Lula está doente e deveria se licenciar para ser operado e realmente cuidar da saúde

Ex-assessora de Janja é demitida em meio a ruído sobre 'reforço a Lula' – Blog do Magno

Lula deveria reconhecer que já está velho e precisa repousar

Carlos Newton

A inveja é um dos piores pecados capitais e atinge praticamente a todos. É difícil enfrentar e superar esse sentimento, que requer combate diuturno. No Brasil, calcula-se que a metade da população deteste o presidente Lula da Silva e tenha inveja dele. É um erro. Deviam abandonar esse sentimento e passar a tratar o fundador do PT com caridade, desapego e altruísmo, que são o oposto da inveja.

Lula é invejado porque tenta bancar o superhomem de Friedrich Nietzsche, idealizado pelo filósofo alemão para designar um ser superior aos demais e que seria o modelo ideal para elevar a humanidade. Mas isso “non ecziste”, diria Padre Quevedo, porque Lula é apenas um mortal como os outros, cheio de defeitos e que nada tem de especial.

HOMEM DE SORTE – A circunstância que diferencia Lula dos outros mortais é a sorte. Tinha tudo para dar errado, mas deu sorte e teve esperteza suficiente para aproveitá-la e subir na vida a qualquer preço, não importa se isso ocorresse à custa da traição a seus grandes amigos sindicalistas, que lutavam abertamente pelos trabalhadores, enfrentando o regime militar.

Na época, Lula escolheu o caminho mais fácil e se tornou colaborador da ditadura. Sob o codinome de “Barba”, era um agente ligado ao superintendente da Polícia Federal em São Paulo, delegado Romeu Tuma.

Em função dos bons serviços prestados, Lula foi escolhido pelo general Golbery do Coutto e Silva, grande ideólogo do regime militar, para crescer como sindicalista, criar seu próprio partido político e enfraquecer o então imbatível PTB de Leonel Brizola.

DURA REALIDADE – Quem conhece política sabe que tudo isso é rigorosamente verdadeiro e está documentado em diversos livros lançados por importantes jornalistas e historiadores, além das memórias do delegado Romeu Tuma Júnior, que contou como Lula ficava à vontade na casa do superintendente da Polícia Federal, a ponto de beber demais e dormir no sofá da sala.

Lula da Silva foi o cabo Anselmo que deu certo. Criou o PT, dividiu o trabalhismo e impediu a vitória de Brizola, vejam como Golbery era um extraordinário articulador, a ponto de o cineasta Glauber Rocha considerá-lo “o gênio da raça”.

O resto da trajetória, todos sabem. Lula transformou o PT numa potência, chegou ao poder e implantou o maior esquema de corrupção da História Universal. Pegou cadeia, 580 dias que não foram tão duros assim, porque a cela não tinha grades, era indevassável e ele podia receber visitas, inclusive íntimas, a qualquer hora do dia, com a cumplicidade dos carcereiros, um deles até escreveu um livro a respeito.

LULA VOLTOU – Bem, o fato concreto é que o agente duplo da ditadura deu a volta por cima e está de novo no poder. É cada vez mais invejado, porque agora tem uma nova mulher, bem mais jovem, e ele apregoa estar “com tesão de 20 anos”. Pode até ser verdade, mas não adianta nada.

Sua artrose no quadril é antiga, não é de hoje, e significa uma doença que prejudica diretamente o ato sexual, por impedir a movimentação dos quadris. Hoje, a boa vida e a eterna lua-de-mel de Lula não existem, é tudo uma farsa. Há anos, ele é um idoso que vem sofrendo com a artrose, um mal progressivo.

Dona Janja acompanha Lula a todo canto para que ele possa se apoiar nela e diminuir a dor ao caminhar. A situação é cada vez pior, a ponto de ter de tomar injeção diariamente contra a dor, mas o medicamento não está mais funcionando e traz risco de viciar o paciente.

DUAS INFILTRAÇÕES – Nesta semana que se encerrou, Lula foi obrigado a fazer infiltração (aplicação de anestésico) no domingo, dia 23, e depois na quarta-feira, dia 26, uma situação terrivelmente preocupante.

Até onde Lula da Silva vai tentar levar essa farsa do superhomem? Se tivesse um mínimo de bom senso, obedeceria aos médicos, pediria licença do cargo, deixaria Geraldo Alckmin tomando conta do boteco e faria logo essa operação, até porque é um paciente de risco, que sofre de hipertensão desde 2010, quando teve de se internar.

E quando voltasse, depois da operação, Lula deveria criar um sistema de governo compartilhado com Alckmin. Afinal, já próximo aos 78 anos, é o mais velho presidente da História do Brasil, um país continental que exige contínuos deslocamentos ao governante.

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P.S.
Para Lula, assumir a velhice seria o melhor remédio. Mas a imensurável vaidade atrapalha tudo. Lula não quer envelhecer, já até fala em ser candidato à reeleição. Certamente, acha que pode fingir eternamente que é uma nova edição de Dorian Gray, porém jamais terá a genialidade de Oscar Wilde para levar a farsa até o fim. Um pouco de juízo, nessa fase da vida, lhe faria muito bem. (C.N.)

NYT exibe Alexandre de Moraes como exemplo à Suprema Corte de Israel

Moraes virou é o novo herói da democracia

Nelson de Sá
Folha

Como outros veículos americanos, o New York Times segue às voltas com o papel do Supremo, mais especificamente, de Alexandre de Moraes, no resgate da democracia ao longo do último ano.

Usando a mesma foto, já havia questionado o ministro antes do segundo turno, por censurar propaganda em mídia social, e agora o apresenta como modelo para a Suprema Corte de Israel. Entre uma e outra, semanas atrás, publicou que o Supremo barrar Bolsonaro não torna o Brasil melhor que os EUA, que não barram Trump.

CRISE EM ISRAEL – Na chamada deste domingo, “Em Israel, muito em jogo para a Suprema Corte: o destino da democracia” (acima).

No segundo enunciado, “Da Hungria à Índia e ao Brasil, a forma como os juízes responderam aos ataques à sua independência ajudou a decidir se os candidatos a autocratas limitariam tribunais”.

Os autocratas venceram na Hungria e estão quase lá na Índia e na Polônia. Mas no Brasil o Supremo reagiu à altura e “alguns saudaram Moraes como o homem que salvou a jovem democracia brasileira”, embora outros tenham argumentado que foi “longe demais”.

TROCA DE PRISIONEIROS – O jornal seguiu discutindo a Justiça brasileira, no caso, o ministro Flávio Dino, sob o título “Brasil nega pedido de extradição dos EUA para suposto espião russo”, que era visto em Washington “como candidato numa troca de prisioneiros com a Rússia”.

Outros veículos também noticiaram, como a CBS, mas a atenção maior foi do Wall Street Journal”, ressaltando que a troca de prisioneiros seria “para libertar repórter do WSJ preso em Moscou”, Evan Gershkovich..

“A rejeição é um golpe nas esperanças”, escreve o jornal, citando o site brasiliense Metrópoles —segundo o qual “pesou para o não” o caso Allan dos Santos, que segue nos EUA e fazendo ataques ao Supremo, sem extradição apesar da prisão determinada por Moraes.

ADEUS À FORDLÂNDIA – O Washington Post voltou à Amazônia para novo relato sobre a Fordlândia, a “utopia” abandonada pela Ford em 1945. O que restava da “cidade perdida na floresta”, sem apoio governamental para preservação, “se dissolve no futuro”, dando lugar à “Fordlândia real”.

O jornal cita uma “casa em estilo americano” que foi demolida por um morador vindo de Minas Gerais e construiu outra “em estilo brasileiro”.

Ele fala, com orgulho: “Aqui é Brasil, e eu sou brasileiro”.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Caramba! Alexandre de Moraes e o Supremo já se comportavam como “donos do Brasil”. Agora, com apoio do The New York Times, ninguém mais segura a soberba desses magistrados da democracia Tabajara, como diz José Antonio Perez Jr. (C.N.)

Capital Economics considera “improvável” que governo brasileiro estabilize a dívida pública

Tribuna da internet: "O esquema internacional das dívidas públicas  transforma os países em reféns", por M.L.Fattorelli - Auditoria Cidadã da  DívidaRosana Hessel
Correio Braziliense

A melhora do rating sobre a dívida soberana de longo prazo em moeda estrangeira do Brasil, anunciado pela da agência norte-americana Fitch, nesta semana, de BB- para BB, fornece outro sinal de que as preocupações fiscais no país estão diminuindo, mas os números das contas do governo brasileiro ainda não convencem os economistas da consultoria britânica Capital Economics, uma das primeiras a alertar sobre os problemas fiscais do governo Dilma Rousseff (PT) e prever a recessão de 2015 e 2016 no país.

De acordo com a entidade, as condições para o país voltar a ter grau de investimento são “improváveis”.

JUSTIFICATIVA – “A Fitch justificou a mudança com perspectivas econômicas melhores do que o previsto, progresso com a nova estrutura fiscal e expectativas de novas reformas. Certamente há algo nisso. Os números do Orçamento, da dívida pública e do crescimento superaram as expectativas recentemente. E, como já observamos, o novo arcabouço fiscal, se implementado integralmente, ajudaria a estabilizar a relação dívida pública/PIB (Produto Interno Bruto)”, escreveu o economista-chefe para Mercados Emergentes da Capital, William Jackson, em relatório enviado aos clientes nesta sexta-feira, dia 28. Ele, no entanto, não acredita que essa relação dívida/PIB vai se estabilizar.

Em seminário sobre estabilização e inflação realizado em Brasília pelo Conselho Federal de Economia (Cofecon), os debatedores reconheceram que o novo arcabouço fiscal acabou se tornando um “balaio de gatos”, muito complexo e difícil de ser entendido, portanto, difícil de ser executado, dado o enorme número de exceções.

Além de admitirem que será difícil para governo zerar o deficit primário como o previsto na nova regra fiscal, eles destacam que o arcabouço que poderá ser facilmente mudado, pois trata-se de um projeto de lei complementar e não uma emenda constitucional, como o teto de gastos.

PRESENTE A HADDAD – Na avaliação de Jackson, atualização da Fitch na nota do Brasil, um foi um presente para o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Segundo o analista, será difícil ver o Brasil recuperando tão cedo o cobiçado status de grau de investimento, perdido em 2015. Atualmente, o país está dois degraus abaixo no nível de selo de bom pagador.

“Quando o Brasil conquistou, anteriormente, o grau de investimento, em 2008, o índice de dívida pública era muito menor e vinha caindo há muitos anos. Isso foi ajudado pela disciplina fiscal – incluindo grandes superávits orçamentários primários – o boom dos preços das commodities e o rápido crescimento. É improvável que as mesmas condições ocorram agora”, frisou Jackson.

O economista diz que que o governo planeja aumentar as receitas para reduzir o deficit orçamentário, como a tributação de fundos offshore e a redução das dívidas fiscais com a mudança no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), mas pode não ser suficiente.

VOTO DE MINERVA – Pelos cálculos do economista e especialista em contas públicas Murilo Viana, analista da GO Associados, a volta do voto de qualidade da União no Carf, ou seja, uma espécie de voto de Minerva para o governo federal, pode render cerca de R$ 50 bilhões em vez dos R$ 90 bilhões inicialmente previstos. 

Viana lembra que o governo, desde 2021, não contabiliza uma bomba fiscal enorme que deve estourar em 2026, que são os calotes nos precatórios, aprovados em emenda constitucional e que devem virar uma bola de neve sem os avanços dos abatimentos como o “encontro de contas” que estava previsto na proposta. 

As estimativas mais otimistas, como as do Tesouro Nacional, são de que esse rombo pode chegar a R$ 200 bilhões.

ROMBO GIGANTE – Mas outras estimativas da época, sem considerar os abatimentos que estão sendo frustrados, por conta da insegurança jurídica, o buraco pode superar mais de R$ 700 bilhões, considerando as multas e juros pelo atraso do pagamento da União de dívidas judiciais que não têm mais recurso.

De acordo com o economista da Capital Economics, apesar desse esforço sinalizado, o governo tem muito trabalho legislativo a fazer para arrecadar receitas suficientes.

“Nossa previsão central continua assumindo que os planos do governo terão de ser diluídos e não conseguirão impedir que o índice de endividamento suba”, frisou William Jackson.

Márcio Pochmann, inimigo dos números, é o pior chefe que o IBGE jamais poderia ter

Pochmann vai torturar os números até que eles “confessem”

J.R. Guzzo
Estadão

O presidente Lula fez das nomeações para o seu ministério e para o “primeiro escalão” uma calamidade nacional – um concentrado inédito de incompetentes incuráveis, transmissores de ideias cretinas, gente enrolada com a Justiça penal e daí para baixo. Como alguém consegue juntar tanta gente ruim num mesmo governo? Não se sabe, mas isso já foi. A questão, agora, é saber se o nível pode cair ainda mais. É difícil – mas não é impossível.

Como nos casos de “superação”, Lula consegue ir além dos seus próprios recordes: confirmou a nomeação, para presidir o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, de um dos piores chefes para este tipo de serviço que se poderia encontrar em qualquer lugar do mundo. É simples: o novo estatístico-mor do Brasil é um inimigo dos números. Acha, desde sempre, que a aritmética não pode atrapalhar seus desejos políticos.

BACHA SE OFENDE – “Como ex-presidente do IBGE, estou ofendido”, diz o economista Edmar Bacha, um dos participantes da equipe que montou o Plano Real. “É um dia de luto para a estatística brasileira”, diz a economista Elena Landau.

Marcio Pochmann, o nome imposto por Lula (a ministra do Planejamento, a quem cabe a escolha, foi a última a saber) é um militante da “ala esquerda” do PT; não tem nada a ver com as exigências técnicas do cargo.

“Ele é um ideólogo e não terá problema nenhum de colocar o IBGE a serviço dessa ideologia”, diz Bacha. “É uma pessoa que não entende de estatística e não tem preparo para presidir o IBGE”, diz Elena. O que se sabe de Pochmann não é edificante. Passou a vida no serviço público, do qual se aposentou aos 58 anos de idade – nunca contribuiu para a produção de um único pedaço de rapadura neste país.

PÉSSIMO CURRÍCULO – Sua passagem por uma repartição federal de pesquisa econômica foi “desastrosa”, segundo Elena Landau – demitiu técnicos competentes e interferiu nos trabalhos por razões ideológicas. Fora isso, disputou três eleições, para prefeito de Campinas e deputado; conseguiu perder as três.

A ideologia de Pochmann não tem ideias – é apenas uma declaração de guerra a tudo o que o cidadão brasileiro acha bom. O homem é contra o PIX, que acaba de bater seu recorde: 135 milhões de transações num único dia. Afirma que a possibilidade de converter reais em dólares transformou o Brasil num “protetorado dos Estados Unidos”.

Defende que o Imposto de Renda possa chegar a 60%. Diz que o Brasil deveria explorar “o espaço sideral” para a “geração de riqueza” – e por aí vamos. Mas e daí? Lula quer no IBGE um subalterno que dê um jeito nas suas estatísticas, fazendo sumir os números ruins e fabricando números bons. O consumo da picanha vai bombar.

Lula ainda não digeriu totalmente a natureza do Centrão e espera mantê-lo sob controle

PL une Lula e Lira contra big techs e bolsonaristas - 03/05/2023 - Poder -  Folha

Lula não consegue aprovar nada sem o apoio de Lira

William Waack
Estadão

Lula assim definiu o Centrão: não existe como organização. Não possui endereço ou um gerente. Trata-se, segundo o presidente, de um “ajuntamento de partidos” dependendo da situação.

A definição de Lula ignora, porém, a natureza desse ajuntamento. Consiste, como se sabe há décadas, em manter esses agrupamentos privados (chamados de partidos) o mais próximo possível dos cofres e da máquina pública.

TRAJETÓRIAS OPOSTAS – O Centrão precede Lula em muitos anos, mas ambos ostentam trajetórias opostas. A de Lula, enquanto chefe do Executivo, é a da perda de poder relativo. A trajetória do Centrão exibe a conquista, pelo Legislativo, de poderes inéditos na história política brasileira.

Lula já havia se convencido vinte anos atrás que não governaria sem o Centrão. Mas encontra-se hoje na situação de ter de governar pelo Centrão. É notória a “continuidade” desse ajuntamento de partidos, não importa a alternância no poder de dois personagens tão distintos como Bolsonaro e Lula.

O maior problema para Lula tem sido compreender que o adesismo do Centrão ao governo não significa automaticamente sustentação. As “moedas de troca” continuam em sua essência as mesmas (cargos e emendas). Mas sua relativa perda de valor, pois o Legislativo abocanhou parte do orçamento público (portanto não depende tanto do Executivo), vem de outro fator mais abrangente.

BAIXA REPRESENTATIVIDADE – O sistema eleitoral brasileiro garante a baixa representatividade do Legislativo, enquanto o grande número de partidos e as formas de financiamento perpetuam oligarquias políticas fracionadas, regionalizadas, divididas entre si mesmas dentro do próprio agrupamento político e com pautas carentes de qualquer “visão” nacional.

Daí Lula reconhecer que esse ajuntamento de partidos chamado Centrão se dá em torno de “situações determinadas”.

Em outras palavras, tem conformações distintas conforme as questões tratadas, sejam elas econômicas, de costumes ou regionais. O que dificulta – e encarece – negociações em torno de qualquer votação relevante.

NÃO SERÁ FÁCIL – Dadas as conhecidas características dos sistemas de governo e político seria mesmo utopia supor que fosse fácil a vida de Lula ou de qualquer outro governo.

O que a torna tão mais complicada, porém, é a falta de um plano bem definido – a tão falada “agenda” própria.

O presidente parece esperar que as moedas de troca finalmente tragam a esperada “tranquilidade” nas votações no Congresso. Terá de aguardar sentado.

Itaipu patrocinou reunião da Assembleia de Deus num resort de luxo no Paraná 

Ex-presidente Jair Bolsonaro ao lado do pastor Perci Fontoura, da Igreja Evangélica Assembleia de Deus

Bolsonaro com o pastor Fontoura, organizador do evento

Tácio Lorran
Estadão

No apagar das luzes do governo Bolsonaro, a Itaipu Binacional repassou R$ 75 mil em patrocínio para uma filial da Igreja Evangélica Assembleia de Deus organizar a realização de cultos e de uma eleição de lideranças religiosas no Paraná. O evento ocorreu entre os dias 5 e 8 de dezembro do ano passado, em um resort de luxo em Foz do Iguaçu (PR), próximo às divisas com Argentina e Paraguai. O espaço alugado conta com piscinas, jacuzzis e salas de jogos para os hóspedes.

Os organizadores do evento são aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e chegaram a declarar, publicamente, apoio à reeleição do então chefe do Executivo federal.

APOIO A BOLSONARO – Presidente da Convenção das Igrejas Evangélicas Assembleia de Deus no Estado do Paraná (Cieadep), uma das entidades organizadoras, o pastor Perci Fontoura é filiado ao Republicanos, acumula fotos em suas redes sociais com Bolsonaro e foi recebido mais de uma vez pelo então chefe do Executivo federal no Palácio do Planalto, em Brasília.

Ele foi reeleito presidente da convenção durante a Assembleia Geral Ordinária (AGO) patrocinada pela Itaipu. Havia apenas uma chapa na competição, segundo interlocutores.

O patrocínio da Itaipu Binacional foi autorizado pela gestão passada, cuja diretoria-geral brasileira era exercida pelo vice-almirante da Marinha Anatalicio Risden Junior. As contas, contudo, já foram aprovadas pela atual gestão petista do ex-deputado federal Enio Verri, porque o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem procurado reatar laços com o setor evangélico.

FORA DAS REGRAS – O manual de patrocínios da Itaipu estabelece o envio de recursos para ações que “fomentem os valores preconizados em sua missão institucional e que fortaleçam e valorizem a sua imagem corporativa”.

Além disso, o patrocínio deve possuir relação com o plano estratégico da estatal. Dessa maneira, segundo o documento, é preciso que o evento fomente a discussão da geração de energia elétrica e segurança hídrica; ou contribua para o desenvolvimento social, econômico, turístico, tecnológico e sustentável da região.

Durante o início da gestão Bolsonaro, na direção do general Joaquim Silva e Luna, a estatal reviu patrocínios e chegou a suspender, por exemplo, o apoio financeiro dado à Fundação Getúlio Vargas (FGV) para a realização do Fórum Jurídico de Lisboa, evento organizado pelo ministro Gilmar Mendes, do Supremo.

USO POLÍTICO – Ainda segundo o manual de patrocínios, a Itaipu proíbe o envio de recursos para ações que possuam caráter político, eleitoral ou partidário.

A assembleia contou com a participação do governador do Paraná, o bolsonarista Ratinho Júnior (PSD). O político discursou no evento, de acordo com registros públicos. Ao mesmo tempo, o governador emprega a filha do pastor Perci Fontoura na Casa Civil do Estado com um salário de R$ 12,6 mil, conforme folha de pagamento.

O evento contou com cerca de 2 mil pastores, que levaram ainda suas esposas – convidadas para participarem de programações paralelas junto à União da Mocidade das Assembleias de Deus no Estado do Paraná (Uemadepar) – e filhos. A organização do congresso cobrou uma taxa de R$ 240 por ministro, além de R$ 120 por esposa.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
A reportagem demonstra que vivemos numa república altamente esculhambada, em que os recursos podem ser aplicados em eventos que nada tenham a ver com o interesse público. A regra é a inversão de valores. Ou seja, tudo conceder aos aliados, sabendo-se que a impunidade é garantida. (C.N.)

Na vida, tudo muda. Mas a Justiça brasileira está mudando para pior, sem a menor dúvida

Injustiça Brasileira: Charges sobre a Justiça Brasileira | Cartum e charge,  Eduardo e monica, Memes hilários

Charge do Duke (O Tempo)

Duarte Bertolini

Estamos diante do oportunismo secular da esquerda. Depois de tanto choro e indignação sobre o tratamento “cruel” aos presos da Lava Jato, agora são coisas diferentes, em relação aos presos de 8 de janeiro. Diferentes como? Na cor dos presos? Na conta bancária deles? Ou na matriz ideológica, que sempre é a mesma, tipo faça o que eu digo e defendo, mas esqueça o que eu realmente faço?

A Lava Jato exagerou ao fazer prisões preventivas, mas desde o início de janeiro temos centenas de pessoas de ficha limpa, sem antecedentes criminais, cumprindo pena antecipada no Presídio da Papuda, sem terem sido julgadas, ou usando tornozeleiras, como se fossem perigosos meliantes.

TUDO TEM LIMITES – Na forma da lei, tudo tem limites. Mas agora a lei tem valor relativo, porque pode ser “interpretada”. Queimar na fogueira da inquisição petista um parlamentar eleito com 345 mil votos demonstra ser ato de “elevada democracia”? Manter réus indefinidamente na cadeia, sem irem a julgamento, seria “eficiência de método policial?

Mas tudo precisa ter limites. Não se compreende também o comportamento do ministro Alexandre de Moraes, que atua como se fosse dono da Justiça no país. Ao invés de dar queixa na polícia, procedimento normal de todo brasileiro, e prestar depoimento, mandou abrir inquérito no Supremo, uma determinação claramente fora da lei, pois nenhum brasileiro sem foro privilegiado pode ser julgado direto no STF.

Outro aspecto interessante (pelo menos para mim) foi o depoimento em si. Demorou 10 dias para fazê-lo, com o inquérito ilegalmente em andamento, pois só poderia ser aberto após depoimento da(s) vítima(s).

DEPÕS EM SÃO PAULO – E Moraes mora mesmo em Brasília? Ou vive em São Paulo e só comparece à capital quando há sessão no plenário, algo cada vez mais raro?

Se mora realmente em Brasília, então por que o depoimento (atrasado diante da urgência, relevância e fundamento de um caso que afrontaria a segurança nacional) ocorreu em São Paulo? Foi para mostrar quem manda?

Por fim, interessante registrar que o jornal da Band ressaltou que todos são iguais perante a lei e que o ministro Moraes precisava ser um dos que deveriam dar este exemplo, ao invés de reforçar a desigualdade. E a TV Globo sequer mencionou essa distorção em seus telejornais.

Com Fufuca no Ministério, nossos problemas acabaram, porque será um governo Tabajara

Pai do deputado Fufuca já esteve na Lista Suja do Trabalho Escravo - De Olho nos Ruralistas

Fafuca pai está vaidoso com  Fufuca filho

José Antonio Perez Jr.

Enquanto a mentalidade do povo brasileiro não se aprimorar, nada feito! Só mudarão os nomes, mas as práticas continuarão as mesmas. Décadas atrás, após o escândalo dos anões do Orçamento, em que o líder da quadrilha comprava prêmio das loterias para esquentar o dinheiro da corrução, pensei que fossem passar o cadeado no cofre.

Depois, veio o mensalão e julguei que o sistema estivesse até se moralizando. Em seguida, surgiu a Lava Jato, para que julgássemos que a corrupção seria mesmo combatida com todo rigor, mas o sonho acabou se transformando em pesadelo, porque a Justiça trocou de lado, os criminosos foram sendo soltos e até “descondenados”, escancarou-se a corrupção novamente.

TUDO DOMINADO – Empreiteiros e empresários já retomaram tudo de novo, os acertos com governantes e políticos seguem normalmente, agora sob o signo das emendas parlamentares do orçamento secreto. Já criaram até as emendas Pix, onde já se viu!

Como todos sabem, essas emendas beneficiam prioritariamente prefeituras do interior do Norte/Nordeste, onde parlamentares levam recursos públicos para comprar kits de robótica e equipar escolas onde não há sequer banheiro, quanto mais computadores.

Em meio a tudo isso, agora, chegaremos à perfeição, quando mais um político nordestino será alçado ao Ministério de Lula. Desta vez, ele é conhecido como Fufuca e será mais um a tomar conta da mufuca num governo Tabajara, em que nossos problemas acabaram.

Estragar o IBGE, não vai. Mas a nomeação de Márcio Pochmann pegou mal, muito mal…

Correio do Brasil | Capa

Se tentar interferir no IBGE, Pochmann estará liquidado

Carlos Alberto Sardenberg
O Globo

Numa boa: se era para colocar o economista Marcio Pochmann no governo, a presidência do IBGE foi uma saída de pouco dano. Lá, o potencial de estragos é menor, quase nada. Com todo o respeito que o IBGE merece, o fato é que lá não se formula nem se pratica política econômica. Trata-se de um órgão que pesquisa e elabora dados. Mede e calcula população, inflação, emprego, desemprego e renda, o Produto Interno Bruto, contas nacionais.

Mais: o IBGE tem tradição e estruturas consolidadas, além de um corpo técnico profissional e gabaritado.

MANIPULAR DADOS? – Algumas pessoas levantaram hipóteses de manipulação dos dados, de modo a criar uma imagem mais favorável do país, beneficiando a propaganda do governo. Por exemplo: martelar os índices de inflação, “produzir” números bem baixinhos, circunstância que favorece o governo de diversas maneiras. Ajudaria a pressionar o Banco Central para uma redução mais acentuada da taxa básica de juros.

Cristina Kirchner fez isso na Argentina. Maduro ainda faz na Venezuela. Aqui mesmo, já houve pressões sobre o IBGE; isso nos anos 80, governo Sarney, para mudar os métodos de cálculo da inflação. Não deu certo. Houve reações políticas e sociais, permitidas pelo ambiente democrático.

Mas, no tempo da ditadura, houve manipulação. Ao final do governo Médici, em 1974, o então todo-poderoso ministro da Fazenda, Delfim Netto, exibia crescimento econômico de milagre, com inflação moderada para a época, 12% ao ano, isso para 1973.

SIMONSEN RECALCULOU – Muita gente desconfiava, mas como reclamar na ditadura? Só de dentro do regime. Foi o que aconteceu no governo Geisel. Nomeado ministro da Fazenda, Mário Henrique Simonsen, entre suas primeiras medidas, providenciou uma revisão da inflação de 1973: não havia sido de 12%, mas de 26,6%, um salto e tanto.

Não foi propriamente uma falsificação, mas um truque. Para conter as óbvias pressões inflacionárias, Delfim havia imposto um controle de preços. A Fazenda fixava os preços, digamos, oficiais, dos principais produtos.

E como sempre acontece nessas circunstâncias, o mercado continua funcionando. Ou seja, havia o preço da tabela e o real, maior, claro. O truque: considerar, na medida da inflação, os preços oficiais. Ocorre que se mediam também os preços reais, que ficavam no armário. Simonsen mandou abrir, e a inflação de verdade era mais que o dobro da oficial.

ATÉ O BANCO MUNDIAL – Seguiu-se um debate entre os dois economistas, mas ficou claro, especialmente para a população, que 26% era o número. O Banco Mundial também fez uma revisão dos dados brasileiros e chegou a uma inflação de 22,5% para 1973. Era por aí.

Qual a chance de acontecer de novo? Zero. Imagine que o presidente do IBGE tente interferir na coleta de preços e cálculo do índice. Em menos de um dia o caso estará na imprensa. Será vazado por funcionários do instituto, zelosos de seu trabalho e sua moral.

Além disso, os índices do IBGE são acompanhados com lupa por centenas de analistas. Há economistas de banco cujo trabalho é adivinhar os números.

COM BASE NO IBGE – Nas consultorias, equipes especializadas até fazem coleta de preços essenciais, além de seguir o detalhe das pesquisas do IBGE, de modo a antecipar cenários para seus clientes.

Basta acompanhar o noticiário. Na véspera da divulgação de qualquer indicador importante, jornais e sites trazem as estimativas do mercado. E sempre bate, não na mosca, mas no alvo.

Tudo considerado, o mercado, os analistas, os jornalistas perceberão qualquer tentativa de manipulação. Quer dizer, então, que a escolha de Pochmann para o IBGE não tem importância alguma?

TEM IMPORTÂNCIA – Trata-se de um mau sinal. Indica que a ideia foi colocar um companheiro numa boa posição, mesmo ele não tendo o currículo e a expertise para o cargo.

Ele não interferirá na gestão da política econômica, como sugeriram pessoas ligadas à ministra Simone Tebet e ao ministro Fernando Haddad. Algo do tipo, deixa pra lá, mal não fará.

Mas pode fazer algum estrago administrativo ou técnico num órgão tão importante. Mede-se um governo pelo que faz e pelo que não faz. Não mexer no IBGE seria melhor. Sobretudo porque a mexida sugere que podem existir coisas piores em andamento.

Inteligência Artificial usa dados acumulados, não cita fontes nem paga direitos autorais

(Arquivo do Google)

Pedro do Coutto

A tese básica de que a Inteligência Artificial é uma criação humana, voltada para interesses humanos e realimentada pelo pensamento, é do cientista brasileiro Miguel Nicolelis, radicado nos Estados Unidos, e que deu base a um longo diálogo que o especialista Filipe Campello manteve com o ChatGPT, colocando-se a questão de que o acesso aos dados acumulados são muitos milhões e dos quais se utiliza  sem a correspondência de pagar direitos autorais.

O ChatGPT fugiu durante a extensa conversa do tema, procurando evitá-lo de todas as formas e sob todos os ângulos em que Campello insistia em se movimentar. Não respondia logicamente a hipótese de plágio, evitando de todas as maneiras pelos diálogos trocados e escritos na tela do computador. Logo, o ChatGPT está programado para bloquear esse tema de quaisquer indagações. Com isso, ele reconhece parcialmente a perspectiva do plágio e, portanto, escapa da nuvem em que o assunto é conduzido.

ARTICULAÇÃO – O fato essencial é que a plataforma capaz de desenvolver pensamentos lógicos é uma sofisticação avançada da Inteligência Artificial, uma vez que existe uma articulação entre os pensamentos e as frases. Fica a impressão de que os autores da engrenagem que dirigem o ChatGPT se preparam para esse tipo de colocação que desenvolvem os raciocínios de defesa de várias formas.

De outro lado, o ChatGPT alegou no diálogo com Filipe Campello que só poderia responder a questões até 2021, pois após essa data 0a sua memória ainda não havia sido atualizado. O que não deixa de ser engraçado, pois muitos fatos que o ChatGPT responde são posteriores a 2021.

REFORMA MINISTERIAL –  Thiago Resende, Julia Chaib e Catia Seabra, Folha de S. Paulo deste sábado, publicam reportagem assinalando que a ala mais política do governo já está prevendo e articulando uma reforma ministerial no final do ano para acomodar partidos que pretendem votar com o governo no curso dos projetos no Congresso Nacional.

Algumas mudanças poderiam ocorrer ainda em agosto, mas não existe certeza quanto à perspectiva. Afinal, a reforma até agora limitou-se à substituição de Daniela Carneiro por Celso Sabino na pasta do Turismo. Em outra matéria também na Folha de S. Paulo, Vitória Azevedo e Raquel Lopes destacam que o ministro Silvio Almeida dos Direitos Humanos encontra-se em processo de esvaziamento e críticas por iniciativas suas, entre as quais a planejada visita aos presídios estaduais do país. Silvio Almeida poderá ser um dos substituídos.

Lula tem que cobrar iniciativas por parte dos ministros e acaba deixando um espaço vazio para que as pressões por cargos de efetuem. É preciso que blinde a sua autoridade e não deixe com que os espaços vazios de cobrança conduzam a uma inércia natural e que serve de base para reivindicações sob a alegação do não funcionamento deste ou daquele ministro.

Os interesses partidários são sucessivos, sobretudo em vista às eleições de 2024. O poder não pode ficar vazio, pois em tal hipótese algum setor se movimenta para ocupá-lo. Essa opinião foi dita a mim em 1963 por Juscelino Kubitschek. A fragilidade do governo João Goulart expôs o Palácio do Planalto às investidas cada vez mais fortes da oposição comandada por Carlos Lacerda. A pressão atingiu o auge por culpa do próprio João Goulart ao comparecer à reunião dos sargentos na então sede do Automóvel Club do Rio de Janeiro na Cinelândia.

FAKE NEWSNo O Globo de ontem, Jeniffer Gularte publica matéria sobre a intenção ainda não totalmente consolidada do governo de incluir na lei de combate às fake news a possibilidade de que o assunto seja observado pela Controladoria-Geral da União. O assunto está sendo examinado em conjunto com o autor do substitutivo, deputado Orlando Silva.

Pessoalmente acho que o tema deva ser incluído na Lei de Imprensa, inclusive para evitar a criação de qualquer novo órgão encarregado da tarefa de combater as notícias falsas, mas que implica no risco de ser confundido com instrumento de censura prévia. É claro que a remoção das fake news tem que ser feita mais rapidamente possível para que ela não contamine a própria opinião pública.

Mas não pode existir uma lei preventiva para a prática de crimes. A lei pune os crimes, mas não os evita, até porque é impossível. No caso das fake news, elas podem ser evitadas, mas isso depende não da fiscalização governamental, mas pela própria visão dos dirigentes das plataformas. O processo civil fica equiparado à Lei de Imprensa e assegurado o direito de resposta dos atingidos.

Flávio Dino boicota a CPMI do 08/01 e nega acesso a imagens das câmeras 

Após ser chamado de “obeso”, Dino espera retratação • Blog do Jorge Aragão

Flávio Dino é exibicionista e se sente cheio de poder

Eduardo Gayer
Estadão

O ministro da Justiça, Flávio Dino, negou pedidos da CPMI do 8 de janeiro para ter acesso às imagens das câmeras de segurança da pasta no dia dos atos golpistas em Brasília. Dino alegou que os arquivos não podem ser divulgados para preservar as investigações criminais em andamento.

“Esta decisão administrativa visa preservar a autoridade do Poder Judiciário no que se refere ao compartilhamento de provas constantes de Inquéritos com eventuais diligências em curso”, afirma o Ministério da Justiça em resposta a ofícios enviados por deputados e senadores do colegiado.

MORAES AUTORIZOU – A CPMI, porém, é um órgão investigativo com poder de polícia. As imagens das câmeras de segurança do Palácio do Planalto no dia dos atos golpistas foram disponibilizadas à imprensa e ao Judiciário por decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), após um vazamento parcial dos arquivos que levou à queda do ex-ministro Gonçalves Dias, do Gabinete de Segurança Institucional (GSI).

As câmeras mostram o militar, então nomeado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para fazer a segurança do Palácio, circulando inerte pela sede do Executivo e sem reagir aos invasores.

STF TERIA NEGADO – No despacho, o Ministério da Justiça ainda destaca que a presidente do STF, ministra Rosa Weber, igualmente negou pedido da CPMI para compartilhamento de arquivos de inquéritos hoje em tramitação na Corte.

À Coluna, Flávio Dino afirmou que o pedido de acesso às imagens deve ser feito à polícia. “As imagens estão em inquéritos policiais. Tem que cumprir o artigo 20 do Código de Processo Penal. Basta pedir para quem preside o inquérito. Portanto, não há negativa”, defende o ministro.

O artigo 20 do Código de Processo Penal diz que “a autoridade assegurará no inquérito o sigilo necessário à elucidação do fato ou exigido pelo interesse da sociedade”.

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NOTA DA REDAÇÃO DO MUNDO
Há muito não se via um ministro tão exibicionista quanto Flávio Dino. É um pavão de grande porte, que gosta de se exibir. Sabe que a CPMI tem poder de polícia, mas finge não entender o que isso significa. E que ganha com tal comportamento? Ora, ele não ganha nada, apenas sente uma ligeira e fugidia sensação de poder, que pode ser chamada de soberba. Mas que logo passa e ele percebe que na verdade nada o distingue dos demais. É igual aos outros, apenas um pouco mais volumoso, digamos assim. (C.N.)

Incêndio do mercado em Salvador inspirou uma canção de protesto de Gil e Capinan

José Carlos Capinan faz 80 anos como bravo poeta guerrilheiro da canção  popular brasileira | Blog do Mauro Ferreira | G1

José Carlos Capinan, grande poeta baiano

Paulo Peres
Poemas & Canções

O médico, publicitário, escritor, poeta e letrista baiano, José Carlos Capinan, em parceria com Gilberto Gil, retrata de modo romântico um dos locais mais tradicionais de Salvador, a feira popular “Água de Meninos” e insinua em forma de protesto seu incêndio, na década de 60, pelos poderes públicos para dar vazão a especulação imobiliária. Essa música foi gravada por Gilberto Gil no Álbum Louvação, em 1967, pela Philips.

ÁGUA DE MENINOS
Gilberto Gil e Capinan

Na minha terra a Bahia
Entre o mar e a poesia
Tem um porto, Salvador
As ladeiras da cidade
Descem das nuvens pro mar
E num tempo que passou, ô
Toda a cidade descia
Vinha pra feira comprar.

Água de Meninos, quero morar
Quero rede e tangerina
Quero o peixe desse mar
Quero o vento dessa praia
Quero azul, quero ficar
Com a moça que chegou
Vestida de rendas, ô
Vinda de Taperoá.

Por cima da feira, as nuvens
Atrás da feira, a cidade
Na frente da feira,  o mar
Atrás do mar, a marinha
Atrás da marinha, o moinho
Atrás do moinho. o governo
Que quis a feira acabar…

Dentro da feira, o povo
Dentro do povo, a moça
Dentro da moça, a noiva
Vestida de rendas, ô
Abre a roda pra sambar.

Moinho da Bahia queimou
Queimou, deixa queimar
Abre a roda pra sambar.

A feira nem bem sabia
Se ía pro mar ou subia
E nem o povo queria
Escolher outro lugar
Enquanto a feira não via
A hora de se mudar.

Tocaram fogo na feira
Ai, me diga, mi’a sinhá
Pra onde correu o povo
Pra onde correu a moça
Vinda de Taperoá ?…

Água de Meninos chorou
Caranguejo correu pra lama
Saveiro ficou na costa
A moringa rebentou
Dos olhos do barraqueiro
Muita água derramou.

Água de Meninos chorou
Quem ficou foi a saudade
Da noiva dentro da moça
Vinda de Taperoá
Vestida de rendas, ô
Abre a roda pra passar.

Moinho da Bahia queimou
Queimou, deixa queimar
Abre a roda pra sambar
Pra sambar…Pra sambar…

Suprema Corte de Israel deveria servir de exemplo para corrigir erros do nosso STF

TRIBUNA DA INTERNET

Charge do Bier (Arquivo Google)

Demétrio Magnoli
Folha

Em Israel, o poder político avança sobre as prerrogativas e a independência da Suprema Corte. A sociedade israelense reage, em defesa da democracia ameaçada. No Brasil, temos um problema quase oposto com o STF, que opera há tempos como protagonista político. Contudo, desviamos o debate substancial para a esfera das guerrilhas identitárias. A sucessão de Rosa Weber é uma oportunidade para enfrentá-lo.

“In Fux we trust”, replicou Sergio Moro a uma mensagem de seu fiel escudeiro Dallagnol, em abril de 2016. Não era só Luiz Fux: o juiz político podia confiar na maioria do STF. Ao longo daqueles anos, o tribunal superior funcionou como câmara de eco do partido clandestino da Lava Jato.

ATUAÇÃO POLÍTICA – O STF militava. Embriagado pelos aplausos da opinião pública, fabricava leis implícitas de exceção. Então, suspendeu mandatos parlamentares, legalizou a prisão em segunda instância e referendou os acordos espúrios de delação premiada firmados pelo Ministério Público. A inflação do poder do tribunal refletia a desmoralização do Executivo e do Congresso.

Na etapa seguinte, premido pelas nuvens sombrias do bolsonarismo, o STF mudou de foco, mas continuou a se embrenhar na selva da política. Os fins eram nobres: proteger as instituições democráticas, inclusive a própria corte suprema.

Os meios, inventados no calor da batalha, eram improvisações legais: um inquérito de ofício com horizonte indefinido e alvos mutáveis, ordens de censura prévia e de cancelamento de contas em redes sociais.

VIROU DOUTRINA – O STF militava novamente, agora enfrentando um Executivo subversivo e um Congresso imobilizado pelo feitiço do orçamento secreto. No fim, suas ações heterodoxas revelaram-se eficazes, talvez decisivas, na resistência aos impulsos golpistas de Bolsonaro e sua trupe cívico-militar. O problema é que o triunfo sedimentou-se como teoria: no lugar de um parêntesis, uma doutrina.

O nome da doutrina, emprestada impropriamente da Alemanha, é “democracia militante”. À sombra dela, o STF prolonga as exceções jurídicas para além do período de excepcionalidade política, encerrado com a prisão dos vândalos do 8 de janeiro.

Prova mais recente: a ordem de busca e apreensão contra indivíduos sem foro especial acusados de ofender e agredir Alexandre de Moraes e seus familiares no aeroporto de Roma. Nesse caso, tenta-se justificar a intervenção do tribunal superior sob a alegação imaterial de conexão com um movimento golpista derrotado.

Segunda réplica – O protagonismo político do STF tende a esculpir as indicações presidenciais de magistrados da corte. Bolsonaro indicou dois juízes partidários, desmatando uma vereda que Lula começa a seguir: Zanin, o advogado particular, foi uma primeira réplica lulista a Mendonça e Nunes Marques.

Sobram indícios de que o presidente cozinha uma segunda réplica, contrariando mais uma vez sua promessa eleitoral de abster-se de conduzir “amigos” à corte suprema.

Engajados na defesa de sua Suprema Corte, os sindicatos de Israel articulam uma greve geral, os reservistas declaram boicote às convocações militares e os partidos de oposição revelam-se dispostos a deflagrar uma crise constitucional. Por aqui, nada disso é necessário, pois a democracia não está em jogo.

POLITIZAÇÃO INDEVIDA – Mesmo assim, não temos o direito de ignorar a crônica politização e a crescente partidarização do Supremo.

O “lulismo partidário” choca-se com o “lulismo identitário”. Na hora da sucessão de Rosa Weber, os contestadores organizam-se em torno das bandeiras de gênero e cor. “Uma mulher!, uma mulher-negra!” – clamam os sacerdotes da política identitária.

Alguns deles vão além, convertendo seus espaços de opinião na imprensa profissional em manifestos lobistas por nomes específicos: a “justiça histórica” tem mil e uma utilidades. Na algazarra inócua, enterramos os dilemas verdadeiros sobre a função do STF e o equilíbrio de Poderes.

Bolsonaro recebe R$ 17 milhões de doações por Pix e diz: “Sobra pra comer um pastel”

Declaração foi feita durante evento do PL Mulher em Florianópolis, Santa Catarina -  (crédito: Reprodução)

Em Santa Catarina, Jair Bolsonaro agradece as doações

Sarah Paes
Correio Braziliense

Neste sábado (29/7), o ex-presidente Jair Bolsonaro agradeceu as doações que recebeu em Pix — e que somaram R$ 17,2 milhões segundo o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) — durante evento do PL Mulher em Florianópolis, Santa Catarina.

“Muito obrigada a todos aqueles que colaboraram comigo no Pix esta semana. Mais do que o valor depositado, quase 1 milhão de pessoas colaboraram. De um centavo a 20 reais em média, muito obrigado”, disse ao lado da esposa Michelle Bolsonaro.

CONTAS E PASTEL – Bolsonaro ainda brincou que, com o valor arrecadado ele deve conseguir pagar contas e, com o que sobrar, ainda levar a esposa para comer um pastel.

“Dá pra pagar todas as minhas contas e ainda sobra dinheiro aqui pra gente tomar um caldo de cana e comer um pastel com a dona Michelle”, acrescentou.

De acordo com relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) recebeu quase R$ 17,2 milhões via transação por Pix, nos primeiros seis meses de 2023 e aplicou esse valor em fundos de renda fixa.

DURANTE EVENTO – O agradecimento foi realizado no evento liderado por Michelle, que é a presidente nacional da organização. E, de acordo com uma publicação do partido, o evento foi realizado com o objetivo de “debater e incentivar a participação feminina na política de forma efetiva” e apresentar o programa Mulher que Faz Acontecer.

As doações começaram a ser recebidas após apoiadores do ex-presidente pedir ajuda a seus eleitores nas redes sociais para que ele conseguisse pagar multas impostas pela justiça. Bolsonaro acumula duas aposentadorias: a de capitão reformado do Exército e a de deputado federal, com valores mensais de R$ 11.945,49 e R$ 35,223, respectivamente, em valores de maio.

Além disso, recebe salário de R$ 42 mil como presidente de honra no Partido Liberal, partido no qual é filiado.

Atacar a ampliação da refinaria Abreu e Lima é um preconceito contra o Nordeste

Petrobras investirá US$ 1 bilhão até 2026 para concluir refinaria Abreu e Lima - InfoMoney

Ampliação é vital para reduzir importação de combustíveis

Pedro Campos
O Globo

Certas críticas à Refinaria Abreu e Lima dão a entender que o empreendimento veio do nada, mera decisão política, sem base técnica. Enorme equívoco. A implantação de uma refinaria de petróleo em Pernambuco era sugerida havia décadas em estudos sérios. A meta era qualificar a infraestrutura e atrair indústrias para gerar empregos, oportunidades de negócio e, com isso, alterar o quadro de desigualdade regional brasileira.

O estudioso francês Louis-Joseph Lebret foi uma dessas vozes. Ele publicou, em 1954, seu “Estudo sobre o desenvolvimento e a implantação de indústrias, interessando a Pernambuco e ao Nordeste”, no qual sustenta que uma refinaria no Recife “contribuiria de modo decisivo para o desenvolvimento da região”.

EFEITOS POSITIVOS – Felizmente, a Refinaria Abreu e Lima veio e produz efeitos positivos desde 2014, claro, se somando a outros grandes investimentos em educação pública (técnica e superior) e infraestrutura (estaleiros, polo petroquímico), ação do presidente Lula nos dois primeiros mandatos.

Mesmo impactados pelas crises (política, financeira etc.) e por decisões de Bolsonaro, aqueles projetos legam avanços que só podem ser contestados com “má-fé cínica” ou “obtusidade córnea”, como diria meu conterrâneo Nélson Rodrigues.

É fato: o valor do rendimento médio das famílias nordestinas cresceu 5,6% ao ano, quando a média nacional foi de 4,5% e no Sudeste essa taxa foi de 3,9%, rompendo a tendência de que o Nordeste tinha sempre o ritmo mais lento de crescimento. E precisamos, novamente, fazer a região crescer mais do que o Sudeste e acima da média brasileira. Pelo bem dos nordestinos, pelo bem do Brasil.

PRECONCEITO E MIOPIA – As críticas à Abreu e Lima revelam preconceito — contra o Nordeste — e miopia política. Afirmar que seria desnecessária, como alguns dizem, é ignorar estudos que alertam sobre uma crise na oferta de combustíveis no horizonte de curtíssimo prazo, com riscos de um apagão de derivados de graves consequências para o país.

Aliás, ainda não passamos por isso ainda graças à Abreu e Lima.

Note-se que há projetos privados para a construção de duas refinarias no Nordeste. E que a planta de Suape foi 100% financiada pela Petrobras para atender à demanda do mercado e também para estruturar a economia de uma região onde vive um em cada três brasileiros, que tem contribuído para o país ao longo dos séculos.

ANTOLHOS POLÍTICOS – Voltando a Nélson Rodrigues e seu chiste contra as visões deformadas, geralmente, por antolhos — aquelas paletas laterais usadas para reduzir o campo de visão de burros e cavalos, por exemplo. Em política, esses antolhos são os preconceitos ideológicos que levam alguns a mirar o inatacável para proteger o indefensável.

Com isso, acabam desconsiderando outra genial dica rodriguiana, que é prestar atenção ao óbvio, que não para de ulular ali na esquina.

Investir na ampliação da Abreu e Lima, em vez de erro, é ação apoiada na racionalidade econômica — precisamos aumentar a capacidade de refino com urgência! — e na compreensão, política, de que o Estado brasileiro deve olhar e atender o país como um todo, sem relegar à condição de cidadãos de segunda classe os que vivem no Nordeste ou em qualquer outra região.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Pedro Campos, engenheiro, é deputado federal (PSB-PE). Pode-se retrucá-lo por ser nordestino, mas é preciso reconhecer que a Abreu e Lima é uma das mais avançadas refinarias do mundo e precisa ser ampliada o mais rápido possível, para reduzir a importação de combustíveis, especialmente o diesel. (C.N.)

Lula criará problemas para Haddad, se ficar nomeando companheiros como Pochmann

Tribuna do Sertão - Compromisso com a verdade

Simone Tebet nem foi avisada, mas soube assimilar o golpe

Merval Pereira
O Globo

O presidente Lula tem o direito de nomear quem ele quiser – nomeou a ex-presidente Dilma para a presidência do banco dos BRICS e está claramente recompensando os companheiros que não o abandonaram. Mas ao fazer isso, está repetindo os erros que levaram o país a uma crise brutal. Esse é o perigo.

O pessoal que não entrou no início do governo e está ali na beira do campo para entrar, sem dúvida, pensa de maneira diferente ao que está sendo feito pelo ministro Haddad, como pensava diferente do ex-ministro Palocci, no início do governo, e que estava dando muito certo.

REPETIR O ERRO – Só que acabou dando errado no primeiro governo, porque, quando se sentiu forte, com crescimento econômico e popularidade, Lula começou a botar em prática as teses do PT.

E agora, parece querer repetir essa história, colocando em postos importantes pessoas de sua confiança, que pensam diferente do que está sendo feito, que está dando certo.

E no momento em que se sentir mais seguro, voltará a tentar uma política econômica populista, desenvolvimentista, sem nenhum tipo de controle, sem equilíbrio fiscal. É o que a Dilma dizia, “gasto é vida”.

TIPO MANTEGA – O perigo é que no fundo, no fundo, Lula não gosta do que está acontecendo. Está dando certo, mas vai voltar a fazer a política econômica que ele acha que é a melhor, que é a nova matriz econômica do Mantega, do BNDES antigo.

Então, é um sinal de alerta para o futuro, porque não sinaliza a continuidade da política econômica e nem garante a unidade da equipe econômica. As mesmas pessoas, o mesmo pensamento.

Nada mudou, todos continuam pensando da maneira que levou o Brasil a perder o grau de investimento e entrar numa crise econômica da qual só agora, 10 anos depois, estamos nos recuperando.

Democracia? Tanto faz… Nada de novo sobre brasileiros indiferentes à política 

Charges sobre democracia - 07/08/2020 - Política ...

Charge do Benett (Folha)

Maria Hermínia Tavares
Folha

Com o sombrio título “A recessão democrática na América Latina”, o Latinobarómetro acaba de publicar seu informe de 2023. A cada ano, desde 1995, o instituto chileno, dirigido pela economista Marta Lagos, toma o pulso político da opinião pública em 18 países da região. A ideia é aferir as atitudes em relação à democracia, suas instituições e aos governos que dão ou deixam de dar vida a seus princípios e regras.

Trata-se de um acervo precioso que proporciona uma visão comparada de como evoluíram as percepções dos cidadãos de cada país nas três décadas do grande experimento democrático fora dos Estados Unidos, Canadá e Europa Ocidental.

INSATISFAÇÃO GERAL – A pesquisa confirma esperadas variações por países. Mas, na média, aponta declínio do apreço pela democracia, em quaisquer circunstâncias; insatisfação com seu funcionamento no país do entrevistado; aumento da indiferença pela forma do regime. Também mostra a percepção de que os partidos funcionam mal, podendo ser dispensados sem grande prejuízo para o sistema.

Os resultados para o Brasil dão o que pensar. Depois de uma queda muito significativa do apoio à democracia, entre 2017 e 2020, a proporção daqueles que a consideram sempre melhor do que as alternativas voltou ao nível anterior. É relativamente baixo e estável — em torno dos 30%.

Também ficou do mesmo tamanho a minoria dos cerca de 15% que acham que uma ditadura, em certas circunstâncias, pode ser uma boa solução. O maior contingente continua formado pelos brasileiros para os quais dá tudo no mesmo. E não chegam a 1/3 os satisfeitos com a maneira como sistema opera no país. Sete em cada 10 acreditam que os partidos políticos deixam a desejar.

EM TRÊS DÉCADAS – Nada de novo na existência de um número expressivo de brasileiros relativamente indiferentes quanto ao tipo de regime político, descontentes com seu funcionamento e descrentes dos partidos: repete-se com pouca variação ao longo das três décadas em que o Latinobarómetro faz essa medição.

Mudou para melhor no auge do otimismo com relação ao governo do PT, em 2010-2011, e despencou sob o governo Temer e o desastre que se lhe seguiu nas urnas de 2018. É notável que a disputa política renhida, a polarização ideológica e a agitação febril das redes dos tempos de Bolsonaro tenham mexido apenas circunstancialmente com aquelas atitudes básicas que parecem enraizadas nas mentes e corações dos brasileiros.

Como ontem, a democracia há de funcionar no país com poucos democratas convictos e muitos cidadãos indiferentes e desconfiados de suas instituições. Grande é, assim, a responsabilidade das lideranças.

Importância da delação no caso Marielle escancara hipocrisias contra a Lava Jato

Gilmar Mendes diz que Dallagnol já pode fundar igreja com “chuva de pix”  após cassação – Política – CartaCapital

Desta vez, Gilmar Mendes teve de apoiar a delação

Deltan Dellagnol
Gazeta do Povo

O ministro Gilmar Mendes, em 9 de maio deste ano, disse o seguinte sobre as delações premiadas da Lava Jato: “As pessoas só eram soltas, liberadas, depois de confessarem e fazer acordo. Isso é uma vergonha. E não podemos ter esse tipo de ônus. Coisa de pervertidos. Claramente, se tratava de prática de tortura. Usando o poder de Estado. É disso que se trata”.

Em 7 de fevereiro de 2017, o ministro afirmou: “temos um encontro marcado com essas alongadas prisões em Curitiba”. Havia cerca de dois anos que tinham sido decretadas as prisões e ninguém estava preso há tanto tempo sem condenação, mas, é claro, as condenações não haviam transitado em julgado. Isso demora muitos anos no Brasil quando se tem um bom advogado.

“ELEMENTO DE TORTURA” – Ainda assim, o ministro Gilmar entendia, ou pelo menos assim declarou, que tais prisões “discordam e conflitam com a jurisprudência dessa Corte nesses anos”. Dois anos mais tarde, em 2 de outubro de 2019, o ministro voltou ao assunto, dizendo que se usava “a prisão provisória como elemento de tortura”.

O ministro ecoava a ladainha professada por jornalistas militantes e pelo grupo de advogados “Prerrogativas”, também conhecido como clube da impunidade — aquele do advogado que, num jantar em apoio à candidatura de Lula, soltou a seguinte pérola para criticar a Lava Jato: “Se o crime já aconteceu, de que que adianta punir?”

 Um dos líderes desse grupo, o advogado Marco Aurélio de Carvalho, em entrevista, afirmou que a equivalência entre delação e tortura feita por Gilmar é adequada: “Você fazer a delação com o réu preso é quase um convite para que o sujeito minta, para que o sujeito diga o que você quer que efetivamente ele diga”.

FIM DA DELAÇÃO – Outro integrante do clube, o hoje Secretário Nacional de Justiça do ministro Flávio Dino, Augusto de Arruda Botelho, chegou a defender o fim da delação premiada.

Botelho criticou a delação como imoral e afirmou que “por trás desse réu arrependido está um homem ou mulher que, após longo período de privação ilegal de sua liberdade, física e psicologicamente comprometido (…) faz uma opção não de tese de defesa, mas, sim, de sobrevivência”.

É ensurdecedor o silêncio de todos esses atores diante da delação de Élcio de Queiroz, que incriminou novo comparsa envolvido no homicídio da vereadora Marielle Franco.

NENHUMA CRÍTICA – Élcio estava preso preventivamente desde março de 2019, portanto, há mais de quatro anos. Nenhuma crítica se ouviu à prisão alongada ou à delação nesse contexto por parte da esquerda, de Gilmar, de Marco Aurélio ou de Botelho.

Pelo contrário, o próprio Ministro da Justiça fez uma coletiva para falar de boca cheia da operação policial baseada na delação, ecoada como se fosse uma realização de seu governo, quando não é. Trata-se de um trabalho da polícia, de Estado, e não de governo.

Outra hipocrisia, diga-se, é o silêncio nesse ponto daqueles que criticavam a Lava Jato por suposto midiatismo, diante de um Ministro político fazendo uma coletiva sobre um trabalho técnico que ele não fez e do qual sequer participou.

ABUSOS DE PODER – Essas hipocrisias se somam a muitas outras, como a conivência ou apoio a abusos de poder escancarados, como por exemplo a prisão de Anderson Torres por quatro meses sem acusação, a busca e apreensão realizada sobre supostos agressores do ministro Moraes em foro incompetente e contra crimes de menor potencial ofensivo e a prisão e acusação sem individualização das condutas e provas dos envolvidos no 8 de janeiro.

A celebração de resultados investigativos alcançados por meio da delação premiada mais uma vez revela que vários “juristas”, autodesignados “garantistas”, nunca se opuseram de verdade aos meios empregados pela Lava Jato, mas sim aos resultados alcançados. O problema não eram os meios e sim os alvos. Nunca se tratou de uma luta por direitos.

São “garantistas de ocasião”. Criticavam abusos imaginários da Lava Jato, construídos mediante narrativas, e agora silenciam diante de abusos reais escancarados. A depender da ocasião e do interesse em jogo, levantam as bandeiras do garantismo. A depender da ocasião e da conveniência, silenciam ou se revelam punitivistas arrochados.  Quando se trata de atacar a Lava Jato, por exemplo, o garantismo vira punitivismo e arbítrio.

DINO EM AÇÃO – Nesta mesma semana, o ministro Flávio Dino mandou a Polícia Federal investigar os acordos da Lava Jato, sem qualquer indicativo de crime ou desvio. Se for instaurado inquérito, como parece que vai, a perseguição política ficará ainda mais escrachada. A Polícia só pode agir quando há indícios de um fato em tese criminoso. Qual o fato em tese criminoso? Qual o crime previsto no Código Penal? Não há.

Olhando para tudo isso, a mensagem é: delação pode, mas não de político corrupto. E isso não é só para delação: é para prisão, é para condenação, é para todo tipo de responsabilização. E tem uma segunda mensagem: se contra corrupto poderoso vale-nada, contra quem ameaça poderosos com a lei, aí a regra é invertida, aí vale-tudo. Vale até negar, inventar ou torcer o Direito e usar a máquina do Estado para caçar, cancelar e punir.

Não temos mais Estado de Direito no Brasil. Há um Estado de Poderosos, de Donos do Poder, de Donos do Brasil. Debaixo de Lula e do atual STF, nestes tempos sombrios, o Direito se tornou um mero instrumento do poder, com a conivência de um Senado acovardado. Erguendo a bandeira da democracia, os Donos do Poder no Brasil erodem, corroem e atacam, de dentro, a própria democracia.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Mais um excelente artigo, enviado por Gilberto Clementino. Mostra as contradições dos “juristas garantistas”, que se tornaram a base aliada dos corruptos, para lhes garantir a impunidade. (C.N.)

Depoimento dá novos detalhes da frustrada operação da facção PCC para matar Moro

Documentos inéditos detalham plano para sequestrar e matar Sergio Moro |  VEJA

Sérgio Moro seria sequestrado e levado para esta chácara

Deu em O Globo

No dia 22 de março deste ano, a Polícia Federal iniciou mais uma operação dentre tantas realizadas pela corporação para desmobilizar ações criminosas. Naquela manhã, os alvos eram um grupo vinculado uma facção paulista, considerada a maior do país, que planejava realizar ataques contra servidores públicos e autoridades. O nome de um dos alvos se destacou: o recém-empossado senador Sergio Moro (União-PR), ex-juiz da Lava-Jato e ministro da Justiça do governo Bolsonaro. Nove pessoas foram presas.

A ação frustrada da facção pretendia sequestrar Moro e negociar sua liberdade em troca da transferência do chefe da organização Marcos Camacho, o Marcola, da penitenciária de segurança máxima para o sistema prisional de São Paulo.

De acordo com dados da investigação sigilosa, obtidos e publicados pela revista Veja nesta sexta-feira, os bandidos sabiam que as chances da negociação ocorrerem eram mínimas, mas a provável execução do ex-juiz seria entendida como uma demonstração de força e poder da facção.

NO DIA DA ELEIÇÃO – Entre outros detalhes divulgados pela revista, consta o depoimento da proprietária da chácara, Tânia Castro. O espaço seria alugado para servir de cativeiro. A ideia da facção era sequestrar o ex-juiz no dia do segundo turno, 30 de outubro de 2022, assim que ele deixasse a zona eleitoral. O Clube Duque de Caxias, onde votava, ficava a 700 metros de sua residência. Moro estava sem seguranças desde o dia 24 de outubro.

A chácara ficava a 42 quilômetros de uma base de operações montada pelos criminosos num apartamento em Curitiba. De acordo com a proprietária, o espaço normalmente era utilizado para festas e eventos, e uma mulher a procurou em um aplicativo de imóveis e ofereceu pagar dez diárias pelo local.

O pagamento seria em dinheiro vivo, e seria superior com a condição de que ninguém aparecesse no imóvel enquanto ela e seus hóspedes estivessem no local.

SEM CÂMERAS – Tânia explica que no dia seguinte à ocupação pelos criminosos, as câmeras de segurança da chácara haviam sido desligadas, e a central para armazenar as imagens tinha desaparecido.

A proprietária, segundo os documentos, teria pedido para um amigo policial vistoriar a região. Ao chegar, o local já estava vazio, somente com restos de refeição. “Só soube que aquele pessoal era da facção tempos depois, quando um delegado federal me telefonou para pedir que fizesse o reconhecimento de uma das pessoas envolvidas”, relata Tânia.

Moro era rastreado há pelo menos sete meses pelos criminosos, que alugaram um apartamento em Curitiba, no Paraná, próximo a casa do ex-juiz. Durante o período, o grupo rastreou os locais por onde o então candidato e sua família costumavam frequentar, além de hábitos e horários.

VIZINHOS DESCONFIARAM – De acordo com as informações do inquérito, a movimentação de pessoas e carros no apartamento chamou a atenção dos vizinhos, que acionaram a imobiliária. Ao checar a documentação dos inquilinos, a imobiliária encontrou um erro na identidade de um deles: a cidade paranaense de Cascavel aparecia como se fosse no estado de São Paulo. A empresa entrou em contato com os locatórios e ameaçaram chamar a polícia. A facção, então, decidiu abortar o imóvel e a missão.

Em março, quando a operação da PF foi deflagrada, a colunista Malu Gaspar mostrou que as autoridades se basearam no relato de um ex-membro da facção paulista que se converteu em testemunha protegida, depois de ser ameaçado de morte por um de seus líderes. A testemunha disse ao Ministério Público de São Paulo que havia um plano em curso, fornecendo os indícios para desmontar o sequestro.

Entre as informações entregues à PF constavam números de celulares e endereços de e-mail de integrantes da facção criminosa que tiveram o sigilo quebrado e passaram a ser monitorados.

MUITAS PROVAS – Os policiais reuniram cadernos com anotações e a contabilidade da ação, fotos dos criminosos durante a preparação e até imagens produzidas por drones dos locais onde a quadrilha se escondia.

As provas foram incluídas pela juíza Gabriela Hardt, que substituiu Moro na Operação Lava-Jato em 2019, no despacho em que ela determinou a realização da operação. A testemunha forneceu quatro números de telefones aos policiais e também endereços de e-mails.

Segundo a testemunha, o líder do plano era Janeferson Aparecido Mariano Gomes, conhecido na facção como Nefo, Artur ou Dodge. Um dos celulares monitorados é de Aline Paixão, namorada de Janeferson, a quem cabia guardar os códigos usados pela facção para se referir à operação de sequestro (Flamengo), ação (Fluminense) e Moro (Tokio). Nos prints recolhidos pela PF, Aline e Janeferson se chamam de “amor”.CJá o promotor de justiça Lincoln Gakiya já foi citado como “frango japonês”.

EM CINCO ESTADOS – Os suspeitos planejavam homicídios e extorsão mediante sequestro em pelo menos cinco unidades da federação — Distrito Federal, em Roraima, no Paraná, no Mato Grosso do Sul e em São Paulo. Os ataques poderiam ocorrer de forma simultânea.

Em relação a Moro, a retaliação era motivada por mudanças no regime de visitas em presídios implementadas durante sua gestão à frente do Ministério da Justiça e Segurança Pública.

Com Lincoln Gakiya, que compõe o Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), em Presidente Prudente, São Paulo, a insatisfação dos criminosos aumentou quando ele solicitou a transferência de Marcola da Penitenciária 2 de Presidente Venceslau para presídios federais, em 2018.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG –
A ação mostra como Sérgio Moro, em sua atuação como juiz e ministro, incomodou os criminosos deste país, especialmente a elite política e empresarial envolvida em corrupção e também as principais facções do crime, que mantêm ramos em todo o país. A imprensa amestrada, porém, tem horror a Moro e faz o que pode para denegri-lo. (C.N.)

Com artrose e idade, a saúde do presidente Lula está despertando novas preocupações  

Terno azul, conjunto dourado: o look da posse de Lula, Alckmin, Janja e Lu  - 01/01/2023 - UOL Notícias

Lula se apoia em Janja para diminuir a dor ao caminhar

Deu no Correio Braziliense
(Agência Estado)

A artrose no quadril que deve levar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva à mesa de cirurgia, provavelmente em outubro, é o segundo problema de saúde a afetar a agenda do chefe do Executivo em seus sete meses de terceiro mandato. Antes disso, em março, Lula havia adiado por alguns dias uma viagem à China por causa de uma pneumonia.

Aos 77 anos, ele é o presidente mais velho que o país já teve, e sua saúde é motivo de preocupação.

INFILTRAÇÕES – Na manhã do último domingo (dia 23), Lula foi submetido a uma infiltração na região do quadril. Isso significa que um anestésico foi aplicado diretamente na articulação, com o objetivo de amenizar as dores.

Na manhã desta quarta-feira (dia 26), o presidente Lula teve de desmarcar seus compromissos, pois precisou realizar uma nova infiltração no Hospital Sírio Libanês, em Brasília, para aliviar as dores que sente no quadril.

A osteoartrose é caracterizada pelo desgaste das cartilagens articulares, que são os tecidos que revestem a extremidade dos ossos. No caso de Lula, o problema é na articulação do fêmur (o osso da coxa) com o quadril.

VAI OPERAR – Em sua live semanal, nesta terça-feira (25/7) o presidente disse que vai esperar até outubro para fazer a cirurgia porque pretende cumprir compromissos internacionais, como a reunião dos Brics, na África do Sul, em agosto, e o encontro do G-20, na Índia, em setembro. No início deste mês, o desconforto o fez cancelar a participação na festa junina do PT.

O presidente afirmou que quer passar pelo procedimento para aliviar a dor. Ele disse que sente desconforto no osso há tempos, e que isso afeta seu humor. “Você fica uma pessoa chata”, destacou.

Em maio, durante evento em Salvador, Lula declarou que vinha tomando injeções diárias para a dor. “Já não resolve.”

EXAMES EM BRASÍLIA – Em fevereiro deste ano, Lula chegou a realizar exames no Hospital Sírio-Libanês de Brasília, após se queixar de um incômodo na barriga e no quadril – que surgiu depois que o petista voltou para sua rotina de exercícios físicos. As atividades físicas variavam entre caminhadas na esteira, musculação e esportes, como boxe.

O histórico de saúde do presidente inclui hipertensão – uma crise de pressão alta o levou ao hospital em 2010, quando exercia seu segundo mandato – e um tumor na laringe, diagnosticado em 2011. Em 2013, o serviço médico que o acompanhava anunciou a remissão total do câncer.

Na campanha do ano passado, o então candidato chegou a cancelar compromissos por uma leucoplasia na garganta, que prejudicava as pregas vocais. De acordo com boletim médico, foi verificada a ausência de neoplasia, ou seja, não se tratava de tumor maligno. E agora a artrose se agrava e Lula terá mesmo de fazer a operação.