Omissão de Lupi poderá ter reflexos na disputa presidencial de 2026

Lupi reconheceu demora do INSS para investigar fraude

Pedro do Coutto

Numa entrevista à repórter Geralda Doca, O Globo, o ministro Carlos Lupi afirmou que sabia o que estava acontecendo no INSS em matéria de descontos ilegais para entidades fictícias, mas que só poderia agir diante de provas concretas dentro de um ritmo que marca questões desse tipo na área do governo federal.

Porém, se ele sabia o que estava acontecendo desde 2023, por que não tomou providências mínimas a respeito do caso? Se havia identificado os pontos de fraude, os empréstimos consignados para entidades que não forneceram recursos, por que ficou em silêncio? A entrevista só piorou a sua situação. Setores do governo defendem a sua demissão e acham que ele deveria tomar a iniciativa de sair até para resguardar o presidente Lula.

ALERTA – A postura de Lupi acendeu o forte sinal de alerta diante do fato que, mesmo que o escândalo tenha começado no governo Bolsonaro, multiplicou-se na gestão petista. Ocupando um cargo de confiança, Carlos Lupi foi informado sobre a fraude no início do governo. Depois, em junho a comunicação sobre a fraude foi registrada em ata – ou seja formalizada.

Os movimentos para conter um esquema de fraude que chegou ao número de R$ 6 bilhões em aposentadorias e pensões do INSS desviados, sendo a maior parte deles no governo petista, foi muito tímida. Lupi foi omisso ao assumir que sabia do caso, aproveitando até para colocar a culpa no próprio governo pela inação e demora.

BOLA FORA – “No governo, tudo é demorado. Eu sabia o que estava acontecendo, das denúncias. Eu sabia que estava havendo um aumento muito grande [dos descontos nas mensalidades], que precisava fazer uma instrução normativa para acabar com isso e comecei a me irritar pela demora. Só que o tempo no governo não é o tempo de uma empresa privada”, afirmou o ministro para a jornalista Geralda Doca.

A declaração aumentou o descontentamento no Palácio do Planalto. O que o mantém no cargo hoje é a fragilidade do governo na relação com o Congresso e proximidade da eleição de 2026.

A Previdência é um setor dos mais críticos, pois os roubos praticados de cifras bilionárias atingiram diretamente aposentados e pensionistas. Os descontos têm esse aspecto cruel. Lupi não se mostra disposto a se demitir, mas a sua posição é insustentável. Ele tinha obrigação de agir e denunciar a trama sinistra que se dissolvia nos porões no INSS.  Foi um desastre para o presidente Lula o que ocorreu na Previdência Social.

13 thoughts on “Omissão de Lupi poderá ter reflexos na disputa presidencial de 2026

  1. O traficante Lularápio comanda TODOS os assaltos da pelegada sindicalista, desde os anos 90. Lupi é um réles aviãozinho do ladrão-mór. A Globo e seus micos amestrados tentam, de todas as maneiras, livrar a cara do chefão do sindicato do crime, afinal ela recebe pra isso.

    • O que temos diante de nós não é apenas um escândalo. É uma revelação de como o Brasil foi lentamente assaltado por dentro do próprio Estado, por décadas. De como o silêncio institucional virou cúmplice, de como a indignação seletiva da mídia poupa os amigos e crucifica os opositores, e de como o sistema preferiu retomar a corrupção do que admitir que alguém fora da engrenagem poderia ter acertado.

      Não, o esquema não começou em 2019. O que começou em 2019 foi uma tentativa de libertação. E o que temos agora é a prova de que quando um governo tenta enfrentar a podridão do sistema, ele se torna o inimigo número um dos que sempre lucraram com ela. O rombo existe, sim. Mas o verdadeiro escândalo é o esforço coordenado para atacar quem tentou impedir — e proteger quem deixou continuar
      .

  2. Crispim Soares: tive que intervir para que você não ficasse contradizendo os “adevogados”, as ovelhinhas, os cúmplices do ladrão, a macacada, o cronista pé-de-cana e todos os demais assemelhados sozinho.

  3. Crispim tem plenas condições de utilizar o contraditório sem querer o apoio de nenhum rábula.

    A propósito, em nada acrescenta ao debate, ao invés de expor suas ideias, tentar ridicularizar os comentaristas, com adjetivos racistas, como
    “macacada” , pé de cana, ovelhinha, uma linguagem chula de mesa de bar, depois de ingerir caixas de espumante.

    Precisa de umas aulas de boas maneiras, mas, acho que é pura perda de tempo.
    Tem seres, que são irrecuperáveis.

    Quem está perdendo o precioso tempo, sou eu. É.melhor ignorar os ataques gratuitos.

  4. O jornaleiro que virou ministro

    Carlos Lupi era jornaleiro em Ipanema quando Leonel Brizola retornou do exílio em 1979. A banca onde trabalhava, como empregado e sem carteira assinada, ficava ao lado do hotel Everest, em Ipanema, onde se hospedou o velho caudilho trabalhista. Começava ali uma grande amizade que duraria 26 anos. Os diálogos duravam horas. “Só ele falava, eu só ouvia”, conta Lupi. Em 1990, sempre com ajuda de Brizola, Lupi saiu das sombras e se elegeu deputado federal. Mais tarde, ele se tornaria vice-presidente do PDT. Mas foi em 2004, com a morte do líder pedetista, que Carlos Lupi deu o seu maior salto na política: herdou o comando do PDT. Em abril de 2007, com o início do segundo mandato do presidente Lula, ele virou ministro do Trabalho.

    Fico imaginando quantos políticos – por analogia à Casa do Pequeno Jornaleiro – a Casa do Pequeno Maconheiro gerou no RJ nos últimos anos.

  5. Os jornalistas da Secom estão como os cabelos em pé. Pensaram que conseguiriam proteger o Lula de tudo e de todos, mas não tem como. O Larápio é um caso perdido que vai enterrar a esquerda ainda em 2025. Se quiser concorrer em 2026 a esquerda vai ter que enterrar o cadáver insepulto ainda este ano. Um afastamento para tratar a saúde seria uma bela saída.

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