Pedro do Coutto
Os grandes doadores de fundos nos Estados Unidos estão recuando no que se refere à destinar recursos para a campanha de Joe Biden. Isso porque ele não foi bem nos debates da última semana e reconheceu o seu desempenho, o que piorou as condições da candidatura, sobretudo junto ao partido.
Por sua vez, Joe Biden foi neste sábado a um evento nos Hamptons, balneário onde os bilionários de Nova York passam o verão. A ideia foi convencer os super-ricos de que ele tem fôlego para continuar a ser o candidato do Partido Democrata à Casa Branca.
RECEPÇÃO – Na Califórnia, um bilionário cancelou uma recepção que faria para arrecadar fundos para o presidente. Em grupos de mensagens, eles discutiram até contactar Jill Biden, a primeira-dama, para uma intervenção. Integrantes do partido pensam em convencer o presidente a desistir da reeleição e apoiar um novo candidato.
Um dos nomes cotados seria o do governador da Califórnia, Gavin Newson, mas por ser de um estado liberal, poderia não se dar bem nos estados conservadores, que são decisivos.Outro nome é da governadora Gretchen Whitmer, do estado do Michigan, um desses estados- chave para decidir a eleição. Ela enfrentaria o desafio de não ser conhecida nacionalmente, mas já tem um grupo de campanha para divulgar seu nome pelo país todo.
A substituta mais natural seria a vice-presidente, Kamala Harris, que foi escolhida em 2020 por ser um nome forte e com energia para substituir Joe Biden. Quando a dupla foi eleita, já se falava que Biden seria um presidente de um mandato só. Ela foi a primeira mulher negra a ser eleita vice-presidente dos Estados Unidos.
SEM PARÂMETRO – É difícil estabelecer-se um parâmetro para a eleição, pois se Biden foi mal nos debates, passando uma imagem de vacilação, pior ainda é o caso de Donald Trump, cercado de acusações e condenações. Como proceder diante desse caso é a questão. O ex-presidente Barack Obama entrou em campo para apoiar Biden e negou que ele poderia ser substituído. Obama conta com os desfechos ruins que imperam sobre a candidatura de Trump.
Se Trump voltasse à Presidência dos EUA, seria um absurdo completo e a consagração da irresponsabilidade. Enfim, esse é o cenário que não é nada bom tanto para Biden quanto para Trump que atacou o presidente americano, mas esqueceu o seu próprio procedimento, inclusive quanto à tentar fraudar votos na Geórgia e a invasão do Capitólio.
Donald Trump colocou-se na contramão daquele país, tentando uma ação que nunca havia ocorrido nos Estados Unidos. Pode ser que ocorra uma recuperação de Biden, mas não é fácil. A imagem que ficou foi a de fragilidade.