Collor não fugiu ao seu destino e acabou vítima de sua ganância desenfreada

Ex-presidente Fernando Collor, 75 anos, é preso por corrupção

Insaciável, Collor já nasceu rico e queria enriquecer mais

Dora Kramer
Folha

Arnon de Mello, pai de Fernando Collor de Mello, costumava repetir uma frase que pode se aplicar ao destino do filho: “O que não vem em maio, vem em setembro”. Queria dizer que das dívidas pendentes com a vida não se escapa. Mais cedo ou mais tarde, a fatura é resgatada. É o que aconteceu ao ex-presidente.

O primeiro eleito pós-redemocratização e primeiro também a sofrer um impeachment, em 1992, dois anos depois absolvido dos crimes que o tiraram do Palácio do Planalto e agora confinado a uma cela em Maceió, onde tudo começou como prefeito da capital alagoana.

DE LAMBORGHINI – O castigo não veio a cavalo, como reza o ditado, mas acabou vindo a bordo da Lamborghini e outros luxos da mesma envergadura comprados com o fruto da corrupção a que se deu ao desfrute junto à hoje extinta BR-Distribuidora, da Petrobras, valendo-se do mandato de senador.

Collor não aprendeu nada com a chance que lhe deu o Supremo Tribunal Federal em 1994 e, pelo visto na trajetória que culminou com a condenação, não esqueceu nada do que assimilou em sua sociedade de traficâncias com Paulo César Farias (assassinado em 1996) desde o tempo de governador de Alagoas até a Presidência da República.

Uma aliança perfeita entre personagens complementares: PC sabia como arrancar dinheiro de entes públicos e privados; Collor não queria saber de onde vinha a bufunfa, desde que suficiente para financiar suas extravagâncias e gosto por ostentação. Isso embalado na presunção conjunta de que poderiam enganar a todos o tempo todo.

VÍTIMAS DA AMBIÇÃO – Não puderam enganar a todos. Paulo César padeceu vítima da ganância alheia travestida de crime passional, e Collor sucumbiu à própria ambição, arrogância e vaidade delirante de quem aos cinco anos de idade sonhava em vestir as meias vermelhas de um cardeal.

Agora terá pela frente oito anos de dez meses de pena por condenação criminal para refletir acerca das palavras do pai sobre como pode ser infausto o destino de quem ignora avisos de um maio hipotético cujo preço real é cobrado num setembro figurado.

10 thoughts on “Collor não fugiu ao seu destino e acabou vítima de sua ganância desenfreada

  1. Bora botar esses vigaristas estelionátarios pra correr…..

    “Menas” um, como diria o Latrocida

    Marçal é condenado à inelegibilidade pela segunda vez e terá que pagar R$420 mil de multa

    Empresário ainda pode recorrer; para ele, decisão é ‘temporária’

    https://www.terra.com.br/noticias/brasil/politica/marcal-e-condenado-a-inelegibilidade-pela-segunda-vez-e-tera-que-pagar-r420-mil-de-multa,713e6261677ce07ebafa42c969c6a27aj3081v39.html?utm_source=clipboard

    • PS.

      Sr. Newton

      O Bandidão Pelego só esqueceu de uma coisinha , mas como é analfabeto-burro-jumento-anta-asno de duas patas não sabe.

      Esses “militantes infiltrados” começaram a “invadir (e roubar) os Òrgãos Públicos já no tempo da Rainha da Corrupção…

      aquele abraço

  2. Desaprovação de Lula é maior do que a de Trump, e tende a aumentar com o crime do INSS

    Trump é desaprovado por 55% dos entrevistados, nos primeiros 100 dias de governo (Instituto Ipsos, 27/04/2025);

    E Lula é desaprovado por 57% dos entrevistados, após 2 anos e 3 meses de desgoverno (Paraná Pesquisas, 27/04/2025)

  3. A prisão do Collor tem dois motivos:
    1. Justificar a prisão do Bolsonaro,
    2. Criar uma cortina de fumaça para diminuir o impacto do roubo dos aposentados do INSS, principalmente a parcela mais pobre e com os menores benefícios. Além, é claro, de mascarar a participação do governo federal inclusive do irmão do presidente no imbróglio. O assunto era sabido pelo governo federal desde 2023 mas preferiram roubar mais e depois tomar uma ação.

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