Jorge Faraj ficou famoso como o poeta dos amores impossíveis na música popular

Nostalgia. - * Há 56 anos, no dia 14/06/1963, morria no... | Facebook

Obra de Faraj é cantada em serestas

Paulo Peres
Poemas e Canções 

O jornalista e compositor carioca Jorge Faraj (1901-1963) é considerado o poeta dos amores impossíveis, onde a mulher é sempre adorada sem saber e ignorando ser objeto de uma paixão. Em “A Deusa da Minha Rua”, um de seus grandes sucessos, cuja primeira gravação foi em 1939, por Silvio Caldas, pela RCA Victor, Faraj descreve o contraste entre a beleza da musa e a pobreza da rua.

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A DEUSA DA MINHA RUA
Newton Teixeira e Jorge Faraj

A deusa da minha rua
Tem os olhos onde a lua
Costuma se embriagar

Nos seus olhos eu suponho
Que o sol num dourado sonho
Vai claridade buscar

Minha rua é sem graça
Mas quando por ela passa
Seu vulto que me seduz
A ruazinha modesta
É uma paisagem de festa
É uma cascata de luz

Na rua uma poça d’água
Espelho da minha mágoa
Transporta o céu para o chão
Tal qual o chão da minha vida
A minha alma comovida
O meu pobre coração

Infeliz da minha mágoa
Meus olhos são poças d’água
Sonhando com seu olhar
Ela é tão rica e eu tão pobre
Eu sou plebeu e ela é nobre
Não vale a pena sonhar

Acredite se quiser! 8 em cada 10 evangélicos não votam em indicado pelo pastor

Nani Humor: PT QUER APOIO EVANGÉLICO

Charge do Nani (nanihumor.com)

Maria Hermínia Tavares
Folha

Se o resultado das eleições de 2022 tivesse sido ditado pelos eleitores evangélicos, Jair Bolsonaro estaria no Palácio do Planalto. Afinal, as pesquisas de intenção de voto — e mesmo as que continuaram medindo a preferência dos brasileiros depois de abertas as urnas — confirmam a resistente simpatia que parcela daqueles fiéis nutre pelo ex-capitão.

Somada ao comportamento de parlamentares da chamada bancada evangélica, essa constatação tornou sabedoria convencional afirmar que pentecostais e neopentecostais seriam o arrimo mais entusiasmado do discurso e das iniciativas políticas da extrema direita sobre segurança, educação e normas de conduta privada.

SEM GENERALIZAR – Uma pesquisa do Datafolha, realizada entre 24 e 28 de junho com paulistanos de fé evangélica, desaconselha generalizações apressadas. Além de constatar a diversidade de opiniões naquele grupo, a sondagem atestou que a maioria está distante das posições extremadas dos bolsonaristas raiz.

De fato, parcela majoritária dos evangélicos repudia o porte de armas pelos cidadãos (66%); é contra o ensino em casa (77%); rejeita a condenação e a prisão da mulher que resolve abortar (53%); declara-se a favor de que as escolas ofereçam educação sexual (74%) e de que suas igrejas acolham homossexuais e pessoas trans (86%); enfim, considera que homens e mulheres devem ter papel igual na família (81%) e na sociedade (89%).

A parcela que adere à agenda extremista varia conforme o assunto, mas raramente ultrapassa 1 a cada 4 entrevistados, tamanho estimado do bolsonarismo irredutível.

SEM POLITIZAR – Os entrevistados também preferem que a disputa eleitoral não seja levada aos cultos. A maioria não gosta que pastores apoiem e indiquem candidatos, recomendem em quem não votar ou se valham do púlpito para falar de assuntos relacionados a eleições.

Por se limitar ao município de São Paulo, a pesquisa obviamente não permite que se extrapolem os seus resultados para todo o país.

Mas, com a cautela necessária, é plausível dizer que, no conjunto, os fiéis evangélicos não parecem destoar da maioria dos brasileiros, conservadora e profundamente religiosa. Oito em cada dez dizem que jamais votaram em alguém indicado por pastor.

VÁ COM DEUS – Afinal, esse é o país onde “vá com Deus” e “fique com Deus” são expressões de amabilidade que mais se ouvem no dia a dia, substituindo o “bom trabalho” ou o “bom descanso”.

Em resumo, a extrema direita, da qual os evangélicos são parte significativa, é barulhenta, porém minoritária. Majoritário é o conservadorismo enraizado na pluralidade religiosa que caracteriza o país.

Eis o verdadeiro limite à agenda progressista.

Piada do Ano! Filho de Maduro diz que, se perder, seu pai entregará o poder

Filho de Maduro afirma que governistas aceitarão derrota se Edmundo  González vencer na Venezuela | Brasil 247

Filho de Nikolás Maduro deu uma resposta indireta a Lula

Carlos Newton

Virou piada. Poucos dias depois de Nicolás Maduro avisar que haverá um “banho de sangue” na Venezuela se a oposição vencer as eleições neste domingo (dia 28), o filho do ditador, que se chama Nicolás Maduro Guerra, deu uma entrevista ao jornal espanhol El País, dizendo exatamente o contrário:

“Se Edmundo vencer, entregamos e seremos oposição, pronto. Não nasci na Presidência, meu pai não nasceu presidente”, disse ele, acrescentando: “E, se acabarmos virando oposição, seremos.”

NA OPOSIÇÃO? – Membro da Assembleia Nacional da Venezuela, Nicolás Maduro Guerra disse durante a entrevista em Caracas que, nesse papel de oposição, que os bolivarianos já não exercem há 25 anos, eles não pretendem facilitar a vida de seus adversários, representados pelo diplomata Edmundo González, que está liderando com folga as pesquisas.

“”Se Edmundo vencer, entregamos e seremos oposição, pronto. Não nasci na Presidência, meu pai não nasceu presidente. E, se acabarmos virando oposição, seremos”. Mas fez a ressalva: “Não sei se eles nos aguentam como oposição, somos incômodos”.

Mas o filho de Maduro logo se corrigiu, dizendo que tudo isso são apenas hipóteses, porque tem certeza de que seu pai ganhará a eleição: “Vamos vencer, eu garanto.”

RESPOSTA A LULA – A entrevista a El País funcionou como uma resposta ao presidente brasileiro Lula da Silva (PT), que sempre apoiou Hugo Chávez e seu sucessor Nikolás Maduro. Numa entrevista a agências internacionais na última segunda-feira (dia 22), Lula comentou as declarações de Maduro sobre um banho de sangue caso a oposição vença as eleições.

“Fiquei assustado com as declarações”, disse Lula, acrescentando: “Quem perde as eleições toma um banho de votos, não de sangue. Maduro tem de aprender: quando você ganha, você fica. Quando você perde, você vai embora e se prepara para disputar outra eleição”, assinalou o petista.

As pesquisas indicam que a vitória de Edmundo González seria por 8% a 10%. De acordo com dois dos principais institutos do país, o oposicionista González tem 60% da preferência, ante uma média de 25% a 28% para Maduro.

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P.S.
Devido às críticas de Maduro às eleições brasileiras e às urnas eletrônicas, o TSE não vai mandar observadores às eleições. Mas o senador Chico Rodrigues (PSB-RR), aquele que foi preso com R$ 30 mil na cueca, já confirmou presença. E o que ele disser estará valendo sobre a eleição venezuelana. É um observador isento e um avaliador nato, altamente respeitado pelos venezuelanos. (C.N.)

Aras recorre após derrota para Hübner Mendes e quer anular o julgamento

Augusto Aras encerra mandato na PGR criticando incompreensões | CNN Brasil

Augusto Aras foi chamado de “poste-geral da República”

 

Mônica Bergamo
Folha

O ex-procurador-geral da República Augusto Aras decidiu contestar uma decisão da Justiça Federal que barrou a continuidade de uma queixa-crime apresentada por ele contra Conrado Hübner Mendes, professor da USP e colunista da Folha.

Aras reivindica que Mendes seja condenado pelos crimes de calúnia, injúria e difamação. Ele cita postagens de redes sociais e uma coluna de sua autoria, publicada na Folha, intitulada “Aras é a antessala de Bolsonaro no Tribunal Penal Internacional”.

POSTE-GERAL – Na época, o professor também chamou o então PGR de “poste-geral da República” e o classificou como o “grande fiador” da crise sanitária vivida no Brasil durante a epidemia de Covid-19, sob Jair Bolsonaro (PL).

Em outubro do ano passado, a Segunda Seção do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1) determinou que a ação retornasse à primeira instância e fosse encaminhada para arquivamento.

Ao votar contra o ex-PGR, o desembargador Marcus Vinícius Reis Bastos afirmou que “esse tipo de ação” tem como única função “intimidar quem exerce a liberdade de expressão” e “calar o crítico”.

QUER ANULAR – Aras, agora, pede a anulação do julgamento. O ex-PGR afirma que as críticas feitas pelo professor da USP desonraram sua “trajetória de vida imaculada, pessoal e profissional” e o expuseram “à execração pública mediante afirmações que transcendem a informação ou a crítica”.

Ele ainda afirma que os desembargadores do TRF-1 que votaram contra a sua demanda foram omissos e desconsideraram provas que endossariam a tese de que Mendes cometeu os crimes de calúnia, injúria e difamação.

“O embargado [Mendes] não se limitou a promover crítica mediante narrativa ou simplesmente formulou uma crítica ácida ou com teor altamente negativo, ele imputou ao embargante [Aras] a prática do crime de prevaricação”, diz o recurso apresentado por Aras.

PENA DE OMISSÃO – “A indicação de afirmações infamantes específicas que, em tese, se qualificam como comprovadamente injuriosas, difamantes, caluniosas e mentirosas deve ser expressamente enfrentada, sob pena de omissão”, afirma ainda.

Além da queixa-crime, Aras fez uma representação contra o professor junto à Comissão de Ética da USP, mas o colegiado rejeitou a denúncia em decisão unânime.

O parecer destacou que os artigos e pronunciamentos mencionados são compatíveis com a atuação de Mendes enquanto pesquisador e especialista em direito constitucional e em teorias da democracia e da Justiça, que incluem a análise das decisões do Ministério Público contra o interesse público.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Aras pensou (?) que a Ditadura do Judiciário já estava implantada no Brasil, mas se enganou. Está implantada apenas no Supremo, porque ainda há juízes no Brasil e em Berlim. A ditadura deita e rola apenas em Brasília, a famosa Ilha da Fantasia. (C.N.)

Banho de sangue e guerra civil na Venezuela? Tudo é possível na ditadura.

Unasul condena manifestações violentas na Venezuela - Rede Brasil Atual

A violência já é uma constante na política venezuelana

Rubens Barbosa
Estadão

Na eleição presidencial da Venezuela, que será realizada no próximo domingo, a oposição tem chances reais de vitória contra o regime autoritário de Caracas. As pesquisas mostram vitória tanto da oposição como de Nicolás Maduro (certamente manipuladas).

O governo Maduro dificultou por todas as formas a indicação de um candidato competitivo de oposição. Dissidentes foram presos arbitrariamente, eleições foram fraudadas, eleitores foram cooptados com a distribuição de alimentos, 15 prefeitos contra o governo foram destituídos e 50 cabos eleitorais da oposição, nos últimos meses, foram presos. Por mudança de regras, apenas 1% dos 4,5 milhões de venezuelanos exilados, que poderiam votar no exterior (cerca de 25% do eleitorado nacional), poderá votar.

FAVORITA AFASTADA – A oposição venezuelana, sempre dividida, conseguiu, inicialmente, unir-se em torno de María Corina Machado, que havia sido inabilitada pela Justiça Eleitoral de apresentar-se como candidata. Sua substituta, Corina Yoris, professora de 80 anos, por dificuldades técnicas colocadas pelo governo, não pôde inscrever-se, sendo substituída por Edmundo González, diplomata, sem participação política.

A eleição ocorre depois de conversações dos EUA, Brasil e países europeus com Maduro para realização de um pleito transparente e justo em troca da suspensão de algumas sanções econômicas impostas por Washington.

Maduro aceitou os entendimentos e assinou com a oposição um acordo em Barbados em outubro, comprometendo-se a realizar uma eleição democrática.

ROMPEU O ACORDO – Pouco depois, rompeu o acordo com a desculpa de que os EUA não ajudaram a Venezuela a recuperar o acesso às contas internacionais congeladas, e as arbitrariedades continuaram.

O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, apresentou a Maduro e aos líderes da oposição a ideia de que o vencedor da eleição estendesse ao opositor alguma forma de anistia.

A situação às vésperas do pleito torna-se ainda mais confusa quando se observa que o governo Maduro retomou as conversas com os EUA, desconvidou a União Europeia a mandar observadores para a eleição e segue com os preparativos para eventual ataque à Guiana.

ABUSO DE PODER – Os problemas com a cúpula do regime – investigação internacional por corrupção e abusos de direito, além de acusações dos EUA de narcoterrorismo – poderão dificultar eventual saída de Maduro, que conta com o apoio de grupos radicais (liderados pelo poderoso deputado Diosdado Cabello) e, até agora, das Forças Armadas.

Em vista das incertezas que cercam o resultado eleitoral, é possível considerar quatro cenários:

1) Vitória de Maduro: pelas informações disponíveis e pesquisas de opinião pública até aqui, a vitória de Maduro só poderá acontecer pela manipulação da apuração e dos resultados eleitorais, aceita pelo Conselho Eleitoral, controlado pelo governo. Com poucos observadores internacionais independentes – Carter Center, Tribunal Superior Eleitoral (TSE) brasileiro –, essa atitude geraria forte reação internacional, imposição de novas sanções econômicas à Venezuela e nova onda de refugiados para o exterior.

2) Vitória da oposição: as pesquisas indicam ampla vitória de González, pela maciça participação da população, urbana e rural, votando contra o governo. Esse resultado pode ensejar uma reação antidemocrática de Maduro ao se recusar a aceitar a vitória da oposição, durante o período de transição de seis meses até a posse do novo governo, gerando grave crise institucional. Para acalmar a cúpula do governo, González poderia oferecer garantias confiáveis de segurança e uma possível anistia a Maduro e a algumas autoridades do regime para fazê-los desistir do poder. Sem anistia, dificilmente haverá transição. González não se pronunciou sobre essa questão, afirmando em artigo nesta semana que, se vitorioso, promoverá a reconciliação nacional.

3) Suspensão da eleição: o governo Maduro denunciou supostos “planos violentos e desestabilizadores”, com a interferência de agentes externos, especialmente dos EUA, e a ameaça de guerra civil, fatos que, junto com uma ação militar contra a Guiana, podem ser invocados para adiar a eleição.

4) Contestação da eleição: com as ameaças do governo e as denúncias da oposição de prisões e restrições violentas ao voto livre e democrático, é muito provável que qualquer resultado da eleição seja contestado por um dos lados, o que torna incerto o reconhecimento do vencedor no período de transição.

CONSTRANGIMENTO -A reação do governo Maduro à voz das urnas pode representar um forte constrangimento ao governo do PT. Lula da Silva sempre apoiou Hugo Chávez e Maduro, classificando o regime atual de democrático, mas procurou influir junto ao governo de Caracas para garantir legitimidade das eleições pela transparência e lisura. Lula teria apoiado a proposta de anistia apresentada pelo presidente da Colômbia e teria insistido para que a União Europeia enviasse observadores para acompanhar a eleição e a apuração.

Maduro agora fala em “banho de sangue e guerra civil” em caso de derrota na eleição. Lula declarou que vai reconhecer o resultado da eleição e que “se assustou com” a ameaça de Maduro. O governo brasileiro vai manter o apoio a Maduro se o resultado for contestado? A repercussão internacional poderá respingar na credibilidade do governo Lula e deixar exposta a baixa influência do Brasil na região.

Novas pesquisas mostram que há um empate técnico entre Trump e Kamala

A imagem apresenta dois retratos lado a lado. À esquerda, um homem com cabelo loiro e uma expressão sorridente, falando ao microfone. À direita, uma mulher com cabelo castanho escuro, olhando para a esquerda com uma expressão serena. O fundo é desfocado, destacando os rostos.

Tudo indica que será uma eleição duríssima, voto a voto

Deu na Folha

Um dia depois de uma pesquisa da Reuters/Ipsos pôr Kamala Harris numericamente à frente de Donald Trump nas eleições presidenciais dos Estados Unidos, um levantamento divulgado nesta quarta-feira (24) inverte as posições, dando vantagem numérica do republicano.

Segundo o estudo da CNN conduzido pelo instituto de pesquisa SSRS, Trump seria a escolha de 49% dos eleitores americanos registrados nas urnas. Já Kamala —considerada a virtual candidata do Partido Democrata apesar de seu pleito não ter sido oficializado ainda— teria 46% das intenções de voto.

MARGEM DE ERRO – A diferença entre os dois líderes não é, porém, considerada estatisticamente relevante, uma vez que está dentro da margem de erro da pesquisa, de três pontos percentuais para mais ou para menos.

O mesmo havia ocorrido com a pesquisa da Reuters/Ipsos veiculada na terça (23).

A pesquisa da CNN foi realizada virtualmente na terça (22) e quarta-feira (23). Os entrevistados são eleitores registrados que já tinham participado de uma edição anterior dela, em abril ou em junho. A emissora americana justifica essa metodologia afirmando que, a entrevistar as mesmas pessoas, o levantamento tem mais chances de refletir mudanças reais de opinião ao longo do tempo.

HAVIA VANTAGEM – Realizados antes do atentado contra Trump e de Biden anunciar sua desistência da corrida, ambos os levantamentos de abril e de junho mostravam o republicano à frente do democrata por seis pontos percentuais, ou seja, fora da margem de erro.

Embora a nova pesquisa mostre Kamala numericamente atrás de Trump, nela a democrata teria conseguido, portanto, diminuir a distância entre ela e o republicano, empatando tecnicamente com ele.

Além disso, metade dos que demonstram apoio a Kamala na nova pesquisa (50%) afirmam que seu voto é mais a favor dela do que contra Trump.

ENTUSIASMO – A cifra representa um aumento do entusiasmo dos eleitores do Partido Democrata em relação à figura que possivelmente os representará nas urnas —na pesquisa da CNN de junho, 37% dos que declararam voto em Biden disseram que sua principal motivação para apoiá-lo era expressar apoio ao presidente.

As sondagens são um importante indicador para as campanhas, mas estar à frente nelas não significa necessariamente estar mais perto da vitória nos EUA. A eleição é indireta, por meio do Colégio Eleitoral — formado por 538 delegados, divididos proporcionalmente entre os estados. Um candidato precisa obter 270 deles para se eleger, e isso pode ocorrer mesmo se este não for o ganhador no voto popular.

Em 2016, por exemplo, Hillary Clinton teve 48% dos votos, ante 45,9% de Donald Trump, mas o republicano se elegeu com 306 delegados (ela teve 232).

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Será uma eleição duríssima e que mostra as contradições da política. De um lado, um empresário sonegador de impostos e com uma vida pregressa de irregularidades; de outro lado, uma candidata bem qualificada e de passado limpo. É impressionante que essa diferença de procedimento pessoal não faça diferença na política dos Estados Unidos, a maior potência do mundo. Assim, a luta do Bem contra o Mal na verdade depende da ótica do espectador, e não da ética. (C.N.)   

Convidado para o PL, Tarcísio nega interesse: “Estou confortável no Republicanos”

Tarcísio de Freitas | Político | G1

Ao privatizar a Sadesp, Tarcisio deu uma guinada à direita

Deu em O Globo

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, afastou os rumores de que iria trocar sua atual legenda pelo Partido Liberal (PL), do ex-presidente Jair Bolsonaro. Em entrevista à GloboNews, na manhã desta quarta-feira, o político afirmou que “está confortável no Republicanos”.

“Não tem nada previsto. Eu estou muito confortável no Republicanos e devo permanecer no Republicanos”, disse o governador à GloboNews.

COSTA NETO – Em maio, o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, disse que o governador de São Paulo tinha comunicado a decisão de sair do Republicanos, o que ocorreria até julho.

— Estive em um jantar com o (senador) Rogério Marinho e com o governador Tarcísio. Ele me disse que vem antes das eleições, acredito que até julho. O PL fará uma festa para recebê-lo — disse Valdemar à época.

Depois da declaração a Costa Neto, no entanto, Tarcísio negou a troca e disse que não faria mudança naquele momento. Mesmo sem uma definição sobre o melhor momento, Tarcísio chegou a externar a vontade de ir para o partido de Bolsonaro.

NA AV. PAULISTA – Após o concorrido ato na Avenida Paulista em que esteve ao lado do ex-presidente, se tornou ainda mais incômodo o fato de o Republicanos estar mais próximo do governo Lula e ter um ministério, o de Portos e Aeroportos.

Com a inelegibilidade de Bolsonaro, Tarcísio é visto como uma das alternativas da direita para a disputa com o atual presidente Lula,  mas tudo dependerá da inelegibilidade de Bolsonaro, que espera ser anistiado por um dos projetos que já tramitam no Congresso.

Na mesma entrevista à GloboNews, o governador de São Paulo defendeu o avanço do modelo de privatização dos serviços públicos do país. Na terça-feira (dia 23), a gestão estadual concluiu a venda de 32% da Sabesp e arrecadou 14,8 bilhões.

PRIVATIZAÇÕES – “Há espaço para avançar mais nas privatizações. Eu acredito que com o passar do tempo a gente foi aprendendo a modelar e estruturar melhor os projetos. A gente compreende melhor os riscos, a gente foi se aprofundando na temática da regulação”, falou Tarcísio.

O gestor voltou a minimizar a falta de concorrência e o valor de venda das ações da Sabesp, uma vez que o modelo desenhado pela gestão estadual recebeu apenas um interessado, a Equatorial, empresa que não tem tradição no setor de saneamento.

Desconhecido pela população, Novo PAC não decola e frustra expectativas de Lula

O humor como forma de protesto: a importância das charges na imprensa  brasileira | Laboratório de Ensino e Material DidáticoJeniffer Gularte, Patrik Camporez e Sérgio Roxo
O Globo

Às vésperas de completar um ano do seu lançamento, o novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) ainda não trouxe os ganhos políticos esperados para o governo. Gestado para impulsionar a popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ser um símbolo do terceiro mandato do petista e transformar o país em um canteiro de obras, o programa não conseguiu criar uma marca de entregas e enfrenta desconhecimento por parte da população.

No Palácio do Planalto, há um sentimento de decepção pelo inexpressivo impacto político do programa, comandado pelo chefe da Casa Civil, Rui Costa. E uma avaliação de que parte das obras e projetos tocados dentro PAC levam apenas a ganhos indiretos pelo governo e nem sempre são associados ao programa.

DIZ A PESQUISA – Pesquisa Genial/Quaest divulgada no início deste mês aponta que 51% da população ignora o Novo PAC. O nível de desconhecimento em relação à política pública supera percentuais que a aprovam (44%) e desaprovam (5%). Outros projetos, como o Farmácia Popular e o Bolsa Família, mantêm índices de aprovação próximos a 80%.

Lançado com pompa no Theatro Municipal, no Rio, em agosto do ano passado, o Novo PAC prevê oficialmente R$ 1,7 trilhão em investimentos totais — parte será concretizada depois do terceiro mandato de Lula — em projetos de setores como rodovias, ferrovias, energia e petróleo.

A maior parcela desse montante é composta por investimentos privados e financiamentos por bancos públicos e outros agentes, incluindo projetos que independem da marca PAC e já ocorrem continuamente no país, como obras de energia.

REUNIÃO MENSAL – O programa não decolou em popularidade mesmo sendo uma das prioridades diretas do presidente, que se reúne uma vez por mês no Palácio do Planalto com a equipe responsável por capitanear o PAC. Ele recebe um cardápio de sugestões de obras que podem ser lançadas ou inauguradas com sua presença. No segundo semestre, o foco será em lançamentos de projetos de drenagem, mobilidade urbana e água e esgoto.

Integrantes da Casa Civil admitem que o PAC ainda não tem uma marca, ou uma obra-símbolo nacional, como foi a Ferrovia Norte-Sul na primeira versão do programa, comandada pela ex-presidente Dilma Rousseff — e que isso é um dos fatores que levariam ao desconhecimento da população.

Foi com a alcunha de “mãe do PAC” que Lula construiu a candidatura de Dilma para ser a sua sucessora na eleição presidencial de 2010. A justificativa é de que dessa vez o programa é mais pulverizado pelo país.

FERROVIA NA BAHIA – Com o programa em andamento, uma das apostas para alcançar mais visibilidade e construir essa marca é a conclusão da Ferrovia de Integração Oeste Leste (Fiol), primeira obra anunciada a compor o Novo PAC, que tem 1,5 mil quilômetros.

A estrada de ferro vai ligar Figueirópolis (TO) a Ilhéus (BA) e passa majoritariamente no meio da Bahia, estado governado pelo PT e do qual Rui Costa foi governador até 2022. O Orçamento deste ano prevê R$ 3,9 bilhões apenas para esta obra, de acordo com dados de sistema do Ministério do Planejamento.

Com escassez de recursos públicos para outros projetos dessa dimensão, a expectativa do governo é criar “símbolos” em cada estado. Esse objetivo, porém, pode esbarrar nos governadores, principalmente de oposição, que criticam o programa reservadamente.

POUCAS OBRAS – Uma das principais queixas é que o Novo PAC tem poucas obras novas e muitas das intervenções incluídas do pacote já estavam sendo tocadas. Também afirmam que o governo federal tem cobrado eventos para divulgar as ações nos estados.

Há uma percepção no Palácio do Planalto de que foi lançado um programa antigo, embora haja algumas novidades no atual formato, como um foco maior para parcerias público-privadas (PPPs).

Além disso, em projetos de infraestrutura com possível impacto positivo da economia, o entendimento no Executivo é de que os efeitos políticos só são sentidos nos médio e longo prazos e muitas vezes não são necessariamente creditados ao governo federal.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Lula quer fazer uma repetição de seus governos anteriores, mas isso não dá certo. Como dizia Cazuza, fica parecendo um museu de grandes novidades. (C.N.)

Julgamento de Cláudio Castro recomeça com um novo ministro no TRE do Rio

Castro teria recebido R$ 326 mil e US$ 20 mil de forma ir... | VEJA

Cláudio Castro foi absolvido e serão julgados os recursos

Bruna Lima
Metrópoles

O julgamento do governador Cláudio Castro no Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do Rio de Janeiro tem uma incógnita. A dúvida no governo é sobre o voto do novo desembargador Rafael Estrela, que assumiu a cadeira no Tribunal após o julgamento que absolveu Castro em maio. Estrela substituiu o desembargador Gerardo Carnevale, aposentado do tribunal.

Os desembargadores vão analisar recurso do Ministério Público Eleitoral contra a absolvição de Castro e aliados.

DESEMPATE – O resultado foi 4 a 3 votos, absolvendo os réus. Carnevale votou a favor do governador. Caso o novo magistrado mude de voto e todos os outros mantenham suas posições, a votação ficará empatada. Nessas condições, o desempate caberá ao presidente do TRE, Henrique Vieira, que rejeitou absolver Castro no primeiro julgamento.

O governador, o seu vice e aliados respondem na Justiça Eleitoral por abuso de poder político e econômico na campanha de 2022. Os políticos foram acusados pelo MP Eleitoral de criar mais de 20 mil cargos secretos na Fundação Centro Estadual de Estatísticas, Pesquisa e Formação de Servidores do Rio de Janeiro (Ceperj).

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
A reportagem leva a crer que se trata de um novo julgamento, mas não é bem assim. Estarão sendo examinados os embargos de declaração, que não alteram o voto anterior, apenas pedem explicações sobre a decisão tomada pelo TRE e só têm efeito modificativo em circunstâncias muito especiais. O novo julgamento, que realmente começará do zero, somente ocorrerá no Tribunal Superior Eleitoral, possivelmente no início de 2025. (C.N.)

Rui Costa e a Casa Civil ganharam apelidos nada amigáveis no governo Lula

O presidente Lula e o ministro da Casa Civil, Rui Costa

Lula confia em Rui Costa, que não confia em ninguém

Rafael Moraes Moura
O Globo

À frente da Casa Civil, o ministro Rui Costa tem acumulado desgastes na relação com integrantes do governo ao longo de um ano e sete meses de administração petista. A fama de centralizador, intransigente e de ter um “difícil temperamento” já rendeu a ele – e por extensão, à própria pasta– uma série de apelidos por parte de seus colegas, insatisfeitos com a atuação do homem de confiança do presidente Lula.

Uma das principais queixas nos bastidores é a de que Costa teria privilegiado na sua rotina de trabalho audiências com o chefe da Advocacia-Geral da União (AGU), Jorge Messias, e ministros da área econômica, como Fernando Haddad (Fazenda), Simone Tebet (Planejamento) e Esther Dweck (Gestão e Inovação) – e relegado a segundo plano ministérios de baixo orçamento ou menor projeção. Esses acabam despachando com a secretária-executiva, Miriam Belchior.

PRIMEIRO-MINISTRO – Tanto poder nas mãos de Costa, que despacha no quarto andar do Palácio do Planalto, um piso acima do gabinete de Lula, lhe deu o apelido “primeiro-ministro”, “reizinho” e “Rui Corta” entre autoridades do primeiro escalão do poder Executivo.

No governo e no Congresso, o ministro é responsabilizado pela paralisação de projetos como a reabertura da Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos (CEMDP) e do programa das passagens aéreas a R$ 200.

No caso da comissão, que tem entre suas funções emitir pareceres sobre indenizações a familiares e mobilizar esforços para localizar os restos mortais das vítimas do regime militar, a Casa Civil exigiu uma nova manifestação da Justiça, mesmo após o ministério já ter o dado o sinal verde à reinstalação do grupo, em outubro do ano passado.

RESISTÊNCIA  – A alegação era a de que, com a saída de Flávio Dino e a posse de Ricardo Lewandowski, era necessário que a nova gestão também opinasse sobre a medida, que enfrentou resistência dentro do governo por conta do potencial de tensionar a relação com as Forças Armadas.

A manobra foi interpretada como forma de ganhar tempo e adiar uma definição sobre o retorno do grupo, que só foi oficializado no início deste mês, após mais de um ano de impasse.

Já o programa “Voa Brasil”, que previa passagens a R$ 200 para aposentados, servidores públicos e estudantes, virou um problema para o Planalto, e acabou não sendo lançado até hoje.

FALTA DINHEIRO – Nesse caso, o temor de Costa é que, como não há dinheiro do governo federal para subsidiar as passagens, também não há garantias de que a oferta de passagens mais baratas vai mesmo se concretizar, conforme informou o Globo.

A questão foi informada ao presidente Lula, que alfinetou o então ministro de Portos e Aeroportos, Márcio França, na reunião ministerial em que ele lançou o projeto.

“Qualquer genialidade que alguém possa ter, é importante que antes de anunciar faça uma reunião com a Casa Civil. Para que a Casa civil discuta com a presidência da República e que a gente possa chamar o autor da genialidade e a gente então anuncie como se fosse uma coisa do governo”, disse o presidente em março do ano passado.

MUITAS CRÍTICAS – Apesar de Costa contar com a ampla defesa e a confiança de Lula, as críticas a ele se multiplicam.

“O problema é que o Rui Costa não cobra. Na verdade, o que os ministros reclamam é de uma falta de coordenação e de comando por parte da Casa Civil, que só sabe dificultar o acesso ao presidente e embarreirar de forma injustificada e até grosseira iniciativas dos colegas. É a Casa Funil”, resumiu um integrante do governo ouvido reservadamente pela equipe da coluna.

“Ele não tem paciência para ouvir”, disse outro interlocutor que pediu para não ser identificado, e que reclama de ver o ministro da Casa Civil distraído com o celular nas audiências privadas.

Uma das principais lideranças petistas na Bahia, Costa governou o estado de 2015 a 2023 e pretende disputar o Senado em 2026.

DESABAFO – “Quando cheguei em Brasília, me incomodava com esse tipo de observação e aí um assessor meu, que tem muitos anos aqui, disse ‘Não se incomode com isso, não, não tem nada de pessoal, é a função, o ministério’. Todos vão sempre responsabilizar a Casa Civil, mesmo que não seja responsabilidade…”

Em meio ao fogo cruzado nos bastidores do governo, Lula recorreu às suas tradicionais metáforas futebolísticas:  Rui Costa e Miriam Belchior formam, na Casa Civil, uma dupla muito melhor do que Romário e Bebeto. Eles não deixam nada escapar, nenhum ministro conta uma mentira para mim sem que eles me falem. Por isso, às vezes, vocês ouvem que o Rui Costa tem divergência com ministros do governo. Isso é muito importante porque a presença do Rui Costa na Casa Civil é a certeza de que ninguém vai tentar me dar uma rasteira”, discursou Lula em Feira de Santana.

Outra certeza é a de que não faltam caneladas do próprio time petista no “capitão” da Casa Civil.

Lira defende o parlamentarismo sem responsabilidades, que ele implantou

Jornal fala de processo contra Lira, mas deputado já foi absolvido

Lira defende o sistema de emendas, agora do tipo Pix

Carlos Andreazza
Estadão

Arthur Lira tomou gosto pela aclamação. Não aprecia concorrência. Eleição franca no condomínio produz riscos. “Nunca é bom.” Ele quer dirigir, esvaziar (como fez às comissões), a própria sucessão. Construir “tranquilidade para a Câmara”. Para si. À Coluna do Estadão, Elmar Nascimento, na dúvida sobre se poderá ser aclamado, divulgou o lema de sua candidatura: “Palavra dada é palavra cumprida”.

Sabe pelo que peleja e a quem fala. Concorre – não à sucessão de Lira – a lhe ser o sucessor. É um perfil. Vale o pacto corporativista. Ganha quem tiver mais coragem de bancar esculachos como a PEC da Anistia.

AUTORITARISMO – O corajoso referencial Lira, aquele em cuja gestão o orçamento secreto foi institucionalizado, deu entrevista ao Globo. Questionado sobre o autoritarismo com que opera a distribuição de emendas parlamentares, abriu o coração:

“Talvez aqui os meus amigos não gostem, mas sou muito crítico… E eu defendo as emendas. Mas eu não uso o Pix.”

Defende a forma de sua própria existência concentradora; o modelo que aperfeiçoou e com o que – bom para os amigos também – impera: a disfunção à República por meio da qual os senhores do Parlamento controlam fundos orçamentários crescentes. Donde a autonomia pervertida fundadora desse parlamentarismo sem responsabilidades.

APRIMORAR O PIX – Diz o pai – fez para as crianças – da modalidade de emenda com a qual dinheiros públicos são disparados a municípios e Estados sem o mais mínimo vínculo a aplicação específica. A grana apadrinhada chega, rapidamente, à ponta – e lá é gasta como se quiser. “Mas eu não uso o Pix, porque acho que o Pix vai ter que ser aprimorado agora para ter o objeto.”

Lira, cuja marca do poder é a altivez via orçamento secreto, ora militando por transparência e eficiência – para que bilhões despejados Brasil adentro sejam atrelados a uma licitação ou obra em curso. Presidente da Câmara desde 2021, o patriota propõe o aperfeiçoamento do bicho a poucos meses de passar a cadeira.

“De onde nasceu a emenda Pix? Da burocracia do governo. A turma fez uma emenda de transferência direta.”

EMENDA PIX – A turma, essa indeterminação… A emenda Pix, evolução natural do orçamento secreto, admitida como nova reação aos filtros exigentes de que empenhos tenham origem e destino conhecidos.

“Podemos avançar? Podemos. Vamos fazer a emenda Pix com um objeto determinado. Então, ela vai para a construção de uma ponte, para a construção de uma escola, de um sistema de água.”

Ousado! Avançar para fazer a emenda Pix – vão-se os anéis, ficam as Codevasfs – regredir à condição já acomodada de orçamento secreto. O bagulho ficara excessivo mesmo. E o Parlamento é conservador.

Pesquisa mostra que o eleitor de perfil conservador é majoritário no país

Charge - Angelo RigonElio Gaspari
O Globo/|Folha

O Instituto da Democracia pôs na rua uma pesquisa que mostrou a superposição de algumas agendas entre os eleitores de Lula e os de Jair Bolsonaro. Com grande felicidade, ela se chama “A Cara da Democracia”. Para cabeças polarizadas, a cara da democracia brasileira não é boa. Nenhum radical seja de qual credo for gostará dos resultados do trabalho, compilado pelo pesquisador João Féres Júnior, da Uerj, e mostrado pelo repórter Bernardo Mello.

Um em cada dois eleitores de Lula é contrário às saidinhas de cidadãos encarcerados, e 57% são contrários à proibição de vendas de armas de fogo. Em 2005, o país levou esse assunto a um referendo e a restrição foi derrubada por mais de 60% dos votos, mas virou falta de educação lembrar esse resultado. Legalização do aborto? 69% são contra.

SINTONIA FINA – No campo de Bolsonaro, esses números são obviamente mais robustos, mas na sintonia fina voltam a surpreender: se 83% dos eleitores do capitão defendem a militarização das escolas públicas, são acompanhados por 61% dos eleitores de Lula. Mais: 55% dos eleitores de Bolsonaro defendem a pena de morte. Parece pouco, porém no campo de Lula essa percentagem é de 42%.

Opiniões desse tipo podem chocar os bem-pensantes, mas o que a pesquisa pretende mostrar é como o povo da amostra pensa. Aceita-se isso, ou segue-se o conselho do professor Antônio Delfim Netto em 1985, quando Jânio Quadros derrotou Fernando Henrique Cardoso na disputa pela Prefeitura de São Paulo: “Vão precisar mudar de povo”.

A cepa conservadora do eleitorado brasileiro está aí. O Brasil tem um eleitorado conservador em relação à segurança pública e aos costumes.

Os eleitores de Bolsonaro e Lula não são semelhantes em relação a alguns temas: 23% de um são contra o Bolsa Família, já no outro lado, só 9% (14% não opinaram.)

OUTROS RESULTADOS – De certa maneira, criaram-se dois estereótipos. O do sujeito que votou em Bolsonaro ficou previsível. Já o de Lula deveria levar seus explicadores do Brasil a calçar as sandálias da humildade.

A “Cara da Democracia”, compilada por Féres, mostrou que mais de 20% dos eleitores de Lula são favoráveis à prisão de mulheres que interrompem a gravidez (36%), à privatização da Petrobras (37%) e contrários à punição de militares que participaram do 8 de janeiro (29%).

Depois de dez anos da demonstração das virtudes das cotas raciais nas universidades, 35% dos eleitores de Lula são contra. Do lado de Bolsonaro são 52%.

PERDAS E GANHOS – Colocando-se esses números ao lado do 1,8 ponto percentual que deu a vitória a Lula, percebe-se o vigor de uma das Leis de Heitor Ferreira: “Muitas vezes, não é um candidato que ganha, só outro que perde”.

Bolsonaro perdeu em 2022, como o PT perdeu em 2018. Num exercício de passadologia, qual teria sido o resultado da eleição se Bolsonaro não tivesse pronunciado as palavras “vacina” ou “cloroquina”?

A agenda progressista tem virtudes, até porque a do regressismo amarrou o Brasil à escravidão e ao contrabando de negros. Mesmo assim, não é assim que marcham as sociedades.

Quem ouvia Martin Luther King em 1963 jamais imaginaria que, em 2024, Donald Trump estivesse de novo com um pé na Casa Branca.

Kamala Harris já tem número suficiente de delegados para ser candidata à Casa Branca

Levantamento da AP ouviu delegados democratas

Pedro do Coutto

Com a desenvoltura e o estilo afirmativo que a caracteriza, Kamala Harris já fala como candidata dos Democratas disposta a enfrentar Donald Trump nas urnas de novembro. A vice-presidente dos Estados Unidos tem o apoio inicial de 2.668 delegados democratas, segundo levantamento da Associated Press.

O número é superior aos 1.976 necessários para ela ser nomeada candidata à Casa Branca. No domingo, Joe Biden desistiu de concorrer à reeleição e Kamala se posicionou como a principal candidata da legenda para enfrentar o ex-presidente Donald Trump.

APOIO – Em seu perfil no X, Biden declarou: “Minha 1ª decisão como candidato do partido em 2020 foi escolher Kamala Harris como minha vice-presidente. E essa foi a melhor decisão que tomei. Hoje, quero oferecer meu total apoio e endosso para que Kamala seja a candidata do nosso partido este ano”.  

Além dos 2.668 delegados democratas que apoiam a vice-presidente, a pesquisa indicou que há 54 indecisos. A AP disse que o levantamento seguirá sendo feito até a abertura da Convenção Nacional Democrata, marcada para começar em 19 de agosto.

Apesar de não ser uma contagem oficial, Kamala celebrou a conquista dos delegados. Em seu perfil no X, a vice-presidente afirmou que está “orgulhosa  de ter garantido o amplo apoio necessário” para se tornar a candidata do Partido Democrata.

COALIZÃO  – “Estou ansiosa para aceitar formalmente a nomeação em breve”, disse. “Estou grata ao presidente Biden e a todos no Partido Democrata que já depositaram fé em mim”, continuou. “Nos próximos meses, viajarei por todo o país conversando com os norte-americanos sobre o que está em jogo. Tenho toda a intenção de unir o nosso partido, unir a nossa nação e derrotar Donald Trump em novembro”, completou.

Democratas investiram US$ 81 milhões de dólares (cerca de R$ 451 milhões) em doações na campanha presidencial de Kamala Harris desde que Joe Biden desistiu da disputa à reeleição. É a maior arrecadação num período de poucas horas de campanha na história presidencial americana. Mais de 888 mil doadores fizeram contribuições de menos de US$ 200 (ou R$ 1,1 mil) no dia seguinte à saída de Biden. “Os apoiadores estão entusiasmados e animados em apoiá-la como candidata democrata”, disse no X a ActBlue, plataforma que reúne e consolida as doações.

O aumento das doações sinalizam que o nome de Kamala foi aceito. Disposição não a falta também, como se verifica. Vai para as urnas contra Trump, combatendo-o na essência das questões. Ela demonstra não temer os debates, com enfoque firme para apontar as fragilidades de Trump, a começar pela invasão do Capitólio em janeiro de 2021. Veremos agora como a campanha se desenrolará na medida em que os democratas homologuem Kamala Harris como a sua candidata. Acho que tenha sido a melhor solução.

Na poesia de Ariano Suassuna, há de pulsar o amor na escuridão

Dr. Damião - Vamos iniciar a terça-feira com a frase do saudoso conterrâneo Ariano  Suassuna. Ter esperança é ser realista e acreditar em dias melhores. |  FacebookPaulo Peres
Poemas & Canções

O escritor e poeta paraibano Ariano Suassuna exalta a mulher amada, revolta-se contra a razão e imortaliza o amor. Confira este poema dele.

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A MULHER E O REINO
Ariano Suassuna

Oh! Romã do pomar, relva esmeralda
Olhos de ouro e azul, minha alazã
Ária em forma de sol, fruto de prata
Meu chão, meu anel, cor do amanhã

Oh! Meu sangue, meu sono e dor, coragem
Meu candeeiro aceso da miragem
Meu mito e meu poder, minha mulher

Dizem que tudo passa e o tempo duro
tudo esfarela
O sangue há de morrer

Mas quando a luz me diz que esse ouro puro
se acaba pôr finar e corromper
Meu sangue ferve contra a vã razão
E há de pulsar o amor na escuridão

Lula pressionou TSE a enviar servidores para chancelar as eleições na Venezuela

Charge do JCaesar | VEJA

Rafael Moraes Moura
O Globo

O Itamaraty pressionou o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) a enviar servidores para acompanhar in loco a tumultuada eleição presidencial na Venezuela deste domingo, segundo apurou a coluna com duas fontes que acompanham de perto as discussões.

A decisão marcou uma guinada na posição do TSE, que já havia informado por uma nota divulgada em 30 de maio, sob a gestão de Alexandre de Moraes, que não mandaria ninguém para a Venezuela.

EM CIMA DA HORA – Com a troca de comando no tribunal, que passou a ser presidido pela ministra Cármen Lúcia em 3 de junho, a posição do tribunal mudou. O TSE anunciou na semana passada que enviaria representantes para acompanhar a votação, faltando pouco mais de dez dias para o pleito.

Internamente, a decisão é atribuída à pressão do Itamaraty de Lula, embora fontes próximas ao chanceler Mauro Vieira neguem qualquer forma de pressão.

A Nicolás Maduro interessa a chancela do Brasil ao processo eleitoral venezuelano, depois que Lula e seu assessor especial, Celso Amorim, patrocinaram um acordo em Barbados para garantir a plena participação da oposição, transparência e confiabilidade na apuração dos resultados, para que sejam reconhecidos por todos.

OBSTÁCULOS – Desde então, porém, Maduro já descumpriu o acordo, criando obstáculos para o registro da principal candidata de oposição, Maria Corina Machado, e retirando o convite para a atuação de observadores da União Europeia. Na semana passada, o ditador afirmou que a Venezuela pode enfrentar um “banho de sangue” e uma “guerra civil” caso ele não seja reeleito.

As pesquisas apontam como favorito da eleição o diplomata Edmundo González Urrutia, candidato de consenso da oposição para enfrentar Maduro nas eleições presidenciais, mas o líder chavista tem tentado intimidar tanto o adversário quanto a própria população.

Em reação à fala de Maduro, o presidente Lula afirmou ontem ter ficado “assustado”, e disse ter escalado Amorim para ir à Venezuela conferir a realização do pleito, com os dois servidores do TSE.

EXPERIENTES – Os técnicos escolhidos para a missão são experientes e respeitados no TSE, mas não serão enviados ministros e, de acordo com o próprio tribunal, eles não terão muita liberdade de movimentação, já que vão acompanhar as atividades propostas pelo Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela, de acordo com o cronograma disponibilizado pelas autoridades daquele país.

Por isso, a decisão de Cármen Lúcia provocou mal-estar dentro do TSE e levantou o temor de que o envio de servidores do corpo técnico do Poder Judiciário brasileiro seja interpretado como um endosso a um pleito marcado por ameaças do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro.

“É um risco que pode afetar a credibilidade do tribunal”, afirma um ministro ouvido reservadamente pela equipe da coluna e que soube da pressão. “O TSE não pode se submeter ao interesse do governo Lula.”

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
É só um jogo de compadrio. Os especialistas do TSE, o assessor internacional Celso Amorim e o senador Chico Rodrigues (PSB-RR), que também irá, não terão acesso a nada. Portanto, serão obrigados a declarar que não encontraram irregularidades eleitores. Ou seja, vão coonestar a eleição, atendendo ao objetivo de Maduro, que é mais do que evidente. (C.N.)

Após o Supremo inventar a “presunção de culpa”, a Justiça ficou imune a erros

Charge do Duke (O Tempo)

Carlos Newton

A defesa de Filipe Martins, ex-assessor do presidente Bolsonaro, encaminhou ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, mas um pedido de libertação, novamente baseado no fato de “esvaziamento do motivo alegado para a prisão preventiva”.

Como se sabe, o motivo para decretar a prisão preventiva foi o fato de o ex-assessor de Bolsonaro ter fugido do Brasil, para evitar ser investigado. Bem, logo no início da investigação, ficou provado que Martins não havia viajado com o ex-presidente para os Estados Unidos a 30 de dezembro de 2022, ante da posse de Lula da Silva.

Apesar de a defesa ter encaminhado provas abundantes de que Filipe Martins não havia saído do Brasil, o ministro Alexandre de Moraes, com uma determinação verdadeira insana, manteve o suspeito na prisão, sem qualquer motivo relevante, salvo a “presunção de culpa”, uma situação inexistente no Direito Universal, desde os primórdios consagra um tipo exatamente contrário – “presunção de inocência”, consagrado pela Constituição (artigo 5º, inciso 57), pois ninguém é culpado sem condenação definitiva em contrário.

NOVA JUSTIÇA – O fato inconteste é que o Supremo Tribunal Federal vem adotando práticas jurídicas verdadeiramente medievais desde 2019, quando tornou o Brasil o único país do mundo que não prende criminoso após condenação em segunda instância, quando se esgota o exame do mérito da questão.

Lula da Silva foi solto mediante esse absurdo retrocesso judicial, mas o Supremo não ficou satisfeito. Dois anos depois, cancelou todas as condenações do petista mediante outra teratologia processual, ao criar a “incompetência territorial absoluta” em questão criminal, um absurdo total, porque em todos os demais países só existe essa possibilidade em questões imobiliárias.

Depois desses dois julgamentos à la carte, digamos assim, esperava-se que o Supremo se contivesse e voltasse à obedecer às leis, aos princípios, às doutrinas e às jurisprudências, mas surgiria uma distorção ainda maior.

“PRESUNÇÃO DE CULPA” – Sem condições de condenar o deputado Deltan Dallagnol (Podemos-PR), que havia sido inocentado em primeira instância e no Tribunal Regional Eleitoral do Paraná, foi necessário encontrar mais solução criativa – e ilegal – no Tribunal Superior Eleitoral, à época presidido por Alexandre de Moraes.

O relator foi o ministro Benedito Gonçalves, do Superior Tribunal de Justiça, que jamais poderia atuar no caso, por ter sido investigado por Dallagnol na Lava Jato, devido a suas ligações com empreiteiros e empresários que foram réus em processos por ele julgados.

E foi justamente Guimarães quem inventou a “presunção de culpa” usada para cassar Dallagnol, num dos julgamentos mais sujos e nauseantes do Direito Moderno, afrontando a jurisprudência do próprio TSE apenas seis meses antes, quando o senador Sérgio Moro fora inocentado.

VIROU MODA – A ilegal e imoral “presunção de culpa”, fez sucesso no Supremo e passou a ser usada em todos os réus do 8 de Janeiro, considerados “terroristas” na visão distorcida de Alexandre de Moraes.

Para condená-los a 17 anos de prisão e pagamento de multa milionária, não é necessário haver provas nesses julgamentos Tabajaras, porque a “presunção de culpa” resolve tudo, não há inocência que consiga suplantá-la.

Estamos numa era das trevas, em termos jurídicos. Deveria estar havendo uma comoção nacional, mas não há nada de novo no front ocidental, que vive sob novo regime autoritário, em que prevalece a Lei de Murici, e quem quiser que cuide de si.

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P.S. 1 –
Mais alguns dias e o ex-assessor Filipe Martins chegará a seis meses de prisão por um erro do ministro Moraes. Êpa! Falei em erro? Desculpem a minha falha. Como todos agora sabem, ministro do Supremo jamais erra. Quem às vezes erra é a própria lei. Porém, isso não é mais problema, porque o STF logo arranja um jeito de adaptá-la, mediante uma presunção qualquer…

P.S. 2 – Quanto ao ex-assessor Filipe Martins, quando será libertado? Bem, isso nem Deus sabe, porque depende de Alexandre de Moraes. (C.N.)

Arcabouço fiscal é um finado exausto, e o governo culpa o mercado e a mídia

Charge do Eurico examinando o novo arcabouço fiscal com uma lupa

Charge do Eurico (Sind. Bancários SP)

Carlos Andreazza
Estadão

O arcabouço fiscal – presunto difícil de carregar – foi criado pelo governo Lula. Idem a ficção-base do orçamento. As metas fiscais – inclusive as já adulteradas, vilipendiado o corpo natimorto – são fabulações do governo Lula. De modo que: o governo Lula terá inventado – faz parecer herança – um problema para si. Põe a culpa, porém, em quem lhe cobra – o maldito mercado, a mídia vendida – o cumprimento do contratado.

“Você não é obrigado a estabelecer uma meta e cumpri-la, se você tiver coisas mais importantes para fazer” – disse o presidente; que tem, segundo Alexandre Padilha, “compromisso fiscal inegociável”.

SEM MENTIRAS – Não mente o ministro. “Compromisso fiscal inegociável” pode ser com o incremento da arrecadação. Já não bastou.

Tampouco mente Lula. Ninguém é obrigado a estabelecer meta. Nem a cumpri-la. Se estabelece e não cumpre, haverá custo. Pagará o mais pobre; aquele que, tendo dinheiro sobrante, “compra comida e não dólar” – como se o dólar mastigando o real não encorpasse o preço do trigo e encarecesse a migalha do pão.

Todo mundo tem coisas mais importantes a fazer do que exercitar a responsabilidade fiscal. O presidente aprecia cultivar o dilema entre gasto e investimento. Ele pergunta: o patrão que dá aumento a jornalista gasta ou investe? Gasta. Talvez faça investimento. Sempre gasto. Não raro mau gasto.

TUDO É IMPROVISO – Gastos, incluídos os bons, montam dívida. Que afronta a meta. Que está no finado arcabouço. Que foi improvisado por este governo.

Para que seja considerado zero o déficit de 2024, a regra permite buraco de até R$ 28,8 bilhões. Para que seja cumprido o objetivo de se acomodar no piso da banda inferior, Lula determinou bloqueio e contingenciamento de R$ 15 bilhões. Será preciso muito mais, talvez mais que o dobro, se mantida for mesmo a meta para este ano.

As metas fiscais de 25 e 26 já foram alteradas, donde o vilipêndio – quando se mexe num morto. Em abril deste 2024, pedalou-se para antecipar a fabricação de grana e rolar a imposição do mundo real, Planalto e Congresso concertados pela mudança fácil num dispositivo do natimorto fiscal. Vilipêndio. Ainda se enrola e rola o corpo, morto muito louco – a ver até quando terá forma para morrer tantas vezes.

MAIS CORTES? – Haddad informa que o presidente autorizou estudos para corte de quase R$ 26 bilhões no Orçamento de 2025. Cosquinha ante o que será a necessidade real.

Cosquinha a ser alcançada (ode à fé) contando os tostões da varredura sobre fraudes/erros em pagamentos de benefícios previdenciários.

Exercício – pela repetição da meta zero no ano que vem – que a ministra do Planejamento, Simone Tebet, chamou de “ginástica um pouco difícil”. Exausto o finado.

Tucanos renegam a origem e tentam decolar com um candidato antipolítico

Notícias sobre charge | VEJA

Charge do JCaesar (Veja)

Dora Kramer
Folha

O PSDB já foi um partido voltado ao conteúdo das questões nacionais. Sustentou o Plano Real e fez aliança à direita para emplacar mudanças estruturais de peso na economia, nas comunicações, no funcionamento das estatais, em avanços institucionais. Isso há coisa de 30 anos.

Ancorados na liderança de Fernando Henrique Cardoso, em figuras como Franco Montoro e Mário Covas, ministros do calibre dos antagonistas José Serra e Pedro Malan, os tucanos contribuíram para levar o Brasil ao futuro em decisões de bons resultados.

DECADÊNCIA – Por várias razões dentre as quais se destaca a incapacidade de dialogar com a população e a inabilidade no ofício de oposição, fora do poder o partido não conseguiu se manter relevante.

O tucanato esvaiu-se ao longo do tempo e hoje busca se reerguer por uma via diversa daquela que motivou os fundadores da nova sigla em 1988.

Na visão dos atuais dirigentes, a primeira e essencial medida para a recuperação é a retomada do berço, São Paulo. Ocorreu-lhes a ideia de investir na fama de um jornalista que, dono de credenciais como apresentador de televisão, não prima por lastro na política nem detém certificados de eficácia no ramo.

UM ANTIPOLÍTICO – Em suas manifestações iniciais José Luiz Datena renega a atividade, diz que político nenhum é digno de sua confiança, ameaça nova desistência se o aborrecerem, passa raso por questões administrativa e, assim, veste o figurino da antipolítica.

Tal roupagem já rendeu êxitos a Jair Bolsonaro e Fernando Collor. Isso para ficar nos exemplos mais recentes e não precisarmos ir a Jânio Quadros e demais populistas.

Não se pode descartar a hipótese de que essa inflexão produza o ganho imediato imaginado por esse PSDB repaginado. Mas, ainda assim, ficará no ar a dúvida sobre que partido é esse e que capacidade terá de conversar a sério com a sociedade para se reabilitar.

Lula contina a dizer que “o Brasil voltou”, mas não indica para onde está indo

Tribuna da Internet | Lula prometeu acabar com o sigilo de 100 anos e muita  gente acreditou…

Charge do Duke (O Tempo)

Tainá Falcão
CNN Brasil

Desde que assumiu o poder pela terceira vez, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem diante de si dificuldades evidentes: olhar para o futuro e indicar um caminho. Sob o slogan “O Brasil Voltou’” – criado pela Secretaria de Comunicação para elencar os programas e investimentos –, Lula e seus 39 ministros demonstram se preocupar mais com o passado do que com o futuro.

Os petistas continuam a falar sobre um desmonte promovido pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em quase todas as áreas: saúde, educação, meio ambiente e cultura. E o futuro, nada. Após um ano e meio de governo, no entanto, o governo Lula 3 patina para consolidar uma marca para garantir e conquistar eleitores.

FRACASSOS EM SÉRIE – Programas como o novo PAC, por exemplo, ainda não emplacaram como nas gestões anteriores. Não à toa, o presidente tem feito pressão, com direito a puxada pública de orelhas de ministros.

Há poucos dias, por exemplo, Lula reclamou das viagens internacionais de subordinados e pediu foco para agendas dentro do país.

No que diz respeito à economia, no entanto, a bronca se inverte. No primeiro ano do mandato, o foco foi dizer que o governo aprovou uma agenda econômica robusta no Congresso, a despeito das divergências com a maioria conservadora. Mas o fato é que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, pena para sustentar de pé uma das principais propostas que o governo conseguiu aprovar no Congresso: o arcabouço fiscal.

CULPA DE LULA – O impasse ocorre porque o presidente insiste em questionar o corte de gastos. Na terça-feira (17) mesmo, Lula voltou a falar se há necessidade de se cumprir a meta fiscal. “Você não é obrigado a estabelecer uma meta e cumpri-la se você tiver coisas mais importantes para fazer”, disse em entrevista à TV Record.

Na quarta e na quinta-feira, a mesma conversa. E sua insistência em críticas ao mercado financeiro também é foco constante de incêndio a ser apagado.

Por tudo isso, fica a sensação de que Lula, em muitos momentos, desorganiza o governo e acaba deixando ao sabor do vento a dúvida: o Brasil voltou, mas para onde está indo?

Piada do Ano! Lula volta a exigir que Milei “peça desculpas ao Brasil”

Ele tem que pedir desculpas ao Brasil e a mim", diz Lula sobre Milei |  Política: Diario de Pernambuco

“Sem Milei pedir desculpa, a situação complica”, diz Lula

Victor Aguiar
CNN São Paulo

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a cobrar um pedido de desculpas do presidente argentino Javier Milei ao Brasil, em entrevista concedida a correspondentes de agências internacionais de notícias na segunda-feira (22).

Ao ser questionado sobre já ter falado com Milei em alguma ocasião, Lula disse que não, reforçando o desejo de um pedido de desculpas para não tornar “complicada” a relação entre os países.

DE COSTAS – “Eu não falei com ele. Ele passou por mim na reunião do G7 e me cumprimentou. Eu estava até de costas. Eu estava conversando com o meu pessoal”, recordou Lula.

“Eu vejo que eu não tenho muito problema. Agora, é o seguinte, eu já falei isso, ele tem que pedir desculpas ao Brasil, senão a relação é complicada. Você pode falar a bobagem que você quiser falar desde que você respeite o direito dos outros”, concluiu.

Aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Milei fez uma série de ataques a Lula durante sua campanha à Presidência da Argentina, chamando o brasileiro de comunista, ladrão e corrupto.

SEM DESCULPAS – Lula já havia afirmado, em entrevista ao portal UOL no final de junho, que não conversou com Milei porque considera que o argentino deve desculpas a ele próprio e ao Brasil. O pedido foi rebatido pelo argentino, que afirmou apenas ter falado a verdade.

O presidente brasileiro comentou, ainda, a presença de Milei no CPAC, cúpula conservadora que foi realizada em Balneário Camboriú, em Santa Catarina, no começo de julho.

O evento, que contou com a presença de figuras conservadoras de diversos países, reuniu o chefe de Estado argentino e Bolsonaro. Apesar da visita ao país, Milei não se encontrou com Lula e deixou de comparecer a uma reunião do Mercosul em Assunção, no Paraguai, no dia seguinte ao evento em SC.

DIZ LULA – “Se ele [Milei] achou que ganhou não indo ao Mercosul para ir a uma reunião lá em [Balneário] Camboriú, se ele achou que é esse o papel do presidente, tudo bem”, disse Lula. “Quem vai julgá-lo não sou eu, é o povo argentino.”

Durante a entrevista, Lula reforçou a importância dos dois países um para o outro, e afirmou que deseja apenas respeito pelo Brasil. “A Argentina é um país muito importante para o Brasil. Eu tenho certeza que o Brasil é importante para a Argentina”, avaliou.

“Não cabe a mim escolher o presidente da Argentina, ficar preocupado com o discurso dele. Ele seja o que ele quiser. Eu só quero que ele tenha respeito pelo Brasil, da mesma forma que o Brasil tem respeito pela Argentina.” O presidente afirmou, ainda, que espera uma “relação civilizada, crescente” da Argentina, e que isso “vai depender muito do comportamento do governo da Argentina com relação ao Brasil”.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Do ponto de vista de Milei, quem deveria pedir desculpas à Argentina seria Lula. Foi ele quem tentou intervir na política argentina, pedido votos para os adversários de Milei, enviando os marqueteiros do PT para ajudá-los e tudo o mais, abertamente, como se a Argentina fosse filial do Brasil. O pior é a desfaçatez, com Lula dizendo agora que não cabe a ele escolher o presidente da Argentina. Ora, se isso não cabia a ele, então, porque tentou fazê-lo? (C.N.)