Lula troca ministros com humilhante processo de fritura e desconsideração

A imagem mostra um homem de cabelo grisalho e barba, vestindo um terno escuro, de costas, e uma mulher com cabelo escuro e liso, usando uma blusa cinza, olhando para a câmera. Ela segura pastas coloridas. Ao fundo, há uma bandeira do Brasil.

Nísia Trindade foi humilhada implacavelmente por Lula

Elio Gaspari
O Globo

Lula troca alguns de seus ministros num humilhante processo de fritura pública que desqualifica o próprio governo. Em setembro de 2023, sem uma só palavra de agradecimento, ele demitiu a atleta Ana Moser do Ministério do Esporte, colocando no seu lugar o deputado André Fufuca (PP-MA). Tratava-se de trocar competência na equipe por votos do centrão na Câmara.

Numa operação semelhante, em 1996, o presidente Fernando Henrique Cardoso viu-se obrigado a dispensar a ministra Dorothea Werneck, da Indústria e Comércio. Visitou-a, comoveu-se e registrou em seu diário: “Fui ficando com raiva de mim mesmo”. O cavalheirismo foi uma das marcas da Presidência de FHC.

PIMENTA NA FRITURA – Depois da dispensa de Ana Moser, a descortesia mudou de patamar. Em janeiro passado, Lula trocou o ministro da Secretaria de Comunicação, Paulo Pimenta, submetendo-o a um processo de fritura pública, desqualificando seu trabalho. Como Pimenta é um velho companheiro do PT, seria um tipo especial de jogo jogado.

Num novo lance, fritou a ministra Nísia Trindade. Há mais de uma semana ela dava expediente enquanto circulavam rumores de que seria substituída pelo colega Alexandre Padilha.

 Há dias, em Itaguaí, Lula disse que “de vez em quando, a gente erra, mas na maioria dos casos a gente escolhe um ministro de qualidade”. A gente quem, cara pálida? Quem escolhe os ministros é o presidente da República.

POSTURA INDIGNA – Esse tipo de tratamento para os ministros que serão dispensados ofende também os que permanecem e inibe eventuais postulantes. Chegar ao ministério pode ser uma ambição de pessoas qualificadas, mas o risco de uma dispensa humilhante não vale a pena ser corrido. Para um candidato desqualificado, tanto faz, pois seus interesses são outros.

Há algo imperial nos maus modos de Lula. Na segunda-feira, ele revelou que, numa conversa com um presidente da Petrobras, soube que a empresa pretendia comprar uma sonda coreana e disse-lhe: “Não vai comprar. Se você comprar, a mesma caneta que te colocou na presidência vai te tirar da presidência. Nós vamos fazer aqui”.

Lula não revelou quando ocorreu esse diálogo, mas falava de corda em palácio de enforcado. A construção de sondas para explorar petróleo gerou a Sete Brasil, empresa que faliu em novembro passado, deixando um espeto de R$ 36 bilhões e recordações de uma tenebrosa caixinha revelada na colaboração do ex-ministro Antonio Palocci, designado para administrá-la.

EXIGE ETIQUETA – A postura imperial de Lula espelha a conduta de dois presidentes excêntricos: João Figueiredo (1979-1985) e Jair Bolsonaro (2019-2022).

Dispensar ministro é coisa que exige alguma etiqueta dos presidentes e de suas vítimas. Lula tem sido brindado com a elegância dos colaboradores que demitiu. Nenhum deles saiu atirando.

Em 1953, Getúlio Vargas demitiu por telegrama o ministro da Educação, Ernesto Simões Filho, que estava na Europa. O governo começava a ir mal das pernas e Simões recusou-se a reclamar, com uma frase que vale tanto para quem sai como para quem tira: “Perdi a pasta, mas não perdi a educação”.

Na praça, um domingo que não existe mais, para o poeta Mauro Mota

Tribuna da Internet | Category | Paulo Peres | Page 7Paulo Peres
Poemas & Canções

O advogado, jornalista, professor, memorialista, cronista, ensaísta e poeta pernambucano Mauro Ramos da Mota e Albuquerque (1911-1984) , membro da Academia Brasileira de Letras, tenta festejar na praça um domingo que não existe mais.  

DOMINGO NA PRAÇA
Mauro Mota

Na praça, este domingo
não é de hoje: é antigo.

O banco, o lago, a relva
para onde é que me levam?
Ai, dezembro de acácias,
esta praça não passa.

E essa gente depressa
(a moça e a bicicleta)
passa para deixar-se
um pouco nesta tarde.

Ai, dezembro de acácias,
este cheiro, esta música…
Sou, domingo na praça,
um momento o que fui.

Câmara dos EUA inclui na sua pauta o projeto contra Alexandre de Moraes

O ministro totalitário

Deputada Maria Salazar aponta irregularidades de Moraes

Deu no Poder360

A Câmara dos Deputados dos EUA incluiu na pauta do Comitê Judiciário o projeto de lei “No Censors on Our Shores Act”, que visa impor restrições a estrangeiros que atentem contra a liberdade de expressão em solo americano.

A proposta foi apresentada em setembro de 2023 pelos deputados Darrell Issa (Califórnia) e María Elvira Salazar (Flórida), ambos do Partido Republicano do presidente Donald Trump.

O projeto prevê a declaração de inadmissibilidade e eventual deportação de indivíduos identificados como responsáveis por censura a cidadãos dos Estados Unidos. A medida ganhou força no Brasil após a suspensão da rede social X/Twitter por decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, que ordenou a derrubada de perfis na plataforma.

DECISÃO JUDICIAL – No caso Rumble/Trump, a Justiça dos Estados Unidos decidiu nesta terça-feira (dia 25) que o Rumble e a TMTG (Trump Media & Technology Group) não são obrigados a seguir as ordens de Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal.

A juíza Mary S. Scriven entendeu que as decisões do ministro brasileiro não se aplicariam nos Estados Unidos. A juíza afirmou que “não há qualquer evidência de que o governo brasileiro, o governo dos Estados Unidos ou qualquer outra entidade relevante tenha tentado fazer cumprir as ordens emitidas por Moraes” nos EUA.

ORDEM DE MORAES – O Rumble está suspenso no Brasil por determinação de Moraes, depois que a empresa descumpriu ordens judiciais. A plataforma de vídeos e o grupo de midia de Trump entraram com uma ação na Justiça norte-americana para impedir os efeitos da determinação e acusaram de censura o magistrado  brasileiro.

Na resposta do Tribunal dos EUA, Scriven cita a Convenção de Haia e um tratado de assistência jurídica mútua firmado entre os Estados Unidos e o Brasil.

Segundo a juíza, os acordos exigem uma notificação específica para terem validade em outro país. Ela afirma que não tem conhecimento de tal ação, e que, por isso, nega que a determinação de Moraes se aplique nos Estados Unidos.

ÚNICA HIPÓTESE – Por fim, a juíza Scriven avaliou que o Tribunal analisaria a ação caso a Justiça brasileira quisesse aplicar as determinações do Supremo em território norte-americano sem seguir as convenções adequadas.

“Caso alguma entidade ou indivíduo tente fazer cumprir essas diretrizes nos EUA sem obedecer às leis e tratados aplicáveis, o Tribunal está pronto para exercer sua jurisdição para determinar se as determinações ou ordens são exequíveis sob a legislação dos EUA”, escreveu.

A Convenção de Haia determina que para notificar uma pessoa ou empresa é necessário ter uma comunicação formal e direta.

NORMAS DE HAIA – Quando a notificação é do sistema de Justiça de um país para uma pessoa ou empresa de outra nação, é preciso acionar o Ministério da Justiça. Este, por sua vez, acionará a contraparte no país do acusado para que, por meio de uma carta rogatória, seja formalmente notificado.

O ministro Alexandre de Moraes determinou a suspensão do Rumble no Brasil depois que a plataforma não cumpriu decisões judiciais.

São elas: a remoção dos perfis do jornalista Allan dos Santos na rede social; o bloqueio dos repasses financeiros recebidos por ele por meio de publicidade; a inscrição de apoiadores e doações na plataforma; e a indicação e comprovação de um representante legal da empresa no Brasil.

BLOQUEIO DE CONTAS – A rede social, que voltou a funcionar no Brasil em 8 de fevereiro, foi intimada pelo ministro a bloquear as contas do blogueiro.

Na ocasião, os advogados da empresa responderam que não tinham poderes legais para serem intimados em nome do Rumble Brasil e renunciaram. Moraes, então, pediu que a empresa de origem canadense indicasse um representante legal no Brasil.

No despacho, o ministro que essa figura é uma exigência para uma companhia com sede no exterior atuar no Brasil. Argumentou também que o Marco Civil da Internet estabelece que uma plataforma pode ser responsabilizada pelos danos causados pelo conteúdo de seus usuários, caso decisões judiciais pessoais não sejam cumpridas.

ALLAN DO SANTOS – Em outubro de 2021, o ministro havia, dentre outras medidas, determinado o bloqueio dos perfis de Allan dos Santos em diversas redes sociais, incluindo o Rumble.

O jornalista, no entanto, criou outros perfis, os quais Moraes continuou a determinar o bloqueio.

Argumentava que as novas contas seriam uma “estratégia” para driblar decisões anteriores, já que o teor das publicações era o mesmo.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOGOs Estados Unidos classificam Allan dos Santos como “perseguido político” e não é considerado imigrante ilegal. A perseguição movida por Moraes funciona como um green card para Allan dos Santos, que está a salvo da Interpol, e pode morar para sempre nos EUA. E hoje a Câmara americana vota(C.N.)

Lembrem que sociedade aberta é aquela que respeita as ideologias

From bashing Zelensky to lobbying senators, Vance settles in as Trump's No.  2 | CNN Politics

Vance defende a sociedade aberta e a tolerância ideológica

Fernando Schuler
Veja

“J.D. Vance fez um discurso inusitado na Conferência de Segurança europeia, em Munique. Plateia repleta de líderes do continente, grande expectativa, esperava-se que ele falasse de Putin, da guerra, mas Vance não se abalou: “O problema de vocês não são as ameaças que vêm da Rússia nem a China, mas o perigo que vem de dentro”, disse. E completou: “O recuo da Europa em seus valores mais fundamentais, que são os mesmos dos Estados Unidos”.

Generosidade dele. Os valores europeus nunca foram os mesmos que os da formação americana. A inspiração que veio de Locke, Milton e do liberalismo inglês, que andava na cabeça dos fundadores da América, sempre foi um recorte muito específico da tradição europeia.

PRIMEIRA EMENDA – O Velho Continente nunca teve nada semelhante à Primeira Emenda, garantindo a liberdade de expressão. E vem daí a raiva provocada pela fala de Vance. Na prática, ele deu um sermão na liderança europeia com base em deuses ou, ao menos, em credos não tão comuns assim.
Vance fez nove acusações. Quatro dizem respeito à agenda woke. Coisas como a prisão de Adam Smith-Connor, um fisioterapeuta condenado por rezar perto de uma clínica de aborto, na Inglaterra. Outras têm a ver com a censura e a intolerância política.

Tudo bem representado, na visão de Vance, pelos firewalls, na prática de isolar a direita no jogo político.

DIREITA ILEGÍTIMA – A lógica que foi se tornando comum, nos anos recentes, segundo a qual há uma “extrema direita” ilegítima e que, como tal, não deve ser admitida na democracia. O conceito é elástico e pode incluir Trump, um libertário como Milei, um partido direitista como a Alternativa para a Alemanha (AfD) ou o tradicionalismo francês de Marine Le Pen.

Diria que qualquer um que Anne Apple­baum e alguns colunistas do Times resolvam chamar de “autocratas” é candidato à lista. A eleição de Trump criou um problema para essa turma, visto ser ridículo tratar um presidente eleito com maioria sólida no Congresso como uma espécie de marginal.
O fato mais grave citado por Vance diz respeito ao cancelamento das eleições presidenciais na Romênia em dezembro.

DINHEIRO RUSSO – Calin Georgescu, engenheiro agrícola de “extrema direita”, ganhou as eleições e a Corte Constitucional mandou fazer novas eleições.

O motivo: suspeitas de dinheiro russo impulsionando contas do TikTok em apoio a Georgescu. Causando “desordem informacional” na cabeça do “eleitor ordinário”, para dar um toque brasileiro ao problema.

Se a moda pegar, a cada vez que o povo votar errado basta a Suprema Corte anular as eleições e fazer a turma votar de novo. Vance foi direto: “Se você foge assustado de seus próprios eleitores, nem os EUA podem salvá-lo”.

SOCIEDADES ABERTAS – Vance fez em seu discurso uma forte defesa de um velho conceito nascido no coração da Europa: a ideia das sociedades abertas. O conceito foi usado por Karl Popper em seu livro escrito sob o trauma da Segunda Guerra.

Ele diz, em essência, que nosso destino, como sociedade, é aprendermos a viver junto com pessoas que divergem fundamentalmente de nós. De nossos valores, da maneira como enxergamos a vida, das relações entre homens e mulheres e do destino humano.

Daí a frase de Vance sobre respeitar os direitos de nossos “oponentes”, em vez de colocá-los na cadeia, “seja o líder da oposição, seja um cristão rezando ou um jornalista tentando relatar as notícias”. E aqui é preciso ser claro: Vance tem razão.

CONVIVÊNCIA DE CONTRÁRIOS – E as razões de Vance vêm do fundo do próprio aprendizado europeu. Da renúncia a mandar os hereges para a fogueira, contrarrevolucionários para a guilhotina ou judeus para campos de concentração.
A ideia das sociedades abertas foi a pedra de toque das democracias liberais à época da Guerra Fria e depois da queda do Muro de Berlim. Época que o pensador conservador N.S. Lyons bem chamou de “longo século XX”, marcada pelo “é proibido proibir”, de maio de 68, e pelo otimismo liberal de Fukuyama, bem depois, com seu “fim da história”.

De alguns anos para cá, essas coisas mudaram. Da celebração da liberdade, fomos mergulhando na era do “controle”.

DESMORONAMENTO – Lyons e muitos conservadores culpam a própria ideia das sociedades abertas pelo desmoronamento. Nossa civilização teria cedido a uma ideia empobrecida da política como técnica. A noção do Estado fundado em procedimentos “neutros” feitos de “processos burocráticos, decisões judiciais e comissões tecnocráticas”.

A visão é caricatural, mas faz sentido: instituições sem “alma”, destituídas de base de valores, acreditando na ingênua ideia de neutralidade do Estado diante da diversidade de visões de mundo.
Lyons está errado. E arrisco dizer que a velha ideia de Popper nunca foi tão necessária. Digo mais: os males de nossa civilização provêm exatamente da traição aos valores das sociedades abertas, e não o contrário.

NOVA IDEOLOGIA – Mesmo sendo um conservador, foi exatamente isso o que disse Vance. O que aconteceu, nas últimas duas décadas, foi o lento processo de captura do Estado por um novo tipo de ideologia.

Quando uma Corte Constitucional diz que esse ou aquele grupo não é legítimo para ganhar uma eleição, que certos tipos de opinião são inaceitáveis no debate público, o sinal é claro: a premissa da neutralidade das instituições foi atirada pela janela.

Quando a educação pública se subordina a premissas dadas pelos movimentos identitários, temos o mesmo fenômeno. E, por óbvio, quando chegamos ao ponto de o sujeito ser preso por rezar em silêncio, há muito se cruzou uma fronteira.
ÚNICA SAÍDA – Não deixa de ser curioso que Vance, ele mesmo um conservador, tenha feito um discurso em defesa das sociedades abertas. E o fez por uma simples razão: porque não há outra saída.

Se Vance reivindica o direito de Smith-­Connor rezar perto daquela clínica, no Reino Unido, terá de aceitar que uma ativista feminista defenda o direito ao aborto em alguma outra calçada. Isso vale para católicos, protestantes e para toda sorte de predileções.

Dias atrás li sobre o 4B, uma nova seita de mulheres que não quer conversa com o sexo masculino. E há quem viva imitando cães e tartarugas por aí.

RÉGUA ÉTICA – O que nenhum desses agrupamentos está autorizado a fazer é converter sua moralidade privada na régua ética para a sociedade. É esse o ensinamento singelo de Popper. Isso pode irritar a esquerda, seduzida pela cultura woke. E a um certo conservadorismo que parece sonhar em fazer o mesmo a partir dos “valores tradicionais”.

Mas a verdade é que a ideia liberal vem do fundo da própria tradição europeia. Do aprendizado com as guerras de religião, que fez Locke escrever suas cartas sobre a tolerância; do horror com o fanatismo religioso, que fez Voltaire dobrar a Justiça francesa, no caso Jean Calas; da reação à injustiça movida pelo ódio político e racial, que fez Zola escrever seu “J’Accuse…!”.

Tudo isso pertence à Europa. Mas é também a nossa herança. Nossa melhor herança, da qual não deveríamos abrir mão.”

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Importantíssimo artigo, enviado por Mário Assis Causanilhas. Com toda certeza, a única saída está no fortalecimento das sociedades abertas, como defendemos também aqui na Tribuna, com respeito a todas as ideologias e correntes sociais e religiosas. (C.N.)

Substituição de Nísia Andrade torna-se novo episódio de desgaste para Lula

Nísia busca apoio do PT para evitar demissão da pasta

Pedro do Coutto

A substituição da ministra Nísia Trindade no Ministério da Saúde transformou-se num episódio de desgaste para o presidente Lula da Silva. Anunciada no final da semana que passou, a movimentação sobre o cargo refletiu-se num processo de mais uma preocupação para o Planalto.

Com sua demissão dada como certa por aliados do presidente Lula, a ministra acenou politicamente no último sábado. Mesmo alvo de frituras, Nísia compareceu ao ato de aniversário de 45 anos do PT, partido do qual não é filiada. Por ser uma pasta estratégica, o ministério sempre foi alvo de desejo dos partidos, enquanto a ministra sempre representou uma indicação técnica e não política.

AGENDA – Foi o segundo dia consecutivo de Nísia próxima ao PT, já que no dia anterior, ela participou de agenda em Maringá (PR) ao lado do deputado federal Zeca Dirceu.

Na ocasião, em entrevista à afiliada da rádio CBN, ela negou sua saída. O ato da ministra Nísia Trindade, que surpreendentemente buscou apoio junto ao PT para permanecer no cargo, tornou ainda mais delicada a sua substituição pelo senador Alexandre Padilha, contribuindo para mais uma fator de desequilíbrio para Lula na medida em que deixa claro a resistência em torno de uma possível manutenção do quadro que vem acentuar que as iniciativas do presidente da República compreendidas na realidade podem não se efetivar se a maioria da legenda não desejar.

Não é só uma questão de maioria, mas de uma parcela de poder do partido capaz de barrar a nomeação de um ministério. O fato demonstra que Lula é prisioneiro de seu próprio esquema partidário, já que colocou Nísia Andrade no cargo e agora encontra dificuldade de substituí-la.

Deputado americano é usado para atacar Moraes e defender Bolsonaro

Republican Congressman Faces Backlash at Town Hall Furious at Trump | The  New Republic

O deputado Rich McCormick aceitou fazer esse papel

Paulo Cappelli
Metrópoles

O deputado norte-americano Rich McCormick (Republicano) pediu a Donald Trump, seu colega de partido, que imponha sanções econômicas a Alexandre de Moraes. O congressista formalizou a solicitação em uma carta enviada ao presidente dos Estados Unidos. Nela, o parlamentar argumenta que o ministro do STF buscaria condenar Bolsonaro para “esmagar a oposição” no Brasil.

A carta foi dirigida ao presidente Trump e também ao conselheiro de Segurança Nacional Mike Waltz, dizendo que “na semana passada, o ex-presidente Jair Bolsonaro foi indiciado no Brasil, em uma tentativa flagrante do regime brasileiro de afastar o principal candidato para a eleição do ano que vem”.

GUERRA JURÍDICA – “A acusação do ex-presidente Jair Bolsonaro não é sobre justiça — é sobre eliminar a competição política por meio de guerra jurídica judicial, assim como o presidente Trump foi alvo antes de fazer o maior retorno político da história”, diz o deputado, acrescentando:

“O juiz da Suprema Corte brasileira Alexandre de Moraes transformou o judiciário brasileiro em uma arma para esmagar a oposição, proteger o presidente Lula e fraudar a eleição de 2026 antes que um único voto seja lançado. Suas ações são um ataque direto à democracia, à liberdade de expressão e ao estado de direito, e respeitosamente solicitamos que você tome medidas para garantir que o Brasil celebre uma eleição livre e justa em 2026.”

SOBRE MORAES – Prosseguiu o deputado na carta enviada a Trump: “Moraes não é apenas um problema para o Brasil — ele é uma ameaça crescente para os Estados Unidos. Ele já tentou censurar empresas dos EUA, suprimir a liberdade de expressão e minar a soberania digital americana. Seu ataque a plataformas como X e Rumble levou a processos judiciais da Trump Media, expondo seu flagrante desrespeito à lei dos EUA e às proteções da Primeira Emenda da nossa Constituição”.

E prossegue: “Em resposta ao processo, Moraes retaliou banindo todos os vídeos do Truth Social em todo o país, impondo pesadas multas ao X de Elon Musk (que anteriormente sofreu multas semelhantes e uma proibição geral), impondo uma proibição geral ao Rumble no Brasil, exigindo que empresas americanas forneçam informações confidenciais de usuários de dissidentes políticos que buscam refúgio nos Estados Unidos e ameaçando um CEO americano com acusações criminais.”

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
A carta não para por aí e segue esculhambando Moraes. Por óbvio, foi escrita pela equipe do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e entregue ao parlamentar americano. Na carta, Bolsonaro aparece como vítima, o que sabemos que não é. Recorrer a deputado estrangeiro nessa situação é um ato vergonhoso. Os problemas brasileiros precisam ser resolvidos pelo Brasil. Mas quem se interessa? (C.N.)

Viagem inútil de Janja e comitiva a Roma custou cerca de R$ 300 mil

O que Janja fez em Roma e quais foram os custos da viagem; entenda - Estadão

Janja foi a Roma para ler um discurso sobre a fome

André Shalders
Estadão

As passagens aéreas de ida e de volta da primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja, a Roma, na Itália, custaram ao contribuinte R$ 34,1 mil. A primeira-dama voou de classe executiva de Brasília à capital italiana em 9 de fevereiro e retornou dia 13 de fevereiro, num voo direto para São Paulo.

Procurada, a Secretaria de Comunicação Social da Presidência (Secom) disse que Janja foi convidada a participar do evento pelo Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrário (Fida), como colaboradora do Ministério do Desenvolvimento Social (MDS).

DE PENETRA… – Atualmente, a emissão de passagens é regulamentada por um decreto de janeiro de 2022, editado ainda no governo Jair Bolsonaro (PL). A classe executiva está liberada apenas em voos com mais de sete horas e só para ministros de Estado ou pessoas com os cargos comissionados mais altos – ou, ainda, para quem os represente.

Não é o caso de Janja, que não possui cargo formal na estrutura do Poder Executivo. Em viagens anteriores, a Secom disse que a “legislação vigente” autoriza a primeira-dama a usar a classe executiva.

Na capital italiana, Janja participou de eventos da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza e se encontrou com o Papa Francisco. Ao todo, o grupo que foi a Roma somou 12 pessoas e consumiu ao menos R$ 292,3 mil em passagens e diárias – alguns valores ainda não são conhecidos.

EM ETAPAS – A primeira-dama embarcou em Brasília às 18h10 num Airbus A330 Neo da TAP, e chegou à capital portuguesa, Lisboa, às 6h da manhã do dia 10 de fevereiro. Às 11h45, pegou outro voo da TAP, chegando ao aeroporto de Fiumicino em Roma às 15h50.

Uma vez em Roma, Janja hospedou-se na Residência Oficial do Brasil, no número 14 da Piazza Navona, no Centro da cidade. A residência fica no Palazzo Pamphilj, um palácio barroco construído em 1650 pelo arquiteto Girolamo Rainaldi.

Na volta, Janja pegou um voo direto de 12h e 4 minutos, de Fiumicino para o aeroporto internacional de Guarulhos (SP). A primeira-dama viajou no assento 10 L, na janela, na classe premium business, equivalente à executiva.

EM CIMA DA HORA – Pode ter contribuído para o alto preço da passagem de Janja a falta de antecedência na compra: a reserva da viagem foi feita no dia 31 de janeiro, só dez dias antes do voo de ida. A compra foi solicitada pelo ministério de Wellington Dias, à agência de turismo Voetur.

O valor gasto na passagem da primeira-dama é compatível com um bilhete Brasília-Roma-Brasília comprado em cima da hora.

O voo de ida foi operado pela TAP, de Portugal, e o voo de volta, pela Latam. O Painel de Viagens do Ministério do Planejamento não traz ainda informações sobre eventuais diárias pagas a Janja – a Secom disse que informações sobre custos devem ser buscadas com o MDS.

A COMITIVA – O grupo que esteve em Roma é formado pela secretária de Assuntos Internacionais da Fazenda, Tatiana Rosito; uma servidora da Fazenda; três assessores de Wellington Dias e quatro nomes da Presidência da República – três dos quais são integrantes do “gabinete informal” de Janja, revelado pelo Estadão.

O maior valor em diárias foi pago à servidora Raquel Porto Mendes Ribeiro, do Ministério da Fazenda: R$ 17,8 mil. Ao todo, ela recebeu oito diárias, para participar de vários eventos do Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola. Um deles foi a reunião do Conselho de Governadores do Fida, na qual Wellington Dias e Janja discursaram. Durante o encontro, Dias foi eleito presidente mundial do Conselho da Aliança Global.

Na reunião deste ano do Conselho de Governadores do Fida, as autoridades presentes discutiram formas de implementar os compromissos da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, grupo multilateral lançado na reunião do G-20 no Rio de Janeiro, no fim do ano passado.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG –
O Planalto alegou que Janja viajou “a convite do Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrário”, mas isso é “menas verdade”, como Lula falava antigamente. Quem a convidou foi o ministro Wellington Dias, que ia ser demitido e teve essa ideia genial. Agora, eu aposto que ele não será mais demitido. (C.N.)

Tarcísio nega candidatura, porque assim se protege e continua viável

Tarcísio sai em defesa de Bolsonaro: “Estamos juntos, presidente”

Tarcísio é grato a Bolsonaro e espera o momento adequado

Pedro Augusto Figueiredo
Estadão

O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) tem se irritado com notícias de que ele aceita ser candidato a presidente da República em 2026, mas aliados avaliam que este cenário é cada vez mais provável diante da piora da avaliação do governo Lula (PT) e o bom desempenho do chefe do Executivo paulista nas pesquisas eleitorais.

A ressalva é que Tarcísio somente consideraria trocar uma reeleição praticamente garantida em São Paulo por uma aventura presidencial se for convocado por Jair Bolsonaro (PL) para substituí-lo nas urnas.

DIZ TARCÍSIO – O governador nega que será candidato a presidente. “Eu não sou candidato. Tem muita gente falando por mim. Ninguém fala por mim. Ninguém está autorizado. Meu único foco é São Paulo”, disse Tarcísio ao Estadão.

Ele afirma que disputará a reeleição, mesmo sabendo que está inelegível por decisão do Tribunal Superior Eleitoral e foi denunciado pela Procuradoria-Geral da República na semana passada como líder da organização criminosa que tentou dar golpe de Estado após ser derrotado na eleição de 2022. Se for condenado, pode pegar até 43 anos de prisão.

Na terça-feira, 18, antes da denúncia da PGR, Tarcísio publicou nas redes sociais que seu candidato é o ex-presidente Bolsonaro. Nos bastidores, o chefe do Executivo paulista repete o que tem dito em público e acrescenta que conhece a estratégia do padrinho político e estará com ele até o final.

PRÉ-CANDIDATO – Bolsonaro continuará a dizer que é pré-candidato ao Palácio do Planalto para não perder força política enquanto tenta evitar uma condenação no Supremo Tribunal Federal (STF) — tática semelhante à de Lula, que mesmo preso insistiu em uma candidatura em 2018.

Um integrante do governo Tarcísio afirma que a postura do chefe é acertada por dois motivos. Primeiro, reforça a lealdade a Bolsonaro sem dar brecha para o surgimento de atritos entre os dois. O ex-presidente se irrita com qualquer discussão pública sobre quem será seu sucessor.

Além disso, o governador evita o desgaste de ser encarado como o principal rival de Lula. A avaliação é que Tarcísio entrará na mira das forças governistas se sinalizar publicamente que tem intenção de disputar a Presidência.

MANTER A DISCRIÇÃO – Um dirigente de uma sigla do Centrão em São Paulo considera que o melhor caminho para Tarcísio é manter a discrição para não irritar Bolsonaro e deixar que setores econômicos e partidos aliados tentem convencer o ex-presidente de que ele seria a melhor opção.

Contribui para este argumento a pesquisa AtlasIntel que mostrou que Tarcísio empata tecnicamente com Lula, enquanto o próprio Bolsonaro seria derrotado pelo petista em um eventual segundo turno.

O levantamento aponta que Lula tem 45,7% das intenções de voto contra 44,7% do chefe do Executivo paulista. Já no cenário com Bolsonaro, o petista vai a 47,6% contra 43,4% do ex-presidente. A margem de erro é de dois pontos percentuais. Outra pesquisa, a CNT/MDA, confirma esse empate técnico com Lula.

PRINCIPAL NOME – O desempenho de Tarcísio contra Lula na AtlasIntel também é melhor do que o de Ronaldo Caiado (União Brasil), Pablo Marçal (PRTB) e Eduardo Bolsonaro (PL) — outro nome cotado para receber a bênção de Bolsonaro.

Um dos aliados mais próximos do governador, o presidente do PSD, Gilberto Kassab, que também é secretário de Governo de São Paulo, disse na sexta-feira, 21, que Tarcísio é o nome mais forte para concorrer contra Lula no ano que vem, mas que a decisão do governador de tentar a reeleição para o governo paulista precisa ser respeitada.

“Se o Tarcísio fosse candidato, mas não será, o Caiado já me disse que não sairia candidato, Ratinho, Tereza [Cristina, senadora], Zema também apoiariam Tarcísio”, disse Kassab, sinalizando que o governador poderia unificar a direita. “O Tarcísio não saindo eu entendo que muito possivelmente cada partido da centro-direita vai lançar o seu nome”.

KASSAB ESPERA – O próprio Kassab é apontado como alguém que trabalha para ser vice do governador ou mesmo candidato ao Palácio dos Bandeirantes se Tarcísio mudar de ideia.

Kassab enfrenta a concorrência de André do Prado (PL), presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo.

O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), e o secretário de Segurança Pública, Guilherme Derrite (PL) também são cotados para encabeçar uma chapa, caso Tarcísio não dispute a reeleição.

Lula começou a nova campanha eleitoral entre os pobres sem futuro

Lula faz sinal de positivo com as mãos -- Metrópoles

Lula aparece na TV usando chapéu de malandro carioca

Mario Sabino
Metrópoles

Lula começou esta semana sua campanha eleitoral antecipada na televisão, sob patrocínio extra dos pagadores de impostos, que já financiam os fundos partidário e eleitoral. Para buscar a reeleição, ele precisa reverter a queda na aprovação do seu governo, hoje em abissais 24%.

Como não pode baixar na marra o preço da comida, resta-lhe brandir aos pobres as esmolas assistencialistas que distribui.

Lula passará, assim, a vender com mais insistência o seu peixe para a dona Maria e para o seu João, conforme a prescrição do marqueteiro Sidônio Palmeira, atual chefe da Secom.

COMPRAR VOTOS – Pelo que entendi do programinha eleitoral, Lula tenta agora comprar votos por meio da propaganda da distribuição “gratuita” de remédios e do dinheiro dado a estudantes que não faltam à escola — dinheiro que está fora do orçamento do governo, como se não saísse do mesmo caixa deficitário. A ideia é fazer crer que esses óbolos significam prosperidade.

O povo brasileiro é sempre comprável, desde que a relação entre custo e benefício lhe pareça favorável no presente imediato — como não existe futuro para os nossos pobres, e muito menos futuro de país, a questão fiscal inexiste para eles.

O problema para Lula é que, por enquanto, as suas esmolas parecem não compensar a inflação no supermercado, e eis o motivo de sua aprovação ter despencado.

VAI GASTAR MAIS – Já que não há sinal de que a inflação arrefecerá a ponto de fazer diferença para a dona Maria e para o seu João na hora de eles votarem em 2026, o problema para nós todos, embora nem todos nós tenhamos consciência disso, é que o governo gastará ainda mais com assistencialismo, aumentando o buraco no orçamento e alimentando a espiral inflacionária.

Não há boa notícia nenhuma a ser anunciada por Lula a cada vez que ele aparecer na TV. Mas o que importa é enganar a dona Maria e o seu João até a eleição de 2026. Eles não têm futuro mesmo e nunca terão.

Na pesquisa CNT/MDA, Bolsonaro já passa Lula e Tarcísio empata

Bolsonaro tem 51,4%, e Lula tem 48,6%, diz pesquisa Veritá

Pesquisa Verita confima números da pesquisa CNT/MDA

Manoela Carlucci
da CNN

O atual presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), aparece empatado tecnicamente com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e com o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), em eventuais cenários de segundo turno de uma disputa presidencial, de acordo com uma pesquisa CNT/MDA, divulgada nesta terça-feira (25).

O levantamento ouviu 2.002 entrevistados entre os dias 19 e 23 de fevereiro. A margem de erro é de 2,2 pontos percentuais, para mais ou para menos, e o nível de confiança é de 95%.

BOLSONARO NA FRENTE – No primeiro cenário proposto, Bolsonaro aparece à frente numericamente, com 43,4% das intenções de voto, enquanto Lula tem 41,6%, em empate técnico.  Apesar de ter sido considerado na pesquisa, o ex-presidente está inelegível por oito anos, por decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

No segundo cenário, Lula aparece com 41,2%, enquanto Tarcísio de Freitas tem 40,7%, em novo empate técnico.

Sem Lula, Bolsonaro vence Haddad por 43,1% e 39,4%. Tarcísio também ganha numericamente do atual ministro por 38,3% a 37,3%.

APROVAÇÃO DESPENCA – O desempenho pessoal do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à frente do governo é desaprovado por 55,3% dos entrevistados em uma pesquisa CNT/MDA, divulgada nesta terça-feira (25). Segundo o levantamento, a aprovação de Lula é de 40,5%.

Em comparação com a última pesquisa CNT, de novembro do ano passado, o índice de desaprovação cresceu nove pontos percentuais, indo de 46% a 55%, em números arredondados. Já a aprovação oscilou de 50% para 40%, também considerando o arredondamento.

Atualmente, 4,2% dos entrevistados não sabem ou não responderam.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG  – Como cantava Moraes Moreira, lá vai o Brasil descendo a ladeira, levando junto o sonho petista de mumificar Lula igual a Lênin… (C.N.)

Elon Musk sugere o confisco dos bens que Moraes tiver nos EUA

Moraes x Musk: o que pode mudar com proibição do X?

Moraes e Musk são dois perdidos numa política suja

Jamil Chade
do UOL

O bilionário Elon Musk, um dos principais nomes do governo de Donald Trump, sugeriu nas redes sociais que poderia defender o confisco de bens do ministro do STF, Alexandre de Moraes. Numa postagem, ele questionou se o brasileiro conta com propriedades nos EUA.

“Moraes não possui propriedades nos EUA?”, perguntou o empresário e aliado do presidente americano.

REAÇÃO A ATAQUE – Seu comentário foi feito como resposta a uma publicação na rede X indicando um discurso de Alexandre de Moraes, no final de semana, acusando as plataformas digitais de adotar uma “ideologia fascista”.

A pergunta de Musk foi respondida por Paulo Figueiredo, neto do último ditador do regime militar, João Figueiredo (1979-1985), e que foi investigado pela Polícia Federal por envolvimento na tentativa de golpe de estado no Brasil.

Figueiredo, que mora nos EUA, sugeriu que Moraes sequer precisaria ter ativos nos EUA, já que a inclusão de seu nome na lista de pessoas sob sanção permitiria que bancos nos EUA vetassem qualquer abertura de contas em seu nome.

Musk respondeu: “Interessante”.  

PUNIR MORAES – A ideia de sanções contra Moraes já faz parte da consideração do governo americano. O UOL apurou que o tema está no gabinete de Donald Trump.

Nesta quarta-feira, uma lei que permitiria a adoção de sanções contra pessoas que atuem a favor da censura contra empresas e pessoas nos EUA será votada numa das comissões do Congresso americano. O projeto deve ser aprovado, diante da maioria republicana no órgão.

Mas apenas se transformará em lei quando chegar à plenária. Um dos focos da lei é Moraes, diante de sua ação contra a plataforma X, ainda em 2024.C

APENAS UM LADO – Ainda que nos EUA ele esteja sendo qualificado como um “operador da censura”, a ofensiva omite as violações cometidas pelas empresas no Brasil. A suspensão ocorreu depois que a X se recusou a indicar um representante legal no país, uma exigência da legislação nacional.

Mas as sanções contra o ministro brasileiro foram sugeridas no processo da Rumble e das empresas de mídia de Donald Trump contra Moraes.

No documento apresentado às cortes na Flórida, as duas empresas insistem que Moraes repetiu o mesmo comportamento do Tribunal Penal Internacional ao ameaçar os interesses de cidadãos e empresas americanas. A corte internacional foi alvo de sanções e seu procurador-geral teve seus bens confiscados nos EUA.

CRISE EM MONTAGEM  – Para diplomatas e interlocutores em Washington ouvidos pela reportagem, o palco de uma crise política entre Donald Trump e o Brasil está sendo montado.

Na semana passada, Moraes suspendeu a plataforma Rumble depois de a empresa não indicar um representante legal no Brasil. Era a oportunidade que bolsonaristas e a base do governo de Donald Trump esperavam para manipular uma justificativo de uma eventual ação contra o juiz brasileiro.

Em dezembro de 2023, a plataforma foi fechada no Brasil. Oficialmente, a empresa indicou que, por discordar de uma decisão de Moraes de remoção de conteúdo do influenciador Monark, ela optou por deixar o país. Outras plataformas simplesmente seguiram as sentenças do Judiciário.

RETORNO – Mas a companhia retomou suas atividades em fevereiro de 2025, indicando que a vitória de Trump na eleição nos EUA teria facilitado essa decisão.

Com seu retorno, contas que tinham sido banidas como a de Allan dos Santos e que disseminavam desinformação sobre o sistema eleitoral nacional foram retomadas.

A armadilha estava montada. O CEO da empresa, Chris Pavlovski, indicou que não cumpriria as decisões do STF e, caso seja suspensa, observadores nos EUA e no Brasil apontam que o banimento pode se transformar numa crise diplomática.

ESTRATÉGIA – Trump usa a Rumble como plataforma para sua própria rede social e um ataque contra a empresa seria considerado como um ataque contra os aliados da Casa Branca.

Para os advogados da Rumble e das empresas de Trump, as “táticas extrajudiciais do juiz Moraes também estão em conflito direto com política pública dos EUA, conforme articulado na Ordem Executiva 14203, emitido pelo presidente Trump no início deste mês”.

O decreto se opõe a “excessos judiciais estrangeiros que buscam impor jurisdição a entidades dos EUA sem consentimento”.

DIZ O PROCESSO – “Ao coagir a Rumble a nomear advogados brasileiros e ameaçando com ações punitivas se ela não cumprir, as ações do ministro Moraes espelham o tipo de conduta extraterritorial condenada pela Ordem Executiva”, afirmam no processo contra o brasileiro.

“Suas ordens também visam contornar a determinação prévia do governo dos EUA, ameaçando a soberania da lei dos EUA e minando a cooperação internacional”, diz.

Para a defesa de Trump, “os paralelos entre as ações do Tribunal Penal Internacional condenadas na Ordem Executiva 14203 e a conduta do juiz Mores são impressionantes”.

ORDENS DE MORDAÇA – “Ambas envolvem atores judiciais estrangeiros que pretendem afirmar jurisdição extraterritorial sobre indivíduos e entidades além de seu alcance legítimo ou sem o consentimento dos EUA”, afirmam.

Assim como o decreto de Trump descreve as investigações de Haia e os mandados de prisão contra cidadãos americanos como ilegítimos e ameaçadores, “as ordens de mordaça do ministro Moraes buscam impor leis de censura brasileiras a empresas sediadas nos EUA, infringindo o discurso protegido pela constituição e operando fora dos limites permissíveis da autoridade judicial”, afirmam.

Segundo eles, as ordens de Moraes “seguem o mesmo padrão de exagero: visam empresas sediadas nos EUA como Rumble e TMTG, essas ordens exigem a remoção de conteúdo legal que não viola a lei dos EUA”.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOGMoraes tem razão em tentar regular as redes sociais, porém não sabe como fazer e age como um trapalhão. (C.N.)

Cid e militares contestam tese de que reunião de oficiais era para dar golpe

Mauro Cid diz que Bolsonaro 'ficou milionário' enquanto sua vida  desmoronava | Jovem Pan

Cid não concorda com ilação do procurador Paulo Gonet

Cézar Feitoza
Folha

A PGR (Procuradoria-Geral da República) denunciou seis oficiais do Exército que participaram de uma reunião em novembro de 2022 na qual, segundo a acusação, foram elaboradas estratégias para pressionar os chefes militares a apoiarem um golpe de Estado.

A versão apresentada pela PGR é contestada pelo tenente-coronel Mauro Cid e pelos militares que participaram do encontro. Diante do ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), o delator reafirmou o argumento de que a reunião não tramava conspirações.

CONVERSA DE BAR – “Eu gostaria de caracterizar essa reunião como conversa de bar. Bate-papo de bar. Ninguém apresentou documento, ninguém sentou para organizar [a pressão contra os comandantes militares]”, disse Cid.

O encontro ocorreu na noite de 28 de novembro de 2022 no salão de festas do prédio em que morava o coronel Márcio Nunes de Resende Júnior, em Brasília. Era uma segunda-feira, dia que marcava o início das reuniões do Alto Comando do Exército naquela semana, quando a cúpula da Força se encontrava na capital federal.

Mauro Cid disse, em depoimento à Polícia Federal, que militares com formação nas Forças Especiais se encontravam com frequência mensal em Brasília para confraternizar. Como os “kids pretos” que assessoravam generais do Alto Comando tinham viajado a Brasília naquela semana, decidiu-se, segundo Cid, marcar um encontro dos antigos colegas.

SERIA CONSPIRAÇÃO? – A conversa durou cerca de três horas. Os militares denunciados tentam minimizar o teor das conversas, enquanto a PGR interpreta o encontro como parte das conspirações golpistas.

Segundo a Procuradoria, a reunião foi organizada pelo coronel Bernardo Romão Correa Neto —à época assistente do então comandante militar do Sul, general Fernando Soares.

“Resolvi tomar uma iniciativa e conto com o apoio do Nilton para isso. Reunir alguns FE [Forças Especiais] em funções chaves para termos uma conversa sobre como influenciar nossos chefes”, escreveu Correa Neto para o coronel Fabrício Moreira de Bastos em 26 de novembro de 2022.

ESTRATÉGIA DE PRESSÃO – A PF diz que cerca de dez militares participaram do encontro. A PGR reforça que a reunião buscava “desenvolver estratégia de pressão sobre os comandantes renitentes [aos planos por um golpe de Estado]”.

O procurador-geral Paulo Gonet destaca dois pontos principais para concluir que os militares presentes na reunião conspiravam contra a democracia.

O primeiro é o fato de que os oficiais tinham enviado entre si, pelo WhatsApp, um documento elaborado por militares do Exército cujo objetivo era pressionar o comandante da Força para apoiar o golpe.

CARTA DA ATIVA – A “carta dos oficiais da ativa ao Comando do Exército” passou a circular nos meios militares naquele dia, como mostrou a Folha. Os quatro coronéis autores do documento foram identificados em investigação do Exército e indiciados na Justiça Militar —Paulo Gonet, porém, não denunciou os indisciplinados.

O fato de os militares já terem acesso à carta e terem conversado sobre o documento na reunião é apontado pela PGR como prova de que eles pressionaram o comandante do Exército por um golpe.

A segunda prova apontada pela PGR são mensagens de WhatsApp trocadas entre os militares durante o encontro. Em uma delas, o coronel Bastos elencou cinco “ideias-força” supostamente definidas na reunião.

IDÉIAS-FORÇA – Seriam elas as seguintes, segundo o militar: 1) “Falta de coesão dentro da Força — Nec [necessidade] de atuação no curtíssimo prazo”; 2) “Nec de alertar os C Mil A [Comandos Militares de Áreas] acerca da realidade”; 3) “Rlz [realizar] ações concretas no campo informacional (comunicação estratégica)”; 4) “Criação de um Gab [gabinete de] Crise, inicialmente no campo informacional”; 5) “O EB [Exército Brasileiro] deverá falar com o Presidentes do Poder Legislativo e Judiciário”.

E o “estado final desejado” seria estabelecer “laços de confiança” entre o então presidente Jair Bolsonaro (PL) e o comandante do Exército, general Freire Gomes.

CENTRO DA GRAVIDADE – O coronel Bastos ainda apontava o ministro Alexandre de Moraes como o “centro de gravidade” —conceito militar que representa a fonte de força e de poder do inimigo, alvo principal para desestabilizar o oponente.

Mesmo com as provas apresentadas pela PGR, Mauro Cid disse em depoimento que o encontro entre os militares era informal e não foram elaborados planos para pressionar os chefes das Forças Armadas.

“Obviamente, o que foi conversado e discutido é a mesma coisa da conjuntura, do que estava acontecendo. Se conversou sobre as manifestações, do pessoal pedindo [o artigo] 142, aquela pressão que estava acontecendo no Exército”, disse Cid à Polícia Federal.

QUERIA SABER – “O pessoal queria saber o que cada oficial estava pensando, porque ali tinha militares que eram assessores de generais. O que cada comandante estava pensando. Então o papo foi em torno disso daí.”

Segundo Cid, o coronel Cleverson Ney Magalhães disse no encontro que seu chefe, o general Estevam Theophilo, era “muito leal ao general Freire Gomes e que não iria fazer nada se não tivesse anuência do Alto Comando”.

Sobre a carta dos oficiais, Cid disse que o assunto foi comentado como se fosse um “tiro no pé”. “Quem assinasse seria punido e ia acabar não tendo muita relevância [na carreira], porque o militar não pode assinar abaixo-assinado”, completou.

CONFRATERNIZAÇÃO – O coronel Correa Neto defendeu linha parecida com Cid. Disse, segundo termo de depoimento, que na reunião “foi conversado [sobre] o momento pessoal de cada um e sobre o cenário político”.

O coronel Cleverson também afirmou à PF que tratou o encontro como uma “confraternização de final de ano extremamente informal”. Ele disse ainda que foi contra a carta que pressionava o general Freire Gomes: “Transparece uma transgressão disciplinar; [olhei] com esse enfoque para a referida carta”.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Mas uma excelente matéria de Cézar Feitosa. Mostra a disparidade entre o que foi dito na delação e o que foi ouvido pela Procuradoria, digamos assim. O nome disso é manipulação. (C.N.)

O comportamento geral do brasileiro, no protesto de Gonzaguinha

Completam-se 30 anos, nesta quinta, da morte de Gonzaguinha em acidente -  Diário do Poder

Um abraço do Gonzagão no Gonzaguinha

Paulo Peres
Poemas & Canções

O economista, cantor e compositor carioca Luiz Gonzaga do Nascimento Junior (1945-1991) , mais conhecido como Gonzaguinha é, sem dúvida, um dos maiores talentos da Música Brasileira em seus diversos estilos populares. Sua obra teve, inicialmente, como característica sua postura de crítica à ditadura militar, conforme mostra a letra da música “Comportamento Geral”, gravada no LP Luiz Gonzaga Junior (Gonzaguinha), em 1973, pela Odeon.

COMPORTAMENTO GERAL
Gonzaguinha

Você deve notar que não tem mais tutu
e dizer que não está preocupado
Você deve lutar pela xepa da feira
e dizer que está recompensado
Você deve estampar sempre um ar de alegria
e dizer: tudo tem melhorado
Você deve rezar pelo bem do patrão
e esquecer que está desempregado

Você merece, você merece
Tudo vai bem, tudo legal
Cerveja, samba, e amanhã, seu Zé
Se acabarem com o teu Carnaval?

Você deve aprender a baixar a cabeça
E dizer sempre: “Muito obrigado”
São palavras que ainda te deixam dizer
Por ser homem bem disciplinado
Deve pois só fazer pelo bem da Nação
Tudo aquilo que for ordenado
Pra ganhar um Fuscão no juízo final
E diploma de bem comportado

Você merece, você merece
Tudo vai bem, tudo legal
Cerveja, samba, e amanhã, seu Zé
Se acabarem com o teu Carnaval?

Você merece, você merece
Tudo vai bem, tudo legal

E um Fuscão no juízo final
Você merece, você merece

E diploma de bem comportado
Você merece, você merece

Esqueça que está desempregado
Você merece, você merece

Tudo vai bem, tudo legal

Quase todos os petistas e eleitores de Lula não sabem na verdade quem ele é…

Quem era o Lula preso em 1980

Lula foi preso em 1980 com intuito de se fortalecer como sindicalista

Paulo Peres

Não podemos esquecer que a quase totalidade dos petistas e dos eleitores do PT não sabem quem é o verdadeiro Lula da Silva, que é tido como um líder esquerdista. No entanto, aqui na Tribuna da Internet, nós conhecemos a verdadeira versão da trajetória do criador do PT, através desse artigo de Antonio Santos Aquino, que foi apagado dos arquivos de nosso Blog. Mas tomei o cuidado de fazer uma cópia, para que possamos republicá-lo.

Aquino é oficial da Marinha, ligado ao almirante-de-esquadra Júlio de Sá Bierrenbach. da ala legalista das Forças Armadas, que jamais aceitaram a ditadura militar.

Leiam esse relato histórico de um brasileiro de verdade. 

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LULA É UM PRODUTO CRIADO PELO REGIME MILITAR
Antonio Santos Aquino (Tribuna da Internet)

Poucos sabem que Luiz Inacio Lula da Silva é produto pronto e acabado da Revolução (golpe de 1964). Foi protegido desde que os irmãos Villares, empresários do ramo metalúrgico naval, o apresentaram como sindicalista confiável aos militares. Desde então foi protegido pelo general Golbery do Couto e Silva, ideólogo da Revolução de 1964.

Lula fez curso numa escola paga pelos americanos em 1963 em São Paulo, para formar líderes sindicais. Em 1972/73 foi para os Estados Unidos tomar aulas de “sindicalismo” na central sindical AFL-CIO e na Johns Hopkins University.

BRIZOLA DE VOLTA – Lula foi preparado para se contrapor a Leonel Brizola que voltava do exílio depois de 15 anos e ainda metia medo aos militares com a tal “República Sindicalista” que nunca existiu e nunca foi cogitada. Foi até um pretexto para o golpe planejado nos Estados Unidos em 1964 (isso é conhecido e provado).

Lula deve saber alguma coisa dos militares e muitas coisas pesadas de políticos, corrupção e crimes, inclusive.

Já ouvi falar nisso ao jogar “dama” com outros cascudos como eu, na Praça Cruz Vermelha, e que têm filhos que exercem funções de destaque no governo, inclusive oficiais das Forças Armadas. Não são daquela época, mas ouvem muitas coisas e relatam aos pais.

PERGUNTEM POR ELE – O que sei é que Lula é um líder fabricado para enfrentar Brizola e impedir a volta do trabalhismo, uma linha ideológica brasileira que nada tem de comunismo. Aliás, o próprio Lula e o PT também nem sabem o que significa comunismo. No partido, o que tem de pilantras e bandidos que comeram do fruto proibido e estão posando de vestais é impensável.

Perguntem quem é Lula ao José Sarney, ao filho de Tuma, ao ministro aposentado Almir Pazzianoto e ao representante da Volkswagen na Anfavea (Associação Nacional de Fabricantes de Veículos Automotores0, Mário Garneiro, a jornalistas e historiadores que escreveram livros sobre ele, como José Nêumanne, Marco Antonio Villa, Felipe Recondo e Ivo Patarra.

Há quem diga que Lula e o PT são comunistas, mas isso representa a maior ignorância. É coisa de analfabeto político.

Haddad diz que ‘não existe ajuste fiscal possível’ se a economia não crescer

Fernando Haddad defendeu a regra de controle de gastos

Pedro do Coutto

O ministro Fernando Haddad confirmou na tarde de ontem que o ajuste fiscal não é viável se a economia não crescer. Em crítica aos governos anteriores, dos presidentes Michel Temer e Jair Bolsonaro, o ministro afirmou que o Brasil não cresceu e teve recorde de déficit fiscal, apesar da regra do teto que previa o congelamento, em termos reais, das despesas públicas.

Haddad considerou que sempre é difícil corrigir o desequilíbrio das contas públicas, e que o governo, seguindo a determinação do presidente Lula da Silva, está buscando um orçamento mais equilibrado sem penalizar a população mais pobre. Ele lembrou que o arcabouço fiscal, implementado pelo atual governo, prevê piso para investimentos públicos.

LEI FISCAL – “Não tenho lembrança de uma lei fiscal que tenha estabelecido um piso a investimentos”, declarou o ministro, ao dizer que o nível mínimo de investimentos parte da ideia de que, se o Brasil não crescer, não existe ajuste fiscal possível.

No último ano, foi necessário anunciar medidas para acomodar as despesas dentro dos limites do arcabouço. Mesmo assim, o país bateu recorde de investimentos em infraestrutura. “Isso foi fruto de um trabalho que liberou recursos dentro de uma arquitetura sólida que permitiu ao País crescer 7% em dois anos”, destacou Haddad.

No fundo da questão, não adianta ter boa intenção quando um governo não promove crescimento e, ao mesmo tempo, cria uma meta fiscal que só é compatível com a dinâmica de expansão da atividade econômica. A declaração do ministro vai mudar a posição do governo, pois evidentemente teve a aprovação do presidente Lula da Silva.

Ao julgar o golpe, há excessos de Moraes ou meros pretextos do bolsonarismo?

🔴MINISTRO ALEXANDRE DE MORAES É VÍTIMA E JULGADOR? SERÁ?🔴

Na forma da lei, Moraes não pode atuar no julgamento

Eliane Cantanhêde
Estadão

A defesa e os aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro no julgamento da articulação de um golpe de Estado já definiram bem as regras e flancos do processo, passíveis de questionamento e desqualificação nesta fase da denúncia da Procuradoria, e ajustaram a mira nele, no relator Alexandre de Moraes, já atacado até por aliados externos do bolsonarismo, como Donald Trump, Elon Musk e as big techs.

Mais do que efetivamente mudar os rumos do julgamento, o objetivo da defesa e dos aliados é ganhar tempo e discurso para a opinião pública.

“TENTATIVA” – O primeiro grito foi contra indiciamento e denúncia, sob o argumento de que não houve golpe e que “só” tentativa não é crime. Mas, segundo os artigos 359M e 359L do Código Penal, tentativa de golpe contra as instituições democráticas é, sim, crime tipificado em lei. E não se fala mais nisso, por ora…

Enquanto isso, o alvo é a anulação da delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid, da ativa do Exército, sob alegação de que ele e a família teriam sido ameaçados por Moraes, caso ele não falasse qualquer coisa quente, incriminadora. Bem, quem viu os vídeos ou ouviu os áudios da delação sabe que não é assim.

Cid havia omitido o plano “Punhal Verde Amarelo”, para assassinar o presidente eleito Lula, o vice Geraldo Alckmin e o próprio Moraes, então presidente do TSE.

LEMBRANÇA OU AMEAÇA? – Por isso, agora como relator do caso, Moraes chamou Cid, lembrou os benefícios da delação (dois anos de prisão, recuperação dos bens, blindagem do pai, mulher e filhas) e reforçou que esses benefícios são condicionados a ele falar a verdade, sem omitir nada importante. Isso é coerção, ou uma cobrança legal e legítima?

Um flanco que pode ser promissor para os defensores de Bolsonaro é o julgamento na Primeira Turma e não no plenário do STF, por onde começaram, por exemplo, as sessões contra os criminosos do 8/1. Pelo regimento, a competência para julgar ações penais ou para enviar essas ações ao plenário é da turma.

Na prática, porém, trata-se de um julgamento histórico, envolvendo um ex-presidente, e 23 militares, inclusive de alta patente, dois deles ex-comandantes de Forças.

OPINIÃO PÚBLICA – Se ministros reclamam, imaginem a opinião pública! A percepção é de que Moraes jogou para a Primeira Turma por ser uma arena, digamos, mais segura para uma decisão por unanimidade, com ele, Carmen Lúcia, Luiz Fux, Cristiano Zanin e Flávio Dino.

Ficam de fora, por exemplo, André Mendonça e Kássio Nunes Marques, que foram nomeados por Bolsonaro, são da Segunda Turma e que, no plenário, com os onze ministros, poderiam apresentar votos dissidentes. Verdade? Difícil dizer, mas a percepção de que foi uma decisão política é real.

Há, também, questionamento e pressão pelo impedimento de Moraes, que sobrepõe múltiplas posições no processo: é vítima (até de ameaça de morte), relator, investigador e julgador simultaneamente.

SUSPEIÇÃO – Há argumentos de um lado e de outro, mas que é estranho, lá isso é, até pelas críticas costumeiras à personalidade e a um certo voluntarismo do ministro do STF.

Como a anulação da delação de Cid, o envio para a Primeira Turma, o pedido de impedimento de Moraes e quaisquer questionamentos sobre a dinâmica e as regras do julgamento serão deliberados pelo próprio Supremo, não há muito motivo para otimismo ou comemoração antecipada da defesa de Bolsonaro e dos demais denunciados. A última palavra será do Supremo.

Assim, a carta na manga de Bolsonaro é o recurso político, ou seja, o projeto de anistia para os criminosos do 8/1, que está no Congresso e foi feito sob encomenda para favorecê-lo.

DIZ GILMAR – “Não vejo nenhuma perspectiva de (a anistia) frutificar”, disse ao Estadão o decano do STF, Gilmar Mendes, argumentando, inclusive, que se trata de “crimes muito próximos do terrorismo, contra o próprio Estado de Direito, e não deveriam ser contemplados por anistia”.

Resumo da ópera: para o bolsonarismo, tudo é perseguição política, denúncia vazia, coerção de Cid, abuso de poder, mas, para o Supremo, as leis e o devido processo legal estão sendo rigorosamente seguidos e os crimes imputados são graves. Por enquanto, há uma guerra de narrativas.

Só quando o julgamento começar de fato, com os ministros lendo seus votos e discutindo dúvidas, o Brasil vai parar para assistir… e julgar, junto com eles.

Flávio Dino avisa que o Supremo não pode perder seu protagonismo

Dino libera R$ 370 milhões em emendas parlamentares para saúde

Dino mostra que é só mais um ministro, como os outros

Bruno Teixeira e Henrique Sales Barros
da CNN , São Paulo

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Flávio Dino defendeu, nesta segunda-feira (24), o “protagonismo” que a Corte angariou nos últimos anos.

“É algo que veio para ficar”, disse Dino sobre o assunto em entrevista coletiva antes da palestra para estudantes de Direito na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), na capital paulista.

MUITOS ACERTOS – “É uma marca que traz muitos acertos, muitos pontos positivos. Às vezes traz problemas, pontos negativos, como toda instituição humana. Mas, certamente, o que não é possível é imaginar um Supremo omisso”, acrescentou.

Para Dino, “esse protagonismo do Poder Judiciário, às vezes criticado, na verdade, corresponde uma exigência social”.

“Não é uma opção individual de cada juiz que integra o Supremo, nem é um excesso”, disse. “O Judiciário nos últimos tempos entrou um pouco na linha de tiro das críticas de uma maneira geral. Às vezes são críticas justas, frequentemente são críticas injustas, às vezes são construtivas, às vezes são maldosas. Faz parte da vida democrática conviver com elas e levar a sério as críticas que merecem credibilidade”, disse.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG –
O problema é justamente esse – o Supremo jamais erra, mas soltou o megatraficante André do Rap por motivo tolo. Também soltou Lula, em decisão altamente tendenciosa. Depois o descondenou, fazendo o mesmo com Marcelo Odebrecht, José Dirceu, Antonio Palocci, Leo Pinheiro e um monte de pilantras. O problema é que o Supremo não erra. O ministro Moraes, então, tornou-se totalmente à prova de erros. E por falar nisso, cadê as gravações do 8 de Janeiro no ministério da Justiça??? Cadê as gravações no Aeroporto de Roma??? Fala sério, diria Bussunda. (C.N.)

Juiz que fez Cid desmaiar tem agido fora dos ritos legais ao auxiliar Morais

Airton Vieira sugeriu estratégia para que uso 'descarado' do TSE fosse  evitado, diz jornal :: Tribuna do Agreste

Juiz auxiliar diz que pedia relatórios manipulados ao TSE

Ranier Bragon
Folha

O juiz instrutor Airton Vieira, que em março do ano passado comunicou em audiência ao tenente-coronel Mauro Cid que ele voltaria à prisão, é o mesmo que aparece nas trocas de mensagens que indicaram uma atuação fora do rito do gabinete de Alexandre de Moraes em investigação contra bolsonaristas.

Na audiência de 22 de março de 2024, o juiz, que era na ocasião o assessor mais próximo de Moraes no STF, informou a Mauro Cid sobre a prisão dele em decorrência de gravações publicadas pela revista Veja em que o tenente-coronel afirma que estaria sendo forçado a delatar o que não havia acontecido.

DISSE O JUIZ – “Eu tenho, no entanto, que cientificar a todos que o senhor ministro relator Alexandre de Moraes, nos autos da PET 11.767 do Distrito Federal, decidiu e decretou a prisão preventiva do senhor Mauro Cesar Barbosa Cid”, disse Airton na audiência, cujo vídeo foi tornado público por Moraes na semana passada.

Nessa oitiva (a primeira de Cid no Supremo), o tenente-coronel chorou duas vezes e desmaiou instantes após ouvir a ordem de prisão, tendo sido atendido por socorristas do tribunal.

Como revelou a Folha em agosto de 2024, o gabinete de Moraes no STF ordenou por mensagens e de forma não oficial a produção de relatórios pela Justiça Eleitoral para embasar decisões do próprio ministro contra bolsonaristas no inquérito das fake news no Supremo durante e após as eleições de 2022.

AUTOCRÍTICA – A reportagem teve acesso a mais de 6 gigabytes de mensagens e arquivos trocados via WhatsApp por auxiliares de Moraes, entre eles Airton Vieira.

Em um dos áudios reproduzidos naquelas reportagens, Vieira chegou a demonstrar preocupação com a forma de atuação dos gabinetes do ministro no STF e no TSE.

“Formalmente, se alguém for questionar, vai ficar uma coisa muito descarada, digamos assim. Como um juiz instrutor do Supremo manda [um pedido] pra alguém lotado no TSE e esse alguém, sem mais nem menos, obedece e manda um relatório, entendeu? Ficaria chato.”

CRIATIVIDADE – Em outro áudio, ao ser informado que só haviam encontrado “publicações jornalísticas” em consulta ao site da revista Oeste, Vieira sugere o uso da “criatividade” para produção de relatório que teria sido encomendado por Moraes para desmonetizar publicações que o ministro consideraria “golpistas”.

Airton Vieira é paulista e formou-se em direito pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Virou juiz de 1º grau em 1990 e, em 2013, juiz substituto em segunda instância no Tribunal de Justiça de São Paulo.

Foi assessor de Cezar Peluso no STF e, em 2021, assumiu o cargo de desembargador do TJ-SP. É amigo de Moraes, tendo sido juiz auxiliar de seu gabinete de 2018 a 2023 e, depois, de fevereiro a dezembro de 2024.

PUNITIVISTA – Na sua posse como desembargador, Moraes fez uma saudação especial e disse que a única coisa que não poderia dizer do amigo é que ele era um “garantista”, sugerindo considerar “punitivista” o perfil de atuação de Airton.

Em 2014 o site Ponte Jornalismo publicou reportagem que abordava decisão relatada por ele que absolveu em segunda instância um fazendeiro de 80 anos condenado por manter relações sexuais com duas adolescentes, de 13 e 14 anos, em troca de dinheiro (estupro de vulnerável).

A reportagem “As Duas Faces da Justiça” contrapôs essa decisão a manifestações de Vieira no documentário “Bagatela”, que aborda o princípio da insignificância na esfera penal e conta a história de mulheres presas por pequenos furtos. No documentário, Airton defende a punição a esses delitos, sob argumento de que a pessoa deve sentir a resposta do Estado sob pena de se sentir autorizada a praticar outros crimes, inclusive piores.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
O repórter Ranier Bragon mostra que Moraes tem assessores que o “ajudam” a errar por excesso, como o juiz Airton Viera. Falta examinar o trabalho do delegado federal Flávio Shor, que é pior ainda. (C.N.)

Steven Levitsky analisa Trump e o risco à democracia americana

Levitsky diz que Trump vai tentar uma agenda extremista

Marcus André Melo
Folha

Em entrevista recente, o cientista político americano Steven Levitsky afirmou ao UOL que não está certo que os tribunais irão conter Trump. “É muito difícil prever. As cortes vão provavelmente frear ou bloquear algumas dessas decisões. Mas nem todas. E outro aspecto é que as cortes se movem lentamente. Mesmo que nem todas as decisões de Trump eventualmente sobrevivam, ele pode quebrar o Estado. Além da lentidão das cortes, outra dúvida é se Trump irá cumprir as decisões das cortes”.

Mas esta conclusão está em franco desacordo com o seu diagnóstico em livro recente com Daniel Ziblatt de que a democracia americana está ameaçada por instituições contramajoritárias (que analisei aqui).

BRANCOS EM MINORIA – Dentre essas instituições estão o Colégio Eleitoral, uma Suprema Corte poderosa, o bicameralismo forte, quóruns qualificados no Senado, e um federalismo muito robusto. Estas entidades permitiriam, alega, que a elite branca possa manter o status quo ante a perspectiva de ser minoritária no futuro.

Ora, não é o que se observa: Trump foi eleito tanto no Colégio Eleitoral quanto no voto popular, e os republicanos são majoritários nas duas casas do Congresso. E mais, as minorias —latinos e negros— aumentaram o voto em Trump entre 2016 e 2024.

Passemos então a seu prognóstico de que as instituições não conterão Trump. A primeira parte do argumento diz respeito na realidade à indiferença da opinião pública:

DIZ STEVEN LEVITSKY – “A primeira eleição de Donald Trump à Presidência em 2016 desencadeou uma defesa enérgica da democracia por parte do establishment americano, mas seu retorno ao cargo foi recebido com uma indiferença marcante. Muitos políticos, comentaristas, figuras da mídia e líderes empresariais que viam Trump como uma ameaça agora tratam essas preocupações como exageradas —afinal, a democracia sobreviveu ao seu primeiro mandato”.

Na realidade, quanto mais sólidas as democracias mais confiantes os cidadãos nas suas instituições. Kristian Frederiksen estudou 43 democracias entre 1962 e 2018 e mostrou que quanto maior a experiência com a democracia, maior a indiferença em relação a ameaças a democracia pelos incumbentes.

 E Christopher Claasen mostrou que quando um país se torna mais democrático, paradoxalmente o apoio à democracia na opinião pública diminui; e que quando aumenta seu componente liberal (contramajoritário) surge uma contratendência.

TERMOSTATO – Este “efeito termostato” se baseia em pesquisas em 135 países em um período de 20 anos. Em dissertação defendida na UFPE, Alan Cavalcanti estendeu a análise desses autores e encontrou novas e fortes evidências de que a experiência democrática pregressa implica maior apoio à democracia.

Assim, a indiferença já era esperada em uma democracia longeva. As evidências empíricas sugerem que é mais provável que após a lua de mel venha uma reação tanto na opinião pública quanto em termos dos efeitos dos “checks and balances”.

O primeiro teste são as eleições congressuais em 2026. O segundo já está em curso: o federalismo e os tribunais —temidos por Levistky em seu livro por seus efeitos contramajoritários. É questão de tempo. A pergunta decisiva: e se Trump não acatar decisões dos tribunais? Quem detém a espada são as Forças Armadas que em mais de dois séculos nunca violaram a legalidade.

Essa ascensão da direita radical é um sinal dos tempos, que devemos evitar

Esquerdas sobem na opinião pública; e a direita recua - por Pedro do Coutto - Tribuna da Imprensa Livre

Charge do Duke (Rádio Itatiaia)

Roberto Nascimento

Tem um grupo aí que está aloprando. São as viúvas de Bolsonaro, que apostam na guerra, no confronto, na falta de civilidade. Os bolsonaristas estão dispostos a tudo para voltar ao Poder para barbarizar o governo, conforme Trump está fazendo nos EUA, já enfrentando resistências dos arrependidos, que deram a vitória ao ogro topetudo.

É um sinal dos tempos, pois regimes de esquerda e de centro estão perdendo as eleições por conta de problemas da imigração e da carestia no setor de alimentos.

BIDEN É EXEMPLO – Nos Estados Unidos, Joe Biden deportava mais imigrantes ilegais do que Trump está fazendo. Mesmo assim, os democratas perderam a eleição por causa da carestia, porque a Economia americana ia bem e o desemprego atingiu seus índices mais baixos desde o governo Bush.

O premier alemão Olaf Scholz perdeu as eleições deste domingo na Alemanha, por causa da recessão econômica há dois anos, com inflação no setor de alimentos e desemprego crescente.

Principal problema foi a alta dos altos preços do gás importado. A Alemanha comprava gás da Rússia, muito barato, mas as sanções ao regime de Vladimir Putin, por causa da invasão à Ucrânia, proibiram a importação.

ALTA DOS PREÇOS – A coalizão da democracia cristã de direita venceu a eleição, e a extrema direita, próxima ao nazismo, ficou em segundo lugar. O partido do premier de esquerda, chegou em terceiro, mas pode compor o governo.

A oposição tanto lá como cá e principalmente aqui, tem explorado nas redes sociais a alta dos preços dos alimentos.

Essa lógica irracional se reflete nas pesquisas de opinião, a qual o governo não está preparado para rebater, porque a oposição nesse campo tem um preparo melhor e usa a rede de pastores evangélicos bolsonaristas para agirem nos púlpitos das Igrejas e nas lives, dia sim dia não.

PAPEL DE IMITAÇÃO – Acho que os brasileiros querem imitar o povo norte-americano. Observem bem, porque é uma tragédia anunciada. Aquele que posa de salvador da pátria nos Estados Unidos age insanamente, não tem limites em seu prazer de semear o medo. Ninguém sabe o que pode acontecer por lá.

Aqui no Brasil, a queda do governo nas pesquisas é um reflexo da alta dos alimentos. Perguntei a um feirante no sábado, qual a razão dos preços absurdos do mamão?

Resposta: as chuvas torrenciais de Linhares (ES) derrubaram a produção da fruta. Linhares é o maior produtor de mamão.

CALOR INTENSO – Fui na barraca do ovo, fiz a mesma pergunta. Por que dobrou o preço? Resposta: o calor intenso fez cair a qualidade do ovo e aumentou a mortalidade das galinhas de 2 por cento para 8 por cento.

Os produtores, ao investir em climatização nas granjas, vão tentar reduzir os danos. Mas, o custo da eletricidade será repassado. E o forno nacional deste verão também prejudicou a cultura do café, que já passa de R$ 30 nos supermercados.

COMO SOLUCIONAR? – E aí, minha irmã e meu irmão, qual o antídoto para solução desses problemas?

Com a palavra, o PT e o governo de coalizão, nesse semipresidencialismo envergonhado, que os parlamentares dominam com suas emendas PIX individuais, de comissão e de bancada. É muito dinheiro na mão de suas excelências.

Com isso, votar leis do interesse do país ficou em segundo plano. E o governo no momento se perde numa disputa interna pelo espólio do líder Lula da Silva, que dá sinais de exaustão.