Hugo Motta mostra que vai ajudar Bolsonaro a ser elegível em 2026

Quem é Hugo Motta, presidente da Câmara dos Deputados | Política | Valor  Econômico

Motta vai pautar o projeto que pode anistiar Bolsonaro

Caio Junqueira
CNN Brasil

Bastou menos de uma semana para que Hugo Motta passasse — de esperança do Palácio do Planalto para melhorar o diálogo com a Câmara — para esperança da oposição de tornar Bolsonaro elegível em 2026.

Os sinais vieram de duas formas. Uma, quando o novo presidente da Câmara questionou a tese bancada pelo Supremo de que o 8 de janeiro foi uma tentativa de golpe, abrindo, portanto, caminho para um debate sobre a anistia que pode vir a beneficiar Bolsonaro.

DIREITOS POLÍTICOS – O outro sinal foi dado por Hugo Motta quando questionou o tamanho da punição de oito anos de inelegibilidade para condenados em segunda instância — justamente o caso de Bolsonaro —, e que bolsonaristas tentam diminuir para dois anos, abrindo espaço para que seu nome possa estar na urna eletrônica em 2026.

Um líder do Centrão certa vez me disse que, para tornar Bolsonaro elegível, bastariam 24 horas. Agora, Hugo Motta, logo após assumir a presidência da Câmara, mostra que isso pode ser possível.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Desde sempre se sabia que o acordo para eleger Hugo Motta abrangia a colocação em pauta do projeto de anistia ao 8 de janeiro, nele incluindo os golpistas civis e militares, como o próprio Bolsonaro. O autor do projeto é Sóstenes Cavalcante, novo líder do PL na Câmara, que já começou a pressionar Motta, com a maior sem-cerimônia. O próximo passo é formar a comissão, criada por Arthut Lira. Assim como Lula, Bolsonaro também quer ser “descondenado”. (C.N.)

“Fim de Caso”, uma canção de Dolores Duran que jamais será esquecida

Os 85 anos de Dolores Duran - Jornal GGN

Dolores foi namorada de João Donato

Paulo Peres
Poemas & Canções 

A pianista, cantora e compositora carioca Adiléa da Silva Rosa (1930-1959), conhecida como Dolores Duran, foi uma das maiores representantes do samba-canção, gênero musical onde prevaleciam a “fossa e a dor de cotovelo” nos anos 50 e 60. Uma de suas obras principais é o samba-canção “ Fim de Caso”, gravado por Dolores Duran, em 1959, pela Copacabana.

FIM DE CASO
Dolores Duran

Eu desconfio,
Que nosso caso está na hora de acabar.
Há um adeus em cada gesto, em cada olhar,
O que não temos é coragem de falar.

Nos já tivemos a nossa fase de carinho apaixonado
De fazer verso,
De viver sempre abraçados.
Naquela base do eu só vou se você for.

Mas de repente,
fomos ficando cada dia mais sozinhos.
Embora juntos,
cada qual tem seu caminho.
E já não temos nem vontade de brigar…

Tenho pensado,
E Deus permita que eu esteja errada.
Ah, eu estou.
Eu estou desconfiada
que o nosso caso está na hora de acabar…

Trump dissemina o caos e se torna uma ameaça à democracia mundial

Trump ameaça Putin: “Pare com esta guerra ridícula” | CNN Brasil

Atual estratégia de Trump é semear o medo e o pânico

Jamil Chade
do UOL

Em menos de 20 dias, Donald Trump se lançou numa operação de captura do estado, aliado a oligarcas e ao movimento cristão radical. Assinou decretos inconstitucionais, fechou instituições democráticas, promoveu a censura, desmobilizou recursos, chantageou funcionários públicos e criou um clima de pânico entre os segmentos mais vulneráveis do país.

Só as cortes ainda resistem, enquanto Trump sabe que pode contar com o silêncio no Congresso.

UMA AUTOCRACIA – O republicano chegou ao poder pelas urnas. Mas seu compromisso com a democracia terminou ali, rabiscando com pressa os contornos de uma “autocracia eleitoral”.

Reveladora foi a sentença de John Coughenour, juiz federal, que derrubou uma das medidas de Trump. “Ficou cada vez mais evidente que, para nosso presidente, o Estado de direito é apenas um impedimento para seus objetivos políticos. O Estado de direito é, segundo ele, algo para navegar ou simplesmente ignorar, seja para ganho político ou pessoal”, escreveu.

Como um tsunami que destrói de forma meticulosa cada construção pode onde passa, seu governo desembarcou com uma ofensiva sofisticada: a da disseminação do caos como estratégia política.

CLIMA DE MEDO – Suas falas permeadas de ódio e mentiras jogaram comunidades inteiras a um sentimento de medo. Nos últimos dias, encontrei imigrantes que deixaram de mandar seus filhos para as escolas, com membros da comunidade LGBT que temem sair às ruas, com grupos que passaram a ter pesadelos pelas noites e pelos dias.

O que se vive, em muitos rincões dos EUA, é um trauma. Nada disso é fruto de um improviso. Ao gerar um clima de incerteza, ruptura e medo, Trump semeia o caos como método para causar a desorientação de qualquer tipo de resistência e da organização de trincheiras contra o desmonte do estado de direito.

Enquanto o caos e a passividade imposta são as realidades, pelo menos por enquanto, o que Trump faz é a promoção de profundas transformações.

DOUTRINA DO CHOQUE – Estamos diante do que Naomi Klein já descreveu como “a doutrina do choque”. Ou seja, o uso sistemático do caos para abrir espaço para mudanças radicais, enquanto a sociedade está buscando formas de encontrar coerência para resistir. Uma política que explora os limites cognitivos do ser humano.

A estratégia ainda revela que Trump e seus aliados não chegaram ao poder desarmados. Vieram com um novo projeto de país e de sociedade.

Enquanto o caos é o novo normal, a extrema direita cavalga destemida na captura do estado. Hoje, a democracia americana está sob seu maior ataque. E precisamos aprender as lições para 2026.

Lula fala para povo não comprar alimentos caros e dá munição para oposição

A fala gerou uma série de críticas nas redes sociais de oposicionistas

Pedro do Coutto

Uma fala do presidente Lula da Silva tem sido explorada pela oposição para atacar o governo nas redes sociais. O presidente disse que a população precisa passar por um “processo educacional” para não comprar alimentos com preços elevados para forçar os vendedores a baixarem o valor.

“Uma das coisas mais importantes para que a gente possa controlar o preço é o próprio povo (…) Se você vai no supermercado aí em Salvador e você desconfia que tal produto está caro, você não compra. Olha, se todo mundo tiver essa consciência e não comprar aquilo que ele acha que tá caro, quem está vendendo vai ter que baixar para vender, porque senão vai estragar”, disse o presidente em entrevista às rádios da Bahia Metrópole e Sociedade.

NA PRATELEIRA – “Eu não posso comprar aquilo que eu acho que está sendo exagerado o preço, então, eu vou deixar na prateleira, eu não vou comprar. Eu compro amanhã, eu compro outra coisa, eu compro um similar. Esse é um processo educacional que nós vamos ter que fazer com o povo brasileiro”, seguiu. A fala foi vista como mais um sinal de desconexão de Lula com as preocupações do povo e gerou uma série de críticas nas redes sociais de oposicionistas.

É preciso lembrar que essa estratégia de compra de alimentos com preços elevados é acompanhada por uma estratégia dos supermercados. Em 1961, houve uma CPI sobre o assunto.Naquele tempo, era o primeiro ano de Brasília e várias comissões tinham lugar no Rio de Janeiro. Os depoimentos desta CPI deixaram informações importantes sobre as questões de venda de alimentos.

Lembro bem que um dos depoentes foi um diretor das Casas da Banha, Climério Veloso. Ele revelou uma estratégia de venda adotada pelos supermercados da época mostrando que os preços variavam de um supermercado para outro conforme a diferença dos preços mínimos. A dança dos números se alternavam de um estabelecimento para o outro.

PREÇOS MÍNIMOS – Os pesquisadores do IBGE baseiam o seu trabalho na procura dos preços mínimos. Assim, se em um supermercado o preço do arroz estava mais baixo, o preço do feijão estava mais alto. Não levavam em conta a média dos preços. Quando o contribuinte notava o preço minimo do feijão, esquecia o preço do arroz. Daí porque os preços menores não levavam em conta o preço das vendas.

Os consumidores podem realizar as suas compras com base no mesmo sistema do IBGE. Mas para isso, precisam percorrer pelo menos de três a quatro supermercados. É possível fazer isso, porém é necessário ter tempo e paciência. Mas não é o caso dos contribuintes que não possuem disponibilidade e tempo para tal tarefa. Logo, acabam se baseando nos preços dos produtos, mas não levam em conta as armadilhas do sistema.

Trump tenta fechar a Usaid, maior instituição humanitária do mundo

O que é a USAID e porque Trump quer destruir a a maior agência de  assistência internacional do mundo – Mundo – CartaCapital

Militantes humanitários protestam para salvar a Usaid

Deu na Folha
Reuters

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, determinou o fechamento da Usaid, a agência de ajuda externa americana, em uma publicação em sua rede social, a Truth Social.  “A Usaid está deixando a esquerda radical louca, e não há nada que eles possam fazer a respeito, pois a forma como o dinheiro foi gasto, grande parte de forma fraudulenta, é totalmente inexplicável. A corrupção está em níveis raramente vistos antes. Fechem-na!”, escreveu, reiterando afirmações que até aqui não foram comprovadas.

A publicação ocorre em meio a uma ofensiva contra a agência. Principal órgão de ajuda humanitária de Washington, a Usaid apoiou iniciativas em 160 países em 2023, mas tem sido um dos principais alvos de um programa de redução de custos liderado pelo bilionário Elon Musk, agora membro do governo, à frente do Departamento de Eficiência Governamental (Doge, na sigla em inglês), feito sob medida para ele.

10 MIL AFASTADOS – Pouco antes da postagem de Trump, a agência de notícias Reuters havia publicado, com base em um comunicado enviado a funcionários da entidade quinta-feira (6), que apenas 611 trabalhadores considerados essenciais continuariam em seus postos. Os cortes entrariam em vigor à meia-noite desta sexta.

O total é maior do que o número de 300 funcionários que seriam mantidos, relatado anteriormente à agência de notícias, mas ainda representa um corte drástico na equipe, que contava com mais de 10 mil trabalhadores.

O Doge, de Musk, não é um departamento propriamente dito, e sim uma equipe para buscar maneiras de cortar gastos federais e, em tese, é um órgão consultivo. Está claro, porém, que o bilionário empresário está concentrando poder.

BRIGA JUDICIAL – Uma ação judicial, porém, busca reverter a desmontagem agressiva da Usaid. O litígio busca ao menos uma ordem temporária e, posteriormente, permanente da Justiça para restaurar o financiamento do órgão, reabrir seus escritórios e bloquear novas ordens de dissolução.

Ainda nesta sexta-feira, o juiz distrital Carl Nichols, de Washington, disse que emitirá uma ordem —que ele mesmo chamou de “muito limitada”— para bloquear temporariamente os próximos passos do governo Trump no desmonte da agência.

Na prática, a liminar impede que cerca de 2.200 funcionários sejam colocados imediatamente em licença administrativa e suspende a realocação de trabalhadores humanitários alocados fora dos EUA.

JUÍZES REAGEM – Outras decisões de Trump neste mandato sofreram bloqueios na Justiça, como o decreto inconstitucional em que ele tenta limitar o direito à cidadania americana para pessoas que nasceram nos EUA e são filhos de imigrantes.

Também está paralisado por uma decisão liminar o plano de demissão voluntária apresentado aos servidores federais como um ultimato e ao qual cerca de 60 mil funcionários já manifestaram interesse em aderir.

O desmonte da Usaid está inserido em um enorme programa de cortes do governo Trump e também faz parte da política conhecida como “América Primeiro” de Trump, que ordenou um congelamento global na maior parte da ajuda externa dos EUA, impactando grupos humanitários de todo o mundo.

AÇÕES HUMANITÁRIAS – Hospitais de campanha em campos de refugiados na Tailândia e programas de distribuição de medicamentos para quem sofre de doenças como o HIV estão entre as iniciativas em risco, que incluem organizações brasileiras.

No ano fiscal de 2023, a Usaid gastou cerca de US$ 38,1 bilhões (mais de R$ 222 bilhões) em serviços de saúde, assistência a desastres e outros programas, o que representa menos de 1% do orçamento federal americano.

Musk já havia anunciado que o fim da Usaid poderia estar próximo. “É hora de ela morrer”, escreveu o dono do X em uma das muitas publicações em que colocou a agência como alvo central, inclusive chamando-a de criminosa.

MUSK DELIRA – O empresário comentou, por exemplo, um vídeo em que a Usaid é acusada de estar envolvida “em trabalhos sujos da CIA”, a agência de inteligência americana, e na “censura à internet”.

Também fez acusações disfarçadas de perguntas a seus 215 milhões de seguidores: “Sabiam que a Usaid, usando seus impostos, financiou pesquisas de armas biológicas, incluindo a Covid-19, que matou milhões de pessoas?”, questionou, sem apresentar evidências.

O site da Usaid chegou a ficar fora do ar no último sábado (1º). Voltou a ser acessível na terça-feira (4), mas com uma espécie de mensagem de despedida em que anunciava que a maioria dos seus cerca de 10 mil funcionários seria obrigada a tirar licença remunerada.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
A Usaid é a mais importante instituição humanitária do mundo. Dizer que ela influiu em eleição no Brasil é Piada do Ano. Ao criticá-la com outras fake news, o contraditório Elon Musk exibe um caráter verdadeiramente sinistro. Ele abriu a boca para despejar um monte de mentiras sobre a Usaid. É lamentável que esteja ajudando Trump a errar, ao invés de acertar. (C.N.)  

Meirelles explica por que Lula criou esse “cenário desafiador”

O mercado financeiro e sua influência na ativação econômica, a visão  jurídica e institucional do Brasil e os reflexos na vida do país, e os  pilares da democracia: estas foram as pautas

Na Lide, Meirelles exibiu o tamanho do problema de Lula

Camila Pati
Veja

Se o presidente Lula continua sendo pragmático no campo da política, a sua atuação na área econômica está mais carregada de ideologia. Durante o Brazil Economic Forum, organizado pela empresa Lide, o ex-presidente do Banco Centra, Henrique Meirelles, destacou diferenças importantes entre os governos Lula 1 e 2 e o atual governo.

No primeiro mandato de Lula, houve uma política de maior disciplina fiscal, o que contribuiu para o controle da inflação e permitiu que a economia crescesse de forma sustentável, com média de 4% ao ano e a criação de 11 milhões de empregos.

POLÍTICAS COMPLEMENTARES – Ele lembrou que, na época, as políticas fiscal e monetária eram complementares, mesmo em um cenário de grande desconfiança inicial do mercado, com o dólar acima de R$ 7 e juros elevados para conter a inflação.

“No primeiro mandato de Lula, tivemos uma política fiscal mais restritiva, o que ajudou a controlar a inflação e sustentar o crescimento. Hoje, há uma política fiscal expansionista, o que cria um cenário diferente e pressiona os juros para cima.”

No segundo mandato, segundo Meirelles, também houve uma expansão fiscal mais significativa, mas o Banco Central conseguiu manter a inflação sob controle, o que ajudou o país a continuar crescendo.

AUTONOMIA DO BC – Esse equilíbrio, de acordo com ele, foi possível devido ao compromisso institucional firmado com Lula, que garantiu ao Banco Central autonomia para atuar de forma independente, mesmo sem uma legislação formal à época.

Meirelles apontou que o contexto atual é diferente e explicou que essa expansão fiscal é uma diferença estrutural fundamental em relação ao início dos anos 2000, quando o ajuste fiscal foi prioridade.

“Hoje existe expansão fiscal que não houve naquela época, são fatos”, disse Meirelles.

CENÁRIO DESAFIADOR – Apesar disso, o economista reconheceu que o pragmatismo de Lula continua presente, mas enfatizou que a combinação de política fiscal expansionista e juros elevados cria um cenário distinto e desafiador.

 Ele ressaltou que o Banco Central atual, com sua independência institucional garantida por lei, possui os instrumentos necessários para manter a inflação sob controle, mas ponderou que será necessário observar como o equilíbrio entre política fiscal e monetária será mantido nos próximos anos. “Vamos observar”.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Se existe uma pessoa que faz falta nesse governo, chama-se Henrique Meirelles, que presidiu o Banco Central nos primeiros mandatos. Na época, como Lula e Palloci nada entendiam de economia, quem comandava o circo era Meirelles, que se saiu muito bem. Foi dele a iniciativa de criar o teto de gastos, para evitar que a dívida pública arrebentasse a boca do balão, como está acontecendo agora, quando o país está gastando R$ 1 trilhão por ano no pagamento da rolagem. Volta, Meirelles, volta! (C.N.)

Trump quer se vingar do FBI por investigar o ataque ao Capitólio

El memo secreto sobre el FBI en español - Infobae

Em 2022, o FBI fez buscas na casa de Trump na Flórida

Deu na Folha
Ag. Reuters

Após dias de resistência, o chefe interino do FBI, a polícia federal dos Estados Unidos, entregou ao Departamento de Justiça uma lista com os nomes de funcionários da agência que trabalharam em investigações relacionadas à invasão do Capitólio, de acordo com uma mensagem vista pela agência de notícias Reuters.

Emil Bove, ex-advogado de defesa do presidente Donald Trump que agora ocupa um cargo sênior no Departamento de Justiça, havia exigido as informações do FBI como parte do que ele chamou de revisão de má conduta em torno das investigações, que resultaram em quase 1.600 casos criminais contra apoiadores de Trump —que receberam perdão assim que o novo presidente assumiu.

VAI DEMITIR – Em entrevista nesta sexta (7), Trump disse que demitirá “alguns funcionários do FBI” por envolvimento com corrupção. “Conheci muito sobre esse mundo, e tivemos alguns agentes corruptos, e essas pessoas já se foram, ou irão embora, e isso será feito rapidamente e de forma muito cirúrgica”, afirmou.

Na terça-feira, agentes do FBI entraram com um processo para bloquear a divulgação pública desses nomes. Milhares de agentes, analistas e outros funcionários participaram da grande investigação sobre o ataque ao Capitólio, uma das maiores da história do Departamento de Justiça.

Durante audiência nesta sexta, o governo Trump fez um acordo temporário em que, por ora, concordou em não nomear publicamente os agentes envolvidos nas investigações do 6 de Janeiro.

ACORDO JUDICIAL – Aprovado por um juiz federal, o acordo impede a divulgação dos nomes até pelo menos o final de março, enquanto as ações judiciais de dois grupos de agentes do FBI seguem adiante. Se o governo decidir em algum momento divulgar as identidades dos agentes, será necessário dar aos autores da ação um aviso com dois dias de antecedência.

“Este é um passo importante na direção certa para proteger aqueles que nos protegem —os agentes do FBI que dedicaram suas carreiras para manter o Estado de Direito e defender nosso país”, disse Natalie Bara, presidente da Associação de Agentes do FBI, em comunicado.

A disputa sobre a lista se tornou um ponto de tensão, já que o FBI busca proteger sua independência durante um esforço do governo Trump para remover ou marginalizar funcionários que trabalharam em investigações condenadas pelo presidente americano.

INSUBORDINAÇÃO – Brian Driscoll, diretor interino do FBI, havia resistido a um pedido pelos nomes, levando Bove a acusá-lo de insubordinação. Um documento que a agência entregou no início desta semana listava os agentes apenas por seus números de identificação de funcionário.

Driscoll disse aos funcionários do FBI que a lista mais recente, que inclui os nomes dos agentes, foi entregue usando um sistema confidencial e identificado como “sensível à aplicação da lei” para proteger a segurança dos funcionários, de acordo com um e-mail a que a Reuters teve acesso.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
– Não somente Trump está agindo como se fosse insano, como também arranjou outros malucos para colocar no hospício, digo, governo americano. Ele quer se vingar do FBI por dois motivos: a prisão dos invasores do Capitólio e a busca em sua casa de Mar-A-Lago, na Flórida. Mas Trump não pode demitir os agentes, porque os policiais têm estabilidade. Se forem demitidos, é um prêmio, porque entram na Justiça para receber elevadas indenizações. (C.N.)

Velocidade na desaceleração da economia brasileira intriga os analistas

OTC: o que é, como funciona e qual o nível de segurança desse mercado?

Ilustração reproduzida do Arquivo Google

Ana Paula Vescovi
Folha

O contágio da economia real pela piora das condições financeiras tem sido tema central nas preocupações de diversos agentes. Os dados recentes mais fracos na indústria, no varejo, nos serviços e na confiança e no mercado de trabalho formal acenderam um alerta. As condições financeiras piores expressam a alta dos juros reais e do dólar e a queda das ações e das commodities e exercem pressão contracionista sobre a atividade econômica.

No Brasil, essas condições estão apertadas desde meados de 2022 e voltaram a piorar no último trimestre do ano passado, alcançando nível ainda mais deteriorado do que o observado na crise de 2014-2016.

HÁ ATENUANTES – Apesar disso, alguns fatores devem atuar como atenuantes. A desaceleração ao longo de 2025 tende a ser gradual, com impactos mais proeminentes sobre 2026.

Um crescimento entre 1,5% e 2% em 2025, com surpresas baixistas nas projeções do mercado, é o mais provável, o que representa desaceleração importante em relação ao período pós-pandemia, cuja expansão média esteve acima de 3% ao ano.

O primeiro elemento de sustentação para esse resultado é a produção agrícola, que deve ser beneficiada por mais um ano de volume recorde na safra de grãos e alta de 10% ou mais na produção agro. O setor, mais uma vez, tende a gerar não apenas o impacto direto no PIB mas também efeitos secundários via agroindústria e serviços (transportes, armazenagem) relacionados.

CONDIÇÕES FAVORÁVEIS – Outros componentes —embora com desaceleração contratada à frente— tendem a se beneficiar de condições cíclicas favoráveis no início do ano.

O mercado de trabalho segue com a taxa de desemprego próxima às mínimas históricas, com a continuidade da tendência recente de ganhos salariais reais (4% no ano) e a resiliência da taxa de desligamentos voluntários nas máximas históricas.

Ambos são sinais de aquecimento do mercado de trabalho. Esse comportamento tende a ser fator de sustentação da demanda a curto prazo, por meio do consumo das famílias, um dos destaques no crescimento dos últimos anos.

VISÃO DE RESILIÊNCIA – Usualmente, o mercado de trabalho é uma das últimas variáveis a responder a reversões de ciclo, o que reforça essa visão de resiliência a curto prazo.

Um fator de sustentação é o calendário de transferências governamentais no primeiro semestre, com concentração do pagamento de precatórios, antecipação do 13º de aposentados e pensionistas do INSS.

Do lado da oferta, a falta de capacidade ociosa poderá conter a expansão de algumas atividades, e os investimentos cíclicos sempre são os mais sensíveis aos juros altos.

EM OUTRAS ÁREAS – Contudo, setores exportadores (beneficiados pelo aumento da produção e câmbio depreciado), com compromissos regulatórios ou com ciclo mais longo de investimentos, ainda tendem a apresentar fôlego ao longo dos próximos meses.

Os exemplos são construção civil, óleo e gás (com forte atuação governamental) e setores regulados da infraestrutura, ainda que o impacto negativo dos juros altos venha a ser mais relevante a partir dos próximos anos.

No crédito, é razoável esperar desaceleração de concessões em razão do aumento do custo de captação (juros) e do maior risco de inadimplência, o qual tende a ser menos impactante devido a um sistema bancário mais provisionado. Dúvidas remanescem sobre os impactos no mercado de capitais em 2025.

OUTRAS CONDIÇÕES – Ainda assim, a diferença entre as novas concessões e os pagamentos (impulso para atividade) deve ser neutra ou próxima ao crescimento do PIB. Lembrando que, no ano passado, ainda que sob condições financeiras restritivas, o impulso de crédito foi de 5% do PIB!

Subsídios e fundos garantidores no crédito para micro e pequenas empresas, além dos ganhos de eficiência na indústria financeira, são exemplos de mitigadores da transmissão da política monetária para o crédito.

Os riscos passam a se acumular a partir do segundo semestre e, sobretudo, para 2026. A essa altura, os efeitos positivos do setor agrícola terão se dissipado, uma vez que a expansão tende a ser concentrada nas safras de verão do início do ano. O mercado de trabalho deve acentuar a desaceleração, com efeitos negativos sobre a demanda, ao mesmo tempo que os estímulos fiscais sazonais se reduzem.

MEADOS DO ANO – Assim, os efeitos mais intensos do aperto monetário e, sobretudo, do choque de juros iniciado em dezembro tendem a ser sentidos plenamente pela atividade econômica em meados do ano. Se, por um lado, o início de 2025 ainda conta com elementos de sustentação do crescimento, por outro os riscos de desaceleração mais acentuada ficariam em 2026.

Entretanto, vale lembrar, o próximo ano contará com os usuais gastos eleitorais, na União e nos estados. Nesse quesito, os impulsos de natureza fiscal poderão ser acompanhados do aumento da aversão a risco no financiamento da dívida pública, que crescerá dois dígitos acima do PIB no final do período 2023 a 2026.

Em contexto de economia ainda sobreaquecida e expectativas desancoradas, vemos um longo caminho até que essa desaceleração cause impacto suficiente para que a inflação volte à meta, o que reforça a necessidade de manutenção de políticas contracionistas por mais tempo. O custo social do controle da inflação já está sendo mais alto.

Surpresa! Moraes libera redes sociais bloqueadas do influenciador Monark

O podcaster Monark conduz entrevista

Monark, blogueiro bolsonarista, passou 2 anos bloqueado

Sarah Teófilo
O Globo

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes determinou nesta sexta-feira o desbloqueio dos perfis de redes sociais do influenciador Monark.

O magistrado pontuou que no atual momento da investigação, “não há necessidade da manutenção dos bloqueios determinados nas redes sociais”, e que basta a exclusão das “postagens ilícitas” que fomentaram a decisão judicial.

AMEAÇA DE MULTA – Com isso, Monark retomou 20 contas, incluindo do Telegram e X. O ministro ressaltou que caso haja novas publicações que atentem contra as instituições democráticas, haverá multa diária de R$ 20 mil.

As contas do influenciador começaram a ser bloqueadas em 2023. Em agosto, por exemplo, Moraes bloqueou perfis em cinco redes – Instagram, no Telegram, no Twitter, no Discord e no Rumble.

“Torna necessária, adequada e urgente a interrupção de eventual propagação dos discursos com conteúdo de ódio, subversão da ordem e incentivo à quebra da normalidade institucional e democrática, mediante bloqueio de contas em redes sociais”, afirmou o ministro em sua decisão.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
– O que teria acontecido? Parafraseando o “Soneto de Natal”, de Machado de Assis: “Mudaria o Natal, mudei eu ou foi o ministro Moraes que mudou?” (C.N.)

Entrevista com o senso comum, que virou ameaça à democracia


Imagem criada a partir de um prompt elaborado pelo ilustrador e gerada por IA. Posteriormente, elementos foram recortados, recombinados e integrados a uma nova composição, com a adição de grafismos digitais.
  Na horizontal, proporção 13,9cm x 9,1cm, a ilustração digital, colorida, apresenta uma  uma cena formal e clássica, lembrando fotos antigas dos anos 50. Trata-se de grupo de pessoas reunidas e sentadas em uma sala elegante. A composição sugere uma reunião com um homem de costas no centro e os demais participantes atentos a ele.  A sala possui móveis de madeira e decoração clássica, como cortinas bege e janelas abertas. Há algumas figuras ao fundo, em pé, atrás de uma mesa, que sugerem liderança ou mediação.  Nas imagens dos homens e mulheres há ausência de rostos, substituídos por áreas brancas texturizadas. Linhas pontilhadas conectam os rostos, simbolizando uma rede de conexões e transmissão de ideias.

Ilustração de Ricardo Cammarota (Folha)

Luiz Felipe Pondé
Folha

Em 1976, a escritora Anne Rice lançou um livro que foi um grande best-seller, “Entrevista com o Vampiro”, que virou um filme com Tom Cruise e Brad Pitt.

Essa lembrança me levou a fazer uma entrevista com alguém que muita gente acha que está sugando o sangue da democracia, o desconhecido senso comum. Para a elite intelectual do mundo, essa entidade estranha habita as noites escuras da ignorância. O objetivo é eliminá-lo da face da Terra, pois ele é uma ameaça à racionalidade política herdeira das luzes. O senso comum é a sombra da modernidade iluminista.

ALGUNS MOMENTOS – Nossa conversa durou cerca de três horas, mas vou transcrever aqui só alguns momentos. Convidei-o para tomar um vinho, mas, ele não bebe vinho, nem entende nada de vinho. Mas devemos reconhecer que ele não sofre do mal dos inteligentinhos — que não curtem cheiro de povo — que é ser afetado no que concerne a vinhos. Conselho: não fale de vinhos, beba em silêncio.

A primeira coisa que perguntei foi o que ele considerava o mais importante na sua vida. A resposta foi “minha família, que meus filhos não usem drogas e Deus”. Venhamos e convenhamos, uma resposta assaz estranha para nós da elite. E continuou: “Que meus pais tenham sido pessoas honradas e que nunca eu tenha tido ladrões na família”.

Quer coisa mais pequeno-burguesa do que querer pensar que seus pais tenham sido pessoas “honradas”? O que vem a ser isso, exatamente?

POBREZA E CRIME – Perguntado sobre qual a causa que ele apontaria como razão para alguém virar criminoso, respondeu: “Tem gente que nasce assim, não presta”. Movido por longos anos de apelo à desigualdade social como causa da criminalidade, tentei encurralá-lo: o senhor não acha que a pobreza é a causa principal da criminalidade?

Visivelmente ofendido —nunca pensei que uma pergunta “técnica” como essa ofendesse alguém— “minha família sempre foi pobre, e nunca teve nem um ladrão sequer, ladrão é ladrão porque não presta!”.

Engatei numa questão quente e relacionada ao tema aqui lembrado: você é a favor da saidinha? “Esse governo adora bandido, esse povo dos direitos humanos adora bandido, essa saidinha é uma desculpa para soltar bandido na rua; se esse governo tivesse que escolher entre os bandidos e as pessoas honradas —lá vem essa estranha palavra de novo—, ele escolheria que o bandido ficasse livre e que matasse o trabalhador.” Perguntei na lata: o que você pensa da Polícia Militar? “Necessária. Ruim com eles, pior sem eles.”

IMIGRANTES ILEGAIS – O que o senso comum pensaria se o Brasil fosse invadido por imigrantes ilegais que tomassem o trabalho dele ganhando menos? “Que o governo mandasse eles de volta de onde vieram; aqui é minha casa.”

Vamos ver o que ele disse sobre educação dos filhos. Perguntei a ele sobre o que pensava de uma professora dar aulas para seus filhos adolescentes sobre a existência de uma diversidade de gêneros muito maior do que mulher e homem.

“Iria à escola brigar com a professora! Ela está querendo fazer do meu filho gay e da minha filha lésbica? A humanidade está dividida em mulher e homem, só um tarado pedófilo pode falar dessas coisas para crianças na escola! Que ninguém se meta no sexo dos meus filhos.”

MEIO DO CRIME – Continuei no assunto. O que você acharia de a escola levar seus filhos para conhecer a vida na favela? “Esta escola quer levar meus filhos para o meio do crime?”

Avancei: e o casamento de pessoas do mesmo sexo? “Um absurdo! Casamento é entre homem e mulher e pronto.”

Querendo aprofundar ainda mais essa homofobia do senso comum, fui adiante: e adoção de crianças por casais do mesmo sexo? “Um crime! Essa criança, coitada, não vai saber fazer a diferença entre o certo e o errado.”

XEQUE-MATE – Buscando o xeque-mate no assunto: “Você não acha que você é muito homofóbico?”. Não pense que o senso comum não conhece palavras da moda. Resposta direta: “Não tenho medo de nada, só acho que cada um é cada um e que esse povo tenta fazer todo mundo ficar igual a eles, para dominar o mundo; para todo lugar que você olha, só tem artista da Globo e jornalista dizendo que gay é lindo e que pessoas normais são ruins”.

Sim, ele usou “pessoas normais”. Continuei: você não tem medo de ser processado por falar “pessoas normais”? “Não, porque vivemos numa democracia, e numa democracia o povo tem o direito de falar o que quiser e votar em quem quiser.” Pensei comigo: pobre senso comum, como pode ser tão ingênuo no século 21?

E o que você acha que seria um mundo ideal? “Um mundo em que não roubassem meu celular, não me matassem na rua e sem corrupção.” Que falta de imaginação! Esse senso comum é mesmo uma ameaça à democracia.

Não adianta Lula percorrer o país dizendo uma bobagem atrás da outra

Lula e Janja

Lula e Janja anteciparam a campanha, e isso pode ser fatal

Eliane Cantanhêde
Estadão

Se é essa a estratégia do presidente Lula para recuperar popularidade, a coisa não vai bem: viajar pelo País para lançar programas, inaugurar obras e dar entrevistas para rádios locais, é o arroz com feijão do marketing – aliás, só em momentos de calmaria –, mas falar uma bobagem atrás da outra anula eventuais ganhos e produz manchetes, análises negativas e festa na oposição e na internet. Lula deveria estar careca de saber disso.

Na primeira entrevista coletiva em meses, uma semana atrás, estava descontraído e bem-humorado, mas durou pouco. Ao falar nesta quinta-feira a rádios da Bahia, fechou a cara, endureceu o tom e foi buscar o “culpado” pelos erros da economia. Sim, ele, Roberto Campos Neto, que nem é mais presidente do Banco Central, mas é acusado por Lula de ter deixado “uma arapuca difícil de sair”.

AULA DE INFLAÇÃO – E que tal a aula para conter a inflação? Basta que as pessoas passem pelo supermercado, olhem as gôndolas e não comprem o que está muito caro. Simples assim?

O café está pela hora da morte? Não compra o café. O azeite, arroz, feijão, carnes? Não compra nada disso, é tiro e queda contra a inflação e para regime forçado. Muita gente que trabalha muito, ganha pouco e precisa dar de comer aos filhos sabe muitíssimo bem disso.

As falas de Lula não fazem sentido, quando as torcidas do Corinthians, do Flamengo, do Botafogo … sabem que o BC aumentou os juros, e vai continuar aumentando com o amigão Gabriel Galípolo, por um motivo óbvio, e nem precisa ser economista para saber: a inflação.

ETERNO DESEQUILÍBRIO – O governo não demonstra disposição em realmente buscar o equilíbrio fiscal, adotar o pragmatismo e prestigiar o ministro da Fazenda.

Assim, entra Campos Neto, sai Campos Neto, entra Galípolo, sai Galípolo, e não tem jeito: os juros voltaram a subir, vão continuar subindo e, logo, logo, o Brasil irá recuperar o “troféu” dos juros estratosféricos. Detalhe: é por decisão unânime do BC, que age, conforme tem de agir, tecnicamente.

Ai de Galípolo se tentar reverter isso e resolver entrar na onda da Petrobras no governo Dilma Rousseff e conduzir o Copom politicamente. Ai também do governo, ai do Brasil!

LULA FALA DEMAIS – É assim que, além da montanha de reclamações sobre falta de marca, rumo, articulação e comunicação, o governo tem um outro problemão.

Seu presidente fala o que vem à mente, com o fígado e mais preocupado com 2026 e uma popularidade artificial do que com realidade e responsabilidade.

Tudo que Lula vem falando de Donald Trump, sobre tarifas, Gaza, voos desumanos, faz sentido. Mas a hora não é de bonés, é de vestir a carapuça.

A desordem internacional criada por Trump é perigosa para o Brasil

Trump e Netanyahu: os desafios nas urnas de dois dos principais aliados  internacionais de Bolsonaro - BBC News Brasil

Donald Trump está apoiando o que há de pior em Israel

William Waack
Estadão

É bem provável que o próprio Donald Trump não compreenda o que significa a “Lei da Selva”, o “novo” sistema de relações internacionais. Esse tipo de situação nada tem de novo, mas é a primeira vez em que a desordem mundial é incentivada por uma superpotência num ambiente de arsenais nucleares em clara expansão.

O fato de que os fortões estão passando a se comportar como bem entendem apanha o Brasil num momento particularmente delicado. Também isso nada tem de novo: o País é uma potência regional média com escassa capacidade de projeção de poder, e perdendo influência no seu próprio entorno.

ELITES MALSÃS – Sua principal vulnerabilidade é o fato de que as elites políticas brasileiras nunca se preocuparam em estabelecer um projeto de país que levasse a sério questões de segurança e defesa nacionais. Preocupações estratégicas de longo prazo se restringem ao âmbito acadêmico civil e militar. Chegaram ao segmento industrial privado em raras situações (a Embraer é o destaque).

Essa ausência de um interesse social mais amplo sobre essas questões vem do fato do Brasil estar muito afastado de qualquer conflito internacional relevante, seja ele geopolítico, comercial, étnico ou religioso.

Não somos ameaçados existencialmente por vizinhos belicosos, nem estamos envolvidos diretamente em qualquer conflagração – o que nos tornou anestesiados em relação ao que acontece lá fora.

PAÍS VULNERÁVEL – Mas a Lei da Selva está aí, exigindo do Brasil um delicadíssimo equilíbrio típico de países pequenos e vulneráveis – embora o colosso verde-amarelo disponha de tanto potencial.

Somos dependentes em grande medida de mercados na Ásia e de insumos e tecnologias sensitivas de países ocidentais em geral e dos Estados Unidos em particular. E não sabemos o que vai acontecer do confronto entre China e EUA.

Ocorre que geopolítica e política comercial não se diferenciam mais. Em outras palavras, a economia está subordinada ao primado geopolítico e, como acentuam os clássicos do realismo, isso é função sempre de considerações de segurança nacional no relacionamento entre as potências.

TESTE DIPLOMÁTICO – Vender commodities para um e continuar amigo de outro será com Trump um duríssimo teste de sensibilidade e habilidade diplomáticas.

O Brasil tem sido uma das vozes críticas querendo a mudança da “velha” ordem internacional – a tal da ordem liberal, das regras e instituições multilaterais, dentro da qual a China cresceu e passou a contestá-la (agora com a ajuda entusiasmada de Washington).

Diante do que está acontecendo, soam proféticas as palavras do veterano embaixador Marcos Azambuja: “cuidado com as preces atendidas”.

Uma poética confissão de amor, por J.G. de Araújo Jorge

Tribuna da Internet | A importância de preservar a lembrança do romance, na  visão de J. G. de Araújo JorgePaulo Peres
Poemas & Canções

O advogado, político e poeta acreano José Guilherme de Araujo Jorge (1914-1987) ou, simplesmente, J. G. de Araújo Jorge, foi conhecido como o Poeta do Povo e da Mocidade, pela sua mensagem social e política e por sua obra romântica, como no poema “Confissão Inicial”.

CONFISSÃO INICIAL
J.G. de Araújo Jorge

Às vezes, tenho a impressão
de que não devia publicar estas  palavras
nascidas para viverem em surdina
ao teu ouvido.

Às vezes penso
que deveria deixar no limbo do coração
estas palavras de ti e para ti
e que tomaram imprevistamente a forma de canção.

Estas palavras que te colhem toda
e te deixam nua,
e me dão a impressão de que também
tenho nu o coração, em plena rua.

‘Fascista’ é quem acha que Lula, STF e estatais são um atraso para o País

GrisLab - Laboratório de Análise de AcontecimentosJ.R. Guzzo
Estadão

Palavras têm a tendência de irem perdendo valor conforme a quantidade de vezes com que são usadas. Como o dinheiro, que vale cada vez menos quanto mais moeda houver circulando na praça, as palavras se desvalorizam – ficam baratas, e precisam ser usadas cada vez mais, ou com voz cada vez mais alta, para transmitir a mesma carga de significado.

À certa altura, de tão repetidas, começam a perder o seu sentido original, e aí desaparece sua utilidade como meio de informar o que é, objetivamente, essa ou aquela coisa.

EXEMPLO FASCISTA – É o que está acontecendo com a palavra “fascismo”, ou com a sua derivada “fascista”. Deixou de descrever um movimento político criado na Itália e extinto há 80 anos e passou a ser um insulto.

Não é nem mais uma palavra normalmente privativa das classes culturais, e utilizada em casos agudos de divergência com o pensamento de direita, mas ofensa em estado bruto – como “safado”, ou “canalha”, e daí para baixo.

Quando não está sendo isso, “fascista” é simplesmente quem acha que Lula, o STF e a máquina estatal como um todo são um atraso de vida para o Brasil.

ENGANAÇÃO – Debatedores de metafísica política têm insistido muito nesse ponto: não se pode mais pensar que o fascista é apenas aquele sujeito que veste camisa preta, faz a saudação a Benito Mussolini e sabe cantar a Giovinezza. Isso é o que eles querem que se pense, para enganar as pessoas com a ideia de que o fascismo não existe mais.

Mas segundo os árbitros que definem o que é vício e virtude hoje em dia, o fascismo não só continua existindo como nunca foi tão perigoso.

É esse oceano de gente que infesta o mundo com sua recusa em aceitar a única fé permitida pelo presente “processo civilizatório” – a fé em Lula, no “globalismo”, na “mudança do clima” e no resto do evangelho que está aí.

RISCO MORTAL – Toda essa gente, segundo rezam as doutrinas do “campo progressista”, é um risco mortal para a civilização humana. É o que eles estão chamando, com angústia crescente, de “direita mundial”.

São basicamente os que não concordam com os governos de esquerda – ou que se apresentam como tal. Seus desvios mais intoleráveis, pelo credo antifascista, começam com a crença de que o trabalho, o mérito individual e a livre iniciativa são as chaves para a ascensão social – e não o “Estado”.

A partir daí, fica pior. Essas massas, desprovidas de consciência política e iludidas pelo “discurso demagógico” da “extrema direita”, acreditam que a família é a peça mais importante da sociedade. Acham que o ser humano tem só dois gêneros, masculino e feminino – e que só mulheres podem dar à luz. Não querem políticas sociais. Querem um celular novo.

ELEIÇÕES LIVRES – Os fascistas de hoje querem votar nos candidatos que bem entenderem, em eleições livres, e não nos que foram aprovados pela USP, pela mídia ou pelo coletivo dos bispos. Querem se manifestar livremente na internet. Querem uma existência mais cômoda.

Não estão interessados em justiça social, mas sim em ganhar dinheiro, o máximo possível, e subir de vida. Não gostam de nada que a esquerda e o governo gostam: bandidos, corrupção, educação sexual para crianças, Bolsa Família, aborto, drogas, morador de rua, Palestina etc. etc. etc.

Em suma: são um horror social e têm de ser obrigatoriamente denunciados como “fascistas”. PGR neles. Polícia Federal neles. Xandão neles.

Trump ignora críticas e diz que Israel entregará Gaza aos EUA

Declarações causam espanto entre palestinos e líderes mundiais

Pedro do Coutto

As ondas de choque provocadas pela ideia de relocalizar 1,8 milhões habitantes da Faixa de Gaza continuam a rolar e o próprio Donald Trump veio para as redes sociais tentar esclarecer o que pretende, depois de, aparentemente, a sua própria Administração ter tentado fazer contenção de danos. O presidente americano escreveu que, “a Faixa de Gaza seria entregue aos Estados Unidos por Israel no final dos combates”, depois de na terça-feira, ao lado do primeiro-ministro de Israel, na Casa Branca, Trump ter afirmado que o enclave seria “propriedade” dos EUA.

Os países da região têm estado a interpretar estas palavras como uma ocupação territorial, que colocaria na gaveta a ideia de dois Estados, Israel e Palestina, recorrendo eventualmente à presença militar norte-americana. Esta última ideia, Donald Trump rejeitou-a liminarmente esta quinta-feira. Na sua publicação, o presidente norte-americano insistiu que o plano refere apenas a reconstrução do enclave, num esforço internacional, intuindo contudo que ela poderá demorar vários anos.

REAOLOJAMENTO – “Os EUA, trabalhando com grandes equipes de desenvolvimento de todo o mundo, começariam lenta e cuidadosamente a construção daquilo que se tornaria um dos maiores e mais espectaculares desenvolvimentos do seu género na Terra”, escreveu. “Os palestinos já teriam sido realojados em comunidades muito mais seguras e bonitas, com casas novas e modernas, na região. Eles realmente poderiam ser felizes, seguros e livres”, acrescentou.

O ministro dos Negócios Estrangeiros de Israel, Gideon Saar, garantiu que o seu governo não está a par dos detalhes do plano do presidente dos Estados Unidos para a Faixa de Gaza, depois de, quarta-feira, figuras da Administração norte-americana terem tentado pôr água na fervura de relações internacionais. Tanto Marco Rubio, o novo secretário de Estado dos EUA, como a porta-voz da Casa Branca, garantiram que Trump apenas pretende a reconstrução do enclave e que ninguém seria expulso em definitivo.

A afirmação de Trump de que os Estados Unidos assumirão o controle da Faixa de Gaza, ao mesmo tempo que defende deslocar os palestinos (não se sabe para qual local ), surpreende mais uma vez o mundo, pois o controle da região significa ocupar um território que não pertence ao país americano. Como ele poderia gerir os palestinos, deslocando-os de acordo com a sua decisão pessoal?

LIMPEZA – A interpretação entre os palestinos é que Donald Trump pretende implementar a verdadeira intenção de Israel para Gaza, numa verdadeira “limpeza étnica”, a qual seria o principal objetivo dos últimos 15 meses de guerra. Tanto o Hamas como a Autoridade Palestina voltaram nesta quinta-feira a repudiar a ideia.

“Não precisamos que nenhum outro país governe a Faixa de Gaza e não aceitamos a substituição de uma ocupação por outra”, afirmou o porta-voz do Hamas, Hazem Qassem, apelando a uma “cimeira urgente” da Liga Árabe. “A Palestina, com suas terras, história e locais sagrados, não está à venda e não é um projeto de investimento”, disse Nabil Abu Rudeineh, porta-voz do gabinete do presidente da Autoridade Palestiniana.

Mais uma vez, Trump demonstra descontrole total. Impressionante como é capaz de defender a ocupação da Faixa de Gaza pelos Estados Unidos. Até onde Trump pretende ir? O mundo assiste atônito os seus rompantes e o seu sentimento de estar acima de qualquer relação diplomática ou respeito à soberania.

Saiba que a dívida pública detonará mais de R$ 1 trilhão este ano

Ilustração reproduzida de Outras Palavras

Paulo Kliass
Outras Palavras

O Banco Central (BC) divulgou há poucos dias o relatório mensal de política fiscal. Em dezembro foram gastos R$ 96 bilhões com a rubrica de juros da dívida pública. Ainda que não tenha sido um recorde, o montante é muito alto e ocupa o segundo lugar no quesito, só sendo ultrapassado pelos R$ 111 bilhões ocorridos dois meses antes, em outubro. Esse valor representa um crescimento de 51% em relação ao realizado em dezembro de 2023.

Se considerarmos o último trimestre, por exemplo, percebemos que as despesas com juros atingiram o total de R$ 300 bi apenas para o período entre outubro e dezembro do ano passado.

AUMENTO BRUTAL – Esse total representa uma elevação de 77% na comparação com os R$ 169 bilhões que ocorreram no mesmo trimestre de 2023. Não existe nenhum outro tipo de variável de gasto público federal que tenha alcançado tal majoração.

Finalmente, pois para os 12 meses de 2024 o total de pagamento de juros da dívida pública foi de R$ 950 bi, que arredondados nos levam ao trilhão. Este valor significa uma elevação de 32% sobre os R$ 718 bi que foram transferidos do Orçamento para mesma função associada ao parasitismo financista. Infelizmente esta parece ser a prioridade na agenda da área econômica. Nada de limite, de corte ou de contingenciamento nesse item dos gastos.

Para usar uma expressão bem ao gosto do presidente, nunca antes na História deste país o governo federal realizou tamanho volume de despesas com o pagamento de juros da dívida.

GASTOS FINANCEIROS – O montante alocado para o pagamento das despesas financeiras no Orçamento da União tem sido significativo ano após ano. De acordo com o Tesouro Nacional, a série começou a ser elaborada em 1997. Assim, ao longo destes 28 anos, até o encerramento do exercício de 2024, o governo destinou R$ 10,5 trilhões para pagamento de juros da dívida pública.

Para quem se preocupa de forma sincera com a “gastança” ou com a “qualidade do gasto público”, este dado deveria ser objeto de análise e de crítica. Mas os escribas a soldo do financismo preferem esquecer este fenômeno.

Tais números desmontam o falso argumento a respeito das causas de suposto desequilíbrio estrutural das contas orçamentárias.

CONTAS PRIMÁRIAS – As vozes que saem em defesa dos interesses do financismo sempre procuram responsabilizar as rubricas de natureza social como sendo as principais responsáveis pelo déficit fiscal. Para tanto, se agarram na metodologia das “contas primárias”, que se arrasta desde a década de 1980 como a técnica oficial de apuração do resultado fiscal para nosso país.

Como a definição do conceito de “primário” significa a exclusão das contas financeiras para fins de apuração do resultado consolidado entre receitas e despesas, o fato concreto é que o monstruoso volume de pagamento de gastos com juros da dívida pública fica de fora da contabilidade.

Desta forma, o discurso oportunista do financismo e das forças conservadoras acaba por se concentrar nas contas mais expressivas de natureza social, ou seja, as chamadas contas primárias.

E assim tem sido desde há muito tempo: o bombardeio contra as despesas com saúde, assistência social, educação, previdência social, salários de servidores, segurança pública e outros.

PRIVATIZAÇÃO ACENTUADA – Um dos aspectos mais dramáticos desse processo é o esmagamento da capacidade orçamentária nestas áreas de natureza social, abrindo espaço para uma crescente privatização da oferta de tais serviços públicos.

Com isso, observamos uma participação cada vez maior do capital privado em hospitais, planos de saúde, gestão de organizações sociais (OS) de saúde, escolas de ensino fundamental e médio, faculdades e universidades, empresas de segurança privada, serviços pagos de assistência social e outros.

Apesar das críticas generalizadas ao modelo austericida de Fernando Haddad, o governo continua encampando o conservadorismo na política econômica.

LULA NÃO ENTENDE – O próprio presidente Lula deixa escapar uma visão equivocada a respeito da economia, buscando associar o tratamento das contas públicas ao orçamento doméstico ou familiar. Em 30 de janeiro, ele reafirmou que tudo o que sabe de economia teria aprendido com sua mãe, Dina Lindu.

“Eu aprendi a estabilidade com a dona Lindu – é assim que eu governo esse país. Não se pode gastar mais do que a gente tem capacidade de arrecadar”.

Além disso, na mensagem ao Congresso, o governo dedica um capítulo ao tema, com o significativo título de “Compromisso com a robustez fiscal”. Uma loucura! E tem  inúmeras referências positivas à austeridade fiscal.

DIZ O GOVERNO – “Em 2024, o Governo Federal manteve seu compromisso com o equilíbrio das contas públicas. Fizemos o sexto maior ajuste fiscal do mundo e o terceiro maior entre os países emergentes, de acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI). O déficit primário está estimado em 0,1%, o menor da década.

Em 2025, continuaremos a pautar nossa gestão pelo compromisso com o equilíbrio fiscal. Isso está expresso na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), assim como no conjunto de medidas fiscais enviadas em novembro de 2024 ao Congresso Nacional, que permitirão economizar R$ 70 bilhões em 2025 e 2026.”

Apesar de todo esse autoelogio, não existe nenhuma referência à marca simbólica de um trilhão de reais para pagamento dos detentores de títulos da dívida pública.

UMA VERGONHA – Talvez a verdadeira razão para tal esquecimento esteja no fato de que essa cifra envergonha o Partido dos Trabalhadores e todos os grupos políticos, entidades e setores que apostam em um processo de mudança efetiva nos rumos do terceiro mandato.

O tempo avança rapidamente e, como o próprio Lula tem expressado, 2026 já começou. As pesquisas de opinião apontam para uma arriscada queda de popularidade do presidente e de seu governo.

Faz-se urgente a tomada de decisões para promover uma reorientação dos rumos da política econômica. Insistir na receita de juros elevados e cortes orçamentários a rodo não parece ser a melhor forma de se preparar para uma disputa que promete ser acirrada.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOGQuem ganha com isso? Os chamados “rentistas”, que vivem de renda, e os bancos, beneficiados pelas Operações Consolidadas, que funcionam como o antigo overnight, propiciando juros de aplicação por apenas 24 horas. Mas quem se interessa? (C.N.)

Respeitem a “Tribuna da Internet”, ao invés de fazer críticas absurdas

Seu notebook está no modo "democracia sem liberdade de imprensa" - Charge - Estado de Minas

Charge do Quino (Estado de Minas)

Carlos Newton

O sempre presente comentarista Eliel Salles fez uma observação injusta sobre a Tribuna da Internet, nesta quarta-feira, dia 5, nos seguintes termos:

Está em todos os jornais, menos na Tribuna da Internet e na grande (minúscula) impren$a: “Funcionário revela interferência dos EUA na eleição de 2022 para derrotar Bolsonaro. Mike Benz denunciou interferência eleitoral da USAID contra Bolsonaro”

https://diariodopoder.com.br/brasil-e-regioes/e01-brasil/funcionario-revela-interferencia-dos-eua-na-eleicao-de-2022-para-derrotar-bolsonaro

QUESTÃO DE NÍVEL – Não se publicou nada sobre este assunto, porque a Tribuna da Internet é um espaço jornalístico de nível, que não divulga fake news nem bobagens como essa suposta ação da USAID na eleição brasileira.

Aqui na Tribuna conhecemos a importância do trabalho da USAID no desenvolvimento de países carentes, como o Brasil. Basta dizer que, sem a USAIS, nossa atividade agrícola não teria a tecnologia que alcançou a partir da Universidade Federal de Viçosa, que depois se tornou célula-mater da Embrapa e colocou o agronegócio brasileiro no topo do mundo.

Aqui na Tribuna da Internet lutamos para fazer um jornalismo elevado, sem essas cretinas fake news, haja paciência.

INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL – Alguns dias antes, em 29 de janeiro, outro comentarista de destaque, José Vidal, publicou aqui um texto interessantíssimo, sobre a visão que a Inteligência Artificial (IA) tem a respeito da Tribuna da Internet:

“O DeepSeek está em evidência como um aplicativo de IA gratuito. Interessantes algumas respostas às perguntas feitas. Por exemplo, fiz uma a respeito do viés ideológico do site. A resposta”:

A “Tribuna da Internet” é um site brasileiro de notícias e análises que, de acordo com observações gerais e análises de seu conteúdo, tende a apresentar uma “orientação conservadora ou de direita” em seu viés editorial. O portal frequentemente publica críticas a governos e partidos de esquerda, como o Partido dos Trabalhadores (PT), e aborda temas alinhados a pautas tradicionalmente conservadoras, como defesa de valores morais específicos, posicionamentos críticos a políticas progressistas e apoio a figuras políticas associadas à direita brasileira.

MAIS BOBAGENS – Esse tal de DeepSeek, que significa busca profunda e estaria destruindo as big techs americanas, como um novo fenômeno da tecnologia, infelizmente não passa de um embuste, apenas mais uma embromação. Sua definição da Tribuna da Internet é lixo puro, tipo Piada do Ano. pois indica que aqui não há críticas à direita. 

Essa Inteligência Artificial chinesa é tão incompetente que chama a Tribuna de “site” e “portal”. Ou seja, nem consegue diferenciar um “portal”, um !site” e um “blog”.

No mais, é curioso esse furor uterino dos intelectuais com a Inteligência Artificial. Estão tão excitados que não percebem defeitos de origem sobre o alcance da IA. Por exemplo, por mais que tentem, os programadores não conseguiram nem conseguirão fazer a IA entender uma apetitosa ironia, uma frase de efeito ou o que significa o simples colocar de três pontos no final da frase. Ou seja, jamais entenderá o que é poesia…

BALANÇO DE JANEIRO – Como sempre fazemos questão de fazer, vamos publicar agora as contribuições de amigos e amigas que entendem a diferença entre a Tribuna da Internet e outros blogs, sites e portais.

De início, os depósitos na Caixa Econômica Federal:

DIA  REGISTRO   OPERAÇÃO           VALOR
08    081317        DEP DIN LOT………100,00

29    291324        TRANS F.M.M……..200,00
31    311645        DEP DIN LOT………230,00

Agora, vamos às contribuições através do banco Itaú:

02    PIX TRANSF JOSE FR……………..150,00
02    PIX TRANSF PAULO R……………..100,00
06    TED 001.5977.JOSE A P J……….306,01
15    TED 001.4416.MARIO A C R…..300,00
31    TED 033.3591.ROBERTO S N….200,00   

Agradecendo muito aos amigos que participam dessa utopia de manter um espaço livre e independente, sob o signo da liberdade, sugerimos que procurem não se deixar conduzir por notícias tolas como essa do “servidor da Usaid”.

Aliás, Trump só está acabando com a Usaid porque a entidade ajuda nações carentes, ao invés de explorá-las, como esse presidente lunático pretende que passe a ocorrer. (C.N.)                                    

Estratégia de Trump pode render frutos imediatos, depois trará mais prejuízos

De bravata em bravata, Trump vai assustando o mundo

Hélio Schwartsman
Folha

Donald Trump já mostrou que não hesitará em impor tarifas, tanto a países aliados como a adversários. Também mostrou, pela rapidez com que “se entendeu” com México e Canadá, que está mais interessado em arrancar concessões de seus parceiros do que em erguer barreiras alfandegárias.

Há uma explicação psicológica para isso. Trump gosta de se vender ao mundo como um gênio dos negócios. Introjetou tanto essa imagem que os centros de prazer de seu cérebro fervilham cada vez que ele acha que fez uma boa negociação.

RISCO NADA DESPREZÍVEL – Não estou, com isso, afirmando que o mundo será poupado de uma guerra comercial. O risco de haver uma não é nada desprezível. Sempre existe a chance de Trump não se entender com o governante de outro país. Apenas destaco que as motivações do presidente americano têm mais a ver com seu ego do que com um plano de ação coerente em termos econômicos ou geopolíticos.

E o preocupante é que, em suas primeiras interações tarifárias, Trump se deu bem, o que funciona como reforço à atitude de bullying.

A valentia de Gustavo Petro, da Colômbia, não durou um dia. Os líderes de México e Canadá também foram céleres em fazer promessas a Washington. Elas não são muito realizáveis, mas os dois países ganharam tempo. As negociações com a China ainda não foram enterradas.

MAIOR POTÊNCIA – Tais desfechos eram esperados. Exceto talvez pela China, nenhum país tem, sozinho, condições de enfrentar os EUA, ainda a maior potência econômica do planeta guarnecida pela mais formidável máquina militar jamais montada.

O que Trump não quer ou não consegue ver é que essas vitórias não vêm sem custos. Ao agir como um valentão, o presidente americano desfaz décadas de política de alianças, baseada em laços de confiança, soft power e ajuda externa, pela qual outros presidentes tanto se empenharam.

Nenhum país baterá de frente contra os EUA, mas vários vão procurar caminhos sem os americanos, o que, no longo prazo, é ruim para Washington. E as relações internacionais não são o único estrago que Trump está causando aos EUA.

Marconi Perillo é alvo de buscas que investigam desvios na Saúde

Marconi Perillo (PSDB) foto do dia 12 de março de 2023 em Goiânia Goiás — Foto: Diomício Gomes/O Popular

Marconi Perillo é investigado por fatos ocorridos há 13 anos

Honório Jacometto e Gabriela Macêdo
g1 Goiás

O ex-governador Marconi Perillo, que é presidente nacional do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB), é um dos alvos da operação da Polícia Federal que investiga suspeitos de desviar recursos da Saúde de Goiás. A informação foi apurada pelo repórter da TV Anhanguera, Honório Jacometto. Os crimes ocorreram durante os anos de 2012 a 2018. Em nota, Marconi Perillo disse que é inocente.

“Eles sabem da minha inocência e idoneidade. Não encontraram e não encontrarão nada contra mim. Nunca fiz o que narram. Só se fabricarem. Criarem factoides. Mas agora extrapolaram todos os limites e com extrema crueldade. Estão fazendo uma operação por supostos “fatos” acontecidos há 13 anos”, escreveu Marconi.

ORGANIZAÇÃO SOCIAL – Segundo a investigação, os desvios ocorreram por meio de uma Organização Social (OS) em contratos com o governo estadual da época. A operação Panaceia foi realizada na manhã desta quinta-feira (6) e sequestrou mais de R$ 28 milhões dos investigados.

O sequestro de bens é um mecanismo jurídico que congela recursos de investigados em um processo até que se tenha certeza se foi adquirido com dinheiro do crime.

Ao g1, a OS Gerir repudiou a operação e a considerou como um “ato de retaliação política”. Disse ainda que, como as investigações foram iniciadas há mais de cinco anos, “violaram o princípio constitucional da duração razoável do processo, expondo os investigados a um constrangimento ilegal e injustificado.

CONTROLE INTERNO – O Governo de Goiás informou que a Organização Social em questão nunca prestou serviços à atual gestão e que, a partir de 2019, “foram implementados controles internos para garantir a transparência na aplicação dos recursos públicos”.

A operação cumpriu dez mandados de busca e apreensão em Goiânia e um em Brasília. Segundo a Polícia Federal, o desvio de dinheiro acontecia por meio de contratos de uma OS com o governo estadual.

A OS firmava contratos com o Governo de Goiás para administrar alguns serviços. Para a execução desses serviços, a OS subcontratava empresas ligadas a políticos e até a administradores da OS. Com a subcontratação, parte do dinheiro recebido por essas empresas retornava aos políticos e aos administradores da OS.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Se a moda pega, não fica um, meu irmãoMas como explicar uma investigação que já dura mais de cinco anos? Se bobear, os crimes estão quase prescrevendo. (C.N.)

Estadão mostra que Kubitschek não era tão “democrata” quanto se alega

Frente Ampla, Lacerda, JK e Jango | Acervo

No final, Lacerda e JK acabaram se tornando amigos

José Carlos Werneck

O jornal “O Estado de São Paulo”, que está completando 150 anos, publica em sua edição desta quinta-feira que “em 24 de agosto de 1956, a sucursal do Estadão no Rio foi invadida por policiais armados de metralhadoras que exigiam dos jornalistas a entrega de todos os exemplares da edição daquele dia”.

O motivo da arbitrária e violenta invasão, em pleno regime democrático, foi a publicação do artigo intitulado “Manifesto ao povo brasileiro”, do jornalista e então deputado federal pela UDN do então Distrito Federal, Carlos Lacerda.

“EXIBICIONISTA” – No artigo, Lacerda chamava o então presidente da República, Juscelino Kubitschek, de “exibicionista delirante”.

No dia seguinte, o “Estadão” publicou o editorial “Violência inexplicável”, condenando a invasão da polícia à redação: “Atentados representam um insulto à democracia”, dizia o texto.

O jornalista Julio de Mesquita Filho, diretor do jornal, denunciou a arbitrariedade à Associação Interamericana de Imprensa. “Tudo isto é da mais flagrante ilegalidade. Tudo isto é contra a Constituição”, ressaltou Mesquita.

TRÊS PROIBIDOS – Como se vê, o governo do presidente Juscelino Kubitschek não era assim tão democrata, como hoje se costuma alardear.

Os jornalistas Carlos Lacerda, Helio Fernandes e seu irmão, o genial Millôr Fernandes, foram, à época, muito censurados e diversas vezes até proibido de se manifestar.

Durante meses, Lacerda, Helio e Millôr ficaram proibidos de aparecer na televisão.