Elon Musk deu um drible em Moraes digno de Pelé, Garrincha e Maradona

Elon Musk, dono do X (antigo Twitter)

Elon Musk usou a cabeça, num momento fatal

Elio Gaspari
O Globo/Folha

Torcer por Elon Musk no seu litigio com o ministro Alexandre de Moraes pode ser uma anomalia. Mesmo assim, o bilionário deu-lhe um drible digno de Pelé, Garrincha ou Maradona. Ao ver que Moraes mandou bloquear as contas da sua Starlink, prometeu aos seus 215 mil clientes brasileiros manter, de graça, o serviço de conexão com a internet por satélites. A ver.

No Supremo, o rápido bate-boca do ministro Dias Toffoli com o presidente Luís Roberto Barroso foi um mau momento da história do Tribunal. Há anos, discute-se a utilidade de TV Justiça. Seus adversários sustentam que as câmeras criaram uma fogueira de vaidades e têm alguma razão.

O vídeo do bate-boca dura cerca de um minuto. Depois dele, será difícil argumentar contra a existência das câmeras.

MADURO E TRUMP – Depois de sugerir que Lula deveria tomar chá de camomila, Nicolás Maduro usou o negacionismo eleitoral de Bolsonaro para alfinetar a diplomacia brasileira. Enquanto a ditadura venezuelana sobe o tom com o Brasil em manifestações públicas, aumenta o receio de que ele baixe o nível, remexendo velhas negociações dos dois países.

Donald Trump parece desorientado. Só isso explica sua decisão de transformar uma ida ao Cemitério Nacional de Arlington num evento de campanha eleitoral. Arlington era a fazenda da família da mulher de Robert Lee, o comandante das tropas rebeldes durante a Guerra da Secessão (1861-65). Antes mesmo da rendição do general, a propriedade foi tomada pelo governo para dar sepultura aos soldados do Norte.

Depois, aceitou-se também os do Sul, mais os americanos mortos em outros combates, bem como figuras ilustres. Lá estão os restos mortais de John e Robert Kennedy. Trump quis fazer um evento para seduzir os veteranos e irritou-os.

Assédio eleitoral a funcionários, uma pressão contra a democracia

Charge do Izanio (Arquivo do Google)

Pedro do Coutto

Reportagem de O Globo revelou um levantamento do Ministério Público do Trabalho que mostra que o número de denúncias de assédio eleitoral a funcionários de empresas e órgãos públicos no país neste ano já supera o das últimas eleições no mesmo período, com 153 registros. A esta altura, em 2022, haviam sido somente 11 — o segundo turno da eleição presidencial, contudo, elevou o número para 3.606 denúncias naquele ano.

Os casos voltam a se repetir, mas não deixam de causar espanto, pois representam pressões indevidas sobre o direito da livre escolha voto dos empregados, sujeitos à represálias. O assédio eleitoral ocorre quando patrões pressionam empregados a votar em determinado candidato, ameaçam com a perda do emprego caso alguém não seja eleito ou prometem benefícios em troca de votos. Até 2022, eram atos classificados como assédio moral — o que impede a comparação com disputas municipais anteriores.

TENDÊNCIA – O procurador-geral do Trabalho, José Lima Ramos Pereira, afirma que a tendência neste ano é de mais denúncias também no setor público, com a pulverização dos interesses pelas prefeituras e maior proximidade entre candidatos e eleitores. “A possibilidade é muito grande de chegar um prefeito, um secretário, um vereador e dizer: vai todo mundo lá agora na praça assistir ao discurso do candidato tal. Isso, de certa forma, sempre existiu e já era assédio, só que as pessoas não percebiam ou davam importância”, destaca..

Um dos exemplos é a prefeitura de São Paulo, que sob a gestão de Ricardo Nunes, candidato à reeleição, está na mira dos procuradores. Um inquérito civil foi aberto em agosto após o MPT constatar indícios de assédio eleitoral. De acordo com uma denúncia, integrantes da administração enviavam mensagens de textos a subordinados que ocupavam cargos comissionados cobrando a participação deles em reuniões políticas.

PRESSÃO – Também perguntavam se participariam de eventos de campanha de Nunes e até se aceitariam colocar propaganda do prefeito em seus carros. Episódios semelhantes também foram registrados em outras cidades.

São ações antidemocráticas de enorme gravidade, na medida em que tentam levar subordinados a decidirem de acordo com a determinação impostas. Entretanto, apesar dos inúmeros casos de pressão, não quer dizer que isso vá substanciar uma atitude concreta, pois o voto é secreto e a decisão final é tomada somente no momento do comparecimento à urna eletrônica. Mas vale o registro, uma vez que o constrangimento é evidente, representando um desrespeito ao direito absoluto de escolha.

More na filosofia genial dos sambistas Monsueto e Arnaldo Passos

Monsueto Raizes Do Samba CD - EMI MUSIC - Música e Shows de Samba e Pagode - Magazine Luiza

Monsueto morreu novo, aos 48 anos

Paulo Peres
Poemas & Canções

O pintor, ator, cantor e compositor carioca Monsueto Campos de Menezes (1924-1973) é o autor de sambas clássicos como “A Fonte Secou”, “Me Deixa em Paz, “Quero essa Mulher Assim Mesmo” e  “Mora na Filosofia”, cuja letra relata as diversas formas pelas quais a pessoa amada foi avaliada para se chegar à decisão final, ou seja, de que é impossível continuar com esse amor. Este samba foi regravado por Caetano Veloso, no LP Transa, em 1972, pela Philips.

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MORA NA FILOSOFIA
Arnaldo Passos e Monsueto

Eu vou lhe dar a decisão,
Botei na balança e você não pesou,
Botei na peneira, você não passou,
Mora na filosofia,
Pra que rimar amor e dor,
Vê se mora na filosofia,
Pra que rimar amor e dor.

Se seu corpo ficasse marcado,
Por lábios ou mãos carinhosas,
Eu saberia,
A quantas você pertencia,
Não vou me preocupar em ver,
Seu caso não é de ver pra crer…

Moraes delira: “Nazistas, racistas e fascistas querem derrubar Lula e acabar a democracia”

Moraes foi claro ao justificar sua decisão contra Musk

Carlos Newton

O que mais me impressiona nessa disputa entre o ministro Alexandre de Moraes e o empresário Elon Musk são as teorias conspiratórias que têm sido alardeadas pelo próprio relator do Inquérito do Fim do Mundo para justificar seus disparates e destemperos. Sem medo do ridículo, em suas exageradas decisões, Moraes avisa ao povo brasileiro que “há um perigo iminente na instrumentalização do X por grupos extremistas e milícias digitais nas redes sociais, com massiva divulgação de discursos nazistas, racistas, fascistas, de ódio, antidemocráticos, inclusive no período que antecede as eleições municipais de 2024″.

Caramba! Então a crise é gravíssima, o país está a um passo da derrocada política. Em outras palavras, o ministro está avisando que os brasileiros estão ameaçados por “nazistas, racistas e fascistas”. Ou seja, Adolf Hitler está de volta e escolheu o Brasil para ponto de partido, justamente o país mais miscigenado do mundo, onde encontrar uma pessoa da chamada raça branca é a maior dificuldade. Até agora, eu andei distraído e não tinha percebido esses “discursos do ódio antidemocráticos” que Moraes denuncia com tamanha ênfase que a gente fica pensando que há uma tremenda revolução nazista, racista e fascista em marcha, e ninguém me avisou, nem percebi, acho que deve ser a longevidade, vou ao médico hoje mesmo…

MAIS TEORIAS – Se fosse apenas Moraes a espalhar essas assustadoras teorias conspiratórias, seria um problema menor. Bastaria internar o ilustre ministro para uma temporada de reabilitação, e as coisas logo voltariam ao normal. O pior é que outras pessoas famosas e influentes concordam com ele. Vejam o que diz a experiente jornalista Eliane Cantanhêde, estrela da GloboNews, do Estadão e da Rádio Eldorado:

“A interpretação em amplos setores é que o alvo do bilionário não é Moraes, mas o STF, o próprio Judiciário, até o governo Lula e a democracia brasileira. Um teste sobre até onde o poder, o dinheiro e a articulação da extrema direita internacional podem ir”.

Caraca! A coisa é muito mais grave do que eu pensava. Quer dizer que o capitalismo mundial escolheu o Brasil para destruir nossa democracia, derrubar o governo e fechar o Supremo? E isso seria um teste para avaliar até onde o poder da ultra-direita pode chegar?  Como assim?

FUI ENGANADO – Na minha ignorância, eu estava pensando que era apenas um problema entre o ministro Moraes e o empresário Musk, por causa da censura implantada no Brasil, em decisões tomadas de ofício por Moraes, com ações sigilosas, sem queixa-crime, sem devido processo legal e sem direito a recurso. Agora, sou surpreendido, porque não é nada disso.

Por trás de tudo estão o nazismo, o racismo e o fascismo que dominam o capitalismo internacional e querem acabar com a democracia brasileira, através da derrubada de Lula, que eles conheciam como agente Barba, e do fechamento do Supremo e do Congresso. E aí, o que acontecerá com a Bancada da Bala? E os defensores da sopa de letrinhas LGBTQQICAAPF2K, o que farão com eles? Serão guilhotinados no Maracanã? E nossos amigos judeus, mais uma diáspora?

Sinceramente, parem o mundo que eu quero descer, como diz o cantor Silvio Brito.

Briga entre Moraes e Musk repercute intensamente na imprensa estrangeira

The Guardian destacou o crescimento do Bluesky após a suspensão do X — Foto: ReproduçãoDeu em O Globo

A decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que determinou a suspensão da rede social X no Brasil foi destaque nos principais jornais do mundo nos últimos dias. A medida começou a valer na madrugada de sexta para sábado e ocorreu após a plataforma descumprir a ordem dada na última semana para indicar um representante legal no país no prazo de 24 horas.

O caso foi tema de duas matérias no The New York Times. A publicação destacou que o Brasil “bloqueou” o X após o dono da plataforma, Elon Musk, se recusar a “cumprir ordens de um juiz brasileiro para suspender certas contas”. O veículo definiu a posição da rede social como o “maior teste até agora para os esforços do bilionário para transformar o site em uma praça digital onde quase tudo é permitido”.

AÇÕES INCOMUNS – Segundo o jornal norte-americano, o X ficará fora do ar “em uma nação de 200 milhões” de habitantes. A suspensão seria “resultado de uma escalada na briga entre Elon Musk” e o ministro Alexandre de Moraes. O veículo também definiu como ações “incomuns” de Moraes a estipulação de uma multa de R$ 50 mil para quem tentar usar o X via VPN enquanto a rede estiver suspensa no Brasil e o congelamento das finanças do serviço de internet via satélite Starlink a Space X, um segundo negócio de Musk no Brasil.

Em reportagem na edição impressa deste domingo (1º), o NYT também tratou da importância do público brasileiro para as redes sociais. “O Brasil é o quinto maior mercado internacional de X, atrás de Japão, Índia, Indonésia e Reino Unido, segundo a empresa de dados Statista. Mais de 20 milhões de pessoas usam o X para opinar sobre política, esportes e entretenimento”, destaca o texto.

A publicação fala ainda sobre a busca dos brasileiros por uma “nova casa para seus pensamentos” e cita o crescimento do Bluesky e do Threads nos últimos dias. “Tanto Bluesky quanto Threads ainda sofrem para ultrapassar o X, em parte porque muitas pessoas que conquistaram seguidores no Twitter relutavam em recomeçar. Mas agora as duas redes sociais em expansão podem encontrar nova vida no Brasil”, aponta o texto.

QUEDA DE BRAÇO – O também americano The Washington Post escreveu: “Juiz brasileiro ordena suspensão do X em disputa com Elon Musk”. O jornal explica a queda de braço entre Moraes e Musk ao apresentar as bases da decisão do ministro, como a ausência de representação legal da rede no país e a recusa em remover contar acusadas de promover desinformação, a as acusações do bilionário de que está sendo alvo de censura por defender a liberdade de expressão.

O veículo relaciona o caso do X com a prisão de Pavel Durov, CEO do Telegram, na França, como exemplo de dois exemplos recentes de redes sendo derrubadas por governos estrangeiros.

“Foi a segunda vez esta semana que um governo estrangeiro reprimiu uma plataforma de mídia social. Na segunda-feira, as autoridades francesas anunciaram a prisão do fundador e CEO do Telegram, Pavel Durov, em uma investigação sobre atividades ilegais de abuso infantil no aplicativo de mensagens. Musk, entre outros, condenou a prisão de Durov como um ataque à liberdade de expressão; o futuro, sugeriu ele, poderia incluir ‘ser executado por gostar de um meme'”, destaca a matéria.

THE OBSERVER – Quem também fez relação entre os casos envolvendo Musk e Durov foi o jornal britânico The Observer. Em artigo publicado na edição impressa deste domingo, a jornalista Carole Cadwalladr afirma que, apesar das derrotas recentes, Musk “está ganhando a batalha global pela verdade”.

“O banimento do X no Brasil e a prisão do chefe do Telegram, Pavel Durov, não vão impedir suas mentiras”, disse Cadwalladr em texto crítico. A autora argumenta que por ter sua própria plataforma global de fala, e contar com 196 milhões de seguidores, Musk tende a se apresentar como “o árbitro definitivo da verdade”.

Menos crítico, o The Guardian destacou o crescimento do Bluesky após a suspensão do X. “Um grande número de brasileiros procurou abrigo na rede rival, Bluesky, que informou ter conquistado 500 mil usuários nos últimos dois dias. ‘Bem-vindo ao Bluesky!’, a empresa postou para seus novos adeptos em português”, disse a publicação britânica.

OUTROS JORNAIS  – Veja outros veículos internacionais que repercutiram o caso: “Suprema Corte do Brasil determina a ‘imediata e completa suspensão’ do X, antigo Twitter, do país”, destacou a BBC, rede de TV britânica. O jornal La Nación, da Argentina, repercute a decisão de Moraes, dizendo: “Juiz da Corte brasileira confrontado por Elon Musk ordena bloqueio da rede social X em todo o país”, diz o jornal argentino, que define a decisão como polêmica e um “ultimato” para o conflito.

Le Monde (França) assinalou: No Brasil, um juiz da Suprema Corte ordena a suspensão imediata da rede social X em todo o território brasileiro”, diz o título da reportagem. O Clarín (Argentina) diz que “Justiça brasileira bloqueia rede social X e intensifica briga com Elon Musk”, aponta a reportagem.

“Enorme preocupação”, afirma ministra  argentina após bloqueio do X no Brasil

Diana Mondino faz defesa da liberdade de expressão

Deu na Folha

“Vemos com enorme preocupação que cada vez mais países limitem a livre expressão nas redes”, escreveu a chanceler do governo Milei, Diana Mondino, após o ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), determinar a derrubada do X no Brasil.

Ela não disse a quem se referia na mensagem, mas a publicou pouco após o anúncio de Moraes. “Na Argentina, há liberdade de expressão porque respeitamos a Constituição”, seguiu. “Um dos objetivos desse primeiro governo Milei é converter a Argentina em um farol da liberdade.”

PROXIMIDADE – O governo do ultraliberal Javier Milei tem proximidade com o bilionário Elon Musk, a quem o chefe da Casa Rosada já visitou nos EstadoS Unidos e com quem trocou elogios. Em abril, já em meio ao debate no Brasil entre Musk, o STF e o governo Lula (PT), Milei encontrou-se com o bilionário no Texas, na fábrica da montadora de carros elétricos Tesla.

O governo argentino afirmou na ocasião que o contexto brasileiro havia sido mencionado. Milei “ofereceu colaboração neste conflito entre a rede social X no Brasil e o marco do conflito judicial e político no país”, disse a assessoria do argentino.

Dias antes, a chanceler Mondino escrevera no X que a Argentina sempre manteria suas embaixadas abertas para “dar refúgio a todos que são perseguidos por compartilhar valores de liberdade”.

DISSE A CHANCELER – A ministra não especificou a que se referia, ainda que a publicação tenha sido feita no mesmo momento em que cresciam os debates no Brasil e quando Musk disse que os funcionários do X eram perseguidos. A Folha a questionou em entrevista em um dos dias anteriores.

Mondino respondeu que sua publicação era genérica. No entanto, também opinou sobre o cenário brasileiro. Ela é uma das ministras mais importantes do governo Milei.

“O que penso sobre Elon Musk e o Brasil? Eu desconheço os antecedentes legais que possa haver. Apenas tive a versão que se vê no Twitter [antigo nome do X] e, na verdade, me pareceria terrível se fosse verdade que estão cerceando a capacidade de expressão das pessoas.

‘Estaria preso até hoje se estivesse no Brasil no 8 de Janeiro’, diz Bolsonaro

Em 2022, Jair Bolsonaro escapou por pouco da prisão

Deu na Carta Capital

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou neste sábado, 31, que teria sido preso se estivesse no Brasil durante os atos golpistas de 8 de Janeiro de 2023. Naquele dia, bolsonaristas invadiram e depredaram as sedes dos Três Poderes, em Brasília. Mas Bolsonaro estava desde 30 de dezembro de 2022 nos Estados Unidos, e só retornou ao Brasil em março de 2023.

Até agora, as denúncias oferecidas pela Procuradoria-Geral da República ao Supremo Tribunal Federal contra envolvidos nos ataques resultaram em 227 condenações.

TUDO É POSSÍVEL – “Eu sabia que algo ia acontecer, afinal de contas, do PT tudo é possível”, disse Bolsonaro durante um ato em Londrina (PR). “O que teria acontecido comigo se eu estivesse no Brasil no dia 8 de Janeiro? Certamente estaria preso até hoje. Me acusam de tudo.”

As sentenças impostas pelo Supremo Tribunal Federal aos participantes do 8 de Janeiro também abrangem o pagamento de indenização, a título de danos morais coletivos, no valor mínimo de 30 milhões de reais, a ser dividido entre os condenados. Esse montante será quitado de forma solidária por todos os condenados, independentemente do tamanho da pena.

Bolsonaro é formalmente investigado em um inquérito aberto pelo Supremo para apurar a ação de autores intelectuais e instigadores dos atos golpistas.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG –
Pela primeira vez em sua longa carreira política, Jair Bolsonaro diz algo que preste. Realmente, se estivesse no Brasil em 8 de janeiro de 2023, teria sido preso por ter incitado os protestos. Escapou por pouco. Tem santo forte, mas sem corpo fechado. Está em liberdade, mas 227 admiradores seus já foram condenados e a maioria passa por tremendas dificuldades, que ele até poderia amenizar, com aqueles R$ 17,2 milhões que ganhou no Pix para pagar advogados e que já passam de R$ 18,3 milhões, com os rendimentos. Mas Bolsonaro não se interessa por essa gente que o adora. (C.N.)

Moraes convoca Primeira Turma do STF para debater suspensão da plataforma X

Moraes proferiu 6.204 decisões relacionadas aos ataques de 8 de janeiro

Moraes trabalhou até no domingo contra Elon Musk

Lauriberto Pompeu
O Globo

A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) vai analisar nesta segunda-feira a decisão que suspendeu a rede social X no Brasil. O ministro Alexandre de Moraes, relator do caso na Corte, assinou neste domingo um despacho em que informa que o julgamento irá acontecer de forma virtual “com duração de 24 horas, com início às 00h00 do dia 02/09/2024 e término às 23h59 do mesmo dia”.

Como o Globo antecipou, ministros do Supremo já planejavam, logo após Moraes ter tomado a decisão na sexta-feira, levar o assunto para a Primeira Turma. Integrantes da Corte ouvidos de forma reservada avaliam que a medida de suspensão de uma rede social é grave, mas que se impunha diante dos reiterados descumprimentos judiciais do X.

SUSPENSÃO IMEDIATA – Moraes é o presidente da Primeira Turma, que também é composta pelos ministros Flávio Dino, Cristiano Zanin, Cármen Lúcia e Luiz Fux. A suspensão do X ocorre após a plataforma descumprir a ordem dada na quarta-feira pelo STF para indicar um representante legal no país no prazo de 24 horas.

Moraes determinou a suspensão imediata, completa e integral do funcionamento da rede social até que todas as ordens judiciais dadas por ele sejam cumpridas, as multas devidamente pagas e seja indicado, em juízo, a pessoa física ou jurídica representante em território nacional.

Segundo o ministro do Supremo, há um perigo iminente na instrumentalização do X por “grupos extremistas e milícias digitais nas redes sociais, com massiva divulgação de discursos nazistas, racistas, fascistas, de ódio, antidemocráticos, inclusive no período que antecede as eleições municipais de 2024”.

MULTA ALTA – A decisão de Moraes também estabelece uma multa, de R$ 50 mil por dia, para quem descumprir o bloqueio do X. Ainda que as operadoras tenham bloqueado o acesso à rede social, é possível driblar a proibição com o uso de uma rede VPN, que permite dar acesso a serviços bloqueados em uma região, já que é gerado um número aleatório de IP, que não identifica o computador usado no acesso à internet.

Os dados são criptografados tornando a navegação mais segura e anônima, não rastreável. A sigla VPN significa Virtual Private Network, ou Rede Privada Virtual, em tradução literal.

Além de determinar a suspensão da rede social no país e a multa para quem descumprir a decisão, o ministro do STF havia inicialmente proibido que lojas virtuais, como as da Apple e do Google, mantivessem os aplicativos de VPN. Porém, depois disso o magistrado recuou da decisão e permitiu que os serviços de VPN continuem nas lojas online. Segundo Moraes, a decisão foi para evitar “eventuais transtornos desnecessários e reversíveis à terceiras empresas”.

Partido da Causa Operária debocha de Moraes: “Nem o TSE levou a sério”

Moraes agora é criticado por capitalistas e por comunistas

Deu em Terra Brasil 

O Partido da Causa Operária (PCO), conhecido por suas posições de extrema-esquerda, entrou em confronto direto com a decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), sobre o bloqueio da rede social X. A legenda usou a própria plataforma para criticar a decisão do magistrado, demonstrando resistência e descontentamento com as medidas judiciais.

Recentemente, o PCO vem criticando diversas ações de Moraes que têm impactado o bilionário Elon Musk e seu controle sobre a rede social X. A conta oficial do partido continua ativa, não dando sinais de que irá se conformar com o bloqueio imposto.

MAIS DEBOCHES – Em uma das suas publicações, o partido brinca com a situação, comparando-se a um “aluno que fica na sala quando o professor sai, esperando os outros alunos saírem para então sair em seguida”. Aparentemente, essa atitude tem sido interpretada como uma forma de resistência simbólica.

Outra publicação do PCO afirmava: “O melhor do Brasil é o brasileiro. Ninguém levou a sério a multa do Xandão, nem a Globo, nem o TSE.” Esse tipo de conteúdo reflete um sentimento de descrédito em relação às medidas impostas pelo STF.

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) se pronunciou sobre as publicações feitas pelo PCO, informando que tais postagens foram agendadas anteriormente à decisão de Moraes, que determinou a suspensão do X no Brasil. Essa declaração justifica, de certa forma, a continuidade das atividades do partido na rede social.

CONTA ATIVA – Apesar de todo o imbróglio, a conta do PCO continua divulgando conteúdo, agora com um caráter mais oposicionista e categórico, embora a aplicação de uma multa diária de 50 mil reais permaneça em vigor para aqueles que tentarem driblar o bloqueio da plataforma X. Essa sanção financeira é uma tentativa do STF de garantir o cumprimento de sua decisão.

A determinação de Moraes e a postura do PCO geraram amplo debate nas redes sociais e mídias tradicionais. O embate entre a liberdade de expressão e o cumprimento de decisões judiciais é um tema complexo e sensível, envolvendo diferentes aspectos legais e sociais. O PCO argumenta que a decisão do STF é uma censura à liberdade de expressão, um direito constitucional, que é uma das teses de Elon Musk.

O cenário atual é emblemático de uma luta contínua entre diferentes poderes e visões de mundo. As próximas semanas serão cruciais para entender o desenrolar dessa disputa e suas implicações para a sociedade brasileira.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG –
Os membros do PCO, que se dizem comunistas de verdade, estão apoiando Elon Musk, um dos maiores capitalistas da História Universal. A explicação é que os operários têm algo em comum com os magnatas – sabem que a censura não interessa a pobres nem a ricos. Mas o ministro Moras acha o contrário e garante que não existe democracia sem censura. (C.N.)

O que Galípolo, menino de ouro de Lula, pode mudar no BC?

Lira diz que Moraes não deveria ter feito bloqueio de contas da Starlink

Arthur Lira critica decisões do ministro Alexandre... | VEJA

Lira comenta os vários erros cometidos por Moraes

Renan Monteiro e Eduardo Laguna
Estadão

O presidente da Câmara, deputado Arthur Lira (PP-AL), disse que as decisões do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), em relação à rede social X (antigo Twitter), não deveriam ter afetado outras empresas. Como se sabe, Moraes bloqueou as contas bancárias da Starlink no Brasil como forma de garantir o pagamento das multas aplicadas pela Justiça brasileira contra o X após a plataforma não cumprir decisões judiciais de remoção de conteúdo e bloqueio de perfis.

Moraes considerou, na semana passada, a existência de um “grupo econômico de fato” sob comando do empresário. As duas empresas são controladas pelo bilionário Elon Musk, mas tem administrações e acionistas diferentes, funcionando de maneira independente

LOJAS AMERICANAS – “Se no escândalo das Lojas Americanas fôssemos bloquear a conta da Ambev, não seria correto. Então, a briga jurídica envolvendo X nunca deveria ter sido extrapolada para bloqueio de contas da empresa Starlink”, avaliou Lira em um evento promovido pela XP Investimentos neste sábado.

A Starlink defende que o bloqueio viola preceitos constitucionais, e pontua que não há uma relação entre a empresa de satélites e a rede social. A empresa fornece serviço de internet para áreas rurais do País, tendo também contratos com órgãos públicos, como as Forças Armadas e tribunais eleitorais.

Além de bloquear as contas da empresa, Moraes também determinou a suspensão do X no Brasil depois que a rede social se recusou a apontar um representante legal no País. O ministro impôs multa diária de R$ 50 mil para quem utilizar VPN para acessar a plataforma. Juristas ouvidos pelo Estadão consideram a sanção exagerada, desproporcional e inexequível, já que um dos princípios da ferramenta é justamente impedir o rastreamento dos usuários na internet.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Lira entende mais de Direito do que Moraes, que faz um burrada atrás da outra. Mesmo assim, é ovacionado pelos petistas. (C.N.)

A separação pesa como uma mala de chumbo, segundo Affonso Romano 

Affonso Romano de Sant'Anna é um dos grandes nomes da literatura brasileira

Affonso Romano de Sant’Anna, grande poeta

Paulo Peres
Poemas & Canções

O jornalista e poeta mineiro Affonso Romano de Sant’Anna descreve no poema “Separação”, tudo quanto acontece quando se desmonta a casa e o amor: sentimentos, momentos, conversas, filhos, vizinhos, perplexidade, futuro, indecisão, etc.

SEPARAÇÃO
Affonso Romano de Sant’Anna

Desmontar a casa
e o amor. Despregar
os sentimentos das paredes e lençóis.
Recolher as cortinas
após a tempestade
das conversas.
O amor não resistiu
às balas, pragas, flores
e corpos de intermeio.

Empilhar livros, quadros,
discos e remorsos.
Esperar o infernal
juízo final do desamor.

Vizinhos se assustam de manhã
ante os destroços junto à porta:
– pareciam se amar tanto!

Houve um tempo:
uma casa de campo,
fotos em Veneza,
um tempo em que sorridente
o amor aglutinava festas e jantares.

Amou-se um certo modo de despir-se
de pentear-se.
Amou-se um sorriso e um certo
modo de botar a mesa. Amou-se
um certo modo de amar.

No entanto, o amor bate em retirada
com suas roupas amassadas, tropas de insultos
malas desesperadas, soluços embargados.

Faltou amor no amor?
Gastou-se o amor no amor?
Fartou-se o amor?

No quarto dos filhos
outra derrota à vista:
bonecos e brinquedos pendem
numa colagem de afetos natimortos.

O amor ruiu e tem pressa de ir embora
envergonhado.

Erguerá outra casa, o amor?
Escolherá objetos, morará na praia?
Viajará na neve e na neblina?

Tonto, perplexo, sem rumo
um corpo sai porta afora
com pedaços de passado na cabeça
e um impreciso futuro.
No peito o coração pesa
mais que uma mala de chumbo.

OAB pede para Moraes rever multa de R$ 50 mil para quem acessar o X

O presidente da OAB, Beto Simonetti

Simonetti reclama do excesso do poder punitivo do Estado

Lauriberto Pompeu
O Globo

A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) protocolou neste sábado uma petição em que solicita ao Supremo Tribunal Federal (STF) que reconsidere a decisão de multar os usuários que acessarem a rede social X. Por decisão do ministro Alexandre de Moraes, do STF, as atividades da rede estão suspensas e quem tentar burlar a proibição terá que pagar multa diária de R$ 50 mil.

“Em que pese a gravidade dos fatos narrados e a situação de reiterado descumprimento das ordens judiciais e da legislação brasileira, a aplicação da multa diária no valor de R$ 50.000,00 às pessoas naturais e jurídicas de forma ampla e generalizada representa grave afronta aos direitos fundamentais consagrados na Constituição Federal”, escreve a OAB no documento. A petição é assinada pelo presidente da OAB, Beto Simonetti, e mais 31 advogados.

ACESSO ANÔNIMO – Ainda que as operadoras tenham bloqueado o acesso ao X, é possível driblar a proibição com o uso de uma rede VPN, que permite dar acesso a serviços bloqueados em uma região, já que é gerado um número aleatório de IP, que identifica o computador usado no acesso à internet.

Os dados são criptografados tornando a navegação mais segura e anônima, não rastreável. A sigla VPN significa Virtual Private Network, ou Rede Privada Virtual em tradução literal.

“A busca pela satisfação do interesse público com a punição daqueles que agem ao arrepio da lei não pode representar uma punição coletiva a toda sociedade brasileira, incluída de forma genérica e abstrata nos dispositivos condenatórios da decisão, sujeitando todo e qualquer cidadão brasileiro ao poder punitivo do Estado”, disse a OAB.

PROCESSO LEGAL – A Ordem ainda declara que “caso não haja a reconsideração, é necessário o esclarecimento de como será garantido o devido processo legal, o contraditório e a ampla defesa, a todas as pessoas físicas e jurídicas do país, que usarem VPN ou outros mecanismos, para acessarem a plataforma X”.

Além de determinar a suspensão da rede social no país e a multa para quem descumprir a decisão, o ministro do STF havia inicialmente proibido que lojas virtuais, como as da Apple e do Google, retirassem os aplicativos de VPN. Apesar disso, o magistrado recuou da decisão e permitiu que os serviços de VPN continuem nas lojas online. Segundo Moraes, a decisão foi para evitar “eventuais transtornos desnecessários e reversíveis à terceiras empresas”.

Moraes determinou a suspensão imediata, completa e integral do funcionamento da rede social até que todas as ordens judiciais dadas por ele sejam cumpridas, as multas devidamente pagas e seja indicado, em juízo, a pessoa física ou jurídica representante em território nacional.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
O pior é a teoria conspiratória difundida por Moraes para justificar seus disparates. Diz ele que há um perigo iminente na instrumentalização do X por “grupos extremistas e milícias digitais nas redes sociais, com massiva divulgação de discursos nazistas, racistas, fascistas, de ódio, antidemocráticos, inclusive no período que antecede as eleições municipais de 2024”. Caramba, e ninguém me avisou sobre essa tremenda revolução em marcha… (C.N.)

O problema não é o acusado Musk; está no acusador, o ministro Moraes

Elon Musk debocha de Alexandre de Moraes:  Aliados  Brasil

Elon Musk chama Moraes de “Darth Vader” do Brasil –

J.R. Guzzo
Estadão

A guerra de extermínio que o ministro Alexandre de Moraes declarou a Elon Musk e ao X não é, na verdade, uma guerra nem a Elon Musk e nem ao X. Também não é uma proclamação pedindo o cumprimento de decisões judiciais, ou das leis brasileiras. Não é uma ação em defesa da soberania nacional, nem de “enfrentamento” ao poder econômico estrangeiro e nem de apoio ao STF. A guerra do ministro é contra a liberdade de expressão no Brasil. É aí que está, e sempre esteve, o seu inimigo real.

Moraes está à beira de conseguir o que sempre quis em seu projeto geral de calar a voz das redes sociais: proibir o X de operar no Brasil, como acontece na China, na Rússia, no Irã, na Coreia do Norte, em Cuba e nas piores ditaduras do mundo. Expulsar o X e cassar a palavra de seus 20 milhões de usuários joga o Brasil nesse clube de malfeitores – mas o ministro, o STF e os esquadrões que dão apoio automático a tudo o que eles fazem estão achando que isso é um triunfo sobre a “extrema direita”.

SEM IDEOLOGIA – A direita, evidentemente, gosta de Musk, do X e da possibilidade de falar o que quer nas redes sociais, mas isso não muda em nada a agressão permanente de Moraes, do STF e dos seus liderados contra a liberdade de expressão. Também não tira a razão do empresário neste episódio.

O fato essencial é que Musk não desrespeitou nada, nem desafiou ninguém e nem cometeu nenhum crime em seu entrevero com o ministro – apenas se recusa a cumprir as ordens ilegais que recebe dele.

Essas ordens querem que o X faça censura sobre os seus usuários, e que faça em segredo, sem dizer que a ordem vem de Moraes. Aplicar censura é proibido pela Constituição; quem fizer isso estará, aí sim, violando a lei. Musk tem a jurisprudência do próprio STF a seu favor. “Ninguém é obrigado a cumprir ordem ilegal, ou a ela se submeter, ainda que emanada de autoridade judicial”, definiu o STF em 1996, num voto do então ministro Maurício Corrêa. Essa decisão nunca foi reformada.

CULPA DE MORAES – A diferença entre Musk e qualquer cidadão brasileiro que quer cumprir as leis é uma só: ele, com os seus 250 bilhões de dólares e morando nos Estados Unidos, tem os meios físicos para não obedecer a ordens ilegais. O brasileiro, se fizer isso, é enfiado num camburão da Polícia Federal.

Não é Musk, seja ele quem for, que está em questão aqui. É Moraes, que intima o empresário pela internet (pelo X, por sinal) e não por carta rogatória.

É o ministro do Supremo que bloqueia as contas de uma empresa para cobrar valores de outra. Que tal, então, cobrar a Ambev pelo rombo das Americanas, já que estão no mesmo grupo econômico “de fato”, como diz o ministro? Assim, o problema não está no acusado. Está no acusador.

Moraes acerta ao determinar a suspensão do X no Brasil

Musk acata em outros países as ordens descumpridas no Brasil

Pedro do Coutto

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), acertou ao determinar nesta sexta-feira a suspensão imediata, total e integral da rede social X em todo o Brasil, até que a plataforma cumpra todas as ordens judiciais, pague as multas devidas e nomeie um representante no país.

Paulo Gonet, procurador-geral da República, apoiou a suspensão, citando os repetidos descumprimentos das decisões judiciais por parte de Elon Musk. Gonet argumentou que o respeito às decisões judiciais é um “requisito fundamental para a civilidade e para a manutenção do Estado de Direito”. Moraes também ordenou que a Anatel tomasse as medidas necessárias para o bloqueio da rede social em até 24 horas.

REVISÃO – O ministro, no entanto, revisou parcialmente sua decisão anterior, que determinava às empresas dificultar o acesso dos usuários ao X no Brasil. Entre as medidas estava a instrução para que as lojas virtuais da Apple e Google impedissem o download de aplicativos de VPN, que permitem acessar serviços com restrições de acesso no país.

Na sua revisão, Moraes suspendeu essas restrições até que as partes se manifestem no processo, com o objetivo de evitar possíveis transtornos desnecessários a outras empresas. O magistrado ressaltou que a suspensão da rede social é uma medida cautelar, ou seja, provisória, e que ainda há a possibilidade de o X ou Elon Musk cumprirem as decisões judiciais pendentes.

Adicionalmente, Moraes impôs uma multa de R$ 50 mil a usuários que tentarem burlar as restrições tecnológicas, como o uso de VPN, para continuar acessando a rede social, sem prejuízo de outras sanções civis e criminais previstas em lei. A multa permanece em vigor.

DESCUMPRIMENTO –  Na decisão de 51 páginas, Moraes destacou que o X não tem cumprido “nenhuma das ordens judiciais” emitidas até o momento, resultando em multas acumuladas de R$ 18,35 milhões. Ele mencionou que em uma das contas da empresa havia cerca de R$ 2 milhões e, em outra, apenas R$ 6,66. Diante da insuficiência dos valores para quitar as multas, Moraes decidiu também pelo bloqueio das contas da empresa Starlink, que oferece internet por satélite.

O ministro enfatizou que o Marco Civil da Internet, aprovado pelo Congresso, responsabiliza civilmente os provedores por danos causados por conteúdo gerado por terceiros e que as empresas que operam no Brasil devem seguir rigorosamente as leis brasileiras. Ele também destacou que, de acordo com o Código Civil, empresas estrangeiras precisam de autorização prévia do governo federal e da nomeação de um representante no país para operar no Brasil.

DESINFORMAÇÃO – Moraes mencionou ainda que, em abril, Musk iniciou uma campanha de desinformação sobre as ações do Supremo e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), incentivando a desobediência e obstrução da Justiça, inclusive em relação a organizações criminosas. Como resultado, foi aberto um inquérito contra Musk, que também foi incluído como investigado no inquérito das “milícias digitais”.

Reconhece-se que Moraes tomou a decisão correta, pois não é admissível que uma empresa estrangeira com operações no Brasil ignore as obrigações impostas pela legislação local.

Justiça desceu ao fundo do poço, está enlameada e precisa se limpar, urgente

Charge: Estátua da Justiça recebe Alexandre de Moraes, por Latuff – Grito na Luta

Charge do Latuff (Arquivo Google)

Carlos Newton

É triste ver a que ponto de desfaçatez chegou a Justiça desde 2019, quando começaram as “interpretações” que levaram o Brasil a se tornar o único dos 193 países da ONU que não prende criminoso após segunda instância, quando se encerra o exame do mérito da questão.

Para aumentar o vexame e mostrar que o julgamento era sob medida para libertar Lula da Silva, o então presidente do STF, Dias Toffoli, decidiu que o trânsito em julgado só ocorreria após quarta instância (Supremo), embora a maioria dos países tenha apenas três instâncias judiciárias.

SEM FICHA LIMPA – Foi assim, levando o Brasil a uma situação vexaminosa, que em 2021 os ministros resolveram excluir Lula dos efeitos da Lei da Ficha Limpa, criando a figura jurídica da “incompetência territorial absoluta”, algo que também não existe em nenhum outro país.

A decisão foi sob medida e à la carte, para que Lula pudesse ser candidato a presidente da República em 2022.

O fato é que o Supremo e expressiva parte da opinião pública não aprovaram a gestão de Jair Bolsonaro, que demonstrou ser despreparado para a função e criou um governo para-militar, ao contratar mais de 6 mil oficiais para receber duplo contracheque, algo que não tinha ocorrido nem mesmo durante a ditadura de 64.

FORTE REAÇÃO – É evidente que os sucessivos disparates do Supremo causariam uma forte reação, pois a estranhíssima “descondenação” de Lula transformou a eleição presidencial num plebiscito contra o Bolsonaro e suas tendências pró-golpe militar, querendo voltar no tempo como “comandante-em-chefe das Forças Armadas”.

Era uma iniciativa que tinha tudo para dar errado, como verdadeiramente aconteceu.

E foi um jogo de ação e reação. Se o Supremo não tivesse “anistiado” Lula ilegalmente, com toda certeza a democracia à brasileira teria transcorrido de outra forma, mas as leis estariam sendo respeitadas, haveria segurança jurídica, que hoje tanta falta faz.   

LINHA DA CENSURA – Voltando ao começo da discussão, nenhum país até hoje conseguiu enfrentar o fenômeno das redes sociais. As ditaduras simplesmente proíbem. Aqui no Brasil o ministro Alexandre de Moraes preferiu seguir a tortuosa linha da censura, esquecido de que o país é uma democracia. O empresário Elon Musk também errou, ao tentar enfrentar a censura, por entender que o Brasil seria uma democracia.

Aqui na Tribuna da Internet todos podem se posicionar livremente e até defender a censura que Moraes impõe com seus inquéritos e processos secretos. Mas considerar que o Brasil esteja em democracia ampla, com essas investigações de ofício, pré-fabricadas e justificadas a posteriori, sem devido processo legal e acesso aos autos… Bem, essa não é a minha praia. Até porque tenho espelho em casa.

Aliás, quando um país vive em regime realmente democrático, não há censura e a liberdade de expressão fica esquecida, jamais é mencionada, porque faz parte do normal.

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P.S. – O ministro Alexandre de Moraes está fazendo muito mal ao Brasil. Mas essa gente passa e o país segue em frente. Tenhamos paciência para aguentar esse tipo de jurista nomeado pelo quadrilhão do MDB, lembram? (C.N.)

Musk lança os “Alexandre Files” para denunciar decisões Ilegais de Moraes

SPACE LIBERDADE  on X: "🚨URGENTE - Elon Musk acaba de criar um perfil  chamado Alexandre Files onde será exposta todas as ordens ilegais de  Alexandre de Moraes! https://t.co/NweQ84FHFC" / X

Este é o perfil que listará as decisões ilegais de Moraes

Deu na Gazeta Brasil

Neste sábado (31), a plataforma X, de Elon Musk, lançou um novo perfil chamado “@AlexandreFiles”, com o objetivo de expor “decisões ilegais” do ministro do STF, Alexandre de Moraes. A ação acontece em um momento crítico após Moraes ter determinado a suspensão da rede social no Brasil na sexta-feira (30) devido à falta de um representante legal da plataforma no país. A Anatel foi incumbida de notificar as provedoras de internet para cessar as atividades da plataforma no território nacional.

“Hoje começamos a lançar luz sobre os abusos cometidos por Alexandre de Moraes em relação à lei brasileira. Estamos forçados a compartilhar essas ordens porque não há transparência por parte do tribunal, e as pessoas que estão sendo censuradas não têm recurso para apelar. Nossos próprios apelos foram ignorados. E agora, o povo do Brasil está sendo privado do acesso ao X. Justiça secreta não é justiça. Hoje, dizemos que isso precisa mudar”, diz a publicação.

MARCOS DO VAL – A primeira publicação do perfil inclui uma decisão de Moraes datada de 8 de agosto, que ordenava a remoção de perfis específicos na plataforma, como o do senador Marcos do Val (Podemos-ES). A postagem denuncia a ordem como uma “violação flagrante da lei brasileira”, listando também outros perfis afetados, como os de Paola Daniel (esposa do ex-deputado Daniel Silveira), o influenciador Ed Raposo e Mariana Eustáquio, filha do jornalista Oswaldo Eustáquio.

A decisão de Moraes, que impôs uma multa diária de R$ 50 mil para quem tentar burlar a ordem através de VPNs, visou a suspensão imediata do X no Brasil. Em resposta, a X declarou que o novo perfil tem como objetivo expor as ordens do ministro, citando a falta de transparência e a censura como motivos para a criação do espaço.

O comunicado destaca quatro providências que Moraes exigiu da X: 1) As contas deveriam ser bloqueadas em até duas horas, sob pena de multa diária de R$ 50 mil. 2) A plataforma deveria enviar registros de acesso dessas contas entre 1º de abril e 17 de julho deste ano, incluindo IPs utilizados. 3) Dados de acesso de Allan dos Santos, Oswaldo Eustáquio, Sandra Eustáquio e Mariana Eustáquio deveriam ser enviados para o STF entre 1º de março e 7 de agosto. 4) Todos os registros de acesso e postagens da conta @mveustaquio (atribuída à filha de Oswaldo Eustáquio) entre 1º de abril e 15 de julho também foram solicitados.

INCONSTITUCIONAIS – A equipe do X, além de publicar uma versão em inglês do ofício, argumentou que essas ordens violam a Constituição e o Marco Civil da Internet. Antes do lançamento do perfil, Elon Musk já havia prometido tornar públicas as ordens judiciais de Moraes. Musk criticou o ministro, chamando-o de “ditador e fraude”, e declarou que a X publicaria todos os documentos relacionados para garantir transparência.

Após o vencimento do prazo dado por Moraes para a nomeação de um representante legal no Brasil, a X anunciou que não atenderá às exigências do ministro. Em um comunicado, a plataforma alegou que tentou se defender judicialmente, mas enfrentou ameaças de prisão para seu representante legal e bloqueio de contas bancárias.

“Nossas contestações foram rejeitadas ou ignoradas. Os colegas de Moraes no STF não enfrentam o ministro”, afirmou a X.

Elon Musk debocha de Moraes no X e estimula os usuários a baixar VPN

Elon Musk debocha de Alexandre de Moraes

Elon Musk afirma que Moraes é o vilão Voldemort

Gian Amato
O Globo

O empresário americano Elon Musk começou o dia de bloqueio do X no Brasil debochando do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que determinou a suspensão da rede social no Brasil na última sexta-feira. Enquanto os usuários da plataforma no Brasil relataram que o X ficou inacessível desde a meia-noite de sábado, donos de contas sediadas em outros países descreveram uma das primeiras publicações matinais de Musk. Ele postou a foto dos genitais de um cachorro encostando no focinho de outro cão, nomeado na imagem como Alexandre de Voldermort.

No texto, o empresário escreveu, em inglês: “Este meme nunca envelhece”, com dois emojis gargalhando. As reações foram imediatas e, pouco depois de publicada, a foto atingiu cerca de 15 milhões de visualizações, como confirmou O Globo, que acessou o X a partir de Portugal.

COMENTÁRIOS – Usuários com a bandeira do Brasil no perfil comentaram na publicação de Musk. Mesmo com a proibição e possibilidade de receberem multa de R$ 50 mil, estipulada para qualquer pessoa ou empresa no Brasil que usar o X. O empresário sugeriu que baixassem um VPN.

Em um segundo post, Musk escreveu: “O povo brasileiro saberá de seus crimes por mais que tente impedi-los. Obviamente, ele não precisa cumprir a lei dos EUA, mas precisa cumprir as leis do seu próprio país. Ele é um ditador e uma fraude, não um juiz”. Alcançou mais de cinco milhões de visualizações.

Mais cedo, o empresário prometeu publicar o que chamou de a longa lista dos crimes Moraes, juntamente com as leis brasileiras específicas que ele infringiu”. No entanto, até o momento da publicação desta matéria, Musk não havia cumprido a ameaça.

Sem acesso ao X, reli o ‘Discurso da Servidão Voluntária’, ainda atual cinco séculos depois

Discurso sobre a servidão voluntária

Uma obra imortal não perde a atualidade

Mario Sabino
Metrópoles

O meu refúgio é a minha pequena biblioteca. É lá que encontro paz, reencontro amigos e procuro explicações para fatos espantosos, como o ocorrido ontem neste Brasil de cidadãos cada vez menos livres e, agora, também desprovidos de Twitter. Sob o impacto da retirada da rede social X do ar, recorri ao francês Étienne de La Boétie. Ele morreu muito cedo, antes de completar 33 anos, em 1563, mas deixou dois legados.

Graças a ele, Michel de Montaigne escreveu o ensaio sobre a amizade. E o próprio La Boétie produziu outro texto que julgo também seminal. É o Discurso da Servidão Voluntária, que li na faculdade, onde tive aula com quem o traduziu para o português, o professor Laymert Garcia dos Santos. A edição bilíngue, com folhas já soltas pela má costura do volume, tem trechos grifados pelo estudante de 20 anos.

CONSTATAÇÃO – A tese de La Boétie, melhor seria dizer constatação, é que só há senhores porque há quem se disponha a sujeitar-se como servo — daí a “servidão voluntária”. Ele chegou a essa expressão depois de se perguntar por que tantos se submetem docilmente a um opressor:

“Mas, ó Deus, o que é isso? Como chamaremos esse vício, esse vício horrível? Não é vergonhoso ver um número infinito de homens não só obedecer mas rastejar, não serem governados mas tiranizados, não tendo mais bens, nem parentes, nem crianças, nem a sua própria vida que lhes pertençam. Aturando os roubos, os deboches, as crueldades, não de um exército, não de uma horda de bárbaros, contra os quais cada um deveria defender sua vida a custo de todo o seu sangue, mas de um só: não de um Hércules ou de um Sansão, mas de um homenzinho”, escreveu o pensador francês, indagando: “Chamaremos isso de covardia?”

PROPENSÃO HUMANA – La Boétie conclui que não é covardia. É essa propensão humana à servidão voluntária da qual não poucos tiram proveito, para além do senhor a quem se submetem:

“Como dizem os médicos, se há em nosso corpo alguma coisa estragada, essa parte bichada atrai para si as partes onde antes não havia nada. Do mesmo modo, logo que um rei declara-se tirano, tudo o que é ruim, toda a escória do reino, reúne-se à sua volta e o apoia para participar da presa e serem eles mesmos tiranetes sob o grande tirano.”

La Boétie falava do absolutismo, mas lá do século XVI as suas palavras ecoam atuais nas latitudes nas quais há uma Justiça que prefere ser só obedecida e temida a ser respeitada.

(Artigo enviado por Duarte Bertolini)

Lula e Moraes mostram desconhecer a lei que Musk estava desrespeitando no país

A sinalização de Lula a Alexandre de Moraes que pa... | VEJA

Moraes e Lula esqueceram do que diz o Código Civil

Jorge Béja

O confronto Musk X Moraes, que a cada dia se agrava e ganha projeção internacional, é ridículo e bizarro. De Musk nem tanto. Mas de Moraes chega a ser demonstração do desconhecimento da lei, O ministro do Supremo, por estar acostumado a tratar de temas e questões que dizem respeito, exclusivamente, à Constituição Federal, esquece ou desconhece a legislação infraconstitucional.

No entender do ministro, à falta de legislação brasileira que trate da atuação no Brasil de empresa estrangeira abre espaço para que dele parta a ordem para que a empresa X, de Musk, constitua representação no Brasil. Não, ministro Moraes. Há legislação sim. Está lá no artigo 1.138 do Código Civil Brasileiro (Lei nº 10.406, de 10 de Janeiro de 2002) na Seção que trata “Da Sociedade Estrangeira” uma importante obrigação.

DIZ O CÓDIGO – “A sociedade estrangeira autorizada a funcionar é obrigada a ter, permanentemente, representante no Brasil, com poderes para resolver quaisquer questões e receber citação judicial pela sociedade”. Parágrafo único – O representante somente pode agir perante terceiros depois de arquivado e averbado o instrumento de sua nomeação”.

A empresa de Musk não tem autorização para funcionar no Brasil. Aí está a primeira infração legal, porque a X opera amplamente, independente de autorização. Por não se tratar de atuação no varejo e/ou no atacado, ela opera e atua por força da tecnologia cibernética, indomável e fora de controle.

Mas o Brasil não é uma “Terra sem lei” como andam dizendo, até mesmo o presidente da República. Temos lei, sim. Lei que precisa ser cumprida. O embate poderia ser resolvido apenas com a menção ao Código Civil BrasiAleiro, E no caso de desatendimento, o Judiciário passa a ter poder e legitimidade para aplicar as sanções que aplicou.