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Lula destacou ações na segurança, gargalo na esquerda
Luany Galdeano
Folha
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defendeu o fim da escala 6×1, sem redução de salário, no tradicional pronunciamento de Natal, nesta quarta-feira (24), e levou à rede nacional de rádio e televisão temas que devem compor o discurso da campanha petista para as eleições de 2026.
Em sua fala, que começou a ser transmitida às 20h30 e teve duração de pouco mais 6 minutos, Lula fez um balanço dos avanços obtidos pelo governo no ano, destacando a “vitória” obtida na negociação com o presidente Donald Trump sobre as tarifas impostas pelos Estados Unidos. Ao falar sobre o assunto, aparece a imagem de Lula dando um aperto de mão com o norte-americano — já chamado de fascista por petistas.
ISENÇÃO DO IR – O chefe do Executivo também exaltou a ampliação da faixa de isenção do IR (Imposto de Renda) para quem ganha até R$ 5.000 mensais, uma das principais bandeiras da campanha de Lula e aposta do governo para o pleito do próximo ano. Lula também fez referência ao combate ao crime organizado em sua fala, apesar do tom otimista em seu discurso, o tema é um gargalo e desafio para a esquerda.
Outra bandeira que deve ser explorada na disputa eleitoral de 2026, o fim da escala 6×1 é uma pauta que tramita em mais de uma proposta no Congresso Nacional e tem apoio do Planalto. No discurso de Natal, Lula defendeu que o direito ao tempo é urgente e que não é justo ter apenas um dia de descanso como tempo livre.
“Nenhum direito é tão urgente, hoje, quanto o direito ao tempo. Não é justo que uma pessoa seja obrigada a trabalhar duro durante seis dias e que tenha apenas um dia para descansar o corpo e a cabeça, passear com a família, cuidar da casa, se divertir e acompanhar de perto o crescimento dos filhos”, disse.
DEBATE – Em conversa com jornalistas, em dezembro, o presidente já havia declarado que o país estava pronto para encurtar a jornada de trabalho. Além de Lula, o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), também afirmou que o tema “com certeza” será discutido em 2026.
Já o tema da segurança é uma das principais preocupações dos brasileiros, segundo o último Datafolha. A pauta promete ser central para as eleições de 2026 e se tornou alvo de embates políticos após a operação policial que deixou 121 mortos no Rio de Janeiro, em outubro deste ano, sendo a mais letal da história.
Lula destacou a operação Carbono Oculto, deflagrada em agosto, que mirou as relações entre o PCC (Primeiro Comando da Capital), postos de combustível e empresas da Faria Lima. A ação mirou cerca de 300 alvos e gerou ainda desdobramentos, em conjunto com órgãos estaduais e a Receita Federal.
ANDAR DE CIMA – “Neste ano, a Polícia Federal comandou a maior operação já feita contra o crime organizado. O combate às facções criminosas chegou pela primeira vez ao andar de cima, e nenhum dinheiro ou influência vai impedir a Polícia Federal de ir adiante”, disse.
Sobre violência, Lula comentou também sobre os casos de feminicídio, que neste ano geraram protestos de mulheres em todo o país cobrando combate à violência contra a mulher. Na cidade de São Paulo, houve recorde de casos de feminicídio em 2025, com 53 ocorrências.
No pronunciamento, o presidente afirmou que vai liderar um esforço envolvendo ministérios e outras instituições para combater a violência de gênero. “Nós que somos homens devemos fazer um compromisso de alma. Em nome de tudo que é mais sagrado, seja um aliado”, disse.
CRÍTICAS – Ao longo de seu mandato, o presidente acumula deslizes e falas que foram criticadas por serem consideradas machistas. Em uma delas, ao condenar violência doméstica, falou em tom de piada que “se o cara for corintiano, tudo bem”.
Lula também passou por temas que marcaram o país ao longo de 2025, como o tarifaço de Donald Trump. Em agosto, passou a vigorar uma sobretaxa de 50% a produtos brasileiros exportados aos EUA. Ao justificar a elevação das tarifas, o presidente americano criticou as decisões do STF contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), condenado por trama golpista.
Nos últimos meses, houve uma aproximação entre Trump e Lula depois de o republicano ter dito que havia tido “química” com o presidente brasileiro. Em novembro, o americano retirou tarifas de 40% sobre alguns produtos agrícolas vendidos pelo Brasil, como café e carne.
DIÁLOGO – “Mostramos ao Brasil e ao mundo que somos do diálogo, da fraternidade e não fugimos da luta. Apostamos na diplomacia, protegemos nossas empresas, evitamos demissões”, disse. “Nossa soberania e nossa democracia saíram vencedoras.” Com as negociações, o percentual de produtos sobretaxados caiu de 60% do total de exportações para os atuais 22%, segundo cálculo do governo brasileiro.
Ao falar do Brasil no cenário mundial, Lula exaltou a COP 30 realizada em Belém como tendo sido um sucesso. Ignorou com isso, porém, que o plano impulsionado por ele para reduzir o uso de combustíveis fósseis, por exemplo, ficou de fora do acordo da conferência sobre o clima.
DINHEIRO EXTRA – No pronunciamento, Lula falou ainda da isenção do IR para quem ganha até R$ 5 mil mensais. “Para milhões de brasileiras e brasileiros, o último dia do ano também será o último dia com Imposto de Renda descontado no salário. A partir de janeiro, com o fim do IR, milhões de famílias terão um dinheiro extra todos os meses”, declarou.
O projeto prevê também um desconto progressivo no IR para quem recebe entre R$ 5.000 e R$ 7.350 por mês, que será reduzido para contribuintes nesta última faixa. Para compensar a perda de receita com a isenção, a proposta cria um imposto mínimo de 10% sobre os super-ricos, grupo de 140 mil contribuintes com ganhos acima de R$ 600 mil por ano —ou R$ 50 mil por mês.
Pronunciamento: o talento de Barba para enganar o povo
Embora seja apenas o reiterado marketing político para enganação dos eleitores, o pronunciamento de Natal do Barba na TV, como peça publicitária – é preciso reconhecer – foi irretocável.
“A crise em torno do Caso Banco Master atingiu um novo patamar de tensão na noite deste Natal (24 de dezembro de 2025). O Procurador-Geral da República, Paulo Gonet, interveio diretamente para tentar barrar a estratégia do ministro Dias Toffoli.
Sim, a informação é verdadeira. A PGR protocolou um pedido de suspensão imediata da acareação que Toffoli havia marcado para o dia 30 de dezembro.
Este movimento acirra a crise por três motivos principais:
1. O Argumento do “Atropelo Legal”
Paulo Gonet argumenta que a acareação é “prematura” e fere o Código de Processo Penal (Art. 229). Segundo a PGR, para haver um confronto de versões (acareação), os envolvidos precisam primeiro ter prestado depoimentos formais e individuais.
* O Problema: Os três convocados — Daniel Vorcaro (Dono do Master), Paulo Henrique Costa (Ex-BRB) e Ailton de Aquino (Diretor do BC) — ainda nem foram interrogados formalmente nesta fase do inquérito no STF.
2. Decisão “De Ofício” de Toffoli
Um dos pontos que mais gerou críticas na CNN Brasil e indignação na PGR é que Toffoli marcou a audiência sem que ninguém pedisse.
* Normalmente, um juiz autoriza diligências solicitadas pela Polícia Federal ou pelo Ministério Público (PGR).
* Toffoli tomou a decisão sozinho (“de ofício”), o que, segundo juristas ouvidos pela emissora, o transforma em uma espécie de “juiz-investigador”, ignorando o sistema acusatório.
3. A Suspeição sobre o “Gabinete do STF”
A acareação estava marcada para ocorrer por videoconferência, mas sob supervisão direta do gabinete de Toffoli.
* A PGR e a PF temem que esse formato sirva mais para combinar versões ou intimidar o diretor do Banco Central do que para descobrir a verdade sobre a fraude de R$ 12 bilhões.
* Há também o incômodo com o fato de Toffoli ter imposto sigilo total, o que impede a sociedade de saber o que será dito sobre as supostas ligações de Alexandre de Moraes com o banco.
O “X” da Questão: A Blindagem de Moraes
Analistas políticos apontam que a pressa de Toffoli em realizar essa acareação no dia 30 de dezembro — em pleno recesso judiciário — seria uma tentativa de “limpar o terreno” para Alexandre de Moraes antes do início de 2026. Se os envolvidos disserem na acareação que Moraes não os pressionou, o ministro teria um “selo de inocência” oficial para barrar o pedido de impeachment que tramita no Senado.
Situação de Agora: Toffoli ainda não respondeu ao pedido de Gonet. Se ele mantiver a audiência à revelia da PGR, o conflito entre o Ministério Público e o STF será o maior desde o início do governo Lula 3.
Gostaria que eu explicasse o que acontece se o ministro Toffoli ignorar o pedido do Procurador-Geral e realizar a audiência mesmo assim?”
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Tudo bem, mas não esqueça de Lulinha, o larápio que seguiu o pai.
Veja o faturamento de uma de suas empresas, com faturamento anual de R$ 2 milhão a R$ 4,8 milhões, procurando no Google 45.382.800/0001-52 SP (LLF TECH PARTICIPAÇOES).
300.000 X 12 = 3.600.000 (cai dentro do “faturamento”, digamos).
Banco Master: Toffoli nega pedido da PGR e mantém acareação entre Vorcaro, ex-presidente do BRB e diretor de Fiscalização do BC
Diligência está marcada para o próximo dia 30/12/2025, terça-feira.
Fonte: O globo, Economia, 25/12/2025 09h17 Por Luísa Marzullo e Eduardo Gonçalves – Brasília