Moraes e Galípolo fugiram do assunto em suas notas oficiais

Encontros de Moraes e Galípolo lançam sombra sobre o STF - CNV Mais

Moraes está cada vez mais enrolado e Galípolo silencia

Merval Pereira
O Globo

Ninguém duvida ou acha esquisito que o ministro Alexandre de Moraes se reúna com o presidente do Banco Central para tratar da lei Magnitsky. Não há nada esquisito nisto. O que é estranho é ele se reunir para falar sobre o Banco Master. Porque além de tudo, a mulher de Moraes é advogada do Banco Master junto ao Banco Central.

Portanto, seria duplamente uma intromissão indevida do ministro no Banco Central. Mas o que custa eles falarem apenas uma frase: nunca falei com o ministro Moraes sobre o Banco Master; ou nunca falei com Gabriel Galípolo sobre o Banco Master.

FOGEM DO ASSUNTO – Basta uma frase e ficamos obrigados a acreditar. Eles fogem do assunto, o que aumenta a desconfiança, ou a insegurança.

Por que não dizer claramente que o Banco Master nunca esteve entre os assuntos que conversaram? Por que o ministro Moraes, mais do que GalÍpolo, não disse que nunca conversou sobre o assunto? Poderia dizer que seria uma atitude inadmissível e que não faria isso.

É a mesma coisa que o ministro Toffoli afirmar que viajou mais de quatro horas num avião com o advogado do Banco Master e só conversaram sobre o Palmeiras. Não é possível que ele ache que seja crível . Sem falar no contrato da mulher de Moraes com o Master.

FORA DO PADRÃO – O primeiro problema deste contrato é um valor aparentemente fora de qualquer padrão de escritório de advocacia. Três milhões E seiscentos mil por mês para ficar atento. E, em segundo, é uma questão geral do STF.

Isso tudo, porque mudaram a lei da Magistratura e permitiram que parentes de ministros possam advogar em causas com envolvimento com o STF.

Foi feito em benefício próprio, porque quase todos os ministros têm parentes em escritórios que trabalham junto com o Supremo.

NÃO FAZ SENTIDO – Alegam ser impossível controlar, e que é um direito ao trabalho, o que não faz sentido. São raríssimos os casos em que os juízes do STF se declaram impedidos de julgar algum processo.

Todos se acham acima do bem e do mal, “não pode desconfiar de mim”. Mas pode desconfiar. Sim.

O ministro deve ter um comportamento que permita negar qualquer tipo de insinuação. É assim que funciona no serviço público.

8 thoughts on “Moraes e Galípolo fugiram do assunto em suas notas oficiais

  1. Na realidade, a nota do Alexandre, expõe a promiscuidade dos agentes do Estado com as oligarquias econônimicas.

    Moraes valeu-se de sua condição de agente público para se reunir (quem descartaria tal coisa) com as oligarquias financeiras, a fim de defender um interesse particularíssimo seu: a sançao da Magnitsky.

    Ao cidadão comum é dada esta prerrogativa?

    Estão no mato-sem-cachorro. Quanto mais mexem, mais cheira mal.

    • “Desvio de finalidade é um vício jurídico onde um agente público ou mesmo uma pessoa, ao praticar um ato com poder ou competência legal, o faz com um objetivo diferente do interesse público ou da finalidade prevista em lei, buscando um fim pessoal ou privado, como beneficiar um amigo ou prejudicar alguém, o que torna o ato ilegal e inválido, violando princípios como a impessoalidade e moralidade da Administração Pública”

      “Advocacia administrativa é um crime (Art. 321 do Código Penal Brasileiro) onde um servidor público, ou particular, usa sua qualidade ou facilidade de cargo/função para defender interesse privado (próprio ou de terceiros) perante a Administração Pública, ou seja, usar o cargo para “fazer favor” ou influenciar decisões em benefício de alguém, prejudicando o interesse público, com penas de detenção e multa, sendo uma prática ilegal que visa coibir o uso indevido da máquina pública”.

      • Embora, com o assassinato da Lava Jato, a turma do Aparato Petista tornou-se imune à Constituição e as leis infras, chegamos num ponto, num clímax da esculhambação que ou tomamos uma atitude, ou estaremos em uma situação de total irreversabilidade da ratização do Estado.

        Ao que parece, a Globo, a Folha e outros meios, que atuaram até aqui como aparelhos ideológicos do Aparato, perceberam o seu elevado grau de irresponsabilidade, a caminho do suicídio de reputação, que, numa Democracia (ainda que escalpelada e tentada ser derrubada pelos aparelhos repressivos e ideológicos do Aparato), terá consequências numa eventual alternância do poder (o que tudo indica que acontecerá, ainda que mantenham a Presidência). Assim abandonam o barco, não por um espírito ético, mas de mera sobrevivência.

        A derrocado do Consórcio Cleptopatrimonialista aproxima-se.

        E não parece ser algo como o fim do capitalismo, a volta de Cristo oua chegada do Papai Noel.

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