Léo Índio, da família de Bolsonaro, é alvo de operação da PF sobre atos golpistas

Leo Índio

Léo ìndio postou selfie para mostrar que estava no 08/01

Paolla Serra e Bernardo Lima
O Globo

Um dos alvos da 19ª fase da Operação Lesa Pátria, da Polícia Federal, na manhã desta quarta-feira, é Leonardo Rodrigues de Jesus, conhecido como Léo Índio, primo dos filhos do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Flávio, Carlos e Eduardo Bolsonaro.

A ação tem o objetivo de identificar pessoas que incitaram, participaram e fomentaram os atos antidemocráticos de 8 de janeiro, em Brasília, quando o Palácio do Planalto, o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal foram invadidos e depredados.

FOTO NA RAMPA – Na ocasião, Léo Índio registrou sua participação nos atos golpistas nas redes sociais com uma foto na rampa do Congresso Nacional. Após a repercussão negativa, chegou a editar a legenda da publicação após repercussão negativa, explicando sua presença em Brasília naquela data.

“Quem tem histórico de destruir patrimônio público é a esquerda. Focarão no vandalismo, certamente. Mas sabemos a verdade. Olhos vermelhos – gás lacrimogênio disparado pelas forças de segurança, que não focaram nos focos de destruição, jogaram em todos os manifestantes. Busquem os verdadeiros vândalos e também os covardes mascarados e fantasiados de patriotas”, escreveu o sobrinho de Bolsonaro.

Não é a primeira vez que Léo Índio é alvo da Lesa Pátria. Em janeiro, o sobrinho do ex-presidente foi alvo da terceira fase da operação. Léo Índio não tem ensino superior, e disse à Corte que sua ocupação era de vendedor.

ASSESSOR DE CARLOS – No passado, ele chegou a ser assessor do vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) e ocupou cargos de confiança nos gabinetes do senador Chico Rodrigues (União Brasil-RR) e da liderança do PL no Senado Federal, pelo qual recebia um salário de R$ 5,7 mil. Em julho do ano passado, ele foi exonerado.

Também em 2022, ele tentou se eleger como deputado distrital sob a alcunha de Léo Bolsonaro. O sobrinho não tem o sobrenome do ex-presidente por ser filho de uma irmã de Rogéria Nantes, ex-mulher de Bolsonaro e mãe de Carlos, Eduardo e Flávio. À época, não declarou bens à Justiça Eleitoral. No pleito, ele obteve 1801 votos e não conquistou uma vaga na Câmara Legislativa do Distrito Federal.

De acordo com a PF, ao todo devem ser cumpridos cinco mandados de prisão e 13 mandados de busca e apreensão contra 12 investigados, expedidos pelo Supremo Tribunal Federal. Os alvos estão nos estados do MT, SP, RJ e Distrito Federal. 

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOGCom essa foto, Léo Índio pode ser tido como “terrorista” e pegar 17 anos de prisão? Só depende de Moraes. (C.N.)

Em guerra aberta no Rio, crime organizado desmoraliza o sistema de segurança

Rio teve o maior número de ônibus queimados da história

Pedro do Coutto

A investida assustadora do crime organizado deixou configurada a existência de uma guerra no Rio de Janeiro, entre estas e o governo estadual que, na tarde de segunda-feira, não conseguiu conter as ações que incendiaram 35 ônibus e até um trem da SuperVia. A cidade foi envolvida pelo terror e pela insegurança que se generalizou diante da ofensiva criminosa desencadeada contra o governo de Cláudio Castro.

O Ministério da Justiça teve que praticamente intervir, na medida em que enviou para o Rio um contingente ainda maior da Força Nacional. Mas o episódio deixou claro, como todos sabiam ou suspeitavam, da força dos criminosos que se organizam sob as lideranças do narcotráfico e da milícia.

VULNERABILIDADE – O avanço da milícia com os ataques de segunda-feira revelou a vulnerabilidade do sistema de segurança policial que não conseguiu agir, seja lá por qual motivo for, para impedir a alucinação criminosa e a sua capacidade de destruição. A guerra aberta iniciada na Cidade é a sequência de muitos outros episódios e de omissões que se acumularam no tempo, inclusive por falta de desenvolvimento social em áreas carentes que retiram dos jovens opções pelo trabalho honesto.

O crime foi se tornando, assim, uma opção para os grupos de menor renda das comunidades nas Zonas Norte e Oeste do Rio. O impasse é enorme. Os ataques de segunda-feira demonstraram duas faces do problema gravíssimo. A disposição e os armamentos explosivos usados pelo crime nas mãos de bandidos e a hesitação do sistema de segurança. Revelada a demonstração de força e capacidade destrutiva, o crime organizado mantém o estado de guerra. Diante de tudo isso, há ainda a intensa preocupação de todos os habitantes da Cidade e da Baixada Fluminense de que novos acontecimentos sinistros voltem a acontecer.

A situação do Rio de Janeiro é de descalabro. Uma ofensiva contra 35 ônibus que foram destruídos e um trem atacado ocuparam o noticiário até internacionalmente. O crime organizado avançou no tempo. A sociedade recua e começa a se sentir aprisionada pela insegurança. A qualquer momento, os bandidos agem. As densas fumaças que surgiram dos incêndios, e bem focalizadas pela GloboNews, poluíram a população carioca e fluminense, atingindo também a consciência humana.

PETROBRAS –  Reportagem de Nicola Pamplona, Marcelo Azevedo, Stéfanie Rigamonti, Folha de S. Paulo, destaca que a circulação de notícias de que poderá haver indicação política para a direção da Petrobras, derrubou as ações da Bovespa numa proporção em que o seu valor de mercado encolheu na escala de R$ 32 bilhões. Isso porque está sendo debatido o novo estatuto da empresa.

Após a repercussão negativa, a empresa disse que a ideia é suprimir do estatuto o parágrafo que enumera vedações às indicações previstas na Lei das Estatais —como membros do governo ou de partidos políticos e sindicatos, por exemplo— mas que o texto continuará seguindo a lei.

Faltou o depoimento do general para TSE condenar Bolsonaro pelo 7 de Setembro 

Exército planeja investir R$ 1 bi em escola de sargentos | Brasil | Valor  Econômico

General Novaes iria relatar o que houve no 7 de Setembro

Marcelo Godoy
Estadão

Passava das 13 horas de 7 de setembro de 2022 quando o general André Luiz Novaes chegou ao Forte de Copacabana. Cruzou os jornalistas a passos largos pouco depois da salva das baterias dos canhões de 105 mm. Dali, o comandante militar do Leste ia presidir o palanque montado – pela primeira vez – na Avenida Atlântica. Dias antes, ele teve de cancelar o desfile tradicional na Avenida Presidente Vargas.

 Tudo porque Jair Bolsonaro exigia que o evento cívico-militar do ano do Bicentenário da Independência acontecesse na orla marítima, onde pretendia reunir seus apoiadores em um gigantesco comício.

ESQUECERAM O GENERAL – Se os autores das ações contra o ex-presidente no TSE quisessem arrolar uma única testemunha para provar a intenção de Bolsonaro de usar a data da Pátria para fins eleitorais, bastava convocar o general Novaes. Constrangido, ele cancelou o desfile do Rio.

A mais tradicional guarnição do País esteve ausente das comemorações naquele ano – só duas bandas marciais se apresentaram diante de um palanque improvisado com a Marinha, na Avenida Atlântica. Mesmo ele foi invadido às 15h15 por Bolsonaro e um bando de apoiadores, que se comportavam como se estivessem na arquibancada do Maracanã.

Ali não se respeitou nem mesmo a distância de 600 metros que separou o carro de som de Bolsonaro, em Brasília, da via na Esplanada, por onde o desfile presidido pelo general Gustavo Henrique Dutra, comandante militar do Planalto, passou. Naquele dia, a pressa de Bolsonaro para seguir ao Rio era tanta que ele nem sequer esperou no palanque oficial a tradicional apresentação de término do desfile do comandante do Planalto.

NA ÚLTIMA HORA -Dutra foi avisado pelo rádio, após a passagem dos últimos cavalos do Regimento de Cavalaria de Guardas, que o então presidente havia descido do palanque para se dirigir às pressas ao carro de som de seu comício enquanto a tropa se retirava, na outra direção, para o setor Militar Urbano.

Enquanto em Brasília só o encerramento do desfile foi alterado em razão da ânsia eleitoral de Bolsonaro, no Rio tudo se fez em razão do comício. O desfile Naval foi mantido pelo almirante Almir Garnier – aquele que estaria disposto a apoiar um golpe de Estado – na orla de Copacabana, passando diante da multidão que aguardava o presidente e outros candidatos, como o governador Cláudio Castro.

O general Novaes ficou constrangido no palanque. Estava horrorizado com o que fizeram da festa cívica. Não se sabe por que seu nome não constou das ações de investigação judicial eleitoral do PDT e da senadora Soraya Thronicke. Se tivessem convocado, contaria por que o Rio ficou sem desfile, desnudando em toda a sua dimensão o comportamento de Bolsonaro.

O amor passa, mas sempre deixa alguma recordação, afirmava Mário Lago

Mario Lago | Palavras interessantes, Frases espíritas, PalavrasPaulo Peres
Poemas & Canções

O advogado, radialista, teatrólogo, ator, escritor, poeta e compositor carioca Mário Lago (1911-2002), na letra de “Enquanto Houver Saudade”, em parceria com Custódio Mesquita, não acredita que sua amada não sinta saudades do romance que tiveram. Essa valsa foi gravada por Orlando Silva, em 1938, pela RCA Victor.

ENQUANTO HOUVER SAUDADE
Custódio Mesquita e Mário Lago

Não posso acreditar
Que algumas vezes
Não lembres com vontade de chorar
Daqueles deliciosos quatro meses
Vividos sem sentir e sem pensar

Não posso acreditar
Que hoje não sintas
Saudade dessa história singular
Escrita com as mais suaves tintas
Que existem pra escrever o verbo amar

Enquanto houver saudade
Pensarás em mim
Pois a felicidade
Não se esquece assim
O amor passa mas deixa
Sempre a recordação
De um beijo ou de uma queixa
No coração

Sem plano para combater o crime, quem está mais perdido: Castro, Dino ou Lula?

O governador Claudio Castro e o ministro Flávio Dino em encontro no Palácio Guanabara

Castro e Dino: muita conversa sobre segurança e pouca ação

Ricardo Rangel
Veja

“’O crime organizado que não ouse desafiar o poder do Estado”, declarou o governador Claudio Castro — ao mesmo tempo que o crime organizado, indiferente, seguia desafiando o poder do Estado e aterrorizando o Rio de Janeiro. Naquele instante, a contagem de coletivos em chamas continuava a subir.

O terrorismo da milícia carioca contra a população do Rio demonstraria a falência da política de segurança — se houvesse uma política de segurança.  No Rio de Janeiro ou onde quer que seja.

DIREITA E ESQUERDA – A visão da direita sobre o problema é simples: a solução é baixar o sarrafo nos bandidos e vista grossa para a contaminação policial. A visão da esquerda é ainda mais simples: segurança é pauta da direita, o papel da esquerda é xingar a polícia, defender projetos sociais que nunca são realizados e fazer o possível para fugir do assunto.

Quando as milícias surgiram, a visão de grande parte da população foi simples: a milícia é benigna e pode ajudar no combate à violência dos traficantes. Faltou combinar com a realidade, que não é simples, de modo que o problema não para de se agravar.

A milícia é, de longe, o maior problema do Rio. Não apenas maior, mais capacitada e mais nociva do que os traficantes, a milícia tem tentáculos que vão muito mais longe. Há milicianos nas Câmaras de Vereadores, na Assembleia Legislativa, no Tribunal de Contas do Estado e no Executivo estadual.

CHEFÃO DEPUTADO – No ano passado, o estado elegeu para a Câmara Federal um dos chefes de uma das milícias mais fortes do Rio (de quebra, elegeu também um membro de uma das principais famílias atuantes no jogo do bicho).

Claudio Castro, que não tem secretário de Segurança, trocou recentemente seu secretário de Polícia Civil — apenas 15 dias após dar posse ao anterior. O motivo? Pressão de deputados estaduais.

Os deputados fluminenses gostam muito de nomear comandantes de batalhões da PM, delegados da Polícia Civil e secretários da segurança (ou das polícias). Por que será?

LULA SE ESQUIVA – Castro não é a única autoridade acuada e atônita, sem saber o que fazer. O governo federal já disse que o problema da violência é estadual (é mentira, e de muitas maneiras), que está cumprindo com sua parte (também mentira), que não vai interferir, que não vai deixar a população do Rio sozinha, que estuda operação militar.

Plano, que é bom, não tem nenhum. E como não tem, anunciou uma única medida concreta (a mesma anunciada, em outras circunstâncias, há três semanas): vai mandar mais dinheiro e mais recursos para o Rio.

Ou seja, na dúvida sobre o que fazer, os governos vão fazer mais do mesmo.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Sinceramente, é praticamente impossível encontrar alguém que acredite no sucesso de qualquer programa governamental contra o crime aqui no Brasil. Como dizia Darcy Ribeiro, “se não construirmos escolas, teremos de construir presídios”. Sua previsão foi acertadíssima, mas somente Brizola deu ouvidos ao grande educador e antropólogo. Os demais políticos fingem que não estão nem aí… (C.N.)

Com os ruralistas, Bolsonaro critica STF e a decisão do TSE que o torna inelegível

Bolsonaro:

Bolsonaro discursou na Frente Parlamentar Agropecuária

Evandro Éboli
Correio Braziliense

Em reunião com a bancada ruralista nesta terça-feira (24/10), Jair Bolsonaro voltou a criticar o Supremo Tribunal Federal (STF) e também a decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que o tornou inelegível por oito anos. Num discurso de cinco minutos, o ex-presidente afirmou ser alvo de uma injustiça.

Bolsonaro afirmou que a reunião com embaixadores, na qual atacou a Justiça Eleitoral — razão da suspensão de seus direitos políticos —, era uma prerrogativa sua.

ELOGIO A PACHECO – Ele elogiou a decisão do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), em colocar em pauta a votação da emenda constitucional que limita os poderes do STF como a que proíbe decisões monocráticas de ministros que suspendam atos do presidente da República.

“Parabéns ao presidente do Senado por tocar para frente esse projeto. Temos que buscar a igualdade entre os Poderes. Cada um tem que ter o seu lugar. Não é porque tem mandato vitalício (se referindo aos ministros do STF) que vai se sobrepor aos demais”, disse Bolsonaro, em discurso na sede da Frente Parlamentar Agropecuária (FPA).

E ainda criticou a decisão do TSE contra ele. “Me orgulho de estar aqui, reconhecendo minha situação de tremenda injustiça do TSE. A reunião com os embaixadores é decisão privativa minha”, afirmou Bolsonaro.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BOLSONARO
Jair Bolsonaro não é flor que se cheire, muito pelo contrário. O fedor de sua biografia é como o de Lula da Silva e pode ser sentido a quilômetros de distância. Mas no caso do TSE ele está certo. Ao convocar os embaixadores para falar sobre urnas eletrônicas, Bolsonaro estava apenas imitando o então presidente do TSE, Edson Fachin, que havia feito exatamente a mesma coisa, ao promover uma reunião com o corpo diplomático na luxuosíssima sede do tribunal. Portanto, Bolsonaro foi condenado e tornou-se inelegível por ter imitado Fachin. E ainda há quem ache que isso é Justiça. (C.N.)

Um duro recado do Exército e da Polícia fez as metralhadoras serem “devolvidas”

Polícia do Rio encontra 8 das 21 metralhadoras do Exército furtadas em São Paulo. Armas estavam na Gardênia Azul, na zona oeste da cidade

Metralhadoras pesadas seriam vendidas às facções no Rio

Marcelo Godoy
Estadão

A tática é uma velha conhecida nos meios policiais: o bandido entregar o que a polícia deseja para tentar evitar uma reação que atrapalhe em demasia os negócios das organizações criminosas. Foi assim que Erickson David da Silva – acusado de matar o policial Patrick Bastos Reis, da Rota– se entregou à polícia. A facção criminosa queria evitar o que veio depois: a Operação Escudo, que deixou um rastro de 28 mortes no Guarujá, em 30 dias de ações na Baixada Santista.

Logo que o furto das 13 metralhadoras Browning .50 e oito MAG, de calibre 7,62 mm, no Arsenal de Guerra, em Barueri, na Grande São Paulo, se tornou público, policiais civis do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), de São Paulo, começaram a usar seus contatos para tentar localizar quem estava por trás do crime. Também mandaram um recado a bandidos do Primeiro Comando da Capital (PCC): as armas tinham de aparecer. Enquanto isso não ocorresse, não iriam sossegar.

VENDA AO PCC – Um agente do Deic soube que o armamento estava enterrado na região oeste da Grande São Paulo. Um homem que já havia sido preso por roubo a banco estava em contato com os bandidos responsáveis pela guarda das metralhadoras. As investigações do Departamento, comandadas pelo delegado Fabio Pinheiro Lopes, mostravam que os criminosos estavam negociando a venda do armamento ao PCC.

Lopes manteve durante toda a semana contatos com o general Maurício Vieira Gama, chefe do Estado-Maior do Comando Militar do Sudeste (CMSE). Na quarta-feira, a inteligência do Exército localizou parte das armas no Rio de Janeiro.

A Polícia Civil carioca obteve ainda um vídeo no qual quatro metralhadoras .50 e outras quatro MAG eram oferecidas a traficantes de drogas, cada uma por R$ 180 mil.

TERIAM DE “VOMITAR” – Foi quando militares e policiais fizeram chegar à cúpula do Comando Vermelho (CV) que a Força Terrestre não ia descansar enquanto o armamento não fosse recuperado. Na gíria policial, os bandidos teriam de “vomitar” as metralhadoras.

Isso significava que o Exército estava disposto a cercar comunidades, como fizera em março de 2006 quando, após 12 dias de atuação em 16 favelas cariocas, as tropas recuperaram os dez fuzis e a pistola roubados do Estabelecimento Central de Transportes do Exército.

Na época, o general Hélio Macedo, então chefe do Estado-Maior do Comando Militar do Leste, traçou a tática da Operação Asfixia. Os militares não se limitaram a patrulhar e a ocupar os morros. Controlaram as vias de acesso, verificando documentação e revistando carros. Com isso, os consumidores de drogas não puderam chegar a seus fornecedores. Calculou-se que a ação fez o faturamento dos traficantes cair 70%.

DEU RESULTADO – A ameaça de uma nova asfixia fez com que na quinta-feira o CV abandonasse em um carro quatro metralhadoras .50 e quatro calibre 7,62 mm, na Gardênia Azul, na zona oeste do Rio, onde foram recuperadas pela Polícia Civil. Em São Paulo, enquanto o Exército apurava responsabilidades administrativas e criminais de seu pessoal no caso, o mesmo recado foi dado aos bandidos: “Devolvam as armas”.

Depois que o aviso chegou aos criminosos, policiais do 1.º Distrito de Carapicuíba foram informados de que os bandidos estavam transportando o armamento para uma área rural de São Roque, e que elas seriam guardadas ao lado do poço profundo Mombaça, da Sabesp.

Para lá os investigadores da delegacia se dirigiram e encontraram nove metralhadoras, depois de pescá-las em um lamaçal. Ali estavam cinco Browning .50 e quatro MAGs. Dois bandidos fugiram. Falta agora encontrar quatro metralhadoras de calibre .50.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Milicianos e traficantes só entendem a lei da força. As armas não foram encontradas, apenas entregues quase que a domicilio.  (C.N.)

Lula admite o fracasso político contra o crime organizado em grandes cidades

Ação de grupos milicianos afeta atividades de concessionários de setores  como transporte e gás - Jornal O Globo

Milicianos decretaram o caos na Zona Oeste do Rio de Janeiro

José Casado
Veja

Em agosto, Lula foi ao Rio e discursou: “O crime organizado está tomando conta do país”. Figuras de linguagem são recorrentes e úteis para se transmitir ideia ou sentimento de forma impactante. No entanto, há uma realidade que já não cabe na moldura da retórica política.

Lula tem razão sobre o avanço do crime organizado, como se vê no noticiário de cada dia do Oiapoque ao Chuí. O problema é que é ele quem governa, pela terceira vez neste início de século, o país onde o crime organizado está avançando.

ESTÁ AVANÇANDO – O domínio é visível, e crescente, não só em territórios marcados pela ausência do Estado, mas, também, em espaços institucionais do Estado — governo, Legislativo e Judiciário.

O Rio é a melhor tradução da simbiose das máfias de policiais e traficantes com interesses de grupos políticos, numa versão tropicalizada da guerra dos cartéis mexicanos pelo controle de comunidades relevantes nas rotas de drogas, armas e dinheiro.

Quando Lula falou sobre a expansão do crime organizado, em agosto, estava ao lado do governador fluminense Claudio Castro, do Partido Liberal. Castro é um reconhecido construtor de pontes para o futuro com o clã de Jair Bolsonaro, há três décadas uma frente de defesa das milícias fluminenses.

MENSAGEM DIRETA – Nesta segunda-feira (23/10), enquanto milicianos espalhavam pânico na Zona Oeste, incendiando três dezenas de ônibus e interditando o trânsito da cidade, o governador foi às redes sociais com uma mensagem direta aos chefes das máfias cariocas: “O crime organizado que não ouse desafiar o poder do Estado.”

Descontada a tortura do idioma, sobra a redundância dos efeitos especiais: no Rio o crime organizado não desafia o poder do Estado simplesmente porque há tempos é o poder real, ao menos em pedaços do território estadual como a Zona Oeste a Baixada Fluminense.

LEI ANTITERROR – Castro anunciou o enquadramento de milicianos presos na legislação antiterrorismo e imediato confinamento em presídios federais.

Equiparar mafiosos a terroristas pode ser bom assunto para discurso ou conversa de botequim. O risco é a perda de perspectiva da realidade. Os Estados Unidos souberam distinguir e fizeram lei específica para organizações criminosas (Rico, na sigla em inglês). Ela é usada em investigações sobre crimes de terrorismo, mas ninguém confunde uma coisa com outra. São diferentes.

Castro (PL) e Lula (PT) representam gerações diferentes, com três décadas de diferença na idade. Têm em comum o saldo na reconstrução da democracia e, também, a dívida na reorganização social, que inclui a Segurança Pública. De Lula a Castro, registra-se um fracasso político contra o crime organizado.

OMISSÃO ANTIGA – Lula atravessou dois governos repassando o “problema” da segurança aos governos estaduais. Agora, fala em “assumir a responsabilidade de ajudar os governadores” — um avanço, por enquanto limitado à retórica.

Castro está no segundo governo. Acaba de abdicar em privilégio da Assembleia Legislativa do poder de escolher e nomear comandos nas polícias civil e militar. Os deputados estaduais assumem, na prática, a execução da política de segurança pública no Rio. É notória a intimidade da Alerj com o assunto das milícias, uma evidência é que há mais policiais que deputados na sua folha de pagamentos.

O Rio é vitrine cosmopolita do avanço do crime organizado no país governado por Lula e no estado liderado por Castro.

Obama apoia Biden, mas critica a morte de milhares de crianças e civis palestinos

A coragem de Obama está em falta no Brasil – CartaCapital

Morte de crianças e civis é inaceitável, diz Barack Obama

Deu na Jovem Pan

Barack Obama utilizou suas redes sociais nesta segunda-feira, 23, para promover sua análise da guerra no Oriente Médio. No longo texto, o ex-presidente dos Estados Unidos aprova a postura de Joe Biden, o atual mandatário, no apoio a Israel. Ao mesmo tempo, o político também acredita que o governo israelense tem o direito de se defender dos ataques do Hamas.

“Como afirmei numa publicação anterior, Israel tem o direito de defender os seus cidadãos contra tal violência desenfreada, e apoio totalmente o apelo do presidente Biden aos Estados Unidos para que apoiem o nosso aliado de longa data na perseguição do Hamas, no desmantelamento das suas capacidades militares, e facilitando o retorno seguro de centenas de reféns às suas famílias”, iniciou o democrata.

MORTES DE INOCENTES – Na carta, entretanto, Obama critica o cerco de Israel feito na Faixa de Gaza, que impossibilitou a entrada de alimentos, água, remédios e combustível para a população palestina. O ex-presidente dos EUA também lembrou que os ataques israelenses mataram milhares de crianças e inocentes. Assim, ele alertou para que o revide ao Hamas “não saia pela culatra”, fazendo com que o governo de Benjamin Netanyahu perca apoio internacional.

“Mesmo que apoiemos Israel, também devemos deixar claro que a forma como Israel conduz esta luta contra o Hamas é importante. Em particular, é importante — como o Presidente Biden enfatizou repetidamente — que a estratégia militar de Israel respeite o direito internacional, incluindo as leis que procuram evitar, na medida do possível, a morte ou o sofrimento das populações civis.

MORALMENTE JUSTO – Defender estes valores é importante por si só – porque é moralmente justo e reflete a nossa crença no valor inerente de cada vida humana. A defesa destes valores é também vital para construir alianças e moldar a opinião internacional — todos eles cruciais para a segurança de Israel a longo prazo”, disse.

“O mundo está observando atentamente o desenrolar dos acontecimentos na região, e qualquer estratégia militar israelita que ignore os custos humanos poderá, em última análise, sair pela culatra. Milhares de palestinos já foram mortos nos bombardeamentos de Gaza, muitos deles crianças. Centenas de milhares de pessoas foram forçadas a abandonar as suas casas”, assinalou.

“A decisão do governo israelita de cortar a alimentação, a água e a eletricidade a uma população civil ameaça não só agravar uma crise humanitária crescente; poderá endurecer ainda mais as atitudes palestinas durante gerações, minar o apoio global a Israel, fazer o jogo dos inimigos de Israel e minar os esforços a longo prazo para alcançar a paz e a estabilidade na região”, acrescentou Obama.

SEM PRECONCEITOS – Por fim, Obama pede para que a população rejeite ações preconceituosas, seja contra judeus ou muçulmanos.  “Ao lidar com uma situação extraordinariamente complexa, em que tantas pessoas sofrem e as paixões estão compreensivelmente exaltadas, todos nós precisamos de fazer o nosso melhor para expor os nossos melhores valores, em vez dos nossos piores receios”. afirmou.

“Isso significa se opor ativamente ao anti-semitismo em todas as suas formas. Significa rejeitar os esforços para minimizar a terrível tragédia que o povo israelita acaba de suportar, bem como a sugestão moralmente falida de que qualquer causa pode de alguma forma justificar o massacre deliberado de pessoas inocentes”, disse.

“Significa rejeitar o sentimento anti-muçulmano, anti-árabe ou anti-palestiniano. Significa recusar agrupar todos os palestinianos com o Hamas ou outros grupos terroristas. Significa prevenir-se contra a linguagem desumanizadora dirigida ao povo de Gaza, ou minimizar o sofrimento palestiniano – seja em Gaza ou na Cisjordânia – como irrelevante ou ilegítimo”, completou o ex-líder estadunidense.

Toffoli autoriza que ‘agressores’ de Moraes tenham acesso às imagens do Aeroporto

Imagens mostram suposta agressão a filho de Alexandre de Moraes no aeroporto de Roma | CNN Brasil

Nesta imagem, “parece que” é o rapaz que agride o idoso

Paolla Serra
O Globo

O ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF) autorizou que peritos dos envolvidos em uma confusão com o também ministro Alexandre de Moraes tenham acesso à íntegra das imagens do Aeroporto de Roma, na Itália.

Na decisão, porém, o magistrado ressalta que os arquivos deverão ser franqueados a defesa desde que diante de registro e com acompanhamento de um servidor determinado dentro das dependências da sede do tribunal.

SEM CERCEAMENTO – “O acesso à mídia, portanto, está sendo integralmente franqueado à defesa, com algumas cautelas quanto à forma como se dará, incluindo a circunstância de ocorrer na sede do Tribunal, mediante registro de quem a acessa e sob acompanhamento de servidor designado”, disse Toffoli, acrescentando:

“A propósito, saliento que tais cautelas – notadamente para a preservação de direitos correlatos à privacidade, imagem e intimidade dos envolvidos e de terceiros que aparecem nas filmagens –, valem tanto para a defesa como para a Procuradoria-Geral da República e para as supostas vítimas, admitidas como assistentes de acusação, a indicar a paridade de armas, não se traduzindo em cerceamento de defesa”, escreveu Toffoli.

No despacho, o ministro afirma que as mídias poderão ser acessadas e analisadas por perito das partes e dos assistentes, com manuseio e pelo tempo que se mostrarem necessários, contanto que não sejam copiadas.

“É dizer, por outras palavras, que a única diferença em relação à análise que seria desenvolvida no escritório ou laboratório do perito (ou da pessoa indicada pela parte) é mesmo o local: ao invés de periciá-lo lá, periciará aqui, a fim de que se garanta sua singularidade e sua integridade”, assinalou.

SEM CÓPIAS – “Registro, a propósito e en passant que, ao contrário do que alega a defesa, a não autorização de cópia não se traduz em inviabilidade de análise; o exame, o manuseio e a extração de conclusões daí decorrentes não dependem da existência de cópia. Se assim fosse, provas ou corpos de delito impossíveis de serem duplicados – como armas, corpos humanos, objetos com digitais ou resíduos etc. -, não seriam periciáveis, o que sabidamente não é verdade, sendo extremamente comum a apresentação de laudos elaborados por peritos indicados pelas partes, a partir da análise de provas irrepetíveis, não copiadas ou duplicadas. paridade de armas, não se traduzindo em cerceamento de defesa”, ponderou.

Na mesma decisão, Toffoli concede a Moraes e a seus filhos e esposa o direito de atuarem no processo como assistentes de acusação. Conforme o artigo 268 do Código de Processo Penal, é permitida a atuação das próprias vítimas de crimes, seus companheiros, pais, irmãos e filhos como auxiliares do Ministério Público, propondo meios de prova.

PEDIDO DE PROVIDÊNCIAS – Em petição, o advogado Ralph Tortima Filho havia alegado que a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) chegou a encaminhar um pedido de providências ao STF justamente por não sido franqueado o acesso as imagens. Ele reiterou os requerimentos de acesso aos vídeos captados pelas câmeras de segurança do aeroporto.

“Segundo a defesa, a não permissão de cópia inviabiliza qualquer trabalho dos advogados ou do assistente técnico. Como vamos poder nos manifestar sem poder utilizar as imagens? Como um assistente técnico poderá fazer seu trabalho, sem ter as imagens em mãos? A decisão, com todo respeito, consubstancia evidente cerceamento de defesa”, disse o advogado, em nota.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
A proibição de fazer cópias é para evitar que o casal de idosos possa exibi-las na mídia, para se defender das acusações. O caso é cheio de mentiras, a começar pela afirmação de que o esquálido idoso teria dado um tapa no filho de Moraes e os óculos dele caíram no chão. Na imagem da fita, os óculos continuam no rosto do rapaz. E o pior é que laudo da Polícia está cheio de “parece que”. Sinceramente, Moraes deveria ter vergonha de se fazer de vítima. (C.N.)

Cerco à Faixa de Gaza é estratégia militar, que não inclui solução política do conflito

Biden se encontra com Netanyahu e aborda ataque a hospital: "parece que  foi obra do outro lado"

Biden deu a Netanyahu um conselho que não foi ouvido

William Waack
Estadão

Joe Biden exortou Israel a não se deixar consumir pela raiva trazida pelas atrocidades terroristas do Hamas. E, assim, evitar “erros” que os Estados Unidos cometeram depois do 11 de setembro. Foi um clássico conselho do faça o que eu digo mas não o que eu fiz. O então senador Joe Biden, que presidia a Comissão de Relações Exteriores do Senado americano, foi um dos 77 que autorizaram o presidente George W. Bush a empregar força militar no Iraque.

A invasão de 2003 é considerada um dos maiores desastres estratégicos da história americana, e o preço é pago até hoje.

SEM OPÇÕES – O problema é que no momento atual não há boas opções para os Estados Unidos nem para Israel, a quem Joe Biden literalmente se abraçou. Os americanos são vistos na região como cúmplices dos israelenses, sem condições de atuar como “mediador honesto”. Mas dissociar-se de Israel está fora de cogitação.

Vetaram a resolução do Conselho de Segurança da ONU sobre o conflito em Gaza pelo motivo que as grandes potências sempre seguem: para não terem as mãos amarradas. O texto vetado apresentado pelo Brasil pedia “pausas humanitárias” e corredores para entrega de ajuda. Esses dispositivos condicionariam as atuais operações de cerco e bombardeios israelenses.

O pano de fundo do veto, porém, é muito mais abrangente. A antecipada reação israelense às atrocidades terroristas do Hamas levaram os Estados Unidos a tentar salvar em regime de urgência o que ainda possuía de iniciativa no Oriente Médio.

CAUSA E CONSEQUÊNCIA – A mudança da ordem internacional (o fim da “pax americana”) é ao mesmo tempo causa e consequência da perda de influência relativa na região, na qual “aliados” seguros, como Turquia, Arábia Saudita e Egito, hoje têm jogo próprio.

Ocorre que o principal deles, Israel, também não dispõe de boas opções. O país é muito diferente daquele que os Estados Unidos defenderam em guerras anteriores. Está profundamente dividido por um governo irresponsável que é grande culpado pela espécie de “crise de identidade” da sociedade israelense – que agora “acordou” para seus dilemas essenciais traumatizada pelo terrorismo do Hamas.

Nas palavras de Lawrence Freedman, o cerco israelense de Gaza é a tentativa de desenvolver uma estratégia militar para lidar com o Hamas sem ter uma estratégia política. Os clássicos ensinam que isso nunca funciona.

Piada do Ano! Barroso afirma que o STF e o Congresso já estão “superpacificados”

Presidente do STF, Luís Roberto Barroso afirmou em evento em São Paulo que Congresso e STF estão superpacificados

Barroso está enxergando uma realidade que “non ecziste”

Heitor Mazzoco
Estadão

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luis Roberto Barroso, afirmou nesta segunda-feira, dia 23, considerar resolvidas as turbulências entre os Poderes Legislativo e Judiciário. “Estão superpacificados”, afirmou ao chegar para uma palestra oferecida pelo Instituto dos Advogados de São Paulo (Iasp), na região da Avenida Paulista.

A declaração de Barroso ocorre dois dias depois de o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG) afirmar que a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que limita ações dos ministros do STF, como decisões monocráticas, não será acelerada no Congresso.

OUTRA VERSÃO – Há pouco mais de uma semana, em um evento em Paris, o próprio Pacheco defendeu uma proposta para limitar a autoria de ações no STF. Segundo ele, isso evitaria que a Corte tivesse “ponto de contato constante com a sociedade em função das decisões que seja instado a fazer”. A proposta foi apoiada por diversos senadores, embora não tenha ficado claro quais tipos de ações seriam afetadas e quem seria limitado a acionar o STF.

Além disso, o Congresso tem resgatado vários projetos que podem diminuir o poder da Corte máxima do Judiciário.

Entre essas propostas estão o avanço da proposta que limita os Poderes do STF em decisões monocráticas, a que propõe mandatos para ministros do STF e o que permite aos parlamentares sustarem decisões já transitadas em julgado do Supremo que considerarem que “extrapole os limites Constitucionais”.

JUIZ ASSASSINADO – Barroso afirmou ainda que tudo indica que o juiz Paulo Torres Pereira da Silva, vinculado ao Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), foi morto pelo “desempenho de seu papel”.

“Isso é gravíssimo. Esperamos que se faça uma apuração rápida e tenha uma punição exemplar”, disse Barroso.

Juiz há 34 anos, Paulo Torres Pereira da Silva dirigia o próprio carro quando foi cercado por criminosos armados, que chegaram atirando e fugiram em seguida. Quando a equipe de socorristas do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) chegou ao local do crime, o juiz já estava morto. A Polícia Civil iniciou a investigação do caso e apreendeu o carro do juiz para fazer uma perícia.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Barroso não sabe da missa nem a metade. A bancada ruralista é majoritária na Câmara e no Senado. É ela quem manda no Congresso e está um pote até aqui de mágoa com o Supremo. O senador Rodrigo Pacheco é apenas um detalhe. Acabou a brincadeira de ditadura do Supremo. Daqui para a frente, tudo será diferente, diria Roberto Carlos. (C.N.)

Mauro Cid implodiu Bolsonaro o tempo todo ao depor em sua delação premiada

Notícias sobre Mauro Cid | VEJA

Charge do JCaesar (Veja)

Bela Megale
O Globo

O tenente-coronel Mauro Cid implodiu Jair Bolsonaro em diversos trechos de sua delação premiada. A coluna apurou que o ex-ajudante de ordens da Presidência implicou diretamente o antigo chefe em todas as frentes investigadas pela Polícia Federal e não o poupou em nenhum relato.

Como revelou o jornalista Aguirre Talento, do “UOL”, Cid revelou em sua delação que partiu de Bolsonaro a ordem para fraudar os certificados falsos de vacinas da Covid-19 dele e sua sua filha, Laura.

ENTREGOU EM MÃOS – O ex-ajudante de ordens admitiu à PF que operacionalizou a falsificação dos cartões com aliados e disse que imprimiu os documentos falsos e os entregou em mãos para o então presidente da República, no ano passado.

Um investigador envolvido nas tratativas disse à coluna que, de fato, não é crível que a falsificação de um certificado de vacina da filha fosse realizada sem o conhecimento de seu pai, ainda mais quando se trata de Bolsonaro, que exerce uma postura controladora.

Cid respondeu em detalhes a todos os questionamentos feitos pela Polícia Federal envolvendo Jair Bolsonaro e relatou como o então presidente se comportou sobre assuntos como vacinas, reuniões para tratar de golpe de Estado e a aquisição de presentes que ganhou e que eram destinados à União, no caso das joias enviadas pelos sauditas.

CAINDO NA REAL… – Até a semana passada, os auxiliares do ex-presidente vinham fazendo investidas sobre a família de Cid para levantar detalhes sobre o acordo. O relato que receberam de um ministro da ala militar de Bolsonaro foi o de que o nome do ex-presidente sequer estaria citado. Parte de seus assessores acreditou, mas o próprio Bolsonaro permaneceu desconfiado.

Após a revelação de mais um trecho do acordo de Cid envolvendo diretamente o ex-presidente, Bolsonaro e seu entorno têm dado sinais de que agora creem que a delação do ex-ajudante de ordens o tem como figura central.

Sobre a questão de vacinas, a versão que o ex-presidente deu à PF é distinta da apresentada pelo ex-aliado. Bolsonaro declarou aos investigadores que não conhecia nem orientou fraudes em cartão de vacinação para seu uso ou de sua filha.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
É mais um relato sobre o despreparo de Jair Bolsonaro. Ele realmente se julgava um mito, um superhomem. E os que acreditaram nele se deram mal, estão pegando de 12 a 17 anos de prisão por terem seguido fanaticamente um idiota, e são até considerados como “terroristas”, vejam só que absurdo. (C.N.)

Na chegada, peronismo leva Sergio Massa à vitória no primeiro turno

Massa defende governo de unidade e quer atrair eleitorado de Bullrich

Pedro do Coutto

Nos dias finais da campanha à Presidência da Argentina, o peronismo se movimentou e deu a vitória ao candidato Sergio Massa no primeiro turno, na minha opinião indicando também a sua vitória no dia 19 de novembro, segundo turno, pois dificilmente Javier Milei reunirá o apoio da terceira colocada, Patricia Bullrich, que terminou com 24% da votação.

Em números redondos, Sergio Massa alcançou praticamente 37 pontos contra 30% de Javier Milei, demonstrando que os demais candidatos e os votos nulos e brancos ficaram contidos numa fração muito pequena. Somando-se as votações de Massa, Milei e Bullrich, temos cerca dos 90% dos que compareceram às urnas argentinas.

RESISTÊNCIA – O peronismo deu quase 37% dos votos a Sergio Massa, apesar de ser ele o ministro da Fazenda num governo que se defronta com uma inflação de 134% para os últimos 12 meses. Mas o peronismo demonstrou, mais uma vez, que é o único movimento político que resistiu à passagem do tempo, após chegar ao poder em 1948.

Quando digo que Massa deve ser vitorioso no segundo turno, é porque tenho a impressão de que Patricia Bullrich dificilmente poderá apoiar Javier Milei. Inclusive porque qualquer negociação política torna-se mais fácil com Alberto Fernandez na Casa Rosada, do que com Milei numa perspectiva remota. As forças políticas devem isolar a extrema direita, como tem acontecido em várias eleições em diversos países.

Na GloboNews, vi filmes de propaganda de Milei, com ações exacerbadas, violentas e desnecessárias. Milei afirmou na campanha que o governo brasileiro de Lula da Silva é um governo comunista. Anunciou que cortaria relações com o Brasil e com a China. Portanto, as duas principais economias que se encontram no comércio com a Argentina.

PROPOSTAS – A privatização do ensino, também proposta por Milei, isolaria os estudantes de colégios oficiais, levando as famílias a terem que pagar pelos seus estudos. A privatização da Previdência Social, outra de suas propostas, causou impacto entre os que pretendem se aposentar e os que já se encontram aposentados. Milei, inclusive, assustou profundamente os empresários, sobretudo os investidores financeiros. Uma sequência de excentricidades e agressões que se refletiram nas urnas.

Milei não ofereceu nenhuma melhoria de vida e também anunciou a dolarização absoluta da moeda argentina. Lance arriscadíssimo, uma vez que a Argentina não emite dólares. Enfim, o destino do poder na Argentina está traçado.

ADIAMENTO – Na manhã desta segunda-feira, a GloboNews noticiou que o presidente Joe Biden sugeriu ao primeiro-ministro Netanyahu que o governo de Israel adiasse a invasão por terra ao território palestino, uma vez que tal incursão abalaria o socorro humanitário que começou a ser realizado a partir do ingresso na Faixa de Gaza de caminhos com água, alimentos e remédios.

Tenho a impressão de que a sugestão terá que ser aceita, pois não é provável que o governo de Tel Aviv não aceite a indicação de seu principal aliado, o governo dos Estados Unidos. Entretanto, de outro lado, como a Folha de S. Paulo destacou em sua edição de ontem, Israel aumentou os ataques aéreos na Faixa de Gaza.

Num artigo muito bom publicado ontem no O Globo, Fernando Gabeira destaca a posição do Brasil em relação à guerra e elogia a iniciativa de o Conselho de Segurança da ONU ter convocado para hoje uma reunião bastante ampla em Nova York. O Brasil está enviando seus esforços para fazer cessar a guerra no Oriente Médio.

Milicianos incendiários são “terroristas” de verdade e merecem penas rigorosas

Zona Oeste do RJ tem 35 ônibus queimados após membro da milícia morrer em  confronto com a polícia

Os milicianos afrontam e menosprezam as autoridades no Rio

Vicente Limongi Netto

País sem lei. Bagunçado. Entregue aos bandidos. Deitam e rolam nas barbas das tontas e incapazes autoridades. O povo que se vire, amedrontado e refém dos criminosos. Milicianos queimaram 35 ônibus e um trem, no Rio de Janeiro, em apenas poucas horas. Onde estão, o que dizem o espaçoso e falastrão ministro da Justiça, Flávio Dino, e o secretário-geral do ministério, Ricardo Cappeli, cujo esporte predileto é deitar falação sobre estratégia de inteligência?

Quais serão as novas desculpas da formidável dupla? E as forças de segurança, que o governo Lula mandou para o combalido Rio de Janeiro, escafederam-se na fúnebre brisa carioca? Igualmente inerte o governo do Rio de Janeiro. E a escória da criminalidade avança na destruição do cartão postal Rio de Janeiro.

12 FORAM PRESOS – Segundo o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), 12 elementos foram presos por participar de ataques a ônibus nesta segunda-feira (23). E vão responder pelo crime de terrorismo. Eles foram encaminhados para prisões federais.

Bem, esses bandidos são muito mais terroristas do que os que invadiram a Praça dos Três Poderes e estão sendo condenados a 17 anos de prisão.

O ímpeto incendiário foi provocado pela morte de Matheus da Silva Rezende, o Faustão, durante uma ação da Polícia Civil na comunidade Três Pontes, na zona oeste da cidade. Segundo denúncias à Justiça, Faustão era a segunda liderança da maior milícia do Rio, que tem como chefe seu tio, Luís Antônio da Silva Braga, o Zinho.

IRMÃOS NORDESTINOS – Línguas de trapo gostam de falar mal dos nordestinos. Pilantras sem a fibra e decência dos excelentes irmãos do Norte.  Com destemido sangue pernambucano nas veias, a jornalista Ana Dubeux, certa feita, em artigo no Correio Braziliense, condenou os pérfidos, rancorosos e mal amados de plantão: “Quem vive de ódio não tem lugar no Nordeste”.

Perfeito. Ana Dubeux aconselhava, ” não sopre a fogueira, apague as fagulhas divulgando seu amor por esta região tão rica e linda”.

Nordestinos são guerreiros e desbravadores. Estão em todo lugar, do Brasil e no exterior. Ocupam cargos de todos os tamanhos. Não se abatem diante dos problemas. O governador reeleito de Brasília é piauiense. Minha amada mulher é cearense. Minha sogra e meus 9 cunhados, também. Assim como todos os 10 irmãos do respeitado e vitorioso clã Campelo Bezerra. Na minha “pelada”, 70% dos craques são nordestinos. Na política, tenho amigos alagoanos. Meu competente médico oncologista, Gustavo Fernandes, é paraibano.

Glenn Greenwald e seu marido David Miranda foram espionados pela Abin

Miranda e lideram a lista dos investigados

Miranda e Greenwald  lideravam a lista dos investigados

Deu em O Globo

O jornalista Glenn Greenwald e o ex-deputado federal David Miranda (PDT-RJ), que morreu em maio deste ano, foram espionados ilegalmente pela Abin (Agência Brasileira de Inteligência) durante a gestão de Jair Bolsonaro (PL).

A informação é do jornal O Globo. De acordo com a publicação, os dois estão na lista de jornalistas, advogados e políticos adversários de Bolsonaro entre 2019 e 2021. À época, estava à frente da agência Alexandre Ramagem, hoje deputado federal (PL-RJ).

RASTREAMENTO – A investigação da PF (Polícia Federal) dá conta de um sistema secreto de monitoramento de celulares por um software de rastreamento, segundo a reportagem.

Na relação, estariam 1.800 telefones, que foram entregues pela atual gestão da Abin, do governo Lula (PT), ao STF (Supremo Tribunal Federal), por determinação do ministro Alexandre de Moraes.

“Os mais burros e inofensivos americano liberais de esquerda —que nunca incomodam ninguém no poder e nunca arriscam nada pela causa banal deles— alegaram que eu queria a vitória de Bolsonaro. Hoje, O Globo reportou que David e eu fomos ilegalmente espionados pela Abin, a CIA do Brasil, de 2019 a 2021”, disse o jornalista, na rede social X, antigo Twitter. Glenn e David eram casados.

OPERAÇÃO DA PF – Na última sexta-feira (20), a PF deflagrou uma operação para investigar o rastreio irregular da geolocalização de oponentes do governo Bolsonaro. Foram cumpridos 25 mandados de busca e apreensão e dois de prisão preventiva nos estados de São Paulo (2), Santa Catarina (3), Paraná (2) e Goiás (1), além do Distrito Federal (17).

Dois servidores suspeitos de coerção foram presos —Rodrigo Colli e Eduardo Arthur Yzycky.MAlém de buscas e prisões, o ministro Alexandre de Moraes determinou o afastamento de Paulo Maurício Fortunato Pinto, atual número 3 da Abin, e de outros quatro servidores.

Fortunato foi ainda alvo de uma busca e apreensão em sua casa. Na ocasião, os investigadores encontraram US$ 171 mil em espécie. A PF vai investigar a origem do dinheiro, já que mantê-lo em casa em si não é crime.

BUSCAS NA ABIN – A sede da Abin também foi alvo de buscas nesta sexta-feira. Segundo relatos, a PF levou os computadores de todos os suspeitos, incluindo as máquinas usadas por Fortunato.

Abin divulgou nota, na sexta-feira, em que afirma que os servidores na mira da PF foram afastados de forma cautelar e que o sistema secreto de monitoramento deixou de ser usado em maio de 2021.

Segundo a agência, o processo interno aberto pela corregedoria-geral sobre o uso do software espião foi concluído em 23 de fevereiro deste ano. A partir das conclusões, foi instaurada uma sindicância investigativa em 21 de março.

Na poesia de Ribeiro Couto, o drama da prostituta que precisa voltar para casa

Retratado por Vicente do Rego Monteiro

Retratado por Vicente do Rego Monteiro

Paulo Peres
Poemas & Canções

O magistrado, diplomata, jornalista, romancista, contista e poeta paulista Rui Ribeiro de Almeida Couto (1898-1963), da Academia Brasileira de Letras, no poema “Fado de Maria Serrana”, expõe o pedido da prostituta que trocou a vida serrana pela cidade grande.

FADO DE MARIA SERRANA
Ribeiro Couto

Se a memória não me engana,
Pediste-me um fado triste:
Triste Maria Serrana,
Por que tal fado pediste?

Na serra, a fonte e as ovelhas
Eram só os teus cuidados;
Tinhas as faces vermelhas,
Hoje tens lábios pintados.

Hoje de rica tens fama
E toda a cidade é tua;
Tens um homem que te chama
Ao canto de cada rua.

Mas ai! pudesses de novo
Tornar à serra, Maria!
Se não te perdoasse o povo,
A serra te perdoaria.

Lá te espera o mesmo monte,
E a casa junto ao caminho,
E a água da mesma fonte
Que diz teu nome baixinho.

Secos teus olhos de mágoa,
Se não tivessem mais pranto,
Choraria aquela água
Que já por ti chorou tanto.

OCDE não aceita o Brasil, por considerá-lo o país mais corrupto do mundo

OCDE está preocupada e vai monitorar impactos da decisão de Toffoli sobre Odebrecht | CNN Brasil

Ilustração reproduzida do site da CNN

Carlos Newton

Existem perguntas que não querem calar e o governo não se interessa em responder, muito pelo contrário. Por exemplo: qual a diferença entre o Brasil e outros países menos importantes, como Peru, Chile, Colômbia, Costa Rica, Eslovênia, México, Polônia e Turquia? Por que essas nações fazem parte da importantíssima OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico) e o Brasil continua barrado no baile.

Bem, a diferença é que esses países demonstram que estão realmente tentando reduzir a corrupção, enquanto o Brasil continua a acreditar que a promiscuidade entre governantes e empresários engorda e faz crescer. Justamente por isso, o Brasil é o único país onde a leniência à corrupção é monitorada de forma permanente pela OCDE, através de uma comissão especial, que acaba de lançar mais um de seus temidos relatórios.

PIADA DO ANO – Aliás, foi por essas circunstâncias que consideramos Piada do Ano a declaração do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, no início do governo, quando foi logo anunciando que estava tudo certo para o Brasil ingressar na OCDE,

Haddad vem sempre usando o nome da organização internacional para justificar seus atos de ministro. Chegou a atribuir à OCDE a recomendação para criar o voto de minerva (ou voto de qualidade) no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, o CARF)

Era “menas verdade”, como antigamente dizia Lula da Silva. A carta que recebeu em março da diretora da OCDE para políticas tributárias, Grace Perez-Navarro, era uma resposta a uma indagação do próprio Haddad sobre o CARF, e não uma recomendação do órgão.

RELATÓRIO NEGATIVO – Nesse final de ano, o mais recente relatório da OCDE é altamente negativo, porque aponta diretamente o retrocesso no combate à corrupção, citando a prescrição das penas antes que os processos transitem em julgado, e criticando também a Lei do Abuso de Autoridade, feita sob medida para intimidar juízes e procuradores que se atreverem a enfrentar os corruptos.

O mais importante, porém, foi o elogio ao ex-juiz Sérgio Moro, hoje ameaçado de cassação por ter mantido relações informais com outros países, sem autorização oficial. O relatório da OCDE afirma que, pelo contrário, Moro agiu acertadamente, porque essa colaboração informal é uma maneira efetiva de avançar nas investigações sem que a burocracia as atrase.

Segundo a OCDE, Moro usoué uma “boa prática crucial e internacionalmente aceita para navegar com sucesso nos requisitos formais de cooperação legal mútua”.

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P.S.
– Moro f
oi um juiz que cumpriu seu dever, enfrentando alguns dos grupos econômicos e políticos mais importantes do país. Mas nada disso importa. A imprensa amestrada vai continuar exigindo a cassação dele, por ter enfrentado a corrupção endêmica. Esses jornalistas querem se vingar dele por ter colocado na cadeia o corrupto e corruptor Lula da Silva. E o mais incrível é a “justificativa” que apresentam. Alegam que a corrupção é um mal necessário para que haja desenvolvimento econômico. Sinceramente, minha ironia não chega a tanto. (C.N.)

Campos Neto elogia o Congresso por ter compromisso com reformas econômicas

roberto-campos-neto

Campos Neto sabe como agradar aos banqueiros e ao governo

Fábio Matos
Metrópoles

O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, disse nesta segunda-feira (23/10) que o Congresso Nacional tem compromisso com reformas econômicas e que deve continuar se comportando dessa forma para que o país avance.

Campos Neto participou de um evento promovido pela Bolsa de Valores do Brasil (B3) e o jornal O Estado de S. Paulo, na capital paulista.

REFORMA TRIBUTÁRIA – “Acho importante que o Congresso aprove as medidas de receita. Mas eu vejo o Congresso como bastante reformista. Fez bastante coisa. Inclusive, temos uma reforma tributária que está andando. Notícias de hoje indicam que ela provavelmente será aprovada ainda neste ano. O Marco Fiscal foi votado”, afirmou o presidente do BC.

Segundo Campos Neto, algumas das reformas aprovadas pelo Parlamento nos últimos anos, como a trabalhista (2017), a da Previdência (2019) e a tributária (aprovada pela Câmara dos Deputados em 2023), contribuíram para que o Produto Interno Bruto (PIB) potencial do país aumentasse.

“Quando falamos que o crescimento brasileiro está estruturalmente mais alto, é porque tivemos todas as micro e as macro reformas. Tudo isso, coletivamente, faz com que você tenha uma capacidade de crescer mais”, concluiu Campos Neto.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Depois do primeiro e único encontro que teve com Lula, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, parou de receber críticas de Lula e do PT, conforme José Carlos Werneck já assinalou aqui na Tribuna. “Quem terá mudado?”, perguntaria Machado de Assis. “Lula, o PT ou Campos Neto?”. Eis a questão. (C.N.)

Uma pausa para relembrar “Os Maias”, a obra maior do escritor Eça de Queirós

Frases Eça De Queiroz - ENSINOJosé Carlos Werneck

Eça de Queiroz, que depois passou a assinar Eça de Queirós, é sem dúvida alguma, um dos maiores nomes da literatura luso-brasileira. O escritor português, filho do brasileiro José Maria de Almeida Teixeira de Queirós e da portuguesa Carolina Augusta Pereira d’Eça, é autor de muitos romances, porém, “Os Maias” é considerada sua obra maior.

A narrativa de Os Maias passa-se em Lisboa, na segunda metade do século XIX, e conta a história de três gerações da família.

NO RAMALHETE – Começa no Outono de 1875, quando Afonso da Maia, nobre e rico proprietário, se instala no Ramalhete com seu neto recém-formado em Medicina. Neste momento faz-se uma longa descrição da casa , “O Ramalhete”, cujo nome deriva de um painel de azulejos com um ramo de girassóis.

Afonso da Maia é o personagem mais simpático do livro e aquele que Eça mais valorizou, pois não se lhe colocou defeitos. Descrito como um homem de caráter, culto e requintado. Quando jovem, aderiu aos ideais do Liberalismo e foi obrigado, por seu pai, a sair de casa e a instalar-se em Inglaterra. Após a morte do pai, regressa a Lisboa para se casar com Maria Eduarda Runa, mas pouco tempo depois escolhe o exílio por força de motivos políticos.

Do casamento nasceu apenas um filho, Pedro da Maia, que tinha um temperamento nervoso, fraco e grande instabilidade emocional.

CRISES DE MELANCOLIA – Afonso queria educá-lo à inglesa, mas Maria Eduarda, católica fervorosa, cujo fanatismo mais se exacerba ao viver na Inglaterra, país protestante, não permite e Pedro é educado por um padre mandado vir de Lisboa.

Pedro cresce, muito ligado à mãe e após a morte dela, ficou inconsolável, tendo crises de melancolia, só se recuperando quando conhece a bela Maria, Monforte. Apaixona-se e, apesar da oposição do pai, devido a rivalidade entre as famílias Maia e Monforte, casa-se, o que o afasta do convívio paterno

O casal parte para Itália e com dois filhos: Maria Eduarda e Carlos Eduardo, vivem em meio a muito luxo e requinte. Logo depois do nascimento do segundo filho, Maria Monforte apaixona-se por um príncipe italiano que estava abrigado na casa, após Pedro ferí-lo acidentalmente num acidente de caça, e um dia, Pedro chega em casa e descobre que a mulher fugiu com o italiano, levando a filha. Desesperado, refugia-se em casa do pai, levando o filho, ainda bebê. Nessa mesma noite, depois de escrever ao pai uma longa carta, se suicida com um tiro.

DEDICADO AO NETO – Afonso da Maia então dedica a sua vida ao neto a quem dá a educação inglesa, forte e austera, como a que sonhara para o filho. Num capítulo do livro, essa educação, considerada a ideal, é contraposta à que umas vizinhas, as senhoras Silveira dão ao filho e sobrinho Eusébio.

Passados alguns anos, Carlos contra a vontade de todos, exceto de seu avô, tornou-se médico (profissão que, ainda nos finais do século XIX, era considerada suja e indigna de um homem de bem), monta um luxuoso consultório e manda construir um laboratório, onde pretende dedicar-se à pesquisa.

Após várias aventuras, um dia conhece uma mulher chamada Maria Eduarda e apaixona-se por ela, mas supõe que fosse casada com um cavalheiro brasileiro, Castro Gomes.

AMANTES – Carlos e Maria tornam-se amantes. Carlos, com exceção da sua viagem no fim do curso, viveu sempre em Portugal, pensando que a sua irmã e a mãe morreram, e Maria Eduarda apenas se lembra de que teve uma irmãzinha, que morreu em Londres.

De volta a Lisboa e desagradado com os boatos de que a sua «mulher seria amante de Carlos, Castro Gomes revela a este que Maria não era sua esposa, mas apenas uma mulher a quem ele paga para viver com ele. É assim que Carlos descobre que Maria lhe mentiu sobre o seu passado.

Ela conta-lhe o que sabe sobre a sua vida e ele a perdoa. Resolvem fugir, mas vão adiando o projeto, pois Carlos receia magoar o avô, que já velho passa o tempo em conversas com os amigos, lendo, com o seu gato, o “Reverendo Bonifácio”, a seus pés, opinando sobre a necessidade de renovação do país.

PRINCÍPIOS MORAIS – Afonso é generoso para com os amigos e os necessitados, ama a natureza. Tem altos e firmes princípios morais, quer ajudar quem é pobre.

A verdade surge, quando um tio de um amigo de Carlos, Guimarães, por acaso revela a Ega, o grande amigo de Carlos, que Maria é irmã deste. Embora Ega seja cauteloso ao dar a notícia a Carlos, este leva um grande choque, mas não consegue imaginar Maria como irmã e continua a ser seu amante. Ao descobrir a verdade, Afonso morre de um AVC. Carlos e Maria separam-se e ele vai dar uma volta ao mundo.

O romance termina quando Carlos, depois de 10 anos, retorna, de visita, a Lisboa. O final é ambíguo, como foi a ação de Carlos e João da Ega ao longo da história, pois embora ambos afirmem que “não vale a pena correr para nada” e que tudo na vida é ilusão e sofrimento, acabam por correr desesperadamente para apanhar um transporte público que os leve a um jantar para o qual estão atrasados.