Roseann Kennedy
Estadão
O presidente do IBGE, Marcio Pochmann, quer mais espaço para divulgar as conclusões estatísticas do que chama de “novo IBGE” e pretende usar a estrutura da TV Brasil com essa finalidade. A ideia é lançar um programa semanal na emissora para debater os temas com técnicos, autoridades e representantes da sociedade. A proposta consta no Plano de Trabalho de 2024 do instituto, apresentado na quarta-feira, 31.
O documento diz que o Plano atende efetivamente o cumprimento da missão institucional do IBGE: “Retratar o Brasil com informações necessárias ao conhecimento de sua realidade e ao exercício da cidadania”.
CENTRALIZADOR – O texto, com 94 páginas, sustenta críticas que Pochmann tem feito desde que assumiu. Diz, por exemplo, que o conjunto das estatísticas, geociências e dados oficiais do Brasil se encontra exposto a “gravíssimas vulnerabilidades” que precisam ser urgentemente enfrentadas”, fala na “defasagem da legislação” e defende maior centralização de dados no “novo IBGE”.
No ano passado, Pochmann recebeu críticas quando indicou uma possível mudança nas divulgações de estatísticas do instituto. Na ocasião, ele classificou o modelo atual como “comunicação do passado” e citou estatística chinesa. A declaração foi dada em palestra a funcionários no dia 24 de outubro numa cerimônia transmitida e gravada no YouTube, embora não esteja listada.
A EBC -Empresa Brasil de Comunicação, estrutura à qual a TV Brasil é vinculada, disse em nota enviada à Coluna do Estadão, que seu plano de trabalho para 2024, aprovado em dezembro do ano passado pelo Conselho de Administração da empresa, “não prevê produção ou veiculação de programa em parceria com o IBGE na grade da TV Brasil para este período”.
###
NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Foi só o petista Pochmann assumir o IBGE que o desemprego começou a acabar. Desde sua posse, os números estão em queda e só vão parar quando atingirmos o pleno emprego. Quanto às estatísticas chinesas, são consideradas as mais manipuladas do planeta. Os dados oficiais dizem que morrem 400 mil chineses por ano devido à crescente poluição urbana, mas o resultado deve ser 20 vezes maior, pelo menos. Assim, os chineses confirmam a definição de que a estatística é a ciência de torturar os números até que eles confessem o resultado que pretendemos. (C.N.)
Muito feliz e oportuna a Nota da Redação do blog.
Sou defensor da tese estatística de que se alguém colocar um pé numa barra de gelo e o outro numa chapa quente, na média estará confortável.
Pochmann está correto ao levar ao debate as estatísticas do IBGE. E quanto mais veículos divulgarrem e discutirem as mesmas, melhor.
A China, independentemente se elas são manipuladas, tem um sistema eficiente de divulgação e isso que interessa. Diferentemente da China, o conteúdo pode e deve ser questionado, mas com base em números e na ciência.
Dizer que os números estão errados, baseados apenas em nossa convicções é coisa de fanático que desrespeita os técnicos que trabalham no órgão..