Lula sonha (?) em taxar os mais ricos, que têm privilégios absurdos nos “fundos exclusivos”

Por que Guedes não se interessa pelo fato de os mais ricos pagarem menos  imposto de renda? - Tribuna da Imprensa Livre

Charge do Alpino (Yahoo Notícias)

Celso Rocha de Barros
Folha

O governo Lula vai tentar cobrar mais impostos dos muito ricos. O Ministério da Fazenda planeja propor novas regras para tributar os fundos exclusivos, um tipo de aplicação financeira para quem tem muitos milhões para investir.

Dá até vergonha explicar isso, mas, pelas regras atuais, os ricos que aplicam no fundo exclusivo “Guedes Totoso” pagam menos impostos que a classe média que, por exemplo, investe no fundo de renda fixa “Merreca DI”. Para um resumo das vantagens que isso proporciona aos investidores, sugiro a reportagem de Lucas Bombana publicada na Folha da última quinta-feira.

MESMAS REGRAS – O governo defende que os fundos dos milionários e os fundos da classe média sejam sujeitos às mesmas regras. Não chega a ser nada muito bolchevique.

Nesse ponto, você pode estar pensando: rapaz, o Brasil está com problema nas contas públicas faz muitos anos. Já tinham cortado dinheiro de tudo que era lado, e só agora notaram que milionário pagava imposto de menos?

Todo mundo sempre soube. Mesmo governos de direita, como Temer e Bolsonaro, cogitaram mudar a regra dos fundos exclusivos, mas não conseguiram fazer a proposta andar. Uma vez perguntei ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso porque não tornar os impostos brasileiros mais progressivos (isto é, fazer os ricos pagarem proporcionalmente mais).

RESPOSTA DE FHC – Ele me respondeu que todo mundo sabia que tinha que ser feito, mas que os interesses contrários eram fortes no Congresso. Foi a mesma resposta que obtive quando entrevistei petistas graduados para meu livro sobre o PT: ninguém propunha porque todo mundo sabia que ia perder.

E se você leu isso e pensou, “bom, então o problema é o Congresso, é a democracia”, errou. No estatuto da Aliança Renovadora Nacional (Arena), partido que apoiava a ditadura militar, constava: “por um sistema tributário justo, instrumento do desenvolvimento econômico e de redistribuição social, através de crescente utilização dos impostos pessoais e diretos, de caráter progressivo” (artigo 2, alínea “i”).

Apesar dessa declaração de intenções, a desigualdade de renda aumentou enormemente durante a ditadura. Não é fácil cobrar imposto de rico. Entretanto, há um bom motivo para que mesmo governos de direita recentes tenham pensado em mexer nos fundos exclusivos.

CRISE FISCAL TERRÍVEL – O Brasil enfrenta uma crise fiscal terrível há muitos anos. Qualquer um que assuma a Presidência do Brasil vai ter que sair procurando de onde tirar dinheiro sem gerar uma crise social. Os pouco mais que 2.500 investidores que aplicam um total de mais de R$ 700 bilhões em fundos exclusivos provavelmente sobreviverão bem se tiverem que pagar um pouco mais de imposto. Isso não é verdade sobre a maioria dos brasileiros.

A proposta sobre os fundos exclusivos não deve ser confundida com outro projeto do governo, a reforma do Imposto de Renda, que deve ficar para o ano que vem e é um assunto mais complexo, que exigirá mais negociação.

O regime atual da taxação dos fundos exclusivos é uma aberração evidente, algo que faria o Von Mises cantar a “Internacional” tomado de indignação. Torço para que isso torne a proposta do governo Lula mais fácil de aprovar. O exemplo dos outros governos mostra que talvez não seja o caso. Mas é, pelo menos, para tentar essas coisas que os brasileiros votam na esquerda.

Um estranho mundo imaginário, descortinado pelo poeta Emílio Moura ao cair da tarde

emílio mouraPaulo Peres
Poemas & Canções

O jornalista, professor e poeta mineiro Emílio Guimarães Moura (1902-1971), ao lado de Carlos Drummond de Andrade e Pedro Nava, fez parte da célebre geração que renovou a literatura na Belo Horizonte dos anos 20 e 30. Neste poema, Moura revela uma visão melancólica sobre seu “Mundo Imaginário”.

MUNDO IMAGINÁRIO
Emílio Moura

Sob o olhar desta tarde,
quantas horas revivem
e morrem
de uma nova agonia?

Velhas feridas se abrem,
de novo somos julgados,
o que era tudo some-se
e num mundo fechado
outras vigílias doem.

A noite se organiza e, no entanto,
ainda restam certas luzes ao longe.
Ah, como encher com elas
este ser já não-ser que se dissolve
e deixa vagos traços na tarde?

Em nova fase, CPI do 8 de janeiro vai mirar os financiadores dos atos antidemocráticos

A FORTUNA AMERICANA DA FAMÍLIA CID | Metrópoles

Irmão de Mauro Cid rapidamente enriqueceu nos EUA

Camila Turtelli e Lauriberto Pompeu
O Globo

A Comissão Parlamentar de Inquérito Mista (CPMI) dos atos golpistas entrará em uma nova fase após a volta do recesso, com a análise de documentos relacionados a quebra de sigilos de investigados e depoimentos do ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Silvinei Vasques, e do ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, Mauro Cid.

A partir do dia 1º de agosto, quando vai retomar os trabalhos, o colegiado também focará na atuação dos suspeitos de financiar os ataques e em personagens-chave dos episódios ocorridos no dia 8 de janeiro, como o ex-ministro da Justiça e então secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, Anderson Torres.

Embora tenha sido convocado, Torres ainda não foi chamado para depor à comissão. A expectativa é que ele seja ouvido logo na primeira semana da volta dos trabalhos do Congresso, a partir de 1º de agosto. Já o tenente-coronel afirmou que ficará em silêncio, não respondendo aos questionamentos feitos por deputados e senadores.

DADOS IMPORTANTES — Vão chegar dados importantes para criar novas estratégias. Os relatórios de inteligência financeira serão fundamentais para o trabalho. Com os dados na mão, a gente reorienta os próximos depoimentos e acelera processos — afirmou a deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ) ao Globo.

A parlamentar se referia aos documentos produzidos pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) que indicam movimentações consideradas atípicas de suspeitos de envolvimento nas investidas antidemocráticas.

A ideia é que, até o fim do recesso, os integrantes da CPI já tenham analisado documentos importantes. Os papéis trazem dados telemáticos, telefônicos e bancários de pessoas envolvidas em atos de cunho golpista. Os pedidos de informação foram aprovados no início de julho. Também foram solicitados dados de parentes dos alvos da CPI.

CONTAS DE CID – O colegiado já recebeu, por exemplo, relatórios sobre as atividades bancárias de Mauro Cid. Interlocutores que tiveram acesso ao documento identificaram a movimentação de grandes volumes de dinheiro. Os mesmos dados relativos a Silvinei foram requisitados.

Uma parte da base do governo deseja focar na análise dos dados sigilosos para SE preparar melhor. “Há uma necessidade de estudar os documentos sigilosos liberados para seguir com a investigação” — declarou o deputado Rafael Britto (MDB-AL).

Procuradas sobre as quebras de sigilo, a defesa de Cid não retornou. Já o advogado de Vasques, Eduardo Simão, diz que a ação da CPI é “uma cortina de fumaça para desviar o foco”.

NOVOS DEPOENTES – A data do depoimento de Torres envolve uma queda de braço entre a relatora da CPI, a senadora Eliziane Gama (PSD-MA), e o presidente do colegiado, deputado Arthur Maia (União-BA). Ela gostaria de ter ouvido Torres antes do recesso, mas Maia atendeu a um pedido da oposição e do próprio ex-ministro, que alega depressão, e adiou a oitiva para o segundo semestre.

Maia também sinalizou que Saulo Cunha, que comandava a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) durante o 8 de janeiro, será o primeiro a ser ouvido na comissão em agosto, quando o Congresso voltar do recesso. Eliziane Gama prevê que Torres seja o segundo.

O cronograma dos depoimentos ainda não foi fechado, mas pode ser finalizado na próxima semana. Saulo Cunha é nome de interesse da oposição, que tenta construir uma tese de que o governo Lula se omitiu durante os ataques. A maior parte dos depoimentos prestados antes do recesso parlamentar foram articulados pelo governo, que quer emparedar o ex-presidente Jair Bolsonaro.

QUEBRAS DE SIGILO – Outra quebra de sigilo que já chegou às mãos da CPMI foi o bancário de George Washington Oliveira, preso após uma tentativa com ataque a bomba nas imediações do aeroporto de Brasília em dezembro.

— O foco agora são os financiadores. Esperamos agora a quebra de sigilo não só desses personagens, mas das empresas que financiaram o golpe —afirmou o deputado Rubens Pereira Junior (PT-MA).

A CPI também pediu quebras dos sigilos bancário, telefônico, fiscal e telemático de Daniel Cid, irmão do ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, além de informações sobre empresas estrangeiras que podem ter sido usadas por golpistas que atacaram os três Poderes.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
As quebras de sigilo vão ajudar muito os trabalhos da CPMI. Um dos casos mais interessantes é o de Daniel Cid. Os parlamentares querem saber como um jovem brasileiro rapidamente conseguiu ficar milionário nos Estados Unidos. (C.N.)

Lula está construindo um desastre com sua injustificável “política de desarmamento”

Blog do XANDRO: Charge N°63944!

Charge do Newton Silva (Arquivo Google)

J.R. Guzzo
Estadão

O governo do presidente Lula, através dele mesmo e de sua área policial, não está cometendo um erro de cálculo, ou um equívoco, na sua “política de desarmamento”. Está construindo um desastre, mas é isso mesmo o que querem – tirar o máximo possível de armas dos cidadãos que cumprem a lei e não têm antecedentes criminais, e não mover uma palha para reduzir o aterrador arsenal detido hoje pelos criminosos.

O problema do Brasil, obviamente, está nas armas dos bandidos, e não as das pessoas que não estão cometendo crime algum. O governo Lula acha exatamente o contrário.

GRANDE CONTRADIÇÃO – Quer diminuir ao máximo as armas legalizadas, que não são usadas para se cometer crimes; não se sabe de um único caso de criminoso que compre armas no mercado legal e corra até as autoridades para regularizar a sua aquisição.

Em compensação, as armas empregadas na prática de crimes continuam intactas. É precisamente isso, junto com a impunidade, que faz do Brasil um dos países com os mais altos índices de criminalidade do mundo. O governo não diz uma sílaba a respeito.

A propaganda maciça de Lula (e da chefatura nacional de polícia que substituiu o Ministério da Justiça) em favor da “paz” não tem nada a ver com segurança pública. Tem tudo a ver com política, e só com política. Lula e os seus comissários não estão minimamente interessados em diminuir a criminalidade, ou tornar o Brasil um país um pouco mais seguro para a população – sobretudo para os milhões de brasileiros que não têm dinheiro para pagar serviços particulares de proteção armada.

MEDO FUNDAMENTAL – O que Lula e Dino sentem é o medo fundamental de todos os regimes como este que está aí: se assustam, mesmo sem razões objetivas, diante de cidadãos de bem que têm armas em casa.

O governo passado, com certeza, transformou a questão das armas legais em bandeira política. Fazia pregação ativa em favor do armamento, sob o lema geral de que o “povo armado” estará sempre pronto a defender as suas liberdades e a enfrentar as tiranias. O governo Lula faz a mesma coisa – ao contrário.

Transformou o que é um assunto de fiscalização, de competência da máquina do Estado e de eficácia dos registros públicos, numa “luta em defesa da democracia” – ou, com mais hipocrisia ainda, numa ação do “amor contra o ódio”.

O CRIME REINA – O governo Lula não conseguiu tirar, em sete meses, um único estilingue dos criminosos que estão aí, todos os dias, oprimindo a população. Não há, evidentemente, a mínima comprovação de que dificultar a compra de um fuzil de caça, ou reduzir as balas que a pessoa tem em casa, ajuda a diminuir o número de crimes. O que há são números que apontam na direção contrária.

O Brasil, em 2022, teve cerca de 41 mil homicídios – o menor número desde 2007, quando teve início a série histórica de registro para esse tipo de crime. Durante os quatro anos em que foi mais fácil comprar armas, o número de assassinatos não parou de cair. É um dos piores do mundo, mas caiu; já foi superior a 60 mil homicídios por ano.

O único trabalho racional que o governo poderia fazer quanto a isso é reduzir ainda mais a taxa, e continuar na luta para levar o Brasil aos índices médios dos países civilizados. Em vez de fazer disso, estão perseguindo quem não mata ninguém.

Defesa de Mantovani contrata perícia para provar que o vídeo exibido não teve edição

Bahia.ba | Homem que hostilizou Moraes presta depoimento à Polícia Federal

Zanatta filmou Moraes e entregou o vídeo aos policiais

Pepita Ortega
Estadão

A defesa do casal investigado por hostilidades ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo, no último dia 14, decidiu contratar peritos para atestar a idoneidade do vídeo que registra parte da confusão no aeroporto de Roma. O advogado Ralph Tórtima Filho, constituído por Roberto Mantovani Filho e Andréia Munarão, diz que a perícia visa ‘evidenciar a ausência de edição’ na gravação feita por celular – o conteúdo foi entregue por Tórtima à Polícia Federal na semana passada.

A diligência foi anunciada pela defesa em meio à expectativa da chegada dos vídeos das câmeras de segurança do aeroporto de Roma. A PF avalia que as imagens do circuito de segurança do aeroporto possam dirimir contradições nas versões dos Mantovani e de Alexandre de Moraes.

GENRO FILMOU MORAES – Antes de as gravações do aeroporto aportarem na PF em Roma, a defesa dos Mantovani entregou um vídeo aos investigadores. As imagens foram feitas do celular de Alex Zanata Bignotto, genro de Roberto.

Segundo o advogado Ralph Tórtima Filho, o vídeo mostra o ministro chamando um de seus supostos agressores de ‘bandido’. É esse vídeo que a defesa diz que vai periciar. A estratégia é tentar esvaziar o impacto das suspeitas que cercam os Mantovani e eliminem a versão de que eles agiram com intuito ‘político’, o que manteria a investigação no Supremo Tribunal Federal.

Tanto o ex-ministro e sua família como os investigados pelas hostilidades já depuseram à PF. Segundo apurou o Estadão, o Alexandre destacou que as ofensas a ele dirigidas têm um viés ‘político’ e o intuito de ‘constrangê-lo’. O ministro e sua família, ainda de acordo com investigadores, garantiram que as imagens do aeroporto irão comprovar a versão.

ALEGA MORAES – Oficialmente, os Mantovani são investigados por supostos crimes de injúria, perseguição e desacato. À PF, Alexandre de Moraes relatou, na última segunda-feira, 24, contou que foi chamado de ‘bandido, comunista, comprado’. E, ainda, que os supostos agressores o acusaram de interferir no pleito de 2022. “Você roubou as eleições, você fraudou as urnas.”

O criminalista Ralph Tórtima Filho, constituído por Andréia e Roberto, ironizou o teor do depoimento do ministro à PF. Ao apontar para o que chama de ‘curiosa inovação’, Tórtima Filho ressaltou que na representação para abertura do inquérito Alexandre não citou em nenhum momento as frases ‘você roubou as eleições’, ‘você fraudou as urnas’.

Na primeira versão de Alexandre, por meio de representação escrita à cúpula da PF, ainda no dia 14 – data do entrevero em Roma -, não houve referência a urnas nem às eleições. É nesse detalhe que a defesa se apega para tentar neutralizar as suspeitas de ‘crime político’ atribuídas à Andréia Munarão e Roberto Mantovani Filho no episódio do aeroporto romano – versão que é a única possibilidade poderá manter o casal sob processo no Supremo Tribunal Federal.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Especializado em Direito Criminal, o escritório que defende a família Mantovani é um dos mais renomados de São Paulo. Os advogados estão esmiuçando e citando cada contradição de Moraes. O objetivo deles é fazer com que o inquérito venha a ser conduzido na  primeira instância, onde os Mantovani têm chance de vitória, e não no Supremo, onde a derrota é praticamente certa e não há a quem recorrer. (C.N.)

Tribunal de Rondônia é recordista em pagar “supersalários” aos seus desembargadores

Charge 055 - Patria Latina

Charge do Edra (Arquivo Google)

Fernanda Alves
O Globo

Os tribunais de Justiça de Rondônia e do Rio Grande do Sul encabeçam a lista de maiores remunerações pagas pelo Judiciário em 2023. Ao todo, dos cem rendimentos mais altos este ano — que totalizam quase R$ 38 milhões —, 77 são de juízes ou desembargadores das duas cortes. Os valores variam de cerca de R$ 300 mil a quase R$ 900 mil e superam, com folga, o teto constitucional de aproximadamente R$ 41 mil, que é definido tendo como base os salários dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).

O órgão com mais tem magistrados no “top 100” é o TJ de Rondônia, com 39 nomes. O tribunal desembolsou cerca de R$ 15,5 milhões para fazer esses pagamentos, que variam entre R$ 360.657,96 e R$ 478.008,40.

SEMPRE NA FRENTE – A presença de Rondônia em um ranking de maiores remunerações no Judiciário não é um fato inédito. Em 2017, o tribunal local registrou o maior rendimento do país. Lá, a remuneração média dos magistrados era, à época, de R$ 68,8 mil, somando os salários e os benefícios ocasionais.

Em 2022, o Judiciário do estado também pagou mais de R$ 1 milhão em extras a um grupo de oito juízes aposentados e herdeiros de magistrados do estado, referentes a benefícios de auxílio-moradia não recebidos entre 1987 e 1993.

Para os pagamentos deste semestre, o TJ-RO esclarece que os valores que superam o teto “se referem a direitos eventuais, pessoais ou indenizações, pagamentos amparados por lei”.

TRIBUNAL GAÚCHO – O segundo órgão com mais magistrados entre os beneficiados pelas maiores remunerações do Judiciário em 2023 é o Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul, que desembolsou cerca de R$ 12 milhões com repasses para 38 magistrados. O pagamento mais alto foi feito no mês de abril, de R$ 662.389,16.

Também aparecem no ranking dos cem maiores pagamentos magistrados dos tribunais de Justiça de Minas Gerais (5), do Pará (4), do Rio de Janeiro (2) e do Tocantins (1). Há ainda servidores do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, do Tribunal Regional Federal da 3ª Região, do Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região e do Tribunal Regional do Trabalho da 9ª Região.

A análise usou como base os dados de remuneração dos magistrados disponíveis no site do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que compila informações de 74 tribunais do país, o que equivale a 80% das cortes brasileiras. O ranking foi feito tendo como parâmetro a remuneração líquida dos profissionais nos últimos seis meses.

PENDURICALHOS – Via de regra, os pagamentos aconteceram em apenas um mês do semestre e não são contínuos. Eles juntam o salário regular dos magistrados com direitos como férias e 13° salário, além de pagamentos eventuais, que podem ser diárias, auxílio-moradia, licenças-prêmio convertidas em dinheiro e adicionais por tempo de serviço recebidos retroativamente.

A exceção fica por conta de um magistrado que aparece duas vezes na lista das cem maiores remunerações, indicando que teve os ganhos elevados duas vezes no semestre.

O maior salário foi pago pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro: pouco mais de R$ 887 mil. A corte afirmou, em nota, tratar-se da soma de “indenização de 240 dias de férias, com o respectivo terço constitucional, 210 dias de licença especial e 99 dias de plantão não usufruídos quando em atividade”. Sem essas verbas indenizatórias, o magistrado teria recebido R$ 35.912,48, segundo o TJ-RJ.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
É importante que essas informações sejam divulgadas, mas não adianta nada nem haverá cancelamento de privilégios. Todos os penduricalhos são baseados em direitos adquiridos ou outras interpretações nada jurídicas, mas que servem para justificar o que jamais poderia se justificável. Chega a ser revoltante esse tipo de favorecimento.
(C.N.)

Fitch eleva nota e Brasil fica novamente a “dois passos” do grau de investimento

 em BB-, mas trocou a perspectiva de "estável" para "negativa"

A redução do risco foi justa e vai diminuir a taxa de juros

Danilo Moliterno
da CNN

A agência de classificação de risco Fitch Ratings elevou de “BB-” para “BB” a nota de crédito qado Brasil nesta quarta-feira (26). Com isso, o país fica a “dois passos” de atingir o chamado “grau de investimento”, que abarca os países com classificação entre BBB” e “AAA”, nota máxima, o chamado triple A.

Países e empresas normalmente perseguem o chamado grau de investimento, uma espécie de selo de bom pagador que as agências de risco dão a estados e instituições.

JÁ HOUVE TEMPO – Entre 2008 e 2015, o Brasil foi reconhecido como um lugar onde o investidor podia investir com alguma tranquilidade, com a classificação “BBB-” da agência, já dentro do grau de investimento.

Em dezembro de 2015, porém, em meio à recessão da economia brasileira, incertezas no cenário fiscal e elevação da dívida pública, a Fitch rebaixou o Brasil de “BBB-” para “BB+”.

Cinco meses mais tarde, a agência voltou a reduzir a nota, para “BB”. Até que, em fevereiro de 2018, o Brasil se afastou ainda mais do grau de investimento, ao receber a classificação “BB-“.

DESEMPENHO MELHOR – De acordo com comunicado da Fitch emitido nesta quarta-feira (26), o retorno do Brasil ao “BB” após cinco anos reflete um desempenho macroeconômico e fiscal melhor do que o esperado “em meio a sucessivos choques nos últimos anos, políticas proativas e reformas”.

A Fitch Ratings publica classificações de crédito que são opiniões sobre a capacidade relativa de uma empresa ou governo de cumprir compromissos financeiros.

A escala de classificação de crédito da Fitch vai de “AAA” (mais positiva) a “D” (menos positiva). São utilizados ainda sufixos “+” ou “-” para indicar diferentes probabilidades de inadimplência.

GRAU DE INVESTIMENTO – Entre “AAA e “BBB” está enquadrado o chamado grau de investimento. O termo é usado para definir que uma instituição está em boas condições para receber investimentos.

Já entre “BB” e “D” está o chamado “grau especulativo”. Essa classificação é dada às empresas e governos que apresentam um risco maior de dar calote.

O grau especulativo assim é chamado porque a relação que os investidores têm com as instituições que recebem essa nota não é exatamente de confiança e segurança, mas muito mais baseada em riscos altos e, automaticamente, maiores remunerações.

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HADDAD COMEMORA A ELEVAÇÃO
Marcus Mortari         InfoMoney

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), comemorou a notícia de que a agência de classificação de risco Fitch Ratings elevou o rating soberano do Brasil de BB- para BB, com perspectiva estável. Assim como quando a agência Standard & Poor’s alterou para positiva a perspectiva para a nota de crédito do país pouco mais de um mês atrás, Haddad optou por compartilhar os resultados com outros integrantes do governo e instituições do país.

Em coletiva de imprensa para anunciar o pacote “Novo Ciclo de Cooperação Federativa”, no auditório da pasta, o ministro disse que a melhora na percepção das agências de rating sobre o país é consequência direta do que chamou de “harmonia entre os Poderes” e indicou que este é o caminho para a desejada recuperação do grau de investimento.

“Sempre disse que a harmonia entre os Poderes é a saída para que nós voltemos a obter o grau de investimento. Um país do tamanho do Brasil não tem sentido não ter grau de investimento. Nós temos um potencial de recursos naturais, de recursos humanos, reservas cambiais, tecnologia, parque industrial. Não tem cabimento esse país viver o que viveu nos últimos dez anos”, disse.

PAÍS DE OPORTUNIDADES – “Fico muito feliz de, em 6 meses de trabalho, termos conseguido sinalizar para o mundo que o Brasil é o país das oportunidades, de geração de bem estar, geração de emprego e renda, oportunidades. Eu tenho certeza que esse caminho vai ser seguido”, afirmou.

Durante um breve pronunciamento antes dos anúncios de medidas federativas por secretários do ministério, Haddad citou nominalmente os presidentes da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado Federal, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).

Ele também destacou o avanço das discussões sobre a reforma tributária na figura da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) nº 45/2019, aprovada no início do mês pela Câmara dos Deputados e mencionou o deputado federal Baleia Rossi (MDB-SP), autor do texto.

“Bolsonaro está filiando um negro meio veado”, diz Fernando Holiday, ao ingressar no PL

VÍDEO: Fernando Holiday se diz "meio viado" para agradar Bolsonaro e ganha  "abraço hétero" | Revista Fórum

Bolsonaro, o “imbroxável”, abraça o meio veado Holiday

Deu no Estado de Minas

Antes um contumaz crítico do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o vereador paulistano Fernando Holiday brincou, no evento de sua filiação nesta terça-feira (25/7), sobre a fama de homofóbico e racista do político.

“A imprensa sempre dizendo que o senhor é homofóbico, racista, aqui filiando um negro meio veado”, afirmou causando risadas e aplausos entre os presentes.

SERIA PECADO… – Ex-integrante do Movimento Brasil Livre (MBL), Fernando Holiday declarou, em 2018, que apesar de se declarar gay, ele não se envolvia com pessoas do mesmo sexo porque “namorar outro homem seria pecado”. Também afirmou que essa era a única forma de não pecar sendo um homossexual católico.

Em abril deste ano, ele se assumiu bissexual, por meio de uma postagem nas redes sociais, na qual revelou ter se relacionado com a advogada Musa Miranda, também integrante do MBL.

Já Bolsonaro, que anda participando de uma série de eventos pelo Brasil, afirmou em entrevista em 1997 que “ninguém gosta de homossexual, a gente suporta”.

BATER NOS FILHOS – Em outras oportunidades, o ex-presidente afirmou que os pais deveriam bater nos filhos para “mudar o comportamento”, caso suspeitassem que fosse homossexual, e que “nenhum pai tem orgulho de ter um filho gay”.

Enquanto era líder do Executivo, Holiday chamou o ex-presidente Bolsonaro de “jumento” e “corrupto”. O vereador também classificou a família Bolsonaro de “quadrilha de quinta categoria”. Mas agora, já filiado ao Partido Liberal, Holiday afirma que se arrepende de suas falas.

E a reação do vereador carioca Carlos Bolsonaro (Republicanos), o filho Zero Dois, que foi chamado por Holiday de “bandidinho de merda pago com dinheiro público”? Procurador pela reportagem, ele classificou de “surreal” o apoio do pai ao novo quadro do PL.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Bem, em meio a plumas e paetês, o ex-presidente Jair Bolsonaro começa a sair do armário, porque já entendeu que é difícil vencer eleição presidencial sem apoio dos integrantes do terceiro sexo, formado por LGBTQIAPN. Como dizia o jornalista Sérgio Porto, travestido em Stanislaw Ponte Preta, o terceiro sexo está crescendo tanto que logo chegará a primeiro… (C.N.)  

E surgiu muito barulho para abafar a sinistra afirmação de Barroso no congresso da UNE…

Luís Roberto Barroso

Barroso arregaçou as mangas e confessou o  partidarismo

Alexandre Garcia
Gazeta do Povo

O que merecia um simples registro ganhou manchetes e páginas sem fim, porque acontecera apenas dois dias depois da participação de um ministro do Supremo no congresso da UNE. No dia 12, quarta-feira, o ministro Luís Roberto Barroso afirmou, na UNE, que “nós derrotamos o bolsonarismo”.

Para a sorte dele, antes que a semana terminasse, na sexta-feira, dia 14, seu colega Alexandre de Moraes foi xingado no aeroporto de Fiumicino, em Roma.

PERDEU, MANÉ – A fala de Barroso complementa a de Nova York – “perdeu, mané, não amola”. O vitorioso que se gabava em Brasília já havia tripudiado de um derrotado em Nova York.

Presença inédita de um juiz do Supremo em congresso da UNE em que emoções expunham aquele que foi presidente da Justiça Eleitoral num período de preparo para a eleição presidencial de 2022, com o debate sobre segurança das urnas e o comprovante impresso do voto.

Aí, sobreveio um fato quase rotineiro, de apupos em aeroporto, em outro continente. Foi a oportunidade para desviar a atenção da opinião pública, saturando-a com o incidente de Fiumicino.

SEM IMPORTÂNCIA – Até então esse tipo de xingamento a autoridades não merecia mais que um registro discreto nos jornais do dia seguinte, para não estimular esse tipo de manifestação. Em geral, só aparecia nas redes sociais o vídeo colhido por algum circunstante.

Igualmente as redes registravam os aplausos, como os que recebiam o ministro Joaquim Barbosa, presidente do Supremo em tempos do mensalão; e os vivas ao juiz Sergio Moro, condutor do inquérito da Lava Jato.

Ironicamente, o alvo em Roma foi justamente o ministro que, em julgamento em junho de 2018, sentenciou: “Quem não quer ser criticado, satirizado, fica em casa”

PROPOSTA DITATORIAL – Com tanta exposição do incidente, o Poder Executivo tratou de anular o estímulo para novas manifestações contra autoridades, e anunciou uma proposta não democrática para dissuadir os descontentes com a atuação dos servidores do público. Penas gigantescas de prisão para ataques a autoridades, ultrapassando até as penas de crimes gravíssimos.

O próprio presidente da República se encarregou de qualificar os supostos agressores de “animais selvagens” que deveriam ser “extirpados” – surpreendente para um país que não tem pena de morte.

Também surpreendente que o próprio tribunal que abriga o ministro em questão tenha assumido o caso, embora os supostos agressores não tenham foro no Supremo. Num caso de Justiça Federal de primeira instância, foi a última instância que reagiu, já negando a possibilidade de recursos. Foi a presidente do STF quem autorizou busca e apreensão no domicílio das pessoas investigadas. A Polícia Federal entrou no domicílio do casal Mantovani e levou documentos, celulares, computadores.

CONTAMINAÇÃO – O PSD de Gilberto Kassab também se contaminou com a caça aos “animais selvagens” e, sumariamente, expulsou Roberto Mantovani do partido, mesmo sem apurações conclusivas do episódio. O presidente da República, discursando no Sindicato dos Metalúrgicos, aprovou a expulsão sumária e lembrou que o expulso fora candidato a prefeito.

Não mencionou que a candidatura, em 2004, tinha o apoio de Lula e o vice era do PT. Depois, recomendou que, mesmo não gostando de alguém, não se deve xingar. Em seguida, qualificou Mantovani de “canalha”.

E não se constrangeu em revelar para uma plateia de metalúrgicos que havia avisado o chefe de governo alemão de que o suposto agressor de Moraes se diz representante de uma empresa alemã. E assim, escuta-se muito barulho para não se ouvir o discurso de Barroso na UNE.

(Artigo enviado por Mário Assis Causanilhas)

Supremo vai julgar a anulação das multas de R$ 8 bilhões de empreiteiras corruptas

Joesley e Wesley: vigarice em dose dupla

Wesley e Joesley querem escapar da multa de R$ 14 bilhões

Márcio Falcão e Fernanda Vivas
TV Globo — Brasília

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) André Mendonça decidiu levar diretamente ao plenário uma ação de partidos governistas que tenta suspender multas e renegociar acordos de leniência fechados por empreiteiras que desviaram dinheiro da Petrobras.

A ação tenta evitar que sete das maiores empreiteiras do país sejam obrigadas a devolver mais de R$ 8 bilhões aos cofres públicos.

Esse foi o valor fixado nos acordos de leniência firmados pelas empresas depois que os executivos confessaram a formação de um cartel para desviar dinheiro público em contratos da Petrobras. Até agora, mais de R$ 1 bilhão já foi pago.

RITO ABREVIADO – André Mendonça adotou o chamado “rito abreviado” para analisar a ação – que prevê julgamento direto em plenário sem a análise de medidas liminares (provisórias).

O ministro deu prazo de 10 dias que Ministério Público Federal, a Controladoria-Geral da União, a Advocacia-Geral da União, o Ministério da Justiça e o Tribunal de Contas da União prestem uma série de informações.

A ação foi apresentada no STF por PSOL, PCdoB e Solidariedade. Os advogados dos partidos pedem a suspensão de “indenizações e multas em todos os acordos de leniência celebrados entre o Estado e empresas, antes da celebração do Acordo de Cooperação Técnica (ACT), de 06 de agosto de 2020”.

AGU E CGU – Este acordo, mediado pelo STF, foi assinado entre a Controladoria-Geral da União, a Advocacia-Geral da União, o Tribunal de Contas da União e o Ministério da Justiça. Ele estabelece que a AGU e a CGU são responsáveis pela condução e celebração dos acordos de leniência, uma espécie de delação premiada das empresas.

No pedido, os partidos criticam os acordos da Lava Jato, fechados antes disso e que tiveram o Ministério Público Federal como o principal responsável.

E pedem, ao final, que os acordos sejam repactuados com a participação da CGU e do Ministério Público.

DIZ MENDONÇA – Na decisão, o ministro André Mendonça afirmou que “a relevância da matéria demanda apreciação com maior grau de verticalidade e estabilidade, pelo que deve o exame da controvérsia ser realizado em caráter definitivo”.

O ministro afirmou que o pedido de informações adicionais tem o objetivo de assegurar “a adequada compreensão da controvérsia” para permitir a análise do caso também a partir do entendimento das instituições que participaram do acordo fechado.

Mendonça determinou que os órgãos informem, por exemplo: se os acordos estão sendo cumpridos na integralidade; se alguma instituição já promoveu acordo de leniência fechado; quais os parâmetros adotados para admissão de uma negociação de acordo de leniência e para a condução do processo negocial; quantas negociações de acordos de leniência estão em andamento.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
A reportagem necessita de tradução simultânea. O texto omite que a ação dos partidos foi proposta pelo advogado Walfrido Warde, que trabalha para os irmãos Joesley e Wesley  Batista, da JBS, que será a maior beneficiária.

Em 2017, a holding se ofereceu para devolver à União R$ 10,3 bilhões (mais de R$ 14 bilhões, atualizados). Até hoje, só entregou R$ 580 milhões e quer receber de volta. Foi por isso que Joesley e Wesley estiveram em Lisboa, adulando Luís Roberto Barroso, Gilmar Mendes e o resto da turma do Supremo, inclusive tiraram fotos conversando com o relator André Mendonça, vejam o nível de promiscuidade que a Justiça alcançou. Chega a ser repugnante. (C.N.)

Ministros do Supremo viraram celebridades e estão desgastando a imagem do Judiciário

BRASIL: ADVOGADO ESCLARECE SUPOSTAS “AGRESSÕES” CONTRA MORAES EM ROMA

Moraes não poderia atuar em inquérito no qual é “vítima”

Renata Galf
Folha

Os holofotes sobre ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) por episódios fora dos autos dos processos levaram desgaste ao Judiciário nos últimos dias e expuseram entraves no controle e fiscalização dos magistrados que integram a mais alta corte do país.

Num intervalo de apenas quatro dias, entre 12 e 15 de julho, Luís Roberto Barroso, Alexandre de Moraes e Gilmar Mendes entraram no centro das atenções e suscitaram a retomada de discussões sobre a politização da corte, inflamando ataques contra ela e questionamentos sobre sua imparcialidade.

SEM CONTROLE – Estabelecer meios para tratar da atuação pública de ministros do STF ainda é um desafio, segundo especialistas ouvidos pela Folha. O topo da hierarquia do Judiciário não tem um órgão de controle semelhante à função exercida pelo CNJ (Conselho Nacional de Justiça) em relação à magistratura de modo geral.

Assim, caminhos que envolvam estabelecer regras ou sanções, por exemplo, dependeriam do controle do próprio tribunal sobre seus membros. Além disso, há quem aponte necessidade de um maior detalhamento das regras de impedimento e suspeição como modo de constranger a atuação de ministros na arena pública.

O Senado Federal tem competência para avaliar pedidos de impeachment de ministros do STF, mas a punição é vista por especialistas como medida drástica que não se aplicaria às condutas questionadas.

MUNIÇÃO PARA CRÍTICAS – Depois de integrantes do Supremo terem sido alvo principal de ataques ao longo do governo de Jair Bolsonaro (PL), incluindo discursos e ações que culminaram nos ataques de 8 de janeiro, episódios recentes acabaram dando munição para críticos de integrantes da corte.

O ministro Barroso foi alvo de críticas após discurso em evento da UNE (União Nacional dos Estudantes) no último dia 12 no qual afirmou que “nós derrotamos o bolsonarismo”. A fala foi condenada pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e resultou em um pedido de impeachment liderado por aliados de Bolsonaro. Depois, surgiu o vídeo dele dom Joesley Batista em Lisboa.

Já Gilmar Mendes ironizou o deputado federal cassado Deltan Dallagnol (Podemos-PR), afirmando que o ex-procurador poderia “fundar uma igreja”. A declaração ocorreu no sábado (15) em evento online do Prerrogativas, grupo de advogados crítico da Lava Jato e que apoiou a candidatura de Lula ao Planalto.

BRIGA NO AEROPORTO – Moraes, por sua vez, foi alvo de hostilidades no dia 14 no aeroporto de Roma. Apesar de ter sido vítima, os desdobramentos tiveram repercussão negativa após a revelação de que realizadores do evento de que havia participado na Itália incluíam um grupo empresarial condenado na Justiça Federal a pagar R$ 55 milhões por danos morais coletivos por divulgação de um suposto “tratamento precoce” contra a Covid-19.

Além disso, a investigação da PF, que apura uma agressão ao filho dele, gerou questionamento sobre sua proporcionalidade após ter incluído uma busca e apreensão na casa dos suspeitos.

E o governo Lula (PT) anunciou nesta sexta-feira (21) um projeto para punir crimes contra a democracia, prevendo até 40 anos de prisão para quem atentar contra a vida dos presidentes dos Poderes e de integrantes do Supremo, com fim de alterar a ordem constitucional democrática.

MUDAR É PRECISO – Rubens Glezer, professor da FGV Direito SP e coordenador do grupo de pesquisa Supremo em Pauta, avalia que é importante uma mudança na maneira de comunicação dos ministros do STF e defende que o próprio tribunal tome a iniciativa, institucionalizando a decisão.

“Hoje vigora um paradigma que cada ministro ou ministra decide como quer fazer a sua comunicação”, diz ele, que inclui no pacote a presença em redes sociais, comparecimento a eventos e entrevistas.

Para Glezer, seria importante que os ministros estabelecessem algum modo de autocontenção, sob o entendimento de que, caso eles próprios não limitem seus poderes e liberdades, outros atores políticos o farão — o que, a seu ver, tende a levar a resultados exagerados.

HAVERÁ RETALIAÇÃO – Nesse sentido, a própria apresentação de pedidos de impeachment contra ministros, assim como eventuais reformas legislativas alterando os poderes da corte, seriam ferramentas à disposição de forças externas para retaliação.

De outro lado, o debate sobre a existência de algum órgão controlador que pudesse punir os ministros cairia em questões praticamente insolúveis, como a de quem controlaria esse outro órgão, dado que o STF é a cúpula do Judiciário.

Ao julgar a constitucionalidade da criação do CNJ, que tem o poder de emitir resoluções e sancionar juízes, o Supremo decidiu que ele não estava sob a competência do órgão. Nas últimas eleições, por exemplo, diferentes magistrados foram alvo do conselho por postagens nas redes sociais. A Constituição veda aos juízes “dedicar-se à atividade político-partidária”.

ATUAÇÃO PÚBLICA – Juliana Cesario Alvim, professora de direito da UFMG e da Central European University, considera que o estabelecimento de normas que regulem a atuação pública dos ministros, como um código de conduta, seria um passo importante, tanto pelas declarações, mas especialmente por eventos patrocinados.

A professora entende que o próprio tribunal pode liderar esse processo, pensando coletivamente em uma solução, e frisa a importância da medida no contexto de ataques.

“Esse contexto torna ainda mais urgente esse debate, de forma a proteger a própria instituição”, diz ela, que frisa ser importante diferenciar os ataques das críticas a decisões, como as feitas pela academia e pela imprensa.

OPINIÕES E SUSPEIÇÕES – Também a professora da UFSCar (Universidade Federal de São Carlos) Fabiana Luci de Oliveira considera que é preciso lidar com o que vê como uma excessiva manifestação de opinião por ministros em relação a casos e questões que possivelmente serão julgados pelo próprio tribunal.

Para Fabiana, que pesquisa o Supremo e é líder do Núcleo de Estudos em Direito, Justiça e Sociedade, um possível caminho seria o de tornar mais explícitas e detalhadas as causas de suspeição.

De modo semelhante, André Rosilho, advogado e professor de direito administrativo da FGV, também entende que regras mais objetivas do que as atuais sobre casos que gerariam suspeição e impedimento dos magistrados poderiam ser mais efetivas.

“Se a norma é mais precisa, ele acaba ficando mais constrangido em se declarar impedido, ocorrendo aquela situação”, afirma.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
De toda forma, é inaceitável a atual situação, em que ministros opinam sobre tudo e não se declaram suspeitos sobre nada, a ponto de atuarem em processos nos quais são parte, como está ocorrendo com Alexandre de Moraes no caso do aeroporto, sem que ninguém reclame, ninguém diga nada. (C.N.)

Moraes mudou a versão para dar conotação política, afirma o advogado dos Mantovani

Defesa admite tapa de empresário em filho de Moraes

Ralph Tórtima Filho estranha a nova “versão” de Moraes

Fausto Macedo e Rubens Anater
Estadão

O criminalista Ralph Tórtima Filho, que representa a família Mantovani na investigação sobre hostilidades de que teria sido vítima Alexandre de Moraes no aeroporto de Roma, disse que o relato do ministro do Supremo Tribunal Federal à Polícia Federal contém ‘curiosa inovação’.

Nesta segunda-feira, dia 24, Alexandre, sua mulher e os três filhos do casal depuseram à PF em São Paulo durante cerca de três horas sobre os incidentes em Fiumicino.

CONOTAÇÃO POLÍTICA – Segundo investigadores, o ministro afirmou que sofreu duas investidas dos Mantovani, no dia 14 de março, e deles ouviu impropérios. “Você roubou as eleições, fraudou as urnas eletrônicas”. Para Alexandre. o teor das frases a ele dirigidas reforça conotação ‘política’ nas agressões.

Ao ser indagado sobre esse detalhe, Ralph Tórtima Filho ponderou à reportagem do Estadão que ‘a defesa ainda não teve acesso aos depoimentos da família Moraes e entende ‘como temerária qualquer manifestação antes do pleno conhecimento do que disseram’.

Mesmo assim, o advogado de defesa questionou que as acusações feitas pelo ministro no depoimento de segunda-feira não condizem com o relato inicial.

CURIOSA INOVAÇÃO – Tórtima Filho não evitou um tom de ironia ao abordar as acusações que o ministro e seus familiares fizeram nos depoimentos à PF, divulgadas pela imprensa. O criminalista anotou que na representação que fez inicialmente à Polícia Federal para abertura do inquérito, o ministro não citou as ofensas agora relatadas no depoimento formal – desta segunda-feira, dia 24.

“O que se pode dizer, de forma objetiva, é que nenhuma das ofensas agora divulgadas, envolvendo fraude às urnas ou interferência no resultado eleitoral, constou da representação ofertada pelo ministro Alexandre de Moraes, elaborada imediatamente após os fatos”, argumentou Tórtima Filho. “Trata-se de uma curiosa inovação.”

Ele sustenta que ‘os investigados da família Mantovani, por sua vez, mantêm, na íntegra, o que já esclareceram à Polícia Federal’. “Inclusive, estão convictos de que as imagens do aeroporto de Roma confirmarão suas versões, reiterando que não houve qualquer ofensa direcionada ao ministro Alexandre de Moraes”, garante Ralph Tórtima Filho.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Agora, a coisa ficou séria. Se realmente Alexandre de Moraes mudou propositadamente sua versão, com objetivo de dar uma conotação política ao entrevero e manter o inquérito ilegalmente no Supremo, isso é grave, muito grave, mesmo. Vamos aguardar as imagens (e sons) que não chegam nunca, beneficiando a quem? Ao ministro ou aos acusados? (C.N.)

Assassinato de Marielle e Anderson: Investigações finalmente se aproximam dos mandantes

Alguma denúncia grave estava para ser feita pela vereadora

Pedro do Coutto

Com a delação premiada do ex-PM Élcio de Queiroz, as investigações para finalmente esclarecer o assassinato, ocorrido em 2018, da vereadora Marielle Franco e do seu motorista, Anderson Gomes, aproxima-se da identificação dos mandantes e do verdadeiro motivo de terem pago a um grupo de assassinos profissionais pela tarefa de eliminar a parlamentar que se tornou um símbolo na resistência ao crime e do combate aos criminosos, que, pelas condições de suas moradias, possuíam recursos financeiros muitas vezes além do normal para profissionais da Segurança. Na verdade, eles transformaram-se em profissionais da insegurança e da morte.

Sobre o crime que ocorreu há cinco anos, reportagens de O Globo, Folha de S.Paulo e o Estado de S.Paulo, edições de ontem, chamam atenção sobre a possibilidade de que o fato que poderia ter ocorrido não em 2018, mas em 2017. Portanto, aconteceu algo no início de 2017, ou um pouco antes, que enfureceu e ameaçou os criminosos e que poderia gerar implicações mais profundas até do que as contidas no universo trágico das milícias do Rio de Janeiro.

DENÚNCIA – Alguma vinculação estava para ser denunciada publicamente pela vereadora, verdadeiro motivo de seu assassinato. Não era apenas uma denúncia sobre as milícias. Essas já haviam sido devassadas pelo então deputado estadual Marcelo Freixo. Ele, inclusive, recebia proteção policial em tempo integral. Era, pelo que se pode deduzir, uma implicação ainda mais grave, capaz de colocar em risco os financiadores da empreitada macabra que se mobilizaram ao extremo para evitar que a voz de Marielle ecoasse algo até então profundamente mantido em segredo.

No O Globo, a reportagem é de Vera Araújo. Na Folha de S. Paulo, de Camila Zarur, Fábio Serapião, Ranier Bragon, Raquel Lopes e José Marques. No Estado de S. Paulo, de Pepita Ortega, Daniel Haidar, Levi Teles, Rayanderson Guerra e Rubens Anater. As matérias foram publicadas com grande destaque, manchetes principais das três publicações e também objeto de extensas reportagens na tarde e na noite de segunda-feira pela GloboNews e pela TV Globo.

A revelação dos mandantes, é claro, não será fácil. Inclusive porque na trilha dos assassinos, foi morto um dos participantes que funcionou como uma espécie de elo entre os maiores interessados no silêncio e os que perpetraram o crime hediondo.

PISTA – Tem que haver uma pista concreta que leve aos mandantes. O que teria ocorrido em 2017 que desencadeou o projeto do assassinato? Que comentário foi feito pela própria Marielle sobre o assunto que chegou ao seu conhecimento? Serão indícios capazes de aprofundar ainda mais a investigação por parte da Polícia Federal, já que no Estado do Rio de Janeiro as investigações não saíram do papel para os fatos.

Com a delação premiada, a opinião pública brasileira sentiu, como acentuou o ministro Flávio Dino, que o avanço reduziu a distância entre os financiadores e os carrascos da noite de 2018. Máscaras caíram, mas ainda não as dos verdadeiros interessados na morte da vereadora que ficou como símbolo da resistência ao crime na Cidade do Rio de Janeiro.

Pelo que as evidências indicam, surgem sombras sobre a vinculação entre grupos políticos e o crime organizado das milícias e outros grupos que ainda não vieram à tona. Pela impressão que se tem das afirmações de Flávio Dino é provável que a Polícia Federal já possua uma relação de suspeitos que não se encontram longe de suas identificações e revelações.

Vídeo mostra Barroso confraternizando com o corrupto Joesley Batista na ida a Lisboa

Barroso participa de festa de Joesley Batista | Brasilempauta.com

Barroso diz que não houve conversa com o empresário

Rafael Moraes Moura
O Globo

Próximo presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), o ministro Luís Roberto Barroso usou o tempo livre da passagem por Lisboa, onde participou do Fórum Jurídico promovido pelo instituto ligado ao também ministro Gilmar Mendes, para confraternizar com o delator e dono do grupo JBS Joesley Batista no terraço de um dos hotéis mais badalados da capital portuguesa, o Tivoli.

O encontro, registrado em um vídeo obtido pela equipe da coluna, ocorreu na noite do dia 26, na véspera de Barroso participar de um debate sobre um marco regulatório para as plataformas de internet.

NUMA NOITE ANIMADA – No vídeo, o ministro aparece em roda de conversa com Joesley, ao lado do DJ. Joesley está com um copo na mão e Barroso, de braços cruzados. Também participava do papo o advogado Miguel Matos, editor do portal jurídico Migalhas.

O irmão de Joesley, Wesley Batista, não aparece no vídeo, mas também estava no terraço do Tivoli. O vídeo não mostra toda a conversa, mas, segundo relatos obtidos pela equipe da coluna, o papo durou alguns poucos minutos.

Naquela mesma noite, o ministro já havia marcado presença no jantar promovido pelo banco BTG no restaurante Eleven. Barroso assume a presidência do STF a partir de 28 de setembro, com a aposentadoria de Rosa Weber.

DELAÇÃO PREMIADA – Os dois empresários fizeram acordo de colaboração premiada com a Procuradoria-Geral da República (PGR), validado pelo próprio STF em junho de 2017. Nos relatos, Joesley disse ter pago propina ao então presidente Michel Temer e ao então senador Aécio Neves, que foram denunciados pelo MP.

Na época, a J&F também fechou com MP um acordo de leniência que prevê o pagamento de multa de R$ 10,3 bilhões ao longo de 25 anos por seu envolvimento em casos de corrupção. Agora, o grupo quer rever o acordo e diminuir o valor.

Nos dias em que durou o fórum, os irmãos Batista circularam pelas palestras e por eventos da programação paralela – como o coquetel de boas vindas promovido pelo grupo empresarial Esfera, de que são patrocinadores.

COM MENDONÇA – Eles aproveitaram esse coquetel para se aproximar do também ministro do Supremo André Mendonça, com quem tiraram uma foto em que aparecem sorridentes.

Mendonça é o relator de um processo de interesse do grupo J&F: a ação movida por partidos da base do governo Lula para suspender as indenizações e multas impostas em acordos de leniência celebrados entre o Estado e empresas investigadas pela Operação Lava-Jato.

Mendonça ainda não analisou o pedido de medida liminar na ação e não tem prazo para decidir.

Em Lisboa, os irmãos Batista ainda fizeram questão de assistir ao painel sobre “Defesa da democracia e liberdades fundamentais”, a poucos metros do principal palestrante – Michel Temer, delatado por eles em 2017. A presença dos delatores no auditório provocou constrangimento entre aliados de Temer e organizadores do fórum, mas nem por isso eles mudaram de lugar.

PROMISCUIDADE – Outros empresários também circularam por eventos paralelos ao fórum de Lisboa – como o banqueiro André Esteves, anfitrião de um jantar restrito para empresários e políticos e um coquetel para centenas de pessoas em um restaurante à beira do rio Tejo

Barroso participou ativamente dos eventos do BTG. No jantar, em que estavam os ministros Gilmar Mendes e Mendonça, também estiveram o empresário Rubens Ometto, do grupo Cosan, o presidente do conselho de administração do Bradesco, Luiz Trabuco Cappi, e o presidente da Câmara, Arthur Lira.

Na noite em que Barroso esteve no terraço do Tivoli ocorreram vários encontros paralelos de participantes do fórum – como uma confraternização promovida pelo advogado criminalista Carlos de Almeida Castro, o Kakay.

É MUITO CONHECIDO – Kakay contou à equipe da coluna que reservou duas mesas no terraço do hotel para comemorar o aniversário de uma sócia, mas disse não ter convidado nem os Batista e nem Barroso.

“Foi chegando gente, mas não para encontrar comigo. O Tivoli é um lugar onde as pessoas vão. A festa foi até de madrugada. Eu conheço todo mundo em Portugal.”

Na manhã seguinte, Barroso compôs a mesa de debates “Responsabilidade das plataformas por conteúdos ilícitos e riscos sistêmicos”, ao lado do deputado federal e relator do PL das Fake News, Orlando Silva (PCdoB-SP), da juíza federal Caroline Tauk e dos professores Ricardo Campos e Clara Keller.

ALEGA O MINISTRO – O ministro do STF foi indagado pela coluna sobre o teor da conversa com Joesley, e ainda se achava apropriado manter contato com alguém que tem interesses a serem julgados pela instituição que ele vai chefiar a partir de setembro.

Barroso respondeu por meio da assessoria de imprensa da Corte. Disse que não conhecia nem Joesley e nem Wesley Batista, mas “ao ser abordado no referido evento, apenas cumprimentou” o empresário. “Não houve conversa; apenas uma troca breve de palavras entre pessoas civilizadas.”

Há duas semanas, o ministro se envolveu em um episódio polêmico ao dizer, em um evento da União Nacional dos Estudantes (UNE), que “nós derrotamos o bolsonarismo”. Depois, afirmou que na verdade buscava se referir ao “extremismo golpista”.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
– É mais do evidente a promiscuidade que existe entre ministros do Supremo e empresários corruptos, como os execráveis irmãos Batista. Essa situação comprova o baixo nível a que chegou a Justiça brasileira, nesta fase novo normal. Chega a ser deprimente esse tipo de relações espúrias. Ah, Brasil… (C.N.)

Na disputa de questões vitais, EUA cercam diplomaticamente o “antiamericano” Lula

TFBR - Victoria Nuland - "Esperamos que o Brasil influencie Maduro para  permitir eleições livres" - DefesaNet

Victoria Nuland pede apoio do Brasil no caso da Venezuela

Nelson de Sá
Folha

A subsecretária de Estado dos EUA, Victoria Nuland, encontrou-se em Brasília com o assessor especial de Lula, Celso Amorim, “para aprofundar nossa cooperação em questões globais vitais”. Segundo ela, “a relação EUA-Brasil segue forte graças ao nosso compromisso compartilhado com a democracia”, entre outras razões.

Semanas antes, como noticiou a CNN, entre críticas da MSNBC ao Guardian, o diplomata Elliott Abrams foi nomeado por Joe Biden para sua Comissão sobre Diplomacia Pública. Ele é lembrado por passagens como a “campanha para trocar” o governo venezuelano, o escândalo Irã-Contras e “o maior assassinato em massa na história recente da América Latina”, em El Salvador.

BRASIL E IRÃ – Abrams estava no Council on Foreign Relations, organização influente na política externa americana, e seu texto mais recente destacou que Lula não recebeu o presidente do Irã, em visita à região: “Será que Lula enfrentou reação forte o suficiente, ao seu abraço em Nicolás Maduro, para persuadi-lo de que a visita do iraniano era muito arriscada?”.

Na revista do CFR, Foreign Affairs, o brasileiro Matias Spektor, ligado à FGV e à organização Carnegie, publicou o artigo “O lado bom da hipocrisia ocidental” ou, mais precisamente, americana. Defende que “a hipocrisia ocidental pode ser benéfica” e “a alternativa – um mundo em que as potências nem se preocupam em justificar suas ações com valores morais – seria mais prejudicial”.

Em suma, “o Sul global deve reconhecer que crítica demais à hipocrisia pode colocar em risco a cooperação internacional ao gerar cinismo”.

LULA ANTIAMERICANO? – De sua parte, a Americas Society/Council of the Americas publicou na Americas Quarterly o artigo “Lula é antiamericano?”.

Brian Winter, vice da organização, escreve que “Lula e Amorim parecem acreditar que, para que o Sul Global se erga, o Brasil deve trabalhar para derrubar ou enfraquecer os pilares da ordem liderada pelos EUA”.

Para ele, “a evidência mais clara é a incansável defesa de que os países abandonem o dólar”. Por outro lado, “não é realista esperar grande mudança sem a reformulação total da equipe de política externa de Lula —o que quase ninguém em Brasília espera que aconteça. Isso significa que Washington precisa descobrir como lidar com a situação”.

GUERRA DA SOJA – Na notícia da Bloomberg, “Brasil está empurrando os EUA para fora do maior mercado de soja do mundo”.

No texto: “O mercado da soja é dominado por um comprador: a China. Há anos o Brasil tira dos EUA parcela cada vez maior. Agora começa a dominar até a baixa temporada. Os chineses estão comprando a soja brasileira para outubro, época em que as exportações dos EUA estão no auge. As vendas acontecem no momento em que o Brasil colhe safra recorde e oferece preços muito mais baixos. Refletem também o plano de Lula de buscar laços mais estreitos com a China como parte de seu plano de crescimento para a maior economia da AL.”

“Minhas madrugadas”, um clássico do samba, na parceria de Paulinho da Viola e Candeia

Canal Curta - 🎼 “O samba é a liberdade sem sangue, sem... | FacebookPaulo Peres
Poemas & Canções

O cantor e compositor carioca Antônio Candeia Filho (1935-1978), na letra de “Minhas Madrugadas”, em parceria com Paulinho da Viola, afirma que canta pela noite para esquecer o passado, do qual só restou a saudade de uma vida de ilusões. Esse samba foi gravado por Candeia no LP Raiz, em 1971, pela Equipe.

MINHAS MADRUGADAS
Paulinho da Viola e Candeia

Vou pelas minhas madrugadas a cantar
Esquecer o que passou
Trago a face marcada
Cada ruga no meu rosto
Simboliza um desgosto

Quero encontrar em vão o que perdi
Só resta saudade
Não tenho paz
E a mocidade
Que não volta mais

Quantos lábios beijei
Quantas mãos afaguei
Só restou saudade no meu coração
Hoje fitando o espelho
Eu vi meus olhos vermelhos
Compreendi que a vida
Que eu vivi foi ilusão

Lula vem pagando caro demais o apoio que a TV Globo lhe oferece graciosamente

Globo gasta R$ 8,3 bilhões para fazer TV, mas ganha dinheiro mesmo é com os juros - Flávio Chaves

Charge do Nico (Arquivo Google)

Carlos Newton

Oportuna reportagem de Mateus Vargas e Ranier Bragon, na Folha de S.Paulo, mostra que o grupo Globo retomou o protagonismo na publicidade do governo federal de Lula da Silva (PT) e domina as verbas de anúncios federais de 2023.

“Em pouco mais de seis meses do terceiro mandato do petista, veículos de mídia da Globo receberam ao menos R$ 54,4 milhões em propagandas da Secom (Secretaria de Comunicação Social) da Presidência da República e de ministérios, enquanto a Record foi destino de R$ 13 milhões. Outros R$ 12 milhões foram desembolsados ao SBT”, afirma a matéria da Folha.

TRADUÇÃO SIMULTÂNEA – Como se vê, o favorecimento que o governo Bolsonaro fazia, distribuindo a publicidade oficial sem obedecer a critérios de audiência, privilegiando Record e STB, agora o governo Lula repete às avessas, superfaturando a parte que a Globo deveria ter neste latifúndio midiático, como diria João Cabral de Melo Neto.

Nos quatro anos de Bolsonaro, a Record recebeu cerca de R$ 200 milhões por campanhas publicitárias realizadas pela Secom e ministérios. No mesmo período, as emissoras da Globo ganharam R$ 189 milhões, enquanto o SBT recebeu R$ 169,35 milhões. Os valores são nominais, ou seja, sem ajuste pela inflação.

Agora, a situação se inverteu, com a Globo recebendo quase cinco vezes mais do que as concorrentes, embora não exista esse diferencial na audiência, muito pelo contrário.

DIFERENÇA PEQUENA – Todos sabem que a Globo tem sido, ao longo das décadas, a emissora de TV brasileira de maior audiência. Mas a diferença para as outras emissoras é cada vez menor.

A reportagem de Mateus Vargas e Ranier Bragon mostra que na última quinta-feira (dia 20), por exemplo, a Globo marcou apenas 13,8 pontos, em média, na Grande São Paulo, de acordo com informações do site Notícias da TV, do UOL. A Record alcançou 5,7 pontos, o SBT 3,0 pontos e a Band, 2,1 pontos. Cada ponto equivale a 70.953 domicílios na Grande São Paulo.

Considerando-se a audiência residual das demais emissoras, como RedeTV!, Cultura, Gazeta e muitas outras, inclusive os canais religiosos, pode-se dizer que a Globo mal consegue metade da audiência, mas tem recebido muito mais verbas, desproporcionalmente.

APOIO POLÍTICO – É claro que esse superfaturamento da receita governamental é consequência do apoio político que o grupo Globo vem dando a Lula da Silva, antes mesmo da campanha eleitoral de 2022.

Realmente, trata-se de uma tendência que se constata diariamente no principal veículo do jornalismo da Globo, o Jornal Nacional, que trata os telespectadores como se fossem o Homer Simpson, no dizer do editor e apresentador William Bonner.

O entusiasmo com que o noticiário da emissora acompanha todos os passos do chefe do governo chega a ser comovente. Na linha editorial da Globo, o Brasil estaria hoje vivendo um momento histórico, beneficiado por uma gestão que jamais comete erros, gerida por um político que nada deve à Justiça, como fez questão de ressaltar o jornalista William Homer, digo, Bonner, ao declarar seu apreço ao ex-presidiário mais famoso do país.

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P.S.
1A respeito desse tipo de circunstância, o grande pensador alemão Friedrich Nietzsche (1844-1900) deixou a seguinte reflexão: “Todo homem tem seu preço, diz a frase. Não é verdade, mas para cada homem existe uma isca que ele não consegue deixar de morder”.

P.S. 2 – Por fim, é sempre bom lembrar que a aferição da audiência desde sempre é monopólio do Ibope. É muito estranho que ninguém jamais tenha tentado quebrar esse monopólio. Lembro de uma tarde em que a Record saiu do ar, por problemas técnicos, mas seu Ibope começou a subir, ao invés de descer. Silvio Santos se aborreceu e contestou o Ibope, que deu uma justificativa tipo Homer Simpson, alegando que era “a expectativa da volta”. Ou seja, os telespectadores continuaram ligados na Record para saber quando a emissora voltaria ao ar. (C.N.)

Política de Bolsonaro pode ter dado 6 mil fuzis a criminosos, e Lula piora a situação

Gama Livre: Carta aberta a Sérgio Moro: decreto não pode alterar o Estatuto  do Desarmamento

Charge do Newton Silva (Arquivo Google)

Marcelo Godoy
Estadão

É preciso olhar os dados do Ministério da Justiça sobre o recadastramento de armas de uso restrito que constavam no sistema Sigma, mantido pelo Exército, para descobrir o tamanho da enrascada que foi a liberação – sem fiscalização suficiente – de armas como fuzis para os chamados CACs (Caçadores, Atiradores e Colecionadores) no governo de Jair Bolsonaro.

Ao todo, 6.198 dessas armas não foram recadastradas e, das 44.264 que o foram, 1.727 deixaram de ser conferidas pelos agentes federais. Ou seja, não foram levadas até a delegacia da Polícia Federal, como mandava a legislação, para serem conferidas pelas autoridades.

NAS MÃO DO CRIME – O risco de que parte desse arsenal tenha ido parar nas mãos de milicianos e de traficantes de drogas ou nos arsenais das facções do crime organizado não é pequeno. É o que disse à coluna, por exemplo, o policial federal Roberto Uchôa, pesquisador do Fórum Brasileiro da Segurança Pública.

Lula anunciou que restringirá a quantidade de munição que donos de armas e CACs podem comprar por ano. Também reduziu de dez anos para três a validade dos registros de armas, tornando mais caro manter arsenais.

Por fim, acabou com o porte de trânsito para os CACs – o documento era usado para burlar o Estatuto do Desarmamento – e com os clubes que funcionavam 24 horas – muitos funcionavam apenas no papel para dar um álibi a quem andava ilegalmente armado de madrugada.

PREÇO MUITO BAIXO – Todas essas medidas podem desestimular a manutenção de armas e é aí que o caldo pode engrossar. O programa de recompra de armas do governo prevê valores que vão de R$ 150 a R$ 450, dependendo do tipo de arma, para o governo adquirir pistolas e carabinas. O preço muito baixo pode estimular a venda delas a criminosos.

“Se não vai poder andar armado pelas ruas e se está ficando muito caro, a tendência será que muita gente não vai querer manter a arma. E aí ela vai ter o governo, que vai pagar R$ 450, e o ilegal, que vai pagar de R$ 4 mil a R$ 5 mil numa arma que basta raspar a numeração”, afirmou Uchôa.

Para ele, a chamada “festa dos CACs” termina com fim do porte de trânsito – que permitia ao dono da arma levá-la municiada no trajeto de casa para o clube de tiro –, bem como com a criação de três níveis de atiradores, restringindo a compra de armas e munições e condicionando-a à presença efetiva no clube de tiro e à participação em competições.

NOVAS BRECHAS – Ou seja, as boas intenções de se rastrear e restringir a venda de munições, bem como de se ter uma fiscalização efetiva das armas, não exime a autoridade de cuidar para que novas brechas para o crime não sejam criadas.

Nem ela deve tratar os donos de armas como se fossem celerados ou inimigos – é um direito do cidadão decidir quando e por que manter uma arma em casa para sua defesa.

Bolsonaro buscou aplausos fáceis vendendo a ideia da liberação de revólveres, pistolas, carabinas e fuzis. Lula deve cuidar para que a festa do passado não se transforme em uma feira do presente. Mais uma vez, para o deleite dos criminosos.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOGÉ muito ruim morar num país onde o cidadão decente não pode ter uma arma e os criminosos dispõem de armamentos modernos e pesados, superiores às armas da polícia. O Brasil deveria ser como a Suíça, onde qualquer cidadão tem direito a se armar. Como se sabe, a Suíça é um país de baixíssima criminalidade. (C.N.)

Movimento negro defende ministro Silvio Almeida, cujo cargo está na mira do Centrão

Silvio Almeida defende fala de Lula sobre escravidão | Brasil | Pleno.News

Um dos destaques do governo, Sílvio Almeida está ameaçado

Gabriel de Sousa

Entidades do movimento negro divulgaram uma nota em defesa da permanência do ministro Silvio Almeida à frente da pasta dos Direitos Humanos e Cidadania. O comando do ministério é um dos interesses do Centrão, que espera ter mais espaço no governo em troca de apoio dos partidos do bloco a pautas importantes para o Planalto.

A nota foi liderada pelo Convergência Negra, que atua como uma articulação de diferentes entidades da causa afro-brasileira. O grupo cobrou do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a permanência do ministro.

BASE DE APOIO – “A população negra foi uma das principais bases de apoio na eleição do presidente Lula e também o principal segmento de apoio na luta contra o fascismo e a extrema-direita, por isso não pode ter sua representatividade ameaçada no governo. Votos negros importam!”, afirmam as entidades, em nota publicada nesta quinta-feira, 20.

Na declaração, o movimento negro diz que compreende a necessidade de Lula montar uma base de apoio no Congresso Nacional. Porém, as entidades defendem que a pasta dos Direitos Humanos e Cidadania seja blindada na reforma ministerial do Executivo, que deve ocorrer a partir de agosto.

O contrário, afirmam, significaria um desrespeito para a representatividade negra no governo, uma das promessas do petista na campanha eleitoral.

UMA SINALIZAÇÃO – “A manutenção do ministro Silvio Almeida é uma sinalização de que o presidente Lula exerce um governo para todos os brasileiros e brasileiras, em especial aqueles que mais necessitam do Estado. (…) Compreendemos a necessidade da constituição de uma sólida base parlamentar para que o governo se desenvolva, mas esperamos que a nossa representatividade no governo seja respeitada”, afirmam as organizações.

Assinaram a nota 12 importantes entidades: Agentes de Pastoral Negros (APNs), Associação Brasileira de Pesquisadores Negros (ABPN), Coletivo de Entidades Negras (Cen), Círculo Palmarino, Coordenação Nacional de Entidades Negras (Conen), Fórum Nacional de Mulheres Negras (FMMN), Instituto Nacional Afro-Origem (Inaô), Movimento Raiz da Liberdade, Movimento Negro Unificado (MNU), Rede Quilombação, União Nacional LGBT (UNALGBT) e a União de Negros e Negras pela Igualdade (Unegro).

“A manutenção do dr. Silvio Almeida no Ministério dos Direitos Humanos é fundamental para a promoção dos Direitos Humanos no Brasil. Nós da Unegro não aceitamos mudanças no Ministério dos Direitos Humanos”, disse Conceição Silva, uma das diretoras da entidade.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOGSilvio Almeida é um intelectual muito respeitado e rapidamente se tornou um dos ministros mais populares do governo. No entanto, pode ficar sem cargo na Esplanada, para o Planalto acomodar os interesses do Centrão. Se decidir retirá-lo do cargo, Lula estará dando um tiro no próprio pé. Além do mais, este ministério nem interessa ao Centrão, porque não tem verbas nem cargos importantes para distribuir ao apadrinhados. (C.N.)  

Piada do Ano! Lula alega que se entenderá com partidos “sem negociar com Centrão”

Lula em transmissão do 'Conversa com o Presidente' — Foto: Youtube/Reprodução

Lula inventa uma nova explicação para o que é inexplicável

Pedro Henrique Gomes e Pedro Alves Neto
g1 Brasília

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse nesta terça-feira (25) que quer negociar com siglas do Centrão para aproximá-las e “dar tranquilidade ao governo”. Lula voltou a afirmar que não quer conversar com o Centrão enquanto organização, mas com os partidos de forma individual, e citou nominalmente PP, PSD, União Brasil e Republicanos. As declarações foram no “Conversa com o Presidente”, programa transmitido semanalmente na internet.

“Eu não quero conversar com o Centrão enquanto organização. Eu quero conversar com o PP. Eu quero conversar com o Republicanos, eu quero conversar com o PSD, eu quero conversar com o União Brasil. É assim que a gente conversa”, disse.

ARRUMAR UM LUGAR… – “E é normal que, se esses partidos quiserem apoiar a gente, eles queiram participar do governo, e você tentar arrumar um lugar para colocar para dar tranquilidade ao governo nas votações que nós precisamos para melhorar, aprimorar o funcionamento do Brasil. É exatamente isso que vai acontecer”, continuou.

Lula disse que ainda não iniciou as conversas para abrigar esses partidos no governo e voltou a afirmar que não são as siglas que pedem cargos, mas o governo que oferece um espaço a quem quiser contribuir.

“É direito das pessoas quererem fazer acontecer e falar o seguinte: ‘Ó, eu quero participar do governo’. Se quer participar do governo, você pode ter um ministério. Agora, não é o partido que quer vir para o governo que escolhe o ministério”, disse o presidente.

TUDO EU – “Quem escolhe o ministério é o presidente da República. Quem indica o ministério é o presidente da República. Quem oferece o ministério é o presidente da República. Eu acho plenamente possível. Nós vamos discutir isso nesses próximos dias, não estou preocupado, ainda não fiz nenhuma conversa com ninguém”, continuou.

O presidente também negou essa negociação seja aderir ao “toma lá, dá cá”. Segundo o presidente, acordos partidários para conceder maioria ao governo são comuns na maioria dos países democráticos, mas que no Brasil esse arranjo não é bem-visto.

“Em qualquer lugar no mundo se faz acordo. Mas aqui no Brasil tudo é ‘dando que se recebe’. Eu trato isso com mais clareza, com mais simpatia”, declarou Lula.

AS NEGOCIAÇÕES – Lula deve intensificar na próxima semana as negociações com partidos do Centrão para ampliar a base no Congresso, segundo a colunista do g1 Ana Flor.

Entre outras reuniões, Lula deve se encontrar com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), parlamentar com grande influência entre partidos do bloco.

Neste início de semana, o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, que é o responsável pela articulação política do Executivo com o Congresso, já recebeu lideranças do PP e do Republicanos.

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CONFIRA OS CARGOS QUE LULA OFERECE

Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços – atualmente, a pasta é comandada por Geraldo Alckmin (PSB) que acumula a função de ministro com a de vice-presidente.

Ministério de Portos e Aeroportos – o titular da pasta é Márcio França (PSB).

Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação – chefiado por Luciana Santos (PCdoB).

Ministério da Mulher – atualmente comandado por Cida Gonçalves (PT).

Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome – o atual ministro é Wellington Dias (PT). A pasta é reivindicada pelo PP.

Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania – chefiado por Silvio Almeida (sem partido).

Ministério dos Esportes – comandado pela ex-atleta Ana Moser (sem partido). A pasta é alvo de pedido do Republicanos.

Caixa Econômica Federal – presidida por Rita Serrano. O banco público é reivindicado pelo PP.

Correios – presidido por Fabiano Silva dos Santos

Embratur – atualmente chefiada por Marcelo Freixo (PT)

Fundação Nacional de Saúde (Funasa) – tem como presidente interino o servidor Alexandre Motta. Órgão é cobiçado pelo Centrão.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Como Lula hoje em dia adota uma linguagem socialista refinada, é preciso haver tradução simultânea. Quando ele diz que não é o Centrão que está exigindo cargos, porque, ao contrário, é o presidente que os oferece, a gente deve ler “toma lá dá cá”, como se dizia antigamente, até porque a soma dos fatores não altera o produto do roubo. (C.N.)