
Em 1968, Caetano antevia a chegada do AI-5
Paulo Peres
Poemas & Canções
O cantor, músico, produtor, escritor, poeta e compositor baiano Caetano Emanuel Viana Teles Veloso, na letra da música “É Proibido Proibir” revela uma série de ‘sinais’ que nos ligam ao movimento Tropicalista.
A música “É Proibido Proibir”, em 1968, foi desclassificada e amplamente repudiada durante o III Festival Internacional da Canção, proporcionando a Caetano uma estrondosa vaia. Impossibilitado de cantar pela ruidosa irritação da plateia, o compositor acabou agredindo verbalmente o público e o júri.
O valor incontestável da anárquica “É Proibido Proibir” foi registrado num compacto simples, gravado pela Philips, em 1968, que, de um lado, apresentava a composição como foi idealizada pelo autor e, do outro, mostra-a com os imprevistos do festival: as vaias do público e os protestos veementes de Caetano Veloso.
É PROIBIDO PROIBIR
Caetano Veloso
“A mãe da virgem diz que não
E o anúncio da televisão
E estava escrito no portão
E o maestro ergueu o dedo
E além da porta
Há o porteiro, sim…
E eu digo não
E eu digo não ao não
Eu digo: É!
Proibido proibir
É proibido proibir
É proibido proibir
É proibido proibir…
Me dê um beijo meu amor
Eles estão nos esperando
Os automóveis ardem em chamas
Derrubar as prateleiras
As estantes, as estátuas
As vidraças, louças
Livros, sim…
E eu digo sim
E eu digo não ao não
E eu digo: É!
Proibido proibir
É proibido proibir
É proibido proibir
É proibido proibir
Vaias fanáticas está mais para uma narrativa parcial forçada e um tanto preconceituosa, pois a letra é péssima.
O miserável comunista safado…Que adora dinheiro público é um pária maldito…Traidor de sua pátria ao ficar ao lado desta maldita esquerda que tantas dores trouxe sobre a NOSSA QUERIDA NAÇÃO…maldito mamador( lei Rouanet) ele e os demais da turma do dendê…TODOS…sugadores do dinheiro público.
YAH O ALTÍSSIMO NOSSO CRIADOR E SALVADOR SEJA LOUVADO SEMPRE…
A canção aplica-se, hoje, notavelmente ao STF.
Certo que não é uma letra comparável a
Pra não dizer que não falei das flores, de Geraldo Vandré. Entretanto, ,como expressão de protesto, foi bem bolada.