Fome recua quase pela metade, mas ainda afeta 14,3 milhões de brasileiros

Quase 15 milhões de pessoas deixaram de passar fome no país

Pedro do Coutto

O levantamento da ONU sobre a fome no mundo revelou um índice de extrema gravidade, com 733 milhões de pessoas tendo dúvida se vão poder ou não se alimentar no dia seguinte; o equivalente a uma em cada 11 pessoas no mundo e uma em cada cinco na África, de acordo com o último relatório O Estado da Segurança Alimentar e da Nutrição no Mundo publicado nesta quarta-feira por cinco agências especializadas das Nações Unidas.

O relatório anual, lançado este ano no contexto da reunião ministerial no Brasil da Força-Tarefa do G20 para uma Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, adverte que o mundo está falhando gravemente em alcançar o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável , Fome Zero, até 2030. O relatório mostra que o mundo retrocedeu 15 anos, com níveis de desnutrição comparáveis aos de 2008-2009.

ALARMANTE – Apesar de algum progresso em áreas específicas, como atraso no crescimento infantil e amamentação exclusiva, um número alarmante de pessoas continua a enfrentar insegurança alimentar e má nutrição, já que os níveis globais de fome estagnaram por três anos consecutivos, com entre 713 e 757 milhões de pessoas desnutridas em 2023 – aproximadamente 152 milhões a mais do que em 2019, considerando-se a faixa intermediária (733 milhões).

O relatório aponta que a população em situação de insegurança alimentar no Brasil caiu de 32,8%, no período entre 2020 e 2022, para 18,4% entre 2021 e 2023. Na prática, a redução quase pela metade (-43,9%) significa que entre 2020 e 2022, 70,3 milhões de brasileiros estavam em insegurança alimentar moderada ou grave; já entre 2021 e 2023, 39,7 milhões de brasileiros ainda estavam nessa condição – e outros 30,6 milhões tinham deixado o quadro de insegurança alimentar.

A insegurança alimentar moderada é quando as pessoas enfrentam incertezas sobre sua capacidade de obter alimentos e são forçadas a reduzir a qualidade e/ou a quantidade de alimentos que consomem devido à falta de dinheiro ou outros recursos. A insegurança alimentar grave ocorre quando, em algum momento, as pessoas ficam sem comida, passam fome e, no caso mais extremo, ficam sem comida por um dia ou mais.

RASTRO – A porcentagem ainda é alta num país com 200 milhões de habitantes. O combate à fome no mundo  avançou nos últimos anos, e deixa um rastro sinistro de carência, pois a alimentação é a primeira coisa que alguém tem que fazer para a sua saúde.

A meta do governo Lula, inclusive, é terminar com esse tipo de situação. Mas terminar com a fome é algo que exige ações muito profundas porque depende de recursos num processo de redistribuição de renda para que possa ter êxito. Fica a advertência de que o caminho a ser traçado pode estar certo, mas é demorado em sua execução.

São milhões de pessoas entre as estatísticas, mas pode ser que na realidade seja um número maior. O déficit alimentar pode pesar para distorcer as estatísticas e aí está a raiz do problema.

6 thoughts on “Fome recua quase pela metade, mas ainda afeta 14,3 milhões de brasileiros

  1. É uma vergonha, que um país tão rico e um dos maiores exportadores de grãos e carne, ainda permanece nas estatísticas com milhões de brasileiros passando fome. Isso é surreal e atesta o tamanho da desigualdade da sociedade brasileira.

    Paulinho da Viola e Elton Medeiros imortalizaram essa chaga brasileira com o refrão:
    ” Uns com tantos, outros tantos com algum, mais a maioria sem nenhum”.

    A maioria sem perspectivas de melhoria de vida, com salários miseráveis, subemprego, jornada de trabalho de escravo, nesse capitalismo brasileiro de meia tigela, na qual se socializa o prejuízo e privatiza- se o lucro. Um país benevolente com empresários, que usam os recursos do governo para empreender, enquanto o povo paga a conta desse investimento, que via de regra, não retorna para os cofres públicos.

    Por essa razão, os pobres passam fome, as vezes sem nenhuma refeição durante o dia, vivendo de doações de quentinhas de pessoas solidárias, no final da noite.

    Nem isso, a Direita Extremada, quer conceder, chamando o cidadão que precisa, de vagabundos e drogados.

    O brasileiro ruim, com ódio pelo outro, que estava escondido, saiu do armário, do fundo do baú, perdeu a vergonha e mostrou a sua verdadeira índole destrutiva e egoísta.

  2. Miséria e fome não se erradica com esmolas!
    Sai governo e entra governo e, infelizmente, esta chaga é mantida para “o bem dos que doam dinheiro do povo”!
    A droga tomando conta do pais; a corrupção tomando conta do país; programas sociais tomando conta do país; invenções inúteis e fúteis, tomando conta do país; ignorância e desconhecimentos, tomando conta do país…
    Para por aqui, do contrário, não terei como concluir o que quero dizer!
    Nenhum problema vividos pela sociedade/país, dos grandes ou médios, foi resolvido nos últimos 40 anos!!!
    Somos um dos três países com maiores riquezas e possibilidades de solucionar nossos problemas com o que temos.
    Por que continuamos aumentando a miséria, em quase tudo?
    Penso que, nosso maior problema, é brincarmos de administrar!!!
    Vamos construir um projeto de nação para o nosso Brasil?
    A mim parece que, somente no período do império, tivemos um!!!

  3. Quando tirarem os comunistas do poder e pararem de seguir a Agenda 2030, globalista, talvez a situação mude. Com a esquerda o mercado perde, e com isso o cidadão perde.

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