Procurador denuncia que Aras agiu como cúmplice dos vândalos do 8 de Janeiro

Entenda por que a indicação de Augusto Aras para PGR gerou polêmica |  Metrópoles

Augusto Aras impediu o trabalho preventivo dos procuradores

Rodrigo Rangel
Metrópoles

Em um despacho assinado no último dia 25 de janeiro, o procurador da República Anselmo Cordeiro Lopes afirma que Augusto Aras, chefe da Procuradoria-Geral da República durante o governo de Jair Bolsonaro, contribuiu para que a trama golpista investigada pela Polícia Federal avançasse.

Lopes é responsável por monitorar, no Ministério Público Federal em Brasília, as providências adotadas por autoridades de segurança pública para acompanhar manifestações políticas contra o resultado das eleições presidenciais de 2022 e para evitar atos antidemocráticos.

AÇÃO EM CONJUNTO – Semanas antes dos ataques de 8 de janeiro, como parte desse procedimento, a primeira instância do MPF na capital federal havia recomendado que os órgãos de segurança agissem em conjunto para evitar o risco de manifestações violentas e monitorassem “conjuntamente e continuamente” possíveis pontos de tensão.

O texto mencionava, nominalmente, a Esplanada dos Ministérios, a Praça dos Três Poderes e o acampamento montado, à época, na frente do quartel-general do Exército.

A recomendação parecia prever o desastre. Só que, no despacho recém-assinado e obtido com exclusividade pela coluna, Lopes afirma que seu alcance foi parcialmente prejudicado pela atuação de Augusto Aras.

ARAS BLOQUEOU – Segundo ele, Aras, a partir do cargo de PGR, impediu que o documento expedido pela primeira instância do MPF em Brasília chegasse aos seus destinatários — no caso, as autoridades militares que deveriam cumprir as medidas.

À época, em um despacho, o então PGR ordenou que a recomendação fosse devolvida porque, nas palavras dele, extrapolava as atribuições dos procuradores de primeira instância que a assinavam.

Anselmo Lopes cita, ainda, outras medidas de Aras que teriam inibido a atuação de procuradores de primeira instância de diversos estados contra os atos antidemocráticos que resultaram no 8 de janeiro. Em uma delas, como a coluna noticiou, Aras mandou encerrar grupos de trabalho montados para monitorar os movimentos golpistas.

JOGANDO CONTRA – “No caso do Rio de Janeiro, noticiou-se também que o Dr. Augusto Aras não somente se negou a compartilhar provas sobre investigações de atos antidemocráticos como também teria representado à Corregedoria-Geral do MPF contra procuradores da República lotados no Rio de Janeiro que atuavam contra a prática de tais ações”, afirma.

“As mencionadas circunstâncias contribuíram para que o avanço das ações antidemocráticas ocorresse sem a coibição que exigia a ordem jurídica”, prossegue Lopes.

No mesmo despacho, o procurador altera o objeto do inquérito civil no qual a recomendação foi expedida.

NOVOS OBJETIVOS – Antes, o procedimento se destinava a “acompanhar manifestações políticas em face do resultado das eleições para presidente da República e apurar eventuais atos antidemocráticos”.

Agora, o objeto passa a ser o seguinte: “a apuração de responsabilidade por danos morais institucionais e danos sociais decorrentes da tentativa de subversão da ordem democrática praticada entre os anos de 2018 e 2023, que culminou com os atos antidemocráticos do dia 8 de janeiro de 2023, para fins de ajuizamento de ações civis contra os principais responsáveis por tal tentativa, de forma subsidiária às ações já ajuizadas com essa finalidade por outros órgãos legitimados”.

A apuração, que como o próprio nome diz tem caráter cível, corre em paralelo às investigações criminais conduzidas pelo gabinete do ministro Alexandre de Moraes, no Supremo Tribunal Federal.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
No caso, Aras ultrapassou todos os limites. Ao invés de apenas se omitir, como de hábito, ele simplesmente impediu os trabalhos dos procuradores distritais. Ou seja, agiu como cúmplice do vandalismo. (C.N.)

Villas Bôas trabalhou no Carnaval para revelar o “golpe” que Lula e Dilma tentaram dar

PF acusa Lula, Dilma e Mercadante de obstrução de Justiça - Jornal O Globo

Golpe de Dilma e Lula tentaria evitar o  impeachment em 2016

Carlos Newton

Os comandos militares nada comentam, mas vivem uma fase de indignação, devido ao estilo com que o ministro Alexandre de Moraes vem conduzindo o inquérito do fim do mundo, transformado numa verdadeira fábrica de escândalos institucionais, e que opera com elevado grau de produtividade.

O que incomoda o Alto Comando do Exército não é a investigação, que precisa ser feita, diante da gravidade da situação política. Mas o vazamento de informações escandalosas é considerado altamente negativo;

NOS BASTIDORES… – O silêncio que os comandos militares impõem sobre o assunto não é indicativo de que estejam inertes. Foi decidido, preliminarmente, que nenhuma das três Forças abrirá apuração disciplinar contra oficiais golpistas implicados pela Polícia Federal. No entanto, caso fique evidente que se  trata de crimes militares ou estiver havendo algum tipo de perseguição, o assunto será reestudado pelo Alto Comando das Forças Armados.

Curioso notar que, durante o carnaval, os militares da reserva estiveram  superativos nos bastidores e até começaram a contra-atacar. O primeiro passo foi usar o ex-senador Arthur Virgilio Neto, ex-prefeito de Manaus, para começar a reposicionar a situação, ao revelar que em 2016 a então presidente Dilma Rousseff, o ex-presidente Lula e o PT também tentaram dar um golpe de estado, uma informação sigilosa que está surpreendendo o país.

O fato é que em 2016, para acautelar a posição legalista do Exército,  o então comandante Eduardo Villas Bôas usou Arthur Virgilio e o senador José Agripino Maia para testemunhar o que estava acontecendo. E agora, oito anos depois, apareceu a necessidade de se fazer o esclarecimento.

VIRGILIO CONTA TUDO – Em pleno Carnaval, Artur Virgilio usou as redes sociais para revelar uma tentativa de golpe articulada em 2016 por Dilma e Lula, que se mudara para Brasília com objetivo de comandar a luta contra o impeachment, conforme Gilberto Clementino dos Santos informou aqui na Tribuna terça-feira (dia 13), com base nas redes sociais de Arthur Virgílio e na reportagem de Paulo Briguet, do Brasil Sem Medo, um site  abertamente bolsonarista.

Villas Bôas é uma espécie de Golbery da atual geração, e foi altamente estratégico esse convite que fez a dois parlamentares da oposição para que testemunhassem a sessão do Alto Comando em abril de 2016.

Lula e Dilma podem até tentar desmentir, mas vão ficar em silêncio, porque todos os 19 participantes da reunião ainda estão vivos e podem dar detalhes,

DISSE VILLAS BÔAS – Na reunião, Villas Bôas contou do Alto Comando d que fora chamado para uma reunião com Dilma no Planalto. Depois de ser bastante elogiado pela presidente, ela entrou direto ao assunto:

Estou precisando da sua solidariedade. Estou sendo acossada e atacada por todos os lados. Estão querendo meu impeachment sem que eu tenha cometido nenhum crime! Eu pretendo decretar o Estado de Defesa e preciso do seu apoio como Comandante do Exército” — disse Dilma.

Villas Boas contou ter ficado atônito, mas respondeu à altura: “Presidenta, a senhora sabe que não sou um homem de muitas palavras. Mas vou dizer com clareza aqui: ao decretar o Estado de Defesa, o governo estaria proibindo manifestações públicas pacíficas. Para isso, a senhora não conte nem comigo, nem com o Exército Brasileiro”.

OITO ANOS DEPOIS – A reunião terminou, as manifestações populares continuaram, Dilma sofreu o impeachment por suas pedaladas fiscais.

Oito anos depois. o mesmo Villas Bôas, muito doente, tratado em homecare, fez com que Arthur Virgilio viesse relatar os acontecimentos, para mostrar que o PT também não é nada democrático e tenta dar o golpe, quando está ameaçado de perder o poder.

Para decretar Estado de Defesa, Dilma e Lula precisariam consultar o Conselho de Defesa Nacional, formado pelo vice-presidente, presidentes da Câmara e Senado, ministro da Justiça, ministro da Defesa; ministro das Relações Exteriores, ministro do Planejamento e comandantes da Marinha, Exército e da Aeronáutica.

Mas nem chegaram a fazê-lo, porque o comandante do Exército abortou liminarmente o golpe.

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P.S. –
Como já cansamos de dizer aqui, o Supremo se orgulha e ter salvado a democracia, mas isso “non ecziste”. Só quem salva a democracia aqui na filial é sempre o Alto Comando do Exército. O resto é folclore, diz nosso amigo Sebastião Nery. (C.N.)

Entrevista com Putin mostra que ele e Trump agora falam a mesma língua

Entrevista recorde de Putin com Tucker Carlson atrai atenção global | Leia  a íntegra

Putin detalhou sua versão da História da Humanidade

João Pereira Coutinho
Folha

Suspeito que o pessoal não gostou da entrevista que Tucker Carlson fez com Vladimir Putin. Eu gostei. Verdade que não foi fácil manter-me acordado naqueles primeiros 30 minutos. Mas, com a ajuda de substâncias legais, consegui surfar as duas horas.

É um bom retrato de Putin — e, através de Carlson, um retrato também da nova direita americana, que espera a vinda do seu messias nas eleições de novembro.

IDADE MÉDIA – É um retrato de Putin porque entendemos melhor a sua concepção de tempo histórico. Você, no século 21, imagina que o século 9 foi há muito tempo. Para Putin, foi na semana retrasada.

Só isso justifica a primeira meia hora: quando Carlson queria falar da Otan e do pós-Guerra Fria, Putin começou na Alta Idade Média para chegar ao século 21. Objetivo? Mostrar ao americano por qual motivo a Ucrânia foi, é e será parte da Rússia para toda a eternidade.

Há quem subscreva essa concepção histórica. Conheço casos no meu círculo profissional. Respeito. E pergunto aos sábios se eles estão dispostos a entregar Portugal aos jihadistas islâmicos que querem reconstruir o Al-Andalus. Bem vistas as coisas, a Península Ibérica foi deles entre o século 8 e os séculos 13 (em Portugal) e 15 (na Espanha).

PASSAGEM DO TEMPO – Nunca obtive uma resposta. Quando muito, dizem apenas que “não é a mesma coisa”, embora um jihadista possa discordar: como Putin, o jihadista também vive em pleno Califado, imune à passagem do tempo.

Mas a história não é apenas estática para Putin; para quem fala da importância de “desnazificar” a Ucrânia, ele apresenta a história do século 20 pela lente de um nazista. Exemplo: nos livros de história, você aprende que a Segunda Guerra Mundial começou com a invasão da Polônia pela Alemanha.

O historiador do Kremlin tem outra interpretação, que se ajusta às suas próprias ambições imperiais: o problema dos poloneses foi não terem “cooperado” com Hitler. Se a Polônia tivesse permitido que o Führer executasse tranquilamente os seus planos de conquista, a força bruta não teria sido necessária.

SERIA UM ESTUPRO – Mal comparado, é como imaginar um violador que se defende em tribunal dizendo ao juiz: “Eminência, fui obrigado a estuprar porque a donzela não quis cooperar com meus planos.”

Mas a entrevista não é apenas um retrato de Putin. É também um retrato do estado da direita americana. Gideon Rachman, do Financial Times, tem razão ao afirmar que a principal característica do “idiota útil” é babar de admiração por líderes autoritários devido a interesses que são puramente paroquiais.

No século 20, são incontáveis os “peregrinos políticos” de esquerda que esperavam encontrar na União Soviética de Stálin, na Cuba de Fidel ou na China de Mao a inspiração salvífica para as “democracias burguesas” onde sofriam horrores mil.

ENTREVISTADOR – Tucker Carlson pertence à mesma estirpe, e o seu paroquialismo, como afirma o mesmo Gideon Rachman, está nas próprias perguntas que endereçou a Putin. A América é um país dominado pelo “deep state”? Putin se considera um líder cristão? Zelensky é uma marionete de Joe Biden (e, já agora, da família Biden)? No Kremlin existem banheiros de gênero neutro?

Essa última é inventada, confesso, mas não soaria estranha se o “jornalista” a tivesse feito. Na cabeça de Carlson, e da vasta maioria que ele representa dentro e fora da América, Putin é o último cruzado contra a “ideologia woke”, encarnando a moral judaico-cristã em todo seu esplendor.

No passado, a esquerda ocultava os crimes do comunismo porque os fins (utópicos) justificavam os meios (sanguinários). A nova direita conservadora segue o mesmo caminho: que interessam os crimes de guerra de Putin quando não há banheiros neutros na Rússia?

INSANIDADE – Nada disso seria dramático se o Partido Republicano estivesse a salvo dessa insanidade. Mas as coisas ganham outros contornos quando Trump ameaça os países inadimplentes da Otan de que não os defenderá em caso de agressão russa.

Que os membros da Otan devem pagar mais para garantir a defesa coletiva, poucos contestam. Que as lideranças alienadas do Ocidente desarmaram os seus países como se o mundo fosse uma gigantesca Suíça, também não.

Mas Trump, por razões eleitorais, imita a máfia fazendo ameaças aos seus aliados: ou pagam, ou alguém vai quebrar seus ossos. Deve ser por isso que Putin e Trump se admiram. Escutando com atenção, eles falam a mesma língua.

Por rezar falsas orações, Bolsonaro devia ser excomungado pelo Silas Malafaia   

Malafaia diz que atribuir vitória de Bolsonaro a Olavo é 'simplesmente  ridículo' - 18/03/2019 - Poder - Folha

Silas Malafaia ensina Bolsonaro a lidar com os fiéis

Vicente Limongi Netto

Flagrado pela operação da Polícia Federal como mentor do fracassado golpe de Estado, o destrambelhado Bolsonaro abriu a casa em Angra dos Reis para rezar com apoiadores. É o fim da picada. Colossal blasfêmia. Virou mania. Toda vez que é pego pela justiça com as calças nas mãos, Bolsonaro alega, com deslavrado cinismo, que “reza pelo Brasil”.

Ele e seus seguidores deveriam ser excomungados pelo Silas Malafaia, mas o autoproclamado bispo é da mesma patota e vai até bancar o trio elétrico da apresentação na Avenida Paulista com o dinheiro dos fiéis.

JOGANDO AS PATAS – Bolorento, pretensioso e fantasiado de sabidão, o ilustre desconhecido Renato Mendes Prestes, privilegiado diariamente pela seção de cartas do Correio Braziliense, com longos e purulentos textos, jogou as patas em Collor de Mello.

Covardia própria de desprezíveis e recalcados.

Collor permanece confiante na justiça. De Deus e dos homens. Errou, todos erram. Mas não merece ser punido por delações de 2014 de um leviano e irresponsável que entrega a própria mãe para se livrar da cadeia.

DENTRO DA ÁREA– Paulo Cesar Vasconcelos, o PVC do Sportv, garante que Gabigol seria titular em todos os times da série A do futebol brasileiro. No Fluminense, jamais. Temos Keno, Cano e Arias. Entrosados e excelentes jogadores. O Flu não precisa de atletas complicados. 

Paulo Nunes, por sua vez, também da equipe dos notáveis analistas do mesmo canal, com ar pretensioso de quem descobriu a vacina contra dengue, lascou que Endrick, menino do Palmeiras, que aos 18 anos, em julho, estará partindo, em definitivo, para o poderoso e bilionário Real Madrid, não é jogador pronto, está em formação.   

Meus botões não acreditam que esses comentaristas ainda ganhem salários. 

JOGANDO AS PATAS – Bolorento, pretensioso e fantasiado de sabidão, o ilustre desconhecido Renato Mendes Prestes, privilegiado diariamente pela seção de cartas do Correio Braziliense, com longos e purulentos textos, jogou as patas em Collor de Mello.

Covardia própria de desprezíveis e recalcados. Collor permanece confiante na justiça. De Deus e dos homens. Errou, todos erram. Mas não merece ser punido por delações de 2014 de um leviano e irresponsável que entrega a própria mãe para se livrar da cadeia.

GRANA NO LIXO –  Arthur Lira e capachos da prefeitura de Maceió, deram 8 milhões para a Beija-Flor falar maravilhas da capital alagoana. Sambaram fantasiados de hienas dos cofres públicos.

A gloriosa escola ficou no modestíssimo oitavo lugar. Dinheiro do povo sofrido jogado fora, pela escória de demagogos e infames.

HAVELANGE – A Fifa agora resolveu valorizar o futebol africano. Registre-se que foi o visionário João Havelange, na presidência da entidade, quem abriu e expandiu o futebol para o mundo. Colocando países asiáticos e africanos para disputar torneios mundiais, inclusive a Copa do Mundo.

Gonet recorre de decisão que suspendeu os pagamentos de multas da Odebrecht

Paulo Gonet tem o nome aprovado pela CCJ para a chefia da PGR após sabatina | O TEMPO

Paulo Gonet começa a curtir seus 15 minutos de fama

Mateus Mello
Poder360  

O procurador-geral da República, Paulo Gonet, pediu nesta quarta-feira (14.fev.2024) que o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Dias Toffoli reconsidere a decisão que suspendeu provisoriamente os pagamentos do acordo de leniência da Novonor (antiga Odebrecht) ou que a envie para análise do plenário do STF.

De acordo com Gonet, as mensagens hackeadas de procuradores obtidas pela operação Spoofing da PF (Polícia Federal) mostram “comportamentos censuráveis de agentes públicos”, mas “não revelam prática de nenhum ato que componha o conceito de coação moral” contra a empresa.

DECISÃO DO MINISTRO – Toffoli suspendeu o pagamento de multas no valor de R$ 3,8 bilhões e também autorizou a Novonor a ter acesso às provas colhidas na Spoofing em decisão publicada em 1º de fevereiro de 2024. Ele entendeu que as provas obtidas na operação da PF levantavam dúvidas sobre a voluntariedade no acordo – o que vai contra o que diz a lei para acordos do tipo. 

No pedido, Gonet diz que “vontade livre não é aquela isenta de pressões, mas a que se pode formar com a consciência de riscos e vantagens”. Também afirmou que “nada na petição justifica que se tenha como evidenciado o cancelamento dessa vontade a  ponto de justificar a suspensão das obrigações assumidas pela Novonor”.

Gonet destacou ainda que tanto a Novonor quanto seus executivos “sempre puderam dispor da melhor assessoria jurídica, administrativa, contábil e de relações públicas” disponível.

ACORDOS DE COLABORAÇÃO – O acordo de leniência é um mecanismo em que empresas que cometeram atos danosos à administração pública colaboram com as apurações e se comprometem a pagar os valores estipulados no contrato, ressarcindo os valores acordados aos cofres públicos. A Odebrecht firmou dois acordos de leniência no Brasil: 

1) em 2016, com o MPF (Ministério Público Federal), no valor de R$ 3,8 bilhões (R$ 8,5 bilhões corrigidos pela inflação ao longo de 20 anos de pagamento), e o total deveria ser repartidos entre o próprio MPF, o Departamento de Justiça dos EUA e a Procuradoria Geral da Suíça.

2)  Em 2018, com a AGU (Advocacia Geral da União) e a CGU (Controladoria Geral da União), no valor de R$ 2,7 bilhões (R$ 6,8 bilhões corrigidos pela inflação ao longo de 22 anos). Até 13 de janeiro de 2024, só R$ 172,7 milhões haviam sido pagos, segundo o painel de dados da CGU. Depois dos acordos, o grupo teve que entrar em recuperação judicial e passar por uma reestruturação.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Enviada por José Guilherme Schossland, a matéria mostra que o novo procurador-geral, Paulo Gonet, é a surpresa do momento. Abriu sua gestão com uma omissão espantosa e levou exatos 47 dias até recorrer contra a suspensão indevida da multa bilionária da J&F, determinada por Toffoli. Mas agora, avisou que após o Carnaval iria recorrer da multa da Novonor/Odebrecht, e cumpriu a palavra rigorosamente. Vamos acompanhar a gestão dele. Se continuar assim, deve ser aplaudido em praça pública, ao contrário dos ministros do Supremo, que nem podem sair às ruas. (C.N.)

Lula critica Israel no Egito e leva Janja para conhecer as Pirâmides…

Lula e Abdul Fatah Khalil Al-Sisi

As declarações de Lula foram proveitosas para Al-Sisi

Mariana Haubert e Patrícia Nadir
Poder360

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta 5ª feira (15.fev.2024) que Israel descumpre decisões tomadas pela ONU (Organização das Nações Unidas) e por outros órgãos multilaterais sobre a reação bélica ao grupo extremista Hamas na Faixa de Gaza. O petista disse que as Nações Unidas “não têm forças suficientes” atualmente para evitar guerras e defendeu, mais uma vez, a reforma dos órgãos multilaterais internacionais.

“A única coisa que se pode fazer é pedir paz pela imprensa, mas me parece que Israel tem a primazia de descumprir, ou melhor, de não cumprir nenhuma decisão emanada da direção das Nações Unidas”, disse Lula.

NO EGITO – O presidente deu a declaração a jornalistas ao lado do presidente egípcio Abdul Fatah Khalil al-Sisi, durante a sua visita ao Egito.  Lula chegou ao país na quarta-feira (14.fev), no momento em que as tensões entre Egito e Israel aumentaram por causa da ameaça de ações militares israelenses no sul da Faixa de Gaza.

Embora a viagem marque os 100 anos das relações diplomáticas entre Brasil e Egito, o conflito dominou as conversas do chefe do Executivo brasileiro. A região sul de Gaza abriga atualmente mais de 1 milhão de palestinos que se deslocaram de outras cidades destruídas pela guerra. É praticamente o último refúgio na região.

Lula voltou a dizer que considera o ataque do Hamas a Israel em 7 de outubro de 2023 como um ato terrorista, mas disse que a reação israelense “não tem explicação” porque está matando mulheres e crianças em Gaza.

DISSE LULA – “O Brasil foi um país que condenou de forma veemente a posição do Hamas no ataque a Israel e ao sequestro de centenas de pessoas e nós condenamos e chamamos o ato de terrorista. Mas não tem nenhuma explicação o comportamento de Israel a pretexto de derrotar o Hamas, estar matando mulheres e crianças, coisa jamais vista em qualquer guerra que eu tenha conhecimento”, disse.

O presidente brasileiro defendeu um cessar-fogo definitivo na região conflagrada que permita a “prestação de ajuda humanitária sustentável, desimpedida e imediata”, e a “incondicional” libertação de reféns.

“O Brasil é terminantemente contrário à tentativa de deslocamento forçado do povo palestino. Por esse motivo, entre outros, o Brasil se manifestou em apoio ao processo instaurado na Corte Internacional de Justiça pela África do Sul. Não haverá paz sem um Estado Palestino convivendo lado a lado com Israel, dentro de fronteiras mutuamente acordadas e internacionalmente reconhecidas”, disse.

GENOCÍDIO – Em 26 de janeiro, a Corte, que fica em Haia, na Holanda, decidiu que Israel deve tomar uma série de medidas para evitar práticas de “genocídio” na Faixa de Gaza. A decisão, porém, não ordenou um cessar-fogo no conflito, o que foi criticado por alguns países.

O Brasil apoiou o processo movido pela África do Sul depois de Lula ter conversado com o embaixador da Palestina no Brasil, Ibrahim Alzeben, em 10 de janeiro. Na sexta-feira (dia 9), em jantar na Embaixada da Palestina em Brasília, Lula defendeu que Israel acate a decisão da Corte Internacional.

Na declaração a jornalistas, al-Sisi disse que o Egito também concorda com a necessidade de um cessar-fogo imediato na região para que os moradores de Gaza possam receber ajuda humanitária. Defendeu também a criação de um Estado palestino cuja capital seja Jerusalém. A cidade, considerada sagrada por judeus, cristãos e muçulmanos, é hoje a capital de Israel. “Agradeço o reconhecimento do presidente brasileiro pelo Estado palestino”, disse.

Vídeo: Lula visita pirâmides do Egito com Janja - 14/02/2024 - Mundo - Folha

Lula cumpriu a promessa de levar Janja ao Egito

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Lula se reunirá nos próximos dias com o presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, em Adis Abeba, na Etiópia, à margem da cúpula da União Africana, da qual o presidente brasileiro participará como convidado de honra. Lula, realmente, é um grande nome mundial. E deve-se louvar sua dedicação à atual esposa. Embora a reportagem não mencione, Lula fez essa paradinha rápida no Egito exclusivamente para que dona Janja tivesse a chance de conhecer a Esfinge e as pirâmides. O amor, realmente, é lindo. (C.N.)

Mangabeira Unger apresentará habeas corpus para evitar prisão de Bolsonaro

Revista Sísifo: Uma Filosofia Política Para o Brasil: Roberto Mangabeira  Unger e o Pensamento Com Sotaque

“Maior problema do Brasil é a mediocridade”, diz Unger

Mônica Bergamo
Folha

O filósofo Roberto Mangabeira Unger pretende entrar com um habeas corpus preventivo no Supremo Tribunal Federal (STF) para garantir que Jair Bolsonaro (PL) não será preso. Mangabeira, que foi ministro de Lula (PT) de 2007 a 2009 e apoiou Ciro Gomes (PDT) em suas campanhas presidenciais, sendo considerado o guru do pedetista, já consultou amigos da área jurídica e políticos sobre a iniciativa.

Ele também conversou com autoridades de tribunais superiores de Brasília e com o próprio Bolsonaro sobre os processos a que o ex-presidente responde na Justiça. Os dois já se encontraram, inclusive, pessoalmente.

RECONCILIAR O PAÍS – A Constituição permite que qualquer cidadão, sendo ou não advogado, entre com habeas corpus na Justiça se entender que o direito fundamental de outra pessoa está ameaçado.

O filósofo afirma que é preciso reconciliar o país, e que para isso seria importante que Bolsonaro seja poupado de uma prisão que poderia radicalizar os ânimos de seus apoiadores.

Da esquerda à direita, a iniciativa surpreendeu os interlocutores por Mangabeira sempre ter se situado no campo político da esquerda, enquanto Bolsonaro se define abertamente como um político de direita.

INELEGIBILIDADE – Professor da Universidade de Harvard desde 1971, Mangabeira afirma em suas conversas que está preocupado com o fato de Bolsonaro ter se tornado inelegível por decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Ele diz que seria mais democrático que o ex-presidente pudesse concorrer, disputando com Lula a narrativa sobre que políticas públicas seriam as melhores para o país.

Mangabeira se inspira nas regras dos EUA, que possibilitam que uma pessoa concorra à Presidência da República mesmo sendo condenada e presa.

BUSCA E APREENSÃO – Bolsonaro foi alvo na semana passada de busca e apreensão em sua casa de Angra dos Reis (RJ). Ele é investigado por supostamente participar de um plano para dar um golpe de Estado no Brasil.

Por determinação do ministro do STF Alexandre de Moraes, teve que entregar o passaporte e não pode se comunicar com os demais investigados — muitos deles, militares que integraram o primeiro escalão de seu governo.

Procurado pela coluna, o filósofo Mangabeira Unger afirmou que estava entrando em sala de aula e que depois retornaria a ligação.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
O apoio de Mangabeira Unger a Bolsonaro é importantíssimo.  Professor titular de Harvard aos 24 anos, fez uma carreira sólida nos Estados Unidos e sustentou uma obra acadêmica de alta respeitabilidade, em Direito, Sociologia, Economia e Filosofia. Teve alunos famosos, como Barack Obama. Esse habeas corpus que está preparando para possibilitar a reconciliação nacional, que Tribuna da Internet desde sempre vem defendendo, é para ficar na História. (C.N.)

Braga Netto mandou atacar general Tomás Paiva: “PT desde pequeninho”

Braga Netto orientou ataques contra general Tomás Paiva nas redes: 'PT  desde pequenininho' - Montedo.com.br

Investigação está “vazando” os poderes de Braga Netto

Malu Gaspar e Johanns Eller
O Globo

Mensagens de celular expostas pela Polícia Federal na representação que pediu a Alexandre de Moraes autorização para fazer a operação Tempus Veritatis mostram que o ex-ministro da Defesa Walter Braga Netto (PL), que concorreu a vice de Jair Bolsonaro nas eleições de 2022, orientou bolsonaristas a atacar nas redes o general Tomás Paiva, atual comandante do Exército, em um esforço para constranger altas hierarquias militares a ceder aos esforços golpistas de militares que cercavam o então presidente.

O material traz ainda mensagens em que Braga Netto determina que integrantes do grupo golpista que cercava Bolsonaro difundissem ataques via redes sociais ao então comandante da Aeronáutica, brigadeiro Batista Junior, tratado entre eles como “traidor da pátria”.

NUNCA VALEU NADA – O material sigiloso, ao qual a equipe da coluna teve acesso, mostra que no dia 17 de dezembro de 2022, cinco dias após a diplomação de Luiz Inácio Lula da Silva como presidente eleito, Braga Netto encaminhou uma série de mensagens ao capitão expulso do Exército Ailton Barros relatando uma suposta visita de Paiva ao ex-comandante do Exército Eduardo Villas Bôas.

No diálogo, Braga Netto afirma que o general “nunca valeu nada” e tenta vinculá-lo ao Partido dos Trabalhadores (PT), legenda de Lula. O ex-ministro orienta Barros a disseminar uma mensagem repleta de ataques a Tomás Paiva – o que, para a investigação da PF, consistiu em uma tentativa deliberada de “atingir a reputação” do general.

De acordo com o relato de Braga Netto ao capitão, Paiva teria dado uma “mijada” – bronca no jargão militar – em Villas Bôas e sua esposa, Maria Aparecida, e dito que o casal seria prejudicado por “intervenções ‘sem noção’ que estão fazendo”.

ALTO COMANDO – Na mensagem, Braga Netto diz ainda que Tomás Paiva teria falado mal de todo o “ACE”, sigla para ” Alto Comando do Exército”, “principalmente” do general Estevam Theophilo – que, como publicamos na semana passada, prometeu apoio à intentona golpista de Bolsonaro com tropas quando estava à frente do Comando de Operações Terrestres (Coter).

Teria dito ainda que o então ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira, “teria que ficar quieto”.

“Parece até que ele é PT desde pequeninho”, escreve Braga Netto sobre Tomás Paiva, que naquele período estava sob ataque de bolsonaristas, junto com um grupo de generais apelidados de “melancias” (verdes por fora, vermelhos por dentro). “Nunca valeu nada”, prossegue o general, que foi alvo da operação Tempus Veritatis da PF na última quinta-feira (8).

PODE VIRALIZAR – “A ambição derrota o caráter dos fracos.. Alias, revela”, diz ele, que finaliza com uma orientação sobre o que acaba de contar: “É verdade. Pode viralizar”.

A suposta visita de Tomás Paiva teria tido a ver com posts que o ex-comandante Villas Boas, que chegou a ser assessor de Bolsonaro, fez após o desfecho das eleições presidenciais de 2022, em 30 de outubro daquele ano.

“A História ensina que pessoas que lutam pela liberdade jamais serão vencidas”, escreveu o general da reserva em 15 de novembro. O texto, reproduzido por Braga Netto, foi interpretado como endosso às manifestações golpistas de apoiadores de Bolsonaro na porta de quartéis e em rodovias.

NOVO COMANDANTE – Tomás Paiva só se tornaria comandante do Exército em 7 de fevereiro de 2023. Ele assumiu em substituição a Júlio César Arruda, comandante inicialmente escolhido por Lula para comandar a Força, mas foi demitido depois do 8 de janeiro, em razão do que o ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, definiu como uma “fratura de confiança”.

Boa parte dos diálogos de Braga Netto, reproduzidos pela PF em sua representação, sugere que partiam de Braga Netto ordens para o ataque a integrantes das Forças Armadas que não seguiam suas diretrizes — como o então comandante da Aeronáutica, Carlos de Almeida Baptista Júnior, que segundo o relato do tenente-coronel Mauro Cid esteve na reunião em que o presidente discutiu uma das minutas golpistas citadas na investigação.

“Senta o Pau Batista Junior. Povo sofrendo, arbitrariedades sendo feita (sic) e ele fechado na mordomia. Negociando mordomias. Traidor da pátria. Daí pra frente. Inferniza ele e a família dele”, escreveu Braga Netto a Ailton Barros no mesmo dia 15 de dezembro em que falou sobre Tomás Paiva.

ELOGIO A GARNIER – O ex-candidato a vice de Bolsonaro complementa o pedido a Ailton Barros com uma indicação: “f… o BJ [Baptista Júnior]” e, ao mesmo tempo, elogiar o então comandante da Marinha Almir Garnier Santos, um dos alvos da operação da semana passada.

Barros, então, assente com a determinação de Braga Netto e responde com uma figurinha que diz “desce a chibata”, em referência as críticas ao chefe da Aeronáutica.

Procurada para se manifestar sobre o teor das mensagens, a equipe do ex-ministro Braga Netto não retornou até a última atualização deste texto.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
É gravíssima essa crise paralela no Exército. Mas o comandante Tomás Paiva não vai responder. A estratégia é ir revelando, aos poucos, os desmandos de Braga Netto, até fazer com que ele apodreça de vez. (C.N.)

Reunião ministerial não deixa dúvidas sobre a preparação do golpe de estado

Em reunião, ministro de Bolsonaro defendeu 'alternativas' antes das eleições e admitiu 'risco de conturbar país' | Política | G1

A reunião discutiu “alternativas” antes e depois da eleição,

Roberto Nascimento

Ficar calado depois de assistir às quase quatro horas de reunião sobre o planejamento do golpe de estado, seria ceder para os golpistas e abrir espaço para que voltem a tramar contra o país, quando advier um apocalipse ou condições para decretação de uma GLO (Garantia da Lei e da Ordem) ou Estado de Defesa.

As condutas foram delineadas por Bolsonaro. Está lá, é só assistir. Quam não o fez, perde as condições táticas para opinar na defesa ou na crítica.

RESPECTIVAS FUNÇÕES – O general Augusto Heleno foi designado para usar a ABIN na arapongagem das campanhas tanto do PT quanto do PL.

Braga Netto, o general escolhido para candidato a vice-presidente, tratava da cooptação dos militares golpistas e na pressão contra os militares legalistas.

O ministro da Defesa, general Paulo Sérgio Nogueira, encarregado de encontrar uma bala de prata contra o TSE e contra as urnas eletrônicas, através de militares infiltrados na fiscalização das Urnas, e também de convocar reuniões da Defesa para conseguir apoio ao golpe.

ERA GRAVADA… – A CGU e a AGU eram encarregadas de dar o respaldo jurídico contra as urnas eletrônicas. O ministro-chefe da Controladoria-Geral da União, medroso, ao assumir a palavra, perguntou se a reunião estava sendo gravada. Bolsonaro e Braga Neto disseram que não. Mentiram para Wagner do Rosário, o ministro da CGU. Estava havendo gravação.

O ministro da Economia, Paulo Guedes acompanhava tudo para depois informar aos empresários golpistas e conseguir apoio no meio empresarial

Anderson Torres, da Justiça, um dos ministros declaradamente golpistas, discursou aos palavrões, dizendo que algo teria que ser feito para Bolsonaro vencer. Atacou policiais federais que não apoiavam Bolsonaro e disse até que já sabia o nome do novo Diretor Geral da Policia Federal se Lula ganhasse a eleição.

SOCO NA MESA – O general Augusto Heleno então disse, que tinha que dar soco na mesa, antes da eleição, porque depois, nem o VAR mudaria o resultado da eleição.

Bolsonaro endossou a fala de Heleno, informando que ações para mudar o resultado levariam o país para um processo de guerrilha. Ou seja, eles sabiam do risco de guerra civil e ainda assim tramaram contra o país.

Pergunto: tinha alguém naquela reunião com espírito de patriota? Por favor, assistam ao vídeo e depois escrevam aqui contestando o que escrevi. Preciso saber se estava enganado, se entendi errado aquele festival de horrores.

PUNIR É PRECISO – O país não poderá seguir em frente, sem punir aqueles personagens. Se passarem pano para aquelas barbaridades, eles vão retornar. Aí, sim, correremos sérios perigos. Quando a repressão bater às nossas portas, nenhum advogado será capaz de nos livrar do cárcere ou de coisa muito pior.

Aviso aos navegantes: temos medo, mas não vamos recuar. Seguiremos a linha do saudoso jornalista Helio Fernandes, confinado em Fernando de Noronha, em Campo Grande e em Pirassununga, preso também no quartel da Rua Barão de Mesquita, na Tijuca, e vítima também de atentado, quando explodiram o jornal Tribuna da Imprensa, na Rua do Lavradio.

Helio Fernandes jamais se curvou aos poderosos.

Episódio que pode complicar Bolsonaro é prioridade da PF ao ouvir Mauro Cid

PF apura se Mauro Cid omitiu informações e não descarta tirar benefícios de  delação | Blogs CNN | CNN Brasil

No inquérito do fim do mundo, tudo depende de Mauro Cid

Malu Gaspar
O Globo

Um tema com potencial para complicar a vida de Jair Bolsonaro está no topo da lista de prioridades da Polícia Federal para os depoimentos que Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, vai prestar sobre os assuntos que não falou em sua delação premiada e que foram revelados na operação da semana passada sobre o ex-presidente, ex-ministros e militares que tramaram um golpe de Estado.

É o caso dos R$ 100 mil que Cid prometeu enviar para o major Rafael Martins de Oliveira levar pessoas a Brasília para dar apoio a manifestações.

NECESSIDADES ESSENCIAIS – Na troca de mensagens exposta pelo ministro Alexandre de Moraes na decisão que autorizou a operação, Cid diz que vai providenciar dinheiro para o envio das pessoas e pergunta se R$ 100 mil seriam suficientes. Martins então envia a Cid um intitulado “Copa 2022” com uma estimativa que ele diz ser das “necessidades essenciais”.

Esse é um dos assuntos sobre o qual Cid não disse nada na delação premiada à Polícia Federal e vai ser cobrado a falar agora se não quiser perder os benefícios do acordo – que permitiu a sua saída do batalhão do Exército em Goiás, onde ficou preso por quatro meses por ordem do ministro Alexandre de Moraes.

O episódio é considerado relevante pela PF por algumas razões. Uma delas é mostrar que Cid, então o braço-direito de Bolsonaro no Palácio do Planalto, ajudava a organizar e financiar manifestações que desdobraram em protestos e aglomerações golpistas nos quartéis, até redundar na invasão das sedes dos Três Poderes em 8 de janeiro.

CONTA DE SUPRIMENTOS – Uma das hipóteses com as quais os investigadores trabalham é a de que a origem do dinheiro seria uma conta de suprimentos da própria Presidência da República. Se essa hipótese se confirmar, Bolsonaro vai ficar mais encrencado do que já está.

A Polícia Federal ainda quer saber se os R$ 100 mil foram efetivamente enviados e para qual conta. Os investigadores tem indícios de que o dinheiro serviria para custear a viagem de homens das Forças Especiais, os chamados “kids pretos”, para apoiar o plano golpista sobre o qual eles falavam em reuniões em prédios de apartamentos funcionais de militares em Brasília.

Mauro Cid não falou nada sobre isso nos diversos depoimentos que deu desde setembro. E também não contou da reunião de julho de 2022 que foi gravada em vídeo e encontrada em seu computador e nem das reuniões que Bolsonaro teve com o general Estevam Teophilo, que chefiava o Comando de Operações Terrestres (Coter) do Exército e que, de acordo com mensagens de Cid, teria prometido ao então presidente colocar tropas na rua para apoiar o golpe.

POUCO DISSE – Fontes da Polícia Federal dizem que Cid “pouco disse” em relação às tratativas para um golpe além de contar da reunião de 28 de novembro de 2022 em que foi discutida uma minuta de decreto golpista.

Por isso, o interrogatório do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro deve ser longo.

“Ele terá que esclarecer esses pontos se quiser continuar recebendo os benefícios da delação. A investigação não acabou ainda…”, comenta um policial federal enfronhado na operação.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Uma coisa é certa. Essa investigação merece o apelido de “inquérito do fim do mundo”. Realmente, parece que não vai acabar nunca. Já comprei pipocas para assistir hoje ao Jornal Nacional, que se tornou uma espécie de Agência Nacional modernizada. (C.N.)

Clube Militar não comenta o possível envolvimento do filho do presidente

É preciso desmistificar imagem da Abin', diz diretor da agência em  entrevista

Victor Carneiro é filho do presidente do Clube Militar

Cézar Feitoza
Folha

Conhecido pela velocidade em emitir posicionamentos e atuar como porta-voz dos oficiais da ativa, o Clube Militar decidiu adotar o silêncio diante de investigações sobre membros da caserna. A Polícia Federal apura a participação de integrantes das Forças Armadas em frente para um golpe de Estado para manter Jair Bolsonaro (PL) no poder e evitar a posse de Lula (PT) na Presidência.

Sob reserva, diretores do Clube Militar citam diferentes fatores como justificativa para se manterem silentes mesmo diante do que enxergam como arbitrariedades do STF (Supremo Tribunal Federal) contra oficiais do Exército.

EX-DIRETOR DA ABIN – Os motivos para a postura vão desde as dúvidas que pairam sobre o impacto causado pelas mensagens do ex-ministro e general Walter Braga Netto contra os chefes militares até o parentesco do presidente do Clube Militar com um ex-diretor da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) citado nas investigações.

O general Sérgio Tavares Carneiro ocupa a presidência do Clube Militar. Ele é pai de Victor Carneiro, que sucedeu Alexandre Ramagem na direção da Abin —e foi citado pelo ex-ministro e general Augusto Heleno em plano para infiltrar agentes do órgão nas campanhas presidenciais na eleição de 2022.

A fala de Heleno sobre Carneiro ocorreu em reunião de julho de 2022 com Bolsonaro e demais ministros, a três meses das eleições, em meio a um longo debate entre eles de cenários golpistas sobre a disputa presidencial. A gravação da reunião foi obtida pela Polícia Federal.

COMPANHEIRISMO – Sérgio se formou na Aman (Academia Militar das Agulhas Negras) em 1975, enfileirado com os colegas Hamilton Mourão e Gonçalves Dias. Heleno era um dos instrutores dos cadetes; ele e Sérgio mantiveram relação com o avanço da carreira, apesar de pertencerem a armas (funções) diferentes.

“Eu já conversei ontem com o Victor [Carneiro], novo diretor-[adjunto] da Abin, e nós vamos montar um esquema para acompanhar o que os dois lados estão fazendo. O problema todo disso é que se vazar qualquer coisa […], a gente se conhece nesse meio, se houver qualquer acusação de infiltração desses elementos da Abin […]”, disse Heleno durante a reunião.

Bolsonaro interrompeu Heleno e pediu que ele parasse de falar. “Ô, general, eu peço que o senhor não fale, por favor. Não prossiga mais na tua observação aqui. Eu peço que não prossiga na tua observação”, afirmou, dizendo que eles conversariam em particular sobre “o que porventura a Abin está fazendo”.

SEM COMENTÁRIOS – Procurado, Sérgio Carneiro não respondeu às mensagens e desligou o telefone quando comunicado sobre o assunto da reportagem.

A Folha conversou com uma dezena de oficiais da reserva sócios do Clube Militar. Mesmo tendo críticas à operação da PF, a maioria decidiu não se manifestar sobre a investigação e seus impactos nas Forças Armadas.

“Antes de falar ou tomar posição é preciso saber mais sobre o que aconteceu”, disse o general Paulo Chagas. Outros pediram reserva para dizer que as sucessivas operações da Polícia Federal contra militares enfraquecem o Comando do Exército.

FAKE NEWS – Uma nota oficial falsa circulou nas redes sociais com a assinatura dos presidentes dos clubes na manhã de sexta-feira (9). O texto dizia que os militares não poderiam mais “tolerar a atuação ilegal e corrupta do Poder Judiciário” e que oficiais-generais que se “tornaram lacaios do crime devem compreender que não serão mais tolerados”.

O comunicado circulou em grupos de militares no WhatsApp e gerou reação entre diretores dos clubes. “Os presidentes do Clube Naval, do Clube Militar e do Clube da Aeronáutica reiteram se tratar de uma FAKE NEWS”, escreveram em nota oficial.

A manifestação mais crítica contra a operação foi dada pelo senador e general Hamilton Mourão (Republicanos-RS). No plenário do Senado, ele chegou a conclamar os comandantes das Forças Armadas a não se omitirem contra o que chamou de “condução arbitrária de processos ilegais” que atingem os militares.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
O Carnaval foi oportuno para assentar a poeira. Quanto aos militares da reserva, realmente jamais ficam em silêncio. Houve um pedido do comandante do Exército, general Tomás Paiva, para reduzir a tensão, porque há algo no ar, como dizia o Barão de Itararé. (C.N.)

Todo morro entendeu quando o Zelão chorou, ninguém riu nem brincou e era carnaval

Sérgio Ricardo | Não Há Mais O Que Encontrar No Que De Velho Ficamos / Vou  Renovar (Vídeo Oficial) - YouTubePaulo Peres
Site Poemas & Canções

O cineasta, artista plástico, instrumentista, cantor e compositor paulista João Lutfi (1932-2020), que adotou o pseudônimo de Sérgio Ricardo, afirma que a letra da música ”Zelão” já apresentava uma ruptura com a temática da bossa nova, pois saiu do perímetro da classe média para atingir a favela. “Zelão” ajudou a abrir as consciências de seu tempo, em torno do engajamento da arte com a justiça social. A música faz parte do LP A Bossa Romântica de Sérgio Ricardo, lançado em 1960 pela Odeon.

ZELÃO
Sérgio Ricardo

Todo morro entendeu
Quando o Zelão chorou
Ninguém riu nem brincou
E era carnaval

No fogo de um barracão
Só se cozinha ilusão
Restos que a feira deixou
E ainda é pouco só

Mas assim mesmo Zelão
Dizia sempre a sorrir
Que um pobre ajuda outro pobre
Até melhorar

Choveu, choveu
A chuva jogou seu barraco no chão
Nem foi possível salvar violão
Que acompanhou morro abaixo a canção
Das coisas todas que a chuva levou
Pedaços tristes do seu coração

Todo morro entendeu
Quando o Zelão chorou
Ninguém riu nem brincou
E era carnaval

Espera-se que o massacre em Gaza sirva ao menos para viabilizar o Estado palestino

Crianças em Gaza correm risco de serem recrutadas por grupos armados, alerta especialista | O Assunto | G1

Crianças vitimadas podem se tornar futuros terroristas

Hélio Schwartsman
Folha

Israelenses estão com um problema de relações públicas. Você, leitor, já ouviu falar nas Vésperas Efésias? Em 88 a.C., o imperador Mitrídates 6º, do Ponto, ordenou o assassinato de cidadãos romanos e aliados que viviam em cidades da Ásia Menor. Nem mulheres e crianças teriam sido poupadas. Estima-se que entre 80 mil e 150 mil morreram.

Imagino que esse massacre, um dos muitos da história, não o comova muito. Ele ocorreu há mais de 2.000 anos e, por alguma razão, descontamos o passado. Somos quase imunes às carnificinas muito antigas, nos importamos moderadamente com hemoclismos recentes e reagimos com vívida emoção aos massacres presentes.

O TEMPO PASSA – Está na programação de nossas mentes, ainda que a diferença temporal seja difícil de explicar filosoficamente. Por que a morte de uma pessoa há 2.000 anos valeria menos que a de uma morta há 80 anos?

O problema de Israel é que o tempo está passando. Foi sob o impacto do Holocausto nazista que a ONU aprovou, em 1947, o plano de partilha da Palestina que viabilizou o Estado judeu.

Mas a memória viva do Holocausto, que ainda chegou à minha geração através das histórias de meus avós e tios-avós, vai aos poucos se apagando. Os registros históricos sempre podem ser consultados, mas o aspecto afetivo desaparece. Reportagem recente do New York Times mostra que é crescente o número de jovens judeus americanos que se identificam com a causa palestina.

FAZ SENTIDO – As histórias de injustiças cometidas contra palestinos estão ocorrendo ao vivo e numa era de hiperconexão. E quanto mais mortos as operações militares israelenses deixarem em Gaza, mais esse efeito se materializará.

Ainda que não haja paralelo entre o que fizeram os nazistas e o que fazem os israelenses, civis palestinos estão morrendo aos borbotões.

Que a carnificina em Gaza sirva ao menos para viabilizar o Estado palestino. Sem ele, Israel jamais encontrará uma paz sustentável.

Devemos prender esses generais de pijama envolvidos com o golpe?

Altamiro Borges: Capitão humilha generais. Santos Cruz reage! - PCdoB

Charge do Céllus (Arquivo Google)

Carlos Newton

A grande imprensa exibe múltiplas versões sobre o comportamento dos militares no governo Bolsonaro. As diferenças de enfoque ocorrem entre comentaristas de direita e de esquerda. Como não há análises independentes de polarizações ou facções ideológicas, vamos tentar um exercício de teses inquestionáveis que possam conduzir a uma conclusão menos engajada, digamos assim..

1 A maioria dos militares detesta Lula da Silva, acha que é um enganador e mereceu as condenações por corrupção e lavagem de dinheiro.

2 Os militares apoiaram Bolsonaro por exclusão.  Ficaram satisfeitos por ele ter contratado 6 mil deles para o governo, algo que não acontecera nem mesmo no regime de 64.

3 Bolsonaro lhes preservou a Previdência e elevou os salários às alturas. Diante desses benefícios, é óbvio, tinham de apoiá-lo.

4 Faziam restrições, é claro, às insanidades no combate à pandemia e nos erros da política externa, mas seguiam ao lado de Bolsonaro.

5 Ao mesmo tempo, não apoiavam as manobras do Supremo visando a libertar Lula e devolver-lhe os direitos políticos, para voltar à política.

6 Os militares apenas suportam Lula, cumprem as tarefas institucionais nos governos dele, mas têm o maior desprezo pelo petista.

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MAIS TRÊS ITENS INQUESTIONÁVEIS

Foi nesse cenário que se travou a campanha eleitoral. Os militares não queriam Lula e a destruição da Lava Jato, com libertação até de Sérgio Cabral, como se não existissem limites para o Supremo, que agora quer cancelar as multas aceitas voluntariamente pelos empresários mais corruptos do mundo. O que os militares acham disso? Ficam indignados, é claro.

7 Na paranoia de enfrentar Lula, Bolsonaro passou o fazer campanha pelo voto impresso, que já fora aprovado três vezes no Congresso, mas o TSE derrubou uma das leis e o Supremo, as outras duas.

8 Esse argumento de Bolsonaro sensibilizava os militares e muitos civis, porque não há explicação para o repúdio do TSE e do STF ao voto impresso, não custava nada instalá-lo em parte das urnas, por amostragem.

9 Além disso, os países desenvolvidos continuam a desprezar a urna eletrônica, preferindo o voto impresso, o que sempre aumenta as suspeitas e desperta teorias conspiratórias.

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CONFRONTO MILITAR COM O TSE

Até aqui, apresentamos nove teses inquestionáveis, não há como discuti-las. E com base nessas realidades, vamos seguir analisando a posição dos militares, a partir da fase em que Bolsonaro começou a temer pela derrota e passou a trabalhar a alternativa do golpe militar.

10 As críticas de Bolsonaro provocaram reações e o então presidente do TSE, Eduardo Fachin, convocou os embaixadores estrangeiros para denunciar que Bolsonaro ameaçava a democracia.

11 Essa atitude de Fachin não agradou aos militares e Bolsonaro fez o mesmo, convocando o corpo diplomático para falar mal do TSE e das urnas.

12 Para reduzir as suspeitas, o TSE, agora presidido por Luís Roberto Barroso, criou a Comissão de Transparência e incluiu representantes das Forças Armadas.

13 O Ministério da Defesa enviou uma série de perguntas ao TSE que foram sendo respondidas. Os técnicos militares não encontravam brechas e as relações se deterioraram.

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PREPARAÇÃO PARA O GOLPE

A partir daí começa a preparação para o golpe, sem planejamento algum, no estilo faroeste caboclo. As adesões de generais da ativa eram mínimas. As trocas dos comandantes militares não deram resultado real, Lula venceu as eleições. O núcleo duro do Planalto então investiu na formação de acampamentos, as Forças Armadas permitiram essas manifestações, mas o golpe não evoluía no Alto Comando do Exército, que domina a situação. Quando ele se decide, Marinha e Aeronáutica apenas acompanham.

Com a derrota nas urnas. Bolsonaro saiu no país para fingir estar fora do golpe e temendo ser preso. Seus seguidores (Braga Netto & Cia) fizeram a primeira tentativa no dia 12 de dezembro. quando Lula foi diplomado. Mandaram os Kids Pretos invadir a sede da Polícia Federal, atacaram postos de gasolina, incendiaram carros e ônibus, caos nas ruas da capital, mas ninguém foi preso, o que mostra que a PM estava no esquema.

Depois, a ensandecida tentativa de explodir o caminhão de combustível no Aeroporto de Brasília, na véspera do Natal, mas fracassaram e foram presos.

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NO DESESPERO, O VANDALISMO NOS PALÁCIOS
– Veio o 8 de janeiro, os palácios foram invadidos e vandalizados. O presidente Lula não caiu na armadilha, desprezou a ajuda das Forças Armadas, e assim, sem decreto de Garantia da Lei e da Ordem (GLO), o golpe era natimorto.

Agora, querem punir os militares que participaram do planejamento do golpe que não houve. Ao invés de encerrar o episódio, como foi feito nas intentonas anteriores, desta vez querem punir os responsáveis, que são um grupo de generais de pijama já chegando e passando dos 70 anos e que não aguentam uma cuspida de bêbado.

Querem vingança, como se fosse justiça. Não percebem que essa insistência em prender os velhos generais pode não ser bem recebida pelos generais mais jovens, que nada têm a ver com o golpe. Por fim, o que o país ganha com a prisão dessas figuras sem honra, impiedosamente levadas ao ridículo, que é a pior das punições?

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P.S. – As apurações precisam continuar, para aumentar a desmoralização desses falsos herois e divertir a plateia. Mas não é necessário haver prisão e  acho que uma anistia futura cairia bem, na tradição brasileira, para tiraro da cadeia esses pés de chinelo. (C.N.)

Bolsonaro toma posição que prejudica o PL: “Candidato do Kassab eu não apoio”

Bolsonaro culpa Kassab por seu indiciamento na CPMI do 8 de Janeiro. FOTO: WILTON JUNIOR/ ESTADÃO

Bolsonaro quer se vingar e isso dificulta a atuação do PL

Pedro Augusto Figueiredo
Estadão

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) atua para vetar apoio do PL a candidatos do PSD nas eleições municipais. “Deixo claro: PSD do Kassab eu não apoio ninguém, tá ok?”, diz Bolsonaro em um áudio vazado ao qual o Estadão obteve acesso. A conversa era sobre a eleição em Presidente Prudente, no interior de São Paulo, mas segundo bolsonaristas ouvidos pela reportagem, o veto é amplo e se estende por todo o país.

Aliados do ex-presidente relatam que Bolsonaro culpa o presidente do PSD, Gilberto Kassab, pelo voto favorável de todos os deputados e senadores da sigla ao seu indiciamento na CPMI do 8 de Janeiro.

DESFORRA – Segundo esses bolsonaristas, o ex-presidente costuma mandar notícias críticas a Kassab em sua lista de transmissão no WhatsApp.

Bolsonaro foi procurado ao longo da semana por meio de seu assessor, Fabio Wajngarten, mas não se posicionou sobre a reportagem. Kassab foi procurado por meio da assessoria de imprensa e também não se manifestou.

Gilberto Kassab é um dos principais articuladores políticos do país e mantém influência nos três níveis da federação. O PSD tem três ministérios no governo Lula e o próprio Kassab é secretário de Governo e um dos auxiliares mais importantes do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), além de conselheiro do prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB-SP).

PREJUDICA TARCÍSIO – A avaliação é que a rixa coloca Tarcísio, que já cogitou ir para o PSD, no fogo cruzado devido à sua proximidade com Bolsonaro, seu padrinho político, e também com Kassab, que despacha do Palácio dos Bandeirantes e é responsável por fazer a articulação política do governo paulista com a Alesp, o Congresso Nacional e também as prefeituras. O presidente do Congresso e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), é do PSD de Kassab.

A postura de Bolsonaro tem desagrado aliados, que eventualmente querem apoiar candidatos da sigla. O PSD governa 51% dos municípios de São Paulo: detinha 66 prefeitos eleitos no Estado em 2020, número que quintuplicou e chegou a 329 no ano passado — parte expressiva deles filiada após Kassab assumir a Secretaria de Governo.

Vice-presidente do PL, o deputado federal Capitão Augusto (SP) afirma desconhecer qualquer determinação na sigla para impedir alianças com o PSD. Ele pondera, no entanto, que o relatório final da CPMI foi aprovado por 20 votos a 11 e que os cinco votos de parlamentares do PSD foram “fundamentais” para o indiciamento do ex-presidente.

EXISTE A RUSGA – “Se o PSD tivesse votado com a gente, o placar seria de 16 a 15. Não haveria indiciamento dos patriotas e nem do Bolsonaro. O PSD poderia ter votado contra o indiciamento e acabou votando a favor. Obviamente, existe uma rusga aí”, disse ele.

O entorno do presidente admite que, em algumas cidades, serão feitas alianças mesmo com a contrariedade de Bolsonaro. Antes da operação da Polícia Federal contra Bolsonaro e aliados na quinta-feira, 8, bolsonaristas em São Paulo ouvidos pela reportagem entendiam que não era o momento de comprar briga e, sim, de buscar o apaziguamento diante do desgaste que as investigações causaram a ele nas últimas semanas.

Após a PF deflagrar a operação e apreender o passaporte do ex-presidente, essa percepção se consolidou, e um novo problema surgiu: o Supremo Tribunal Federal (STF) proibiu Bolsonaro de manter contato com Valdemar Costa Neto, presidente do PL, que está preso por porte ilegal de arma, e com Walter Braga Netto, secretário de Relações Institucionais do partido e que atua como coordenador das eleições municipais.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Na eleição, vai ser testada a capacidade de Bolsonaro transferir votos. Como se sabe, a eleição municipal é totalmente diversa. Justamente por isso, nem Lula consegue transferir votos e o PT tem cada vez menos prefeitos. No caso de Kassab, é justamente o contrário e ele é o maior especialista em eleger prefeitos.
(C.N.)

Tarcísio e Nunes confirmam presença no ato de apoio a Bolsonaro na Av. Paulista

A 1 ano da eleição, Tarcísio aumenta elogios a Nunes - 30/09/2023 - Painel  - Folha

Nunes e Tarcísio caminham juntos no apoio a Bolsonaro

Deu na Folha

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), afirmou que irá à manifestação a favor do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) marcada para o dia 25, um domingo, na Avenida Paulista.”É uma manifestação pacífica a favor do [ex-] presidente, e estarei ao lado dele, como sempre estive”, afirmou o governador à CNN.

Ricardo Nunes (MDB), prefeito de São Paulo e candidato à reeleição, também decidiu comparecer ao ato convocado por Bolsonaro.

COBRANÇAS – Eleito com apoio do ex-presidente, de quem foi ministro, Tarcísio de Freitas cultiva uma relação de atritos e aproximações com a base bolsonarista.

Assim como o prefeito Ricardo Nunes (MDB), ele é frequentemente cobrado a se posicionar publicamente em defesa do ex-presidente pelos aliados mais próximos de Bolsonaro.

Mais recentemente, o governador tem sido pressionado por bolsonaristas por interação amistosa com o presidente Lula (PT) durante evento em Santos (SP) e por não ter se manifestado publicamente em defesa do ex-presidente após a operação da Polícia Federal que mirou articulações golpistas no governo do ex-presidente.

NUNES CONFIRMA – Prefeito de São Paulo e candidato à reeleição, Ricardo Nunes (MDB) decidiu comparecer ao ato convocado por Jair Bolsonaro, para o dia 25/2, na Avenida Paulista. A manifestação deverá ser centrada no apoio ao ex-presidente, sem o tom belicoso direcionado ao STF que se fez presente em outras mobilizações bolsonaristas.

Ricardo Nunes terá o apoio do PL, partido de Bolsonaro, na eleição municipal deste ano e decidiu prestigiar o evento em apoio ao ex-presidente, acossado por múltiplos inquéritos relatados pelo ministro Alexandre de Moraes.

O MDB de Ricardo Nunes fez parte da chamada “frente ampla” que elegeu Lula no segundo turno de 2022. E agora faz costura semelhante, atraindo siglas de diferentes vertentes, para tentar reeleger o prefeito de São Paulo.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Com toda certeza, Bolsonaro vai lotar a Avenida Paulista. O país está cada vez mais dividido. Quanto mais denúncias surgem, mais aumenta a polarização. E isso tão cedo não acaba. (C.N.)

 

Na Quarta-Feira de Cinzas do Supremo, o preço da liberdade é essa desconfiança

Tribuna da Internet | Datafolha reforça a ação do Congresso para tirar  “superpoderes” do Supremo

Charge do Tacho (Jornal NH)

Marcus André Melo
Folha

Dois eventos apontam para um recrudescimento de patologias institucionais do STF que muitos esperavam se atenuar. Sobretudo, considerando que reformas regimentais recentes para conter os danos causados pelo ativismo sinalizavam a conscientização do problema.

Refiro-me às decisões de Dias Toffoli anulando multas bilionárias de grandes empresas. Trata-se de exemplo eloquente do ativismo processual que Diego Werneck critica em livro recente “O Supremo entre o direito e a política”. Sua conclusão que “o preço da liberdade do Supremo é a eterna desconfiança pública quanto à formação de sua pauta” não podia ser mais acertada.

ARBITRÁRIO E ILEGÍTIMO – O aumento do escopo de atuação individual dos juízes mina de maneira clara a legitimidade da corte. O caso é particularmente relevante em um contexto em que o Supremo tem que lidar com uma agenda explosiva envolvendo o alto escalão do governo anterior e o ex-presidente. A última coisa que a instituição precisaria numa conjuntura desse tipo seriam decisões dessa natureza.

Se o STF, através de decisões monocráticas de seus juízes, pode decidir virtualmente sobre qualquer tema e a qualquer momento, o tribunal será visto pela sociedade como arbitrário e ilegítimo. As decisões são cada vez mais interrogadas por suas motivações individuais, políticas, estratégicas.

O impacto deste tipo de comportamento não incide apenas sobre a comunidade jurídica, que tem demonstrado grande preocupação (excluo aqui as partes interessadas, que o aplaudem), mas, sobretudo, na opinião pública. E ela é crucial, como estudos empíricos demonstram.

CRISES JUDICIAIS – Há expressiva correlação negativa na América Latina entre ataques às cortes supremas (impedimento de juízes, CPIs, intervenções etc.) e a avaliação de que desfrutam junto à opinião pública. Veja-se, por exemplo, “Public Support and Judicial Crises in Latin America” (apoio público e crises judiciais na América Latina), de Gretchen Helmke, que examinou 472 casos de ataques às cortes supremas em países da região (que examinei aqui).

Em situações normais, a opinião pública influencia indiretamente as decisões dos tribunais superiores. É o que concluem Lee Epstein e Andrew Martin, em trabalho clássico sobre 6.000 casos de confirmação ou reversão de sentenças de cortes inferiores por cinco décadas nos EUA. O estudo refere-se a uma “pauta normal”, e não hiperpolarizada e de alta voltagem, como a atual. Na atual, o déficit de legitimidade dos tribunais é inédito e pode ter vastas consequências.

Aqui no Brasil, há um problema de ação coletiva envolvendo os ministros que maximizam seus interesses individuais, ignorando os impactos institucionais coletivos. Ao carnaval de decisões individuais, sobrevém uma Quarta-Feira de Cinzas institucional.

É impressionante a cegueira intelectual quando o assunto a debater é “civilização”

Europa recebeu 1 milhão de imigrantes da África Subsaariana desde 2010 -  22/03/2018 - Mundo - Folha

Milhares de migrantes morrem afogados durante a travessia

Luiz Felipe Pondé
Folha

Você acha que existe uma coisa chamada “civilização”? E mais, “civilização ocidental”, que deve ser defendida dos ataques de refugiados e imigrantes ilegais? Esse é um debate tipicamente europeu. A Europa tem um problema insolúvel no horizonte: o que fazer com os “sem papéis”, como se chama na França os ilegais —esta última expressão caiu em desgraça. “Não existe gente ilegal!”, gritam pelas ruas.

A maioria dos intelectuais europeus adere à tese segundo a qual não existe civilização “nativa”. Talvez entre aborígenes ou povos de etnia africana possa se usar a expressão, mas, melhor mesmo é “cultura”, que, por sua vez, não deixa de patinar semanticamente.

MISCIGENAÇÃO – De fato, se olharmos a história, veremos que os povos sempre se misturaram. Esse é o argumento da professora de história antiga da Universidade de Oxford, Josephine Quinn, em ensaio recém-publicado no jornal britânico Financial Times.

Vale lembrar, a favor de Quinn, que o Homo sapiens é uma espécie promíscua, ainda que o compliance tente acabar com esse comportamento inadequado com as palmas dos neopuritanos da esquerda cultural.

Segundo a historiadora, a palavra “civilização” começa a circular na Europa do século 19 prioritariamente para justificar o imperialismo europeu —”somos os mais civilizados, logo, os melhores!”.

JUSTIFICAR OPRESSÃO – De lá para cá, o termo acabou ganhando ares de conceito histórico, sociológico e político, quando, na verdade, é só uma palavra inventada para justificar opressão sobre não europeus.

Daí, a palavra acabou por virar clichê na boca dos europeus contra a presença da alta imigração africana ou islâmica das últimas décadas.

A professora de Oxford aponta para o engodo que é falar em “civilização greco-romana”, quando nem eles se viam como um bloco homogêneo, étnico ou cultural. Assim como o politeísmo aceita qualquer deus, também esses antigos pagãos chiques, tomados como o berço da “civilização ocidental”, aceitavam todo mundo, nem sempre com amor — eram grandes escravocratas. Quinn afirma que, para esses povos antigos, a vida social era feita de encontros culturais, como ela mesma diz, nem sempre pacíficos.

Para quem conhece um pouco de epistemologia —teoria das ciências— está claro que Quinn pratica a conhecida desconstrução —mostrando a ausência de solidez em coisas que muita gente acha seguro pensar e crer—, com o objetivo de combater preconceitos, racismos e xenofobia numa Europa em que grande parte da população está de saco cheio dos refugiados e do número sempre crescente de imigrantes.

RADICALIZAÇÃO – “Os de saco cheio” temem que seus países sejam engolidos por “essa gente” e acabam votando em gente perigosa.

Segundo o sociólogo do Québec, no Canadá, que vive em Paris, Mathieu Bock-Coté, colunista do jornal francês Le Figaro, o equívoco clássico na abordagem de intelectuais como Quinn é tomar suas explicações complexas —que ninguém duvida, em sã consciência, que sejam verdadeiras historicamente— pela realidade concreta das pessoas. Erro típico de intelectual, aliás.

O que importa para um agricultor francês —que anda bem irritado com a “ecologia punitiva” praticada pelos burocratas de Bruxelas— ou para um pequeno comerciante de uma pequena vila francesa ou para o médico de família da região ou para o pároco de província, todos cujas famílias e negócios vêm de três ou quatro gerações, com seus hábitos, casamentos, festas coletivas tradicionais, enterros e lutos, suas crenças religiosas, se o conceito de “civilização” é uma construção imperialista do século 19 ou se romanos e gregos não se viam como uma civilização pura e xenófoba? Resposta: absolutamente nada.

LUTO POR UM FILHO – É como querer consolar o choro do luto por um filho dizendo que, afinal, somos todos poeira de estrela. É impressionante a cegueira dos intelectuais de carreira das universidades e dos jornalistas.

Para os que vivem ali há 300 anos, ninguém os convencerá que os conflitos com os “sem papéis”, estranhos aos seus 300 anos de hábitos e costumes, não existem só porque alguém escreveu um doutorado na Sorbonne dizendo que eles estão errados.

No banco dos réus do Supremo, Collor é fenômeno de sobrevivência política

STF condena Fernando Collor a 8 anos e 10 meses de prisão em regime fechado  - Brasil 247

Collor consegue fugir da cadeia antes mesmo de ser preso

José Casado
Veja

O ex-presidente Fernando Collor confirmou no fim de semana de Carnaval que é mesmo um fenômeno de sobrevivência política no banco dos réus do Supremo Tribunal Federal. Ganhou mais 90 dias longe da prisão, no mínimo. É fato relevante para alguém que o Supremo condenou por corrupção a oito anos e dez meses de cadeia, o equivalente a 3.220 dias de cárcere.

A sentença é de maio do ano passado. Collor recorreu, alegou omissões, contradições e erros do tribunal no cálculo da pena. Pediu para ser reduzida a quatro anos, ou 1.460 dias de prisão.

PEDIDO DE VISTA – Com a requisição de Toffoli para análise, o ex-presidente ganhou fôlego até maio. Três meses é o prazo estabelecido no regimento do STF para que um juiz examine e devolva o processo. 

O julgamento havia começado com o voto de Alexandre de Moraes pela rejeição do recurso e manutenção da sentença. Collor foi condenado por crimes cometidos no mandato de senador, entre 2009 e 2014, quando Lula e Dilma Rousseff o reconheceram como aliado de ocasião no Senado.

Em troca de apoio parlamentar, deram-lhe uma fatia da direção do grupo Petrobras, com poder de decisão sobre contratos de construção de bases de distribuição de combustível na Baixada Fluminense e em áreas remotas da Amazônia.

EXCESSO DE PROVAS – O processo contém excesso de provas, decisivas para a sentença. Foram rastreadas 369 operações de lavagem de dinheiro em contas bancárias pessoais e empresariais. Ficou comprovado que o ex-presidente, quando senador, recebeu 20 milhões de reais (atualmente, 40,2 milhões) no espaço de 36 meses em subornos para facilitar negócios obscuros de empreiteiros com o grupo Petrobras.

Existiam indícios de corrupção em escala mais ampla, com trânsito de dinheiro por casas bancárias de Hong Kong, por exemplo. No entanto, a investigação ficou restrita à praça financeira nacional.

Collor é um político sobrevivente no banco dos réus do STF há 31 anos. Em 1989 venceu Lula, na primeira eleição com voto direto para presidente desde a ditadura. Foi deposto por impeachment, declarado inelegível e acusado de corrupção pelo Congresso em 1992. O STF arquivou o caso da usina de negociatas durante o breve governo (1990-1992).

CRIMES PRESCRITOS – Na virada do milênio, um outro processo por falcatruas em contratos públicos começou a tramitar no Supremo. Só foi a julgamento em 2014, quando ele era senador pelo PTB, com direito a foro privilegiado. Os juízes constataram que os crimes estavam prescritos, sem chance de punição efetiva.

Nessa época, ele já estava sob investigação por corrupção na Petrobras. Quase uma década depois, em maio do ano passado, recebeu a sentença de oito anos e dez meses de prisão, agora contestada.

Collor é prova eloquente da vitalidade dos arranjos reinventados a cada ciclo eleitoral para perpetuação da rede de interesses políticos na partilha privada de bens públicos. Foi revigorado nas últimas duas décadas a partir da opção preferencial de Lula e Dilma pela gerência do atraso como tática de “governabilidade”. O Judiciário fez o restante.

MUITAS IMPLICAÇÕES – Mandá-lo à prisão tem múltiplas implicações. De novo, o Supremo enfrenta o dilema sobre o que fazer com um ex-presidente condenado à prisão.

No caso de Lula, falhas técnicas nos processos ampararam a anulação das acusações, com a consequente reabilitação política dando-lhe a chance de conquistar o terceiro mandato presidencial.

Nesse novo caso Collor, a decisão do Supremo poderá orientar o rumo dos processos contra outro ex-presidente encrencado – Jair Bolsonaro.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Pessoalmente, não vejo motivo para prender Collor. Como se sabe, Lula, Dirceu, Palocci, Vaccari, Maluf, Cabral, Temer, Cunha, Genoino e tantos mais estão soltos. Qual a diferença deles para Collor? (C.N.)

Proposta feita pelo vice do PL pode levar à punição dele e do seu partido

Delegados de SP repudiam Vai-Vai após PMs serem retratados como demônios e  emitem nota contra escola de samba - GLP4.com

Com chifres e asinhas, PMs da Vai Vai fizeram sucesso

José Casado
Veja

Vice-presidente do Partido Liberal, o deputado federal paulista José Augusto Rosa, que se identifica como capitão, escreveu ao governador Tarcísio de Freitas e ao prefeito Ricardo Nunes: “Proponho que a escola de samba Vai-Vai seja proibida de receber qualquer forma de recurso público no próximo ano fiscal, como forma de sanção pela conduta irresponsável e ofensiva demonstrada.”

A Vai-Vai levou à avenida o enredo “Capítulo 4, versículo 3 – Da Rua e do Povo, o Hip Hop: Um Manifesto Paulistano”, com uma ala de pessoas fantasiadas de policiais miliares do batalhão de choque. Usavam chifres e asas vermelho-alaranjadas — e o deputado, um ex-PM, não gostou. É direito dele.

FICÇÃO DE CARNAVAL – Seria apenas um episódio de mau-humor político, se o vice-presidente do Partido Liberal comandado por Valdemar Costa Neto, e que abriga Jair Bolsonaro, não tivesse formalizado a proposta de censura e punição a uma organização subsidiada pelo Estado por causa de uma ficção de carnaval.

Se adotado na vida real o método repressivo do capitão Rosa para a ficção de Carnaval, a primeira vítima poderia ser o seu partido por conspiração para golpe de estado.

O Partido Liberal usou a estrutura e os recursos recebidos de fundos públicos (partidário e eleitoral) para apoiar a trama golpista liderada por Bolsonaro — informam o Supremo Tribunal Federal, a Procuradoria-Geral da República e a Polícia Federal.

UM CERTO CAPITÃO… – Por lógica e coerência, talvez fosse conveniente ao deputado subscrever o pedido dos adversários do Partido dos Trabalhadores à procuradoria para investigar e punir dirigentes do PL — consta um certo capitão Rosa entre eles — por eventual participação em crimes contra o Estado e a Constituição, aquela que todos os parlamentares juraram defender.

O PT pediu, também, sanção adicional: a cassação do registro do Partido Liberal do capitão Rosa, Valdemar Costa Neto e Jair Bolsonaro. Torce para que aconteça, se possível, ainda nesta temporada de eleições municipais.