Maduro convoca referendo popular para invadir e anexar parte da Guiana

Maduro (C) ao lado do ministro da Defesa, Vladimir Padrino López (E), e do comandante militar Remigio Ceballos, com tropas leais ao chavismo em Caracas

Maduro pede que o povo autorize a invasão da Guiana

Marcelo Godoy
Estadão

São cinco perguntas. Elas serão respondidas no dia 3 de dezembro pelos venezuelanos no referendo convocado pelo regime de Maduro para saber se o país deve anexar pouco mais da metade da vizinha Guiana. No momento em que o mundo vive as guerras da Ucrânia e de Gaza e assiste à ameaça chinesa a Taiwan, a Venezuela leva adiante o plano de tomar o território de Essequibo, uma área de 159 mil km² rica em petróleo e minérios.

Trata-se de uma disputa territorial que tem origem no século 19, quando a Inglaterra reclamou a região como parte de sua Guiana. Uma arbitragem internacional patrocinada pelos EUA lhe deu razão. O resultado foi contestado pela Venezuela e nova discussão ocorreu em 1966, quando a Guiana se tornou independente. Tudo foi retomado agora por Nicolás Maduro.

APELO A HAIA – Como resposta ao referendo do vizinho, a Guiana apelou à Corte Internacional de Justiça de Haia, a fim de que ação venezuelana seja declarada ilegal. A Corte se reunirá para examinar o caso no dia 14. O problema é que a disputa deixou de ser entre uma potência colonial e uma nação sul-americana para envolver dois países da América do Sul.

Enquanto isso, o ministro da Defesa da Venezuela, general Vladimir Padrino, manifesta-se diariamente pela anexação do território entre os Rios Cuyuni e Essequibo. O general, um dos homens fortes do regime, disse no dia 25 de outubro: “Nós nos somamos ao poder eleitoral nessa consulta popular para a defesa da Guiana Essequiba, um dever dos venezuelanoS. Nos vemos no dia 3 de dezembro!”

O general Domingo Hernández Lárez, comandante estratégico-operacional das Forças Armadas da Venezuela, também fez publicações apoiando o referendo: “O Essequibo é da Venezuela!”.

TROPAS EXALTADAS – Vídeos com deslocamento de tropas para a “frente de Essequibo”, próxima a Roraima, foram publicados, como o do vice-almirante Ashraf Abdel Hadi Suleimán Gutiérrez, que disse à tropa formada: “Esse território, por sua história, pela lei e pela tradição é da Venezuela”. Em seguida, ouve-se os “urras” de seu soldados. O próprio Maduro publicou imagens de desfiles militares com a palavras de ordens sobre Essequibo.

Diante da escalada, pode-se perguntar: além do direito internacional, de quais meios de dissuasão a Guiana dispõe? O maior é o Comando Sul dos EUA, país cujos recursos já estão ocupados em se opor ao Irã, à Rússia e à China. Os marines se exercitaram em Georgetown em julho. A um ano do voto, Biden vê surgir nova ameaça.

E o que o Itamaraty tem a dizer sobre a crise que se avizinha? Tudo pode ser só mais uma bravata de Maduro. Mas, se há dúvida, quem vai garantir a integridade da Guiana até Haia se manifestar? Ou Lula vai pedir a paz só depois de um novo fato consumado?

6 thoughts on “Maduro convoca referendo popular para invadir e anexar parte da Guiana

  1. Lembro da corrida armamentista de Chavez e das preocupantes reportagens sobre o abandono das forças de defesa brasileiras nos anos 1990.

    O regime populista militarista baseado em bravatas e sufoco popular pode estar avançando sobre o descrédito mundial.

    Aliás, as gafes diplomáticas de Israel com Bolsonaro e acusações ao Brasil no caso dos terroristas locais mostram que não estamos nem um pouco livres ou distantes dos conflitos.

  2. Prezados Sejamos sensatos e leais a História…TODOS…sabemos que a Inglaterra fez o que bem lhe parecia nos continentes a onde ela pôs seus tentáculos.. e isso ela fez com primor passando por cima de tudo e de TODOS sem escrúpulos.
    Agora a conta desta insensatez está chegando e vai vir com tamanha violência que pidem esperar muito sangue vai ser derramado.
    Nós aqui mesmo em nosso sudoeste temos uma nação que foi covardemente destruída e ROUBADA…em seu território de forma criminosa e absurda.
    A Inglaterra “armou” um ardil para destruir o Belíssimo povo Paraguaio..uma nação que tonha tudo…um sistema de governo que pensava de forma diferente do que queria o maldito povo(governo ) Inglês..Uma nação que valorizava seu mercado interno , Construiu a primeira siderurgia da America do sul( com a ajuda da Alemanha…inimiga mortal da maldita Inglaterra)…Tinha ferrovias e um moderno parque industrial para o período pré guerra…um povo com um alto índice de alfabetização…e um território abençoado…e cobiçado pelo Brasil e pela Argentina…que foram JUSTAMENTE as duas “bandidas nações ” que foram manipuladas pela maldita Inglaterra para fazerem guerra contra o Bravo povo Paraguaio e vergonhosamente FORAM estas nações que ROUBARAM parte do território Paraguaio …Modelo igual que a MALDITA Inglaterra fez com a região que agora está SENDO reclamada pela VENEZUELA…que sempre foi A VERDADEIRA DONA DESTE TERRITÓRIO.

    Como eu disse meus prezados comentaristas..a VERDADE sempre aparece…e por mais que ELA nos traga vergonha e espanto…DEVEMOS PRIMAR pela HONESTIDADE E HONRAR a VERDADE.
    Então por mais que muitos não GOSTEM do atual governo da BELÍSSIMA NAÇÃO VENEZUELANA…no contexto deste assunto a VERDADE está do lado DELA.
    E isso é o que IMPORTA.
    Cabe agora a devolução do território ao povo Venezuelano e com isso evita-se o derramamento de sangue.
    E o meu Brasil…tome vergonha ..e devolva ou pague o valor das terras ROUBADAS do Povo Paraguaio.
    Afinal: Nao devemos roubar nada .
    YAH NOSSO CRIADOR SEJA LOUVADO…

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