Bruno Boghossian
Folha
A fúria da bancada evangélica contra a decisão da Receita que suspendeu um benefício tributário ajuda a entender como as igrejas escolheram fazer política em Brasília. Tudo indica que, nos últimos tempos, essa turma ficou mal-acostumada com o acesso privilegiado ao poder.
O peso eleitoral dos evangélicos passou a ser negociado sem pudor. Às vésperas da campanha de 2022, depois de um lobby intenso, o governo Bolsonaro atropelou um entendimento técnico de anos e determinou que a Receita não cobrasse contribuição previdenciária sobre um tipo de pagamento feito aos pastores.
UM JEITINHO – Na prática, Bolsonaro autorizou um jeitinho. Por lei, não são cobrados tributos sobre a chamada prebenda —em teoria, um valor módico para a sobrevivência de missionários.
Mas a Receita sempre soube que as igrejas exploravam a brecha para pagar salários e até distribuir lucros para seus líderes.
Assim como mostrou eficiência em transações baseadas na influência política, a bancada evangélica também exibe desenvoltura para buscar seus interesses a partir de ameaças. Quando a Receita interrompeu a festa das prebendas, nesta semana, parlamentares acusaram o governo Lula de perseguição às igrejas e prometeram retaliação. Coube ao deputado Sóstenes Cavalcante (PL) apresentar os termos da briga de forma crua.
CHANTAGEM – Cavalcante disse que o “governo da esquerda” usaria a cobrança de tributos como chantagem e afirmou que, em resposta, denunciaria o governo para “os evangélicos do Brasil todinho”. É possível que o parlamentar tenha um conceito particular da palavra “chantagem”.
Um detalhe irônico da história aparece num documento técnico da Receita a favor da cobrança de tributos sobre a prebenda. O texto cita Ives Gandra Martins Filho, ministro do TST queridinho dos ultraconservadores:
“Apenas no caso de desvirtuamento da própria instituição religiosa, buscando lucrar com a palavra de Deus, é que se poderia enquadrar a igreja evangélica como empresa e o pastor como empregado”.
Já não está na hora de deixar a “Zona de Meretrício” e as delícias de milenar “Alcoviteiro Conglomerado”?
PS. Contradigam, o vaticinado em Apocalipse, por João, o Apóstolo!
José Genoíno:
O ex-deputado federal José Genoino (PT-SP) disse em uma transmissão ao vivo neste sábado, 20, achar interessante “a ideia de boicote” a “determinadas empresas de judeus” e a “empresas vinculadas ao estado de Israel”. O parlamentar comentava sobre deixar de fazer compras na Magazine Luiza por causa do apoio da empresária Luiza Trajano a um abaixo-assinado que pedia que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva desistisse de apoiar uma ação da África do Sul contra Israel por genocídio.
A Confederação Israelita do Brasil (Conib) repudiou “veementemente” a fala, que classificou como antissemita. “O boicote a judeus foi uma das primeiras medidas adotadas pelo regime nazista contra a comunidade judaica alemã, que culminou no Holocausto”, afirmou a entidade. “A Conib mais uma vez apela às lideranças políticas brasileiras que atuem com moderação e equilíbrio diante do trágico conflito no Oriente Médio pois suas falas extremadas e em desacordo com a tradição da política externa brasileira podem importar as tensões daquela região ao nosso país”.
Fonte: https://www.estadao.com.br/politica/jose-genoino-pt-fala-boicote-empresas-de-judeus-conib-israel-declaracao-antissemita-nprp/
Bah! Então deixarão de fazer o que fazem, como seguidores dos “Khazarianos Protocolos de Sião”?