Lafaiete Nogueira De Marco
Em que fundo de poço, de abismo ou em que espécie de escuridão diabólica, infernal e sem fundo estamos todos a chafurdar, assim a contragosto, visceralmente oprimidos?
Dia após dia me deparo com notícias relativas a situações estranhas e indesejáveis, que são elaboradas, descritas e comentadas como se fossem procedimentos comuns e normais, numa inacreditável inversão de valores.
FESTA DE ARROMBA – Quando se toma conhecimento de que proeminentes autoridades da República, como o vice-presidente, sete ministros, grande número de deputados e senadores, altos servidores dos Três Poderes etc., compareceram à festa de aniversário de um presidiário como José Dirceu.
Preso durante anos no Mensalão, em 19 de abril do ano passado Dirceu foi novamente condenado, desta vez a 27 anos e um mês de reclusão, pela 5ª Quinta Turma do Superior Tribunal de Justiça, em terceira instância, portanto, mas continua em liberdade, porque falta a decisão do Supremo…
CONVIDADOS E PENETRAS – O pior é saber que, para esse festim diabólico, teriam sido expedidos cerca de 300 “convites”, porém compareceram 500 personagens versáteis e grotestas, mostrando o prestígio do condenado e a completa inversão de valores neste país.
Resta-nos uma sucinta e singela pergunta: em que espécie de planeta, galáxia, estratosfera, buraco negro (desculpe-me, orifício afrodescendente) nos lambuzamos?
Confesso que estou muito desanimado com os destinos do país.
Abraço!
E isso é novidade?
Ah país vagabundo.
1) Garuda, o pássaro mitológico do Budismo-Hinduísmo, me disse que nem tão cedo esse país toma jeito ético e equilíbrio social…
2) Se conseguirem diminuir as disparidades econômicas e ajudar um pouquinho as contas do povão já é lucro…
3) Digamos… somos a Nação cujo Parlamento vai a passos de tartaruga… em termos de melhorias…
Na verdade é que todos os corruptores e corrúptos do Brasil, que cometeram crimes nesse pais, de vinte e/ou trinta anos para cá, continuam soltos, desfrutando das benesses angariadas com o fruto dos crimes cometidos.
Plagiando Boris Casoy:
“Isso é uma vergonha”…
Conforme disse antes:
“Sessenta e sete brasileiros entre cem são desonestos”. Talvez mais.
Dentre estes sessenta e sete há ainda os fdp que conhecem o que diz a lei, mas preferem que seja ignorada e deturpada para que um desconhecido (pessoalmente) desafeto seja injustiçado só porque é de seu agrado.
E entre eles, há os que – hipocritamente – concordam com Lafaiete Nogueira, como se estivessem a dizer: “Isso não é comigo”.
Que o inferno receba vocês, desgraçados !
Por acaso há alguma diferença de caráter entre os tais? Nenhuma!!
Justificativa de Maluf para a propina
“Sr Paulo Maluf, o senhor atribui a liderança de Lacerda em 64 ao fato de ele ser o governador da Guanabara ou ao fato de ele ser Lacerda ?
Às duas coisas. Porque a política e as eleições são como o Jockey Club, uma mistura do jóquei com o cavalo. Lacerda não poderia fazer a articulação que fez se não tivesse o governo na mão. Os recursos da Aliança para o Progresso que o Kennedy mandou dar para efeito político, para obras de abastecimento de água, túnel disso, túnel daquilo, foram fundamentais para aquele resultado administrativo espetacular que o Lacerda alcançou. Se ele não estivesse no governo, seria deputado, mas como iria se articular sem ter o que dar? Com ele no governo, o sistema empresarial pôde ser atendido. Uma obra aqui, uma obra ali, uma empreitada…
A questão da empreiteira, da empreitada, da compra, do fornecimento, está intimamente ligada ao processo político. Quem procurar desvincular isso se dá mal na análise, porque não existe nada na política que não tenha interesse econômico envolvido. O que se quer, ou o que se deve querer, é que o interesse econômico seja como o colesterol: que vá até um limite. Não pode, amanhã, o sujeito dizer: “Eu quero 50% de comissão”. “Mas eu não posso,” – diz o empreiteiro – “se é isso que você quer eu tenho que dobrar o preço da obra.” “Então dobra…” Aí você vai fazer menos obras, vai dar menos empregos, vai construir muito menos, porque se você pega um preço e infla dessa maneira, ao invés de fazer duas obras, faz uma. Aí você está atrasando o processo de desenvolvimento. Então há um limite.
E Maluf completa:
Agora, não há condição de afastar o interesse econômico do processo político, porque ele só existe por isso.
Se existisse uma justiça seria e rápida e eficiente, não estariamos nessa situação
Mas que novidade e mal existe se o vice-presidente Geraldo Alckmin , homenageou o presidiário José Dirceu ,se ambos são da mesma laia ?
Infelizmente no Brasil tem dessas coisas .