Drummond um dia descobriu que Deus é triste e vive em permanente solidão

Ser feliz sem motivo é a mais... Carlos Drummond de Andrade - PensadorPaulo Peres
Poemas & Canções

O Bacharel em Farmácia, funcionário público, escritor e poeta mineiro Carlos Drummond de Andrade (1902-1987), um dos mestres da poesia brasileira, no poema “Deus é Triste”, expõe a sua visão sobre a tristeza divina.

DEUS É TRISTE
Carlos Drummond de Andrade

Domingo descobri que Deus é triste
pela semana afora e além do tempo.

A solidão de Deus é incomparável.
Deus não está diante de Deus.
Está sempre em si mesmo e cobre tudo
tristinfinitamente.

A tristeza de Deus é como Deus: eterna.

Deus criou triste.
Outra fonte não tem a tristeza do homem.

5 thoughts on “Drummond um dia descobriu que Deus é triste e vive em permanente solidão

  1. Deus!

    Deus é o que a gente respira
    A magia que o poeta inspira
    O aroma da flor, o fétido odor
    A dor, o horror, a paz, o amor

    Ele é o doce, o insosso, o fel, o mel
    É a graça, a desgraça, tudo que grassa
    Entre a terra os mares e o céu

    Ele é a bondade, a ternura, a razão
    Em resumo, Deus é o todo de tudo.
    Há outra racional conclusão?

  2. “A solidão de Deus é incomparável.
    Deus não está diante de Deus.
    Está sempre em si mesmo e cobre tudo
    tristinfinitamente”.

    Como ensinou Fernando Pessoa: “…e basta”.

  3. “Ser feliz sem motivo é a mais autêntica forma de felicidade” Carlos Drummond

    Uma vez recebi uma recomendação de uma participante deste blog de que não deveria criticar poetas, pois eles não passam de artistas que tentam exprimir a beleza em suas obras.
    Segui seu conselho (Obrigado, dona Carmen Lins!)
    Entretanto, quando um artista tenta nos tranmisitir mais do que cabe em sua arte, eu me atrevo a esquecer o conselho da dona Carmen e parto para a crítica.

    Lá vai:

    “Para as emoções associadas à felicidade, os filósofos preferem utilizar a palavra prazer. O prazer consiste de um conjunto de reações, variáveis na duração e na intensidade, que ocorrem no corpo e no cérebro, geralmente desencadeadas por um agente mental.”
    Por exemplo, o prazer do sexo é uma forma de felicidade passageira, mas pode inspirar bem estar no relacionamento até por uma vida inteira. E todos sabemos que a principal responsável por essa sensação é a dona dopamina!
    Portanto, sem processo mental e sem agentes químicos tal como a dopamina, nós seríamos robots, insensíveis.
    Conclusão: sem motivo não há felicidade.

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