinho de fãs. O fim da picada. Uma humilhação: um juiz faz o que quer e não há ninguém de bem no poder que possa detê-lo.

Tenho certeza de que em alguns séculos nossos descendentes se perguntarão: afinal qual seria a razão de tanto discurso meloso acerca desse falso amor quando obviamente ele não existe? Ou melhor, esse amor, aliás, como todo amor, é condicionado por premissas prévias.

INSATISFAÇÕES – As acusações à direita de que os conservadores são antidemocráticos são largamente conhecidas. Muitos deles cristãos reacionários, ou seculares mal resolvidos.

Mas, se faz necessário trazer à luz, também, as insatisfações da esquerda com relação à democracia liberal. Vale a pena lembrar que, já desde o século 19, figuras como Marx, e mesmo Lênin, já no século 20, consideravam a democracia um regime a serviço dos interesses da burguesia: o Estado liberal democrático nada mais seria do que um comitê executivo a serviço dos interesses da classe dominante.

A conversão da esquerda à democracia é posterior, e sempre um tanto incerta. Não entro aqui em questões outras tais como se funcionaria bem uma democracia liberal num país como o Brasil em que as instituições são em grande medida corruptas nalgum momento da sua história ou nalgum elo da sua cadeia operacional.

QUESTÃO DO CLIMA – Minha questão é mais estrutural. Vamos trabalhar com um exemplo bem didático: a questão do clima e a legitimidade institucional dos seus órgãos decisórios e acordos multilaterais —suas “COP’s bizantinas”. Na verdade, essa legitimidade passa pelo Estado nacional e sua soberania popular limitada.

É aqui que a porca torce o rabo. Deixo para os especialistas a discussão do clima. Conheço epistemologia —teoria da ciência— o bastante para saber que aspectos fora do cinturão racional, como dizia Imre Lakatos no século 20, se misturam aos aspectos racionais ou determinados pelo método científico enquanto tal. Basta ver a contaminação do tema pela polarização para ver esses aspectos fora do cinturão racional em operação.

A questão do clima não é apenas científica, ela é política, ideológica e de mercado: profissionais do debate público apostam na questão do clima como seu nicho no comércio das ideias, como se dizia no século 19, diríamos, como “sua fatia de mercado”. Opções de carreira, de sociabilidade entre pares, de pertencimento a instituições que atribuem credibilidade a estes profissionais estão em toda parte, para o olhar treinado em sociologia do mercado intelectual.

CONFLITO ÓBVIO – É fácil se perceber o conflito entre o investimento político e de carreira na questão do clima, e no seu aparato institucional multilateral internacional de soberania incerta, e o confesso amor à democracia liberal limitada à soberania nacional. E o conflito é estrutural.

Esse descompasso trai, se o profissional do mercado das ideias em questão for de esquerda, o conflito de tornar as “políticas do clima” legítimas sob o modo de operação da soberania na democracia liberal.

E é este descompasso que traz à luz os limites do amor da esquerda contemporânea à democracia, e, com isso, ela retorna ao berço da esquerda histórica, ao duvidar do valor político das democracias liberais.

AGRADAR AO POVO – Nas democracias liberais há que se dar atenção a opinião popular na competição por votos —as eleições—, e, nesse sentido, os políticos estão preocupados em agradar ao povo que pode estar longe de “crer” na questão do clima.

As “políticas do clima” pensam o tempo numa escala muito mais longa do que os mandatos na democracia liberal. A pergunta que surge no coração da esquerda verde é: o clima pode esperar o tempo político das democracias? Suspeito que não.

O problema é que os defensores da agenda do clima não podem se deixar confundir com golpistas, e, portanto, são obrigados a mentir sobre o que pensam: a democracia liberal nacional deve ceder sua soberania a alguma forma de governo global de tecnocratas do clima. E daí tocam, em segredo, seu réquiem para democracia. Você consegue ouvir a música? Não?

Apoio irrestrito dos ministros a Moares é muito preocupante, diz Marco Aurélio Mello

Apoio irrestrito a Alexandre de Moraes é preocupante”, diz Marco Aurélio Mello à CNN | CNN Brasil

Marco Aurélio não aceita haver conluios no Supremo

Deu na CNN

O ministro aposentado do Supremo Tribunal Federal (STF) Marco Aurélio Mello manifestou inquietação sobre a atual dinâmica da Corte, especialmente no que diz respeito à atuação do ministro Alexandre de Moraes. Em entrevista à CNN Brasil, Mello abordou questões polêmicas, como o bloqueio da rede social X no Brasil e a “concentração de poderes” nas mãos de Moraes.

Mello enfatizou a importância da independência e da manifestação pública dos ministros do STF. “A reação deveria haver em público, deveria haver de forma ostensiva, o Supremo é colegiado justamente para que cada qual se manifeste e se manifeste com absoluta independência, revelando o que pensa sobre a matéria”, declarou o ex-ministro.

À CNN, Marco Aurélio Mello vê bloqueio do X no Brasil como um ato extremo, que poderia ser evitado. “O tema deveria ir ao plenário”, disse o ex-ministro do STF sobre bloqueio do X no Brasil, que foi contestado pelo Partido Novo no Supremo, e o ministro Nunes Marques será relator de ação de inconstitucionalidade.

INQUÉRITO ETERNO – O jurista expressou particular preocupação com o que ele denomina “inquérito do fim do mundo”, referindo-se a uma investigação conduzida por Moraes. “Eu não sei onde ele vai chegar algum dia, se é que vai chegar, porque uma procuradora-geral da República, Raquel Elias Vieira, pediu o arquivamento e esse pedido não foi acolhido como se o Ministério Público não fosse o titular da ação pública incondicionada”, comentou Mello.

Sobre a concentração de poderes nas mãos de Alexandre de Moraes, o ex-presidente do Supremo foi enfático: “É preocupante a concentração de poderes e o apoio irrestrito do colegiado ao ministro Alexandre Moraes, que vem, a meu ver, errando no tocante a atos que pratica e perdendo um pouco a mão no tocante a esses atos, muito embora seja um douto com uma experiência de vida muito grande”.

A entrevista de Marco Aurélio Mello traz à tona debates importantes sobre o funcionamento do STF e o equilíbrio de poderes dentro da instituição. As críticas do ministro aposentado refletem preocupações que têm sido levantadas nos bastidores do Judiciário e na sociedade civil sobre a atuação de membros da Corte Suprema.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Marco Aurélio Mello está fazendo falta no Supremo. Em sua longa carreira, ele jamais admitiu conluios e julgamentos pré-fabricados, conforme se vê hoje com frequência, em julgamentos cujos resultados são facilmente previsíveis. Foi ele quem apelidou o “Inquérito do Fim do Mundo”, que há tempos caiu no ridículo, o presidente Luís Roberto Barroso pede para Moraes dar fim a isso, mas o relator finge que não ouviu. (C.N.)

Fim do X prejudica acompanhamento do Brasil nos debates internacionais

Gilmar Fraga: o X da questão... | GZH

Charge do Gilmar Fraga (Gaúcha/Zero Hora)

Roseann Kennedy e Eduardo Gayer
Estadão

A suspensão do X por decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), tem como efeito rebote isolar o País em parte do debate da comunidade internacional. A medida limita o acompanhamento, inclusive por jornalistas, de líderes mundiais na rede que se tornou a principal arena política virtual.

“O X é uma rede de comunicação de chefes de Estado mas, também, de mobilização de atores importantes para entendermos o que está acontecendo no mundo. A suspensão nos desconecta em relação a acompanhar grupos”, observa a cientista política Denilde Holzhacker, professora de Relações Internacionais da ESPM.

DESCONECTADOS – Denilde Holzhacker destaca que a plataforma X (antigo Twitter) já foi mais importante, mas ainda é um canal para acompanhar o debate político, por exemplo, nos Estados Unidos, em pleno ano eleitoral, e de grupos de resistência e oposição a governos, como na Venezuela.

Para Leonardo Trevisan, professor de Relações Internacionais da ESPM, a suspensão ocorre no momento mais tenso da eleição americana e isso deixa os brasileiros desconectados das postagens no X dos candidatos e de assessores.

“Temos que observar que algumas notícias do cenário eleitoral americano têm repercussão interna no Brasil. Nisso também gera prejuízo. Porque, normalmente, o atingido por essas repercussões usa o X para se manifestar. Mas não é um prejuízo completo. Temos outras formas de alcançar informação”.

SEM COMPARAÇÃO – Matheus de Oliveira Pereira, professor de Relações Internacionais do Centro Universitário Belas Artes, considera haver prejuízo no acompanhamento dessas questões internacionais, mas avalia que não se pode comparar o episódio brasileiro com casos como ocorrem na China e na Coreia do Norte, onde estão ligadas à censura. “Aqui a questão é muito simples, toda empresa que opera no País precisa ter representante constituído e, sem isso, não é possível funcionar”, diz.

Por outro lado, Matheus observa não ter entendido o motivo de Moraes impor multa a quem usasse VPN para acessar o X. Tamanha a polêmica, e críticas de que o magistrado ultrapassou os limites constitucionais, ele recuou em parte. Em novo despacho, Moraes revogou o trecho da decisão que obrigava provedores de internet e empresas como Apple e Google a criarem “obstáculos tecnológicos” ao aplicativo e a aplicações de VPN.

Já o professor Leonardo Trevisan chama atenção para a própria atuação política e de interesses econômicos do dono do X, o bilionário Elon Musk.

INTERESSES ECONÔMICOS – “Eu lembraria que em novembro de 2023 há uma foto histórica de Xi Jinjing cumprimentando Elon Musk, em São Francisco. A gente tem que lembrar que a segunda maior fábrica da Tesla está na China, dona de mais de 20% do mercado chinês do mercado de carros elétricos. A China quando quer se proteger usa os mesmos métodos e corta as redes sociais. Então, aquele país usa esse poder de Estado para manter Elon Musk sob controle”, pontua.

Rodrigo Amaral, professor de Relações Internacionais da PUC-SP, amplia essa leitura com outra abordagem. “Financeiramente o X tem muito a perder, afinal o Brasil é o sexto maior consumidor da plataforma, com 21,5 milhões de usuários. Essas farpas entre Musk e Moraes evidentemente trazem um personalismo para a questão. Mas, de fato, não podemos esquecer que essas ferramentas devem respeitar a legislação”.

Ele lembra não ser a primeira vez que assistimos uma polêmica do X afrontando ou desrespeitando legislações domésticas no Brasil ou no exterior e cita, por exemplo, a acusação nos Estados Unidos de vazamento de informações confidenciais de usuários para o governo saudita, no cenário da primavera árabe. “Portanto, devemos observar o X não meramente como uma ferramenta de rede social, mas uma ferramenta política. Ou seja, se trata de uma ferramenta politicamente útil e bastante perigosa se não regulamentada”, conclui.

Nas mãos de Nunes Marques uma ação que poderia cancelar a suspensão do X

 no Brasil | Brasil 247

Nunes Marques é o relator de ação para reativar o X

Lauro Jardim
O Globo

A decisão monocrática de Alexandre de Moraes de suspender o X no Brasil, mas que depois foi referendada pela 1ª Turma do STF, estará novamente em discussão no Supremo. O Partido Novo protocolou ontem ao STF uma Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) em que pede que o fim imediato da suspensão.

Por sorteio, a ação foi distribuída para Nunes Marques relatar. Justamente o ministro que é tido como um dos que, ao lado de André Mendonça, divergiam da decisão tomada na semana passada por Moraes. O Novo pede a suspensão imediata da decisão de Moraes e que depois o plenário do STF julgue o caso em sessão presencial. Ao enviar para a 1ª Turma do STF sua decisão, Moraes evitou debates no plenário

Na ação, de 29 páginas, os advogados do Novo sustentam que a decisão de Moraes é inconstitucional e desrespeita o princípio da liberdade de expressão.

DIZ O NOVO – “A decisão ora impugnada e proferida pelo ministro Alexandre de Moraes, é violadora dos preceitos fundamentais da liberdade de expressão e da manutenção de qualquer veículo como meio para a manifestação de pensamento, na forma do artigo 5º, inc. IV, e do art. 220, ambos da Constituição Federal. (…) As redes sociais, tal como a rede “X”, possuem essencialidade na vida cotidiana das pessoas para que elas possam se informar, interagir-se enquanto sociedade, conectar-se com conhecimentos e visões de mundo diferentes ou similares entre si e comunicar a sua forma de pensar livre de amarras de censura, sujeitando-se tão somente às hipóteses de responsabilização penal e cível em caso de abuso”, afirma a petição do partido Novo.

Os advogados argumentam ainda que a suspensão do X é “mais do que isso: ao encerrar as atividades da mídia social X e da respectiva empresa gestora da rede, o ministro Alexandre de Moraes contraria o regime jurídico da atividade privada de relevância pública, ao determinar a paralisação de um serviço prestado para atendimento à necessidade coletiva de concretização da liberdade de expressão.”

O Novo está requerendo também o fim da multa de R$ 50 mil para os usuários que tentarem acessar a rede social a partir de uma VPN.

EMPLACAR O TERROR – O partido qualificou a essa decisão de Moraes como uma medida para emplacar o terror: “A previsão de aplicação de multa a todo e qualquer cidadão brasileiro ou pessoa residente no Brasil não é para que a suspensão ilegal das atividades do X sejam realizadas por sujeitos específicos (Apple, Google, administradoras de backbones, provedoras de serviço de internet, administradoras de serviço móvel pessoal e telefônico fixo comutado) na criação de obstáculos para impedir a operação das atividades da rede X. Em verdade, trata-se de uma medida para emplacar o terror e o medo na sociedade civil brasileira, com a finalidade de não se sentirem estimuladas a manterem o uso da rede social X em território nacional, uma vez que o ministro Alexandre de Moraes, com todo o respeito, está ciente do vilipêndio à garantia fundamental de liberdade de expressão e de pensamento, ao determinar a suspensão de determinada mídia social no Brasil. 84. A previsão da multa diária no valor de R$ 50 mil”.

São escassas, porém, as chances de essa ação do Novo ter êxito. Um dos motivos é que não há precedente no STF para uma decisão individual ser contra uma decisão colegiada do próprio tribunal. E também porque a ADPF questiona uma decisão que não mais existe, uma vez que ela já não é mais monocrática como escrito e, sim, uma colegiada da primeira turma.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
É perda de tempo. O Supremo está contaminado e não vai anular as teratologias de Moraes. Quando o tribunal chega ao ponto de bloquear conta bancária da esposa de réu, tirando-lhe a possibilidade de sobrevivência, sem que haja provas nos autos de que o dinheiro é de origem criminosa, constata-se que não existe mais segurança jurídica e o que prevalece é uma ditadura judiciária. Somente o Supremo poderia rever as excentricidades de Moraes, porém não há vontade política. (C.N.)

Milei divulga as mensagens que criticam bloqueio do X e chamam Lula de ditador

Javier Milei ganha popularidade em meio a crise com legislativo | CNN Brasil

Milei se comporta de forma inadequada ao criticar Lula

Deu na CNN

O presidente da argentina, Javier Milei, repostou nesta segunda-feira (2) mensagens no X que criticam o bloqueio da plataforma no Brasil e chamam o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de “ditador”.

Uma das postagens compartilhadas por Milei, feita pelo portal argentino La Derecha Diario, traz um trecho da entrevista concedida por Lula à à rádio MaisPB, na sexta-feira (30), com a legenda: “O ditador Lula da Silva justifica o bloqueio total do X”.

ELOGIO AO STF – No trecho destacado, o presidente brasileiro diz que “todo e qualquer cidadão, de qualquer parte do mundo, que tem investimento no Brasil está subordinado à Constituição brasileira e às leis brasileiras. Portanto, se a Suprema Corte tomou uma decisão para o cidadão cumprir determinadas coisas, ou ele cumpre ou vai ter que tomar outra atitude”.

Outra mensagem repostada por Milei afirma que “a possibilidade de ofender e sentir-se ofendido é um risco que deve ser corrido para que exista liberdade de expressão. Não confunda ofensa com mentira ou calúnia… algo que o socialismo progressista não sabe diferenciar”. A postagem também se refere a Lula como um “ditador” e o acusa de não se importar com as pessoas comuns.

AMIGO MADURO – Milei também reproduziu um post que dizia que a Justiça brasileira enlouqueceu e que Lula “está cada vez mais parecido com seu amigo Maduro”.

Em uma visita à fábrica da Tesla no Texas em abril, o presidente argentino já havia oferecido ao empresário Elon Musk ajuda para lidar com a questão na Justiça envolvendo o X no Brasil.

A CNN entrou em contato com o Palácio do Planalto para comentar as mensagens respostadas por Milei, mas ainda não obteve resposta.

Piada do Ano! Lula acredita que Moraes vai servir de exemplo para outros países

Lula resiste a atender a dois pedidos de Moraes | Metrópoles

Lula está orgulhoso com a grande façanha de Moraes

Renata Varandas
da CNN

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse à CNN ter ficado “satisfeito” com a decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), de bloqueio do X no Brasil. “A Justiça brasileira pode ter dado um importante sinal de que o mundo não é obrigado aguentar o vale tudo de extrema direita de [Elon] Musk só porque ele é rico”, afirmou Lula, referindo-se ao dono da plataforma.

A pedido da CNN, o presidente Lula da Silva comentou a decisão do ministro Alexandre de Moraes e minimizou possíveis prejuízos aos usuários da plataforma X. De acordo com ele, milhões de pessoas estão procurando redes sociais de perfis semelhantes, que oferecem o mesmo serviço do X.

SERVIR DE EXEMPLO – Na avaliação de Lula, a decisão de Moraes pode servir de exemplo para outros países que também sofrem com fake news e com o que ele considera ser “interferência e militância política” do empresário.

Para o presidente, a maioria da imprensa internacional entendeu o banimento do X como uma afirmação de soberania do Brasil, após descumprimentos de Musk às ordens expedidas pelo STF.

A medida vale até que a plataforma cumpra todas as decisões do STF, pague as multas que já somam R$ 18,3 milhões e indique um representante legal no país. Intimada da decisão, a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) informou ao STF no sábado (31) que todos os provedores de internet foram comunicados sobre o bloqueio do X.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Na sua ignorância, Lula da Silva acha que Moraes acaba de resolver o problema das fake news e os demais países podem seguir o exemplo. O presidente não percebe que o Supremo simplesmente decidiu revogar importantíssimos direitos que todos os cidadãos precisam ter, como o devido processo legal, a defesa ampla, o contraditório e o direito de recurso, sem falar da liberdade de expressão. Lula é uma espécie de Inteligência Artificial ambulante. Ele diz uma porção de frases. Se alguém juntá-las, fica tudo sem sentido, dá uma confusão desgraçada. (C.N.)

Maduro adotou o método Moraes e diz que “ninguém está acima das leis”

Estados Unidos anunciam que apreenderam avião do presidente venezuelano  Nicolás Maduro | Jovem Pan

No embalo, Maduro antecipou o Natal para 1º de outubro

Deu na Folha

O ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, falou sobre a ordem de prisão contra Edmundo González na noite desta segunda-feira (3), logo após o anúncio do pedido de detenção de seu principal adversário nas eleições presidenciais do final de julho. “Ninguém neste país está acima das leis e das instituições, como pretende esse senhor escondido, o covarde Edmundo González Urrutia”, afirmou o líder do regime durante seu programa semanal na televisão estatal.

“O Ministério Público o citou três vezes e ele não compareceu, pois diz que não reconhece o Ministério Público, em que país isso acontece?”, justificou Maduro, que aproveitou o embalo e decretou que o Natal começa dia 1º de outubro.

ERA ESPERADO – A ordem de captura era esperada desde a última sexta-feira (30), quando González deixou de comparecer, pela terceira vez, a uma audiência que ocorreria no âmbito de uma investigação sobre a denúncia de fraude no pleito por parte de opositores.

Em outras ocasiões, o diplomata afirmou que o Ministério Público atua como um “acusador político” e que seria submetido a um processo “sem garantias de independência ou devido processo legal” caso respeitasse a intimação.

Ainda na segunda-feira, um porta-voz de González afirmou à agência de notícias Reuters que o opositor não havia sido notificado de qualquer mandado de prisão.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
É o método Moraes que se expande pelo mundo. Maduro praticamente repetiu a justificativa de Moraes para mandar prender a ex-representante da plataforma X no Brasil: “Ninguém neste país está acima das leis e das instituições”. Essa afirmativa serve para tudo e justifica até a morte de John Kennedy. Enquanto Moraes continuar a dar ordens ilegais, nenhum brasileiro estará protegido pela lei… (C.N.)

Moraes imita Machado de Assis e quer fazer do Brasil um imenso manicômio

Alexandre de Moraes, o Simão Bacamarte de toga

Moraes age como um enlouquecido diretor de hospício

Wálter Maierovitch
do UOL

O Dr. Simão Bacamarte, personagem do conto “O Alienista”, de Machado de Assis, ficou descontrolado. Médico de Itaguaí (RJ), Bacamarte passou a adotar medidas desproporcionais e desequilibradas, como colocar todos os habitantes da cidade no hospício da Casa Verde. Como um Bacamarte de toga, o ministro Alexandre de Moraes passou a dirigir ao seu próprio arbítrio inquéritos apuratórios. E com atropelos à Constituição.

A garantia constitucional do juiz natural — aquele preestabelecido em lei como a figura competente para julgar a causa — foi para a lata do lixo da Têmis, a deusa da Justiça.

Moraes recebeu inconstitucional poder inquisitorial por uma portaria de Dias Toffoli, então presidente do STF, referendada em sessão plenária do tribunal, com ilimitado prazo de validade. Moraes virou competente para tudo.

AMEAÇA TOTAL – E, agora, Moraes ameaça todos nós brasileiros com multa e aviso de prisão em flagrante por crime de desobediência, se ousarmos acessar o X em território nacional. O ministro colocou todos os cidadãos brasileiros no mesmo balaio de gatos onde está o bilionário Elon Musk, dono do X. De forma indeterminada e sem diferenciação — como fez Bacamarte ao mandar todos os cidadãos de Itaguaí para o hospício.

Moraes, o Bacamarte de toga, nos enfiou, potencialmente, no inquérito das fake news e na apuração contra Musk por crimes de obstrução de Justiça, incitação ao crime e organização criminosa. Fomos atirados a um supremo hospício judiciário.

Nesta segunda-feira, emplacou de 5 x 0 no arrogante bilionário Elon Musk. Mas é uma goleada enganosa. Musk queria perder. Como se diz no jargão popular, entrou em campo com a camisa do Íbis, que jamais ganha.

E O PLENÁRIO? – Por acordo intramuros, a decisão de Moraes — acertada — de suspender o X não foi enviada para análise do plenário do STF, em que votam todos os ministros. Acabou submetida à Primeira Turma, formada por cinco dos onze ministros, em sessão virtual. Isso porque a decisão de Moraes não se limitou a suspender o X. O restante da decisão está desequilibrada e desproporcional. Certamente, não teria respaldo fácil entre todos os ministros.

Moraes bloqueou a rede Starlink, pessoa jurídica diversa da X, para garantir pagamento de multas que não são dela, mas do X. Pior ainda, ameaçou todos nós, cidadãos do Brasil que vivem aqui, se acessarmos o X. Daí, o ministro Fux, fez uma ressalva. Não acompanharia Moraes porque a decisão não poderia alcançar e submeter “pessoas naturais e jurídicas indiscriminadamente e que não tenham participado do processo”.

Como se percebe, sem nenhum esforço, Moraes empolgou-se. Não quis ser contrariado por ninguém, num agir semelhante ao inquisidor da Igreja, o espanhol Tomás de Torquemada, de triste memória.

MUSK FATURA – Ao perder de 5 X 0, Musk fatura com o seu discurso falso de baluarte de defesa da democracia. O bilionário e prepotente empresário, como bem mostrou o colunista Celso Rocha de Barros, é sabujo da ditadura chinesa. Na China, Musk aceita tudo, em nome dos lucros econômicos da Tesla, outra de suas empresas. Lá, não faz reprovação às desumanidades contra o povo uigure.

Elon Musk trata-se, no particular, de um hipócrita. O polêmico Moraes chamou ao ringue o bilionário, que topou a briga e resolveu, como é sua especialidade, faturar promocionalmente. Moraes mordeu a isca jogada por Musk.

As trapalhadas do ministro também são aproveitadas pelo golpista e antidemocrático Jair Bolsonaro.