China responde a tarifaço de Trump e a situação fica complicada

Charge de Allan Yu (Xinhua)

Pedro do Coutto

Como era previsto, a China respondeu às novas tarifas dos Estados Unidos anunciando, nesta quarta-feira, sobretaxas de 84% aos produtos americanos. A medida passa a valer a partir de hoje e representa um novo capítulo da guerra comercial entre as duas principais economias globais.  A resposta veio poucas horas depois que os Estados Unidos impuseram novas tarifas a quase 60 países.

“A escalada tarifária dos Estados Unidos contra a China acumula erros sobre erros e infringe seriamente os direitos e interesses legítimos da China”, disse o Ministério do Comércio chinês , acrescentando que também prejudica o sistema de comércio multilateral baseado em normas.

VULNERABILIDADE – A China quer proteger a sua economia das tarifas americanas com o estímulo do consumo e investimentos em setores cruciais. Porém, analistas afirmam que o país continua muito vulnerável ao reflexo das medidas anunciadas por Donald Trump. Pequim prometeu lutar “até o fim” contra a campanha tarifária de Washington.

Na terça-feira, o primeiro-ministro Li Qiang declarou que a China confia “plenamente” na resistência de seu crescimento econômico. Na prática, a economia chinesa enfrenta problemas mesmo antes das tarifas americanas, com o elevado índice de desemprego entre os jovens e uma crise imobiliária persistente que freia o consumo.

No ano passado, o comércio exterior foi um dos poucos indicadores positivos da economia chinesa, tendo os Estados Unidos como principal destino dos produtos chineses. As exportações do país asiático para os Estados Unidos alcançaram quase U$ 440 bilhões (R$ 2,6 trilhões) em 2024, segundo o Departamento de Comércio americano, muito acima do registrado no sentido contrário de U$ 114,6 bilhões (R$ 688 bilhões).

EXPORTAÇÕES –  A maior parte das exportações é representada por produtos eletrônicos, máquinas e bens de consumo. Uma das razões pelas quais a China poderá enfrentar problemas é que alguns produtos são concebidos especificamente para os mercados americano e europeu.

As consequências dessas medidas impostas por Trump são muito ruins para o mercado global, pois afetará os consumidores dos produtos que foram super taxados. Trump está lidando até com contradições internas de sua equipe, com acusações de incompetência feitas por Elon Musk. A confusão é muito grande estabelecida pelo presidente americano, e agora é muito difícil qualquer recuo na situação. São imprevisíveis os desdobramentos das medidas tarifárias, pois o mercado não pode ser regido por uma lista de produtos, conforme anunciado por Trump.

A suspensão do tarifaço por 90 dias foi um alívio para o mundo, mas a guerra comercial contra a China parece declarada e irrevogável.

11 thoughts on “China responde a tarifaço de Trump e a situação fica complicada

  1. Risco de colapso financeiro e dano à economia dos EUA fez Trump recuar de tarifaço

    Bastidores da Casa Branca na guerra comercial do presidente mostram de confusão entre assessores a tentativa de manipular abordagem dos fatos

    A turbulência econômica, particularmente o aumento nas vendas dos títulos do governo, fez com que Trump piscasse na tarde de quarta-feira e interrompesse suas tarifas “recíprocas” para a maioria dos países pelos próximos 90 dias, de acordo com conhecedores diretos da decisão do presidente.

    Fonte: O Globo, Economia, 10/04/2025 01h29 Por The New York Times — Washington D.C.

  2. Estamos ficando muito na superfície do problema, não se trata tão somente de uma guerra comercial, mas estratégias para enfrentar os problemas que afligem a Economia Mundial, que nos EUA são monetários, fiscais, cambiais, financeiro, comerciais, geopolíticos e a eme

    Sugiro que, – para quem quer ter uma compreensão menos idealizada e ideologizada da emergência da Nova Ordem Mundial, pautada pelos profundos avanços tecnológicos, com especial atenção ao papel que poderá ter a Inteligência Artificial, que poderá revolucionar o modo de produção ( tal qual fora a linha de produção fordista) -, ouça os jovens operadores do mercado de valores imobiliários, cuja precisão de seus diagnósticos e prognósticos, ainda que pautados pela sua adesão à corrente liberal da Economia, determinarão seu sucesso profissional, de que a extrema ideologização não é boa companheira.

    Segue o vídeo do Luiz Hota:

    https://www.google.com/search?client=firefox-b-d&q=luiz+hota+alerta#fpstate=ive&vld=cid:20a15110,vid:sUDz4bxt0yc,st:0

    Quer não entender nada, ouça uns sujeitos aí que se autointitulam “esquerda” e que têm sua ideologia medievalesca, extemporânea, etérea como o Santo Graal, a Verdade Suprema, o pensamento único possível, ainda que mergulhados no fracasso econômico, social e moral de seus governos.

    • Estes sujeitos são absolutamente reacionários, idealistas positivistas que querem enquadram a realidade nas suas ideias fora de lugar e do tempo.

      A censura que tentam impor às redes sociais da bigs techs, que dominam as tecnologias de ponta, é uma reação neoludista.

      São “progressistas” que operam contra qualquer progresso dos países e dos indivíduos, que devem ser serviçais e dependentes do Estado, normalmente ineficiente, corrupto, clientelista, paternalista e patrimonialista.

      Um atraso civilizacional absurdo.

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      É a História repetindo-se como tragédia:

      https://mundoeducacao.uol.com.br/historiageral/ludismo.htm

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      A censura é uma expressão desesperada de querer enquandrar o mundo no mundinho idealizado, etéreo de pensamentos retroutópicos, ultrapassados e anticientíficos, como é o caso dos “defensores da Democracia contra o avanço tecnológico, digo, do nazi-fascismo”.

      Esquizóides, atiram pedras na Lua.

  3. Donald Trump, enfim, percebeu que pode muito, mas, não pode tudo.
    O aprendiz de Nero, o imperador que botou fogo em Roma, pressionado pelos bilionários americanos, preocupados com a queda nos lucros, a contra gosto, foi obrigado a recuar, adiando por 90 dias as tarifas impostas unilateralmente a todos os países, em especial a China, o país malvado favorito de Trump.

    Donald, o riquinho presidente, teme a China ocupando o posto de nova potência mundial, deixando a América em segundo lugar.

    Trump deixa transparecer, que seu alvo é a China.

    • O amadorismo da equipe econômica de Trump, em especial do assessor econômico do presidente, que faz a cabeça do candidato a imperador do mundo é algo surpreendente.
      Não foram capazes de avaliar as graves consequências do tarifaço para os EUA e para o mundo. As big tecks perderam bilhões de dólares e a recessão global tá na área, quer dizer nas ruas.

      Trump explode as estruturas do Liberalismo dos EUA, como:
      Ameaçando o Poder Judiciário, com o impeachment de juízes e destruindo a estabilidade dos funcionários públicos, além de, censurar palavras, livros e zerar o apoio as Universidades americanas.
      Uma zorra total tomou conta dos Estados Unidos, que não tem nada a ver com esquerda ou direita, conservadorismo ou ação progressista. É muito pior, porque trata-se de eliminar qualquer tipo de crítica, dobrando a aposta da retaliação a quem quer que seja.

      O medo tomou conta de gregos e troianos, entretanto, o presidente começa a dar sinais de recuo devido a pressão interna e externa. A Europa ameaçou com a reciprocidade das tarifas. Então, Donald Trump ficou emparedado, com os reflexos na economia americana e a escalada da guerra comercial.
      Trump, percebeu que não teria mercado para produtos americanos. Na China e na Comunidade Européia, os dois maiores mercados do mundo, que unidos são maiores do que os EUA.

      Na prática, Trump recuou, concedendo 90 dias de prazo para o tarifaço entrar em vigor, menos a China.

      Alguém soprou no ouvido dele, que é mais sensato eleger um inimigo para bater, enquanto deixa os demais em stand by. Brigar com todo mundo é a receita para perder de todos.

      A equipe de Trump anunciou, que as tarifas contra a China, subiram para 145 por cento.
      A tática é escalar a guerra comercial para depois negociar com a China.

      O amadorismo de Donald Trump é um fato inquestionável. Elon Musk chamou o assessor especial de Trump de burro e imbecil, foi um recado de que Trump também é burro e imbecil, porque Trump segue os conselhos de Navarro.

      É o caso de alguém que discuti com um burro, se tornando pior do que o burro.
      Se Donald Trump , tivesse inteligência para pescar o recado, demitiria Elon Musk imediatamente. Como não percebe as mínimas coisas, ele vai levando e atormentando o mundo globalizado.

  4. Impressionante o determinismo e perseverança dos teóricos reacionários da chamadas direita, que insistem em salvar o mundo aniquilando aqueles que sejam rotulados de esquerda, sem por um momento atentar que esses simpatizantes das teorias progressistas e igualitárias, via de regra são trabalhadores, a matéria prima, pela exploração e espoliação, do progresso e riqueza dessa direita que na sua volúpia reacionária acabará matando a galinha dos ovos de ouro.

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