De Ramagem a Zambelli: a rota de fuga de bolsonaristas rumo ao exterior

Na era das bolhas, as: conspirações ganham fôlego entre eleitores polarizados

Primeira Turma do STF deve manter prisão preventiva de Bolsonaro

Tudo o que o homem faz é perecível, ensinava o poeta Thiago de Mello

Tribuna da Internet | Lembrando Thiago de Mello, o criador de “Os Estatutos  do Homem”Paulo Peres

O poeta amazonense Thiago de Mello (1926-2022), sempre ligado na natureza,  refletia sobre o sonho da eternidade e a vida precária do homem.

O TEMPO
Thiago de Mello

A eternidade não depende de nós.
Precários seres, manchados de limites,
incapazes de dar vida
a qualquer coisa que dure para sempre,
já nasceram soletrando o Never More.

Tudo o que o homem faz é perecível.
A começar pelo próprio homem,
ração diária predileta
do tempo, desde o instante
em que o tempo acompanhou
a expansão de uma galáxia:
um pássaro invisível,
as asas cheias de auroras,
de cujo bico escorria
o silêncio do arco-íris.

Eduardo Bolsonaro defende fuga de condenados e acusa STF de “controlar 2026”

Partidos terão R$ 6,4 bilhões públicos em 2026, maior bolada da história

Charge do cazo (Arquivo do Google)

Vanilson Oliveira
Correio Braziliense

Os partidos políticos brasileiros terão em 2026, cerca de R$ 6,4 bilhões à disposição para manter suas atividades diárias e também para serem usados nas campanhas eleitorais. O montante reúne recursos do Fundo Partidário, que é repassado todos os meses, e do Fundo Eleitoral, que é distribuído apenas em ano eleitoral, além dos rendimentos de aplicações financeiras feitas pelos partidos.

De acordo com dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em 2018, o Fundo Eleitoral que era R$ 1,7 bilhão passou para R$ 5 bilhões em 2024. Para 2026, os partidos contarão com a soma dos recursos do Fundo Partidário e do Fundo Eleitoral, que formam o total de repasses públicos previstos para o ano.

FINANCIAMENTO –  Entre janeiro e agosto, segundo dados do TSE, as legendas já receberam R$ 3,2 bilhões do Fundo Partidário, destinado à manutenção mensal das estruturas partidárias. A esse montante será acrescido o Fundo Eleitoral, estimado pelo Congresso em R$ 3,2 bilhões, que será distribuído apenas no próximo ano para financiar as campanhas.

O montante maior ficará com os partidos PT, PL, PSD, MDB e União Brasil, que têm as maiores bancadas na Câmara dos Deputados e no Senado. De acordo com a legislação, a distribuição dos valores ocorre também de acordo com o desempenho dos partidos nas eleições anteriores.

INVESTIMENTOS – Além dos repasses oficiais, os partidos costumam fazer investimentos financeiros com os valores depositados em suas contas, o que gera altos rendimentos. As aplicações estão previstas em lei.

A distribuição do Fundo Eleitoral segue percentuais fixados em lei: 48% são destinados aos partidos de acordo com o tamanho de suas bancadas na Câmara dos Deputados, 35% conforme a representação no Senado, 15% para as siglas que alcançaram a cláusula de desempenho e 2% são divididos igualmente entre todos os partidos registrados no país.

Gastos travados revelam descoordenação nacional na segurança pública

Moraes manda prender Ramagem, que foi condenado sem haver provas

Moraes determina prisão de Ramagem, que deixou o país rumo aos EUA após ser  condenado pelo STF

Ramagem foi passear nos EUA, onde Moraes está barrado

José Marques
Folha

O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes determinou a prisão do deputado Alexandre Ramagem (PL-RJ). O parlamentar, condenado no processo da trama golpista, deixou o país e está nos Estados Unidos, de acordo com monitoramento feito pela Polícia Federal. Durante a investigação da tentativa de golpe, Moraes já havia proibido Ramagem de deixar o país e determinado que ele entregasse todos os seus passaportes, tanto nacionais como

Segundo reportagem do site PlatôBR publicada na quarta-feira (19), Ramagem está vivendo em um condomínio de luxo na cidade de North Miami, na Flórida, apesar da condenação. Ele teria se mudado em setembro, tendo saído do Brasil após se deslocar do Rio de Janeiro para Boa Vista.

SOB SIGILO – Na própria quarta-feira, o PSOL enviou ofício à Polícia Federal para pedir a prisão do deputado. No dia seguinte, o partido protocolou o mesmo pedido no STF. Moraes, no entanto, já havia determinado a prisão, em decisão que não tinha se tornado pública ainda, por correr sob sigilo.

Até o momento, o deputado não se manifestou nas redes sociais nem comentou o caso por meio de seus advogados ou assessoria de imprensa. No último mês, ele publicou vídeos na internet comentando sobre questões do trabalho. Advogado de Ramagem, Paulo Cintra disse que só recebeu a informação de que o cliente decidiu se ausentar do país nesta semana e que, por isso, não fará comentários por enquanto.

Diretor da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) durante o governo Jair Bolsonaro (PL), Ramagem foi condenado pela Primeira Turma do STF a 16 anos, um mês e 15 dias de prisão, em regime inicialmente fechado.

PERDA DO MANDATO – O Supremo também determinou a perda do mandato de deputado federal – o que, em tese, precisaria passar por uma análise Câmara dos Deputados, após o fim da possibilidade de recursos no julgamento. Na semana passada, ele, o ex-presidente e outros condenados do chamado núcleo central da trama golpista tiveram recursos negados por Moraes, o que aproximou o início da execução da pena —especialistas citam a possibilidade de que isso ocorra a partir da semana que vem.

Ramagem foi acusado pela PGR (Procuradoria-Geral da República) de cometer cinco crimes, mas a Câmara dos Deputados, em embate com o Supremo, decidiu suspender parte da ação penal contra o deputado — aquela que tratava dos ilícitos que teriam sido cometidos após a diplomação dele como parlamentar, no caso, os diretamente ligados ao 8 de Janeiro.

Com isso, Ramagem foi julgado por três tipos penais: tentativa de golpe de Estado, abolição do Estado democrático de Direito e associação criminosa armada.

COMO REDATOR – Ele foi acusado de ser um dos responsáveis por preparar o discurso de Bolsonaro contra as urnas eletrônicas, no que seria a etapa inicial de um plano para manter Bolsonaro no comando do Palácio do Planalto mesmo em caso de uma eventual derrota nas eleições presidenciais. Sua defesa negou todas as acusações, mas não obteve sucesso no STF.

A saída de Ramagem se soma a outros casos recentes de parlamentares que foram para o exterior em meio a investigações e ações do Supremo. Em julho, o senador Marcos do Val (Podemos-ES) viajou aos Estados Unidos contrariando decisão de Moraes de que seu passaporte fosse apreendido. Ele é investigado por ter feito campanha nas redes sociais contra os policiais federais que atuavam na investigação da trama golpista.

Já a deputada Carla Zambelli (PL-SP) fugiu do país em junho para escapar da pena de dez anos de prisão referente à invasão do sistema do Conselho Nacional de Justiça e à emissão de um mandado falso de prisão contra Moraes. Ela foi presa em Roma e aguarda pedido de extradição. Já fora do país, ela foi condenada por perseguição armada a um homem em São Paulo, em 2022.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG –
A condenação de Ramagem foi um grave erro judiciário, porque não há provas contra ele. Quando teria sido feito o planejamento do golpe, no segundo semestre de 2022, ele estava fora do governo e morava no Rio de Janeiro, desde o início de maio, quando começou a trabalhar em sua campanha eleitoral para deputado. Ele é um acusado que estava ausente da cena do crime. Mas quem se interessa? (C.N.)

Flávio Bolsonaro reage à prisão do pai, ataca Moraes e acusa interferência eleitoral

Flávio declarou que querem ‘enterrar todos os Bolsonaros vivos’

Lauriberto Pompeu
O Globo

O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) divulgou um vídeo nas redes sociais neste sábado para criticar a prisão do pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro. O parlamentar fez ataques ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), responsável pelo pedido de prisão, e também usou o vídeo para comentar o cenário político de 2026, insistindo na tese de que o ex-presidente não deveria apontar um nome como herdeiro político ainda. Flávio também classificou como “canalhas” todos aqueles que cobram essa definição.

“Não adianta perseguir hoje quem é colocado como possível sucessor do presidente Bolsonaro na eleição no ano que vem. Porque cada um que vocês atacarem agora a população vai saber que são vocês querendo interferir nas eleições. Quem falar agora de sucessão do presidente Bolsonaro é canalha. O momento não é de discutir isso, é de dar suporte a um cara que está doente dentro do cárcere, é o momento é de mostrar de quem o povo está ao lado, que é ao lado do Bolsonaro”, afirmou.

CANDIDATO – Em outro momento do vídeo, Flávio nega que ele próprio seja uma opção para disputar a Presidência: “Nunca falei que sou candidato a presidente da República. Sempre falei que sou candidato à reeleição no Senado no meu estado se assim o partido decidir. Isso tudo é medo? Querem enterrar todos os Bolsonaros vivos? Isso tudo é medo de quê?”, questionou.

A decisão de Moraes afirma que a tornozeleira eletrônica usada por Jair Bolsonaro foi violada pouco depois da meia-noite deste sábado. Além disso, o despacho cita uma vigília convocada para esta noite por Flávio para a porta do condomínio onde o ex-presidente mora. O senador voltou a convocar a vigília após a prisão do pai.

“Não vamos temer nada e nem ninguém. Hoje, sete da noite, eu te espero lá, vem com a gente para continuar lutando pelo nosso Brasil. A Constituição está do nosso lado, é nosso direito orar, rezar, nos mobilizarmos para defender aquilo que a gente acredita que seja o melhor para o nosso país. Não tem caneta nenhuma que vai me impedir ou impedir milhões de brasileiros de seguirem lutando pelo seu país, de seguirem lutando para Bolsonaro estar livre”, afirmou.

MANIFESTAÇÃO – Ao falar sobre os motivos que levaram à prisão do pai, o senador negou que a manifestação convocada por ele teria relação com uma estratégia para fazer com que o ex-presidente fugisse.

“Se é que é verdade, que houve alguma tentativa, alguém mexeu, teve algum problema com a tornozeleira eletrônica do Bolsonaro, às 00h08 de hoje, sábado. A vigília que convoquei foi para as 19 horas de hoje. Tem algum sentido manipular a tornozeleira e esperar 19 horas para depois tentar fugir? O que é humanamente impossível de acontecer com todo o aparato que Alexandre de Moraes colocou para cercar o cativeiro de Bolsonaro”, disse.

Jair Bolsonaro foi preso preventivamente na manhã deste sábado pela Polícia Federal por determinação de Moraes. A decisão foi tomada porque o magistrado considerou que havia risco de fuga e não existiam mais condições para manter a prisão domiciliar.

Segundo os advogados, a cronologia dos fatos — que inclui a representação da Polícia Federal feita no dia 21 — demonstraria que a medida não se justifica. A defesa argumenta que a Constituição assegura o direito de reunião, “em especial para garantir a liberdade religiosa”, e contesta a afirmação do ministro sobre risco de evasão.

PRAZO – A prisão é preventiva e não está relacionada com a execução da condenação pela tentativa de golpe de Estado. No caso da trama golpista, a decisão ainda não transitou em julgado, ou seja, ainda há prazo para a apresentação de recursos.

O parlamentar também disse que a direita não sai enfraquecida com a prisão.

“Tenho uma péssima notícia a dar a todos, não vão silenciar esse movimento. A última coisa que a gente vai fazer é desistir do Brasil. Podem continuar vindo com covardias. Eu estou vendo muito claro, por essa decisão esdrúxula de Alexandre de Moraes, usando mais uma vez um filho para tentar culpar da prisão do pai”, finalizou.

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Daniel Gullino
O Globo

A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro solicitou nesta sexta-feira ao Supremo Tribunal Federal (STF) a concessão de uma “prisão domiciliar humanitária”. O pedido tenta se antecipar a uma decisão do ministro Alexandre de Moraes, que pode determinar o cumprimento da pena a qual ele foi condenado no Complexo Penitenciário da Papuda.

Os advogados de Bolsonaro afirmam que ainda irão apresentar com recursos contra a condenação, especialmente os chamados embargos infringentes, mas anteciparam o pedido devido a notícias de que Moraes pode determinar a ida do ex-presidente a uma prisão.

CARÁTER PREVENTIVO – Bolsonaro está desde agosto em prisão domiciliar, mas em caráter preventivo, devido a descumprimento de medidas cautelares. Segundo sua defesa, uma alteração “terá graves consequências e representa risco à sua vida”.

Foram anexados diversos laudos médicos identificando problemas de saúde do ex-presidente, que incluem um câncer de pele, infecção pulmonar, esofagite, gastrite e complicações da facada que ele recebeu em 2018, durante a campanha eleitoral.

“Revela-se fundamental a necessidade de infraestrutura adequada para a administração de medicamentos e realização de consultas e avaliações médicas regulares, inclusive em caráter de emergência”, argumentam os advogados. A defesa citou prisões domiciliares humanitárias concedidas por Moraes, como a do ex-presidente Fernando Collor, em maio deste ano.

ACÓRDÃO – Na terça-feira, foi publicado o acórdão do julgamento que rejeitou o recurso de Bolsonaro contra sua condenação na ação penal da trama golpista. O documento oficializa o resultado e abre o prazo para a apresentação de novas contestações. Pela jurisprudência do STF, o início do cumprimento da pena pode ocorrer após a negativa desses novos recursos. O ex-presidente foi condenado a 27 anos e três meses de prisão.

Na petição apresentada nesta sexta, os advogados de Bolsonaro adiantam que irão apresentar os embargos infringentes, tipo de recurso utilizado para tentar reavaliar o resultado do julgamento. “Já é necessário registrar que a defesa pretende entrar com os recursos cabíveis, especialmente os embargos infringentes e eventuais agravos”, afirmaram.

O entendimento do STF é de que esse recurso só pode ser apresentado contra decisão de uma turma quando houve dois votos pela absolvição. No caso de Bolsonaro, houve apenas um, do ministro Luiz Fux. A defesa afirma que conhece essa jurisprudência, mas que mesmo assim insistirá na apresentação com base na Convenção Americana sobre Direitos Humanos, também chamada de Pacto de São José da Costa Rica.

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