Gustavo Zucchi
Metrópoles
O senador Chico Rodrigues (PSB-RR), que chegou a ser vice-líder do governo Bolsonaro no Senado, foi convidado pelo PSVU, partido do ditador Nicolás Maduro, para acompanhar as eleições na Venezuela no dia 28 de julho.
O convite foi enviado para Rodrigues na terça-feira (16/7). O senador é o atual presidente do Grupo Parlamentar Brasil – Venezuela do Senado. Ele comunicou a mesa que aceitou o convite e viajará entre 26 e 29 de julho.
DIZ O CONVITE – Quem assina o convite é vice-presidente de assuntos internacionais do PSVU, Rander Peña. No texto, ele chama Maduro de “candidato da esperança e dignidade” e fala que o pleito é de “transcendente importância” para “Revolução Bolivariana”.
“Nesta eleição, o presidente Nicolás Maduro Moros é o candidato da esperança e da dignidade da Pátria de Bolívar e Chávez, com quem garantimos a estabilidade e felicidade no futuro, o fortalecimento da unidade latino-americana e a construção de um mundo mais humano e multipolar. Neste sentido, estendemos nosso convite para que o senhor acompanhe nosso povo durante o desenvolvimento do referido evento eleitoral”, diz o convite.
OBSERVADORES – Até o momento, Rodrigues foi o único senador que avisou a Casa que viajará para acompanhar as eleições da Venezuela. O governo deverá mandar o assessor para assuntos internacionais da Presidência, Celso Amorim.
O Tribunal Superior Eleitoral, que tinha descartado participar da eleição, também decidiu enviar dois observadores para acompanhar o pleito.
Já o PT mandará o ex-deputado José Geraldo Silva (PT-BA) e Monica Valente, ex-secretária de Relações Internacionais do partido.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Poucos lembram que o ilustre senador Chico Rodrigues foi flagrado pela Polícia Federal em outubro de 2020 com R$ 33 mil na cueca. O dinheiro foi encontrado em operação de busca e apreensão na casa do parlamentar, na apuração de desvio de recursos públicos para o combate à Covid-19 em Roraima. Segundo um relatório da PF, Rodrigues vestia short de pijama azul e uma camisa amarela quando os policiais da operação Desvid-19 chegaram à residência dele. Durante as buscas pessoais, parte do dinheiro foi encontrado “no interior de sua cueca, próximo às suas nádegas”. Foi afastado das atividades parlamentares, depois reconduzido e inocentado pelo Supremo. E como se vê, o governo de Maduro escolhe a dedo os observadores, embora o cheiro possa ser nauseabundo. (C.N.)