Pedro do Coutto
Reportagem internacional publicada na edição desta quarta-feira de O Estado de S. Paulo, revela que os Estados Unidos, de acordo com a afirmação feita pelo secretário de Estado Antony Blinken, estão pensando no estabelecimento de um controle internacional do território de Gaza após a derrota do Hamas, o que significa que a progressão das forças de Israel vai prosseguir naquela faixa do Oriente Médio.
A previsão de Blinken inclui, como consequência lógica, o arrasamento da faixa de terra, onde vivem hoje mais de dois milhões de palestinos. Além disso, as forças de Israel, reportagem de O Globo, consideram a hipótese de palestinos se transferirem para o Egito através da fronteira sul do território. Mas esta hipótese teria que ser aceita pelo governo do Cairo. Dificilmente poderá se concretizar, sobretudo em função do número dos seres humanos a serem deslocados para um país que não é o seu.
AUTORIZAÇÃO – O Egito, na terça-feira, autorizou a passagem de pessoas feridas pela cidade de Rafah e que necessitam de cuidados médicos urgentes. Os brasileiros que se encontram próximos à fronteira e que seriam repatriados através do Cairo, onde os espera um avião da FAB, ainda não obtiveram autorização para passar. O Itamaraty continua agindo junto ao governo do Egito para que essa saída se realize.
Israel bombardeou ontem um campo de refugiados no norte de Gaza, afirmando que atingiu os alvos em que se encontravam dirigentes do Hamas. As forças militares israelenses teriam ingressado na cidade de Gaza e tanques encontram-se nas ruas da região. Numa reunião que talvez se realizasse ontem, ou se realize hoje, dia 2, o Conselho de Segurança da ONU, agora presidido pela China, reúne-se novamente para apreciar uma nova proposta brasileira, cujo texto tem como objetivo harmonizar as posições dos Estados Unidos e da Rússia.
Com a crise do Oriente Médio, a invasão russa na Ucrânia saiu do noticiário jornalístico. As imagens de Gaza, incluindo a morte e alto percentual de crianças, e o panorama de destruição, passaram a ocupar a atenção geral e a sensibilizar profundamente a consciência humana. A situação internacional permanece gravíssima. A sua atmosfera é agravada pela ausência de um caminho para superar a tragédia que se amplia a cada 24 horas.
META – Na Folha de S. Paulo, reportagem de Catia Seabra, edição de ontem, focaliza o debate entre correntes do governo sobre a mudança do déficit zero previsto para as contas públicas de 2024. Existe um desentendimento entre o ministro Fernando Haddad e o ministro Rui Costa, chefe da Casa Civil. A discussão é alterar a meta para 0,05% do Produto Interno Bruto, algo em cerca de R$ 300 bilhões.
O presidente Lula revelou novamente que não pretende cortar gastos públicos fixados para o próximo exercício. Ele terá que enviar ao Congresso Nacional nos próximos dias o projeto de diretrizes orçamentárias e o projeto do montante do orçamento para 2024. O orçamento em curso neste exercício é de R$ 5,5 trilhões.
RECUO – Leonardo Vieceli, Folha de S. Paulo, com base em dados do IBGE, destaca que o desemprego no país recuou para 7,7% da população economicamente ativa, o que significa 8,3 milhões de pessoas.
Mais uma vez, o IBGE destaca os empregos que surgiram de janeiro a setembro deste ano. Mas não levou em conta o número de demissões ocorridas que não podem ser iguais a zero. O recuo do desemprego, assim, seria melhor medido a partir da diferença entre admissões e demissões. De qualquer forma, o dado foi positivo pois o desemprego vinha se impondo desde 2014 no país.