Paulo Peres
Poemas & Canções
O político, médico, pintor, tradutor, biógrafo, ensaísta, romancista e poeta alagoano Jorge Mateus de Lima (1893-1953) em “Solilóquio Sem Fim e Rio Revolto”, conversa consigo mesmo e foge completamente da razão, num soneto de rimas absolutamente perfeitas.
SOLILÓQUIO SEM FIM E RIO REVOLTO
Jorge de Lima
Solilóquio sem fim e rio revolto –
mas em voz alta, e sempre os lábios duros
ruminando as palavras, e escutando
o que é consciência, lógica ou absurdo.
A memória em vigília alcança o solto
perpassar de episódios, uns futuros
e outros passados, vagos, ondulando
num implacável estribilho surdo.
E tudo num refrão atormentado:
memória, raciocínio, descalabro…
Há também a janela da amplidão;
E depois da janela esse esperado
postigo, esse último portão que eu abro
para a fuga completa da razão.
Paulo Peres, o título do poema não é Solilóquio Sem Fim e Rio Revolto?
Caso eu esteja certo, faltou a palavra solilóquio.
Abs.
Gratíssimo pelo acerto, estimada Adelma.
Abs,
CN