
John Roberts disse verdades, e Trump fingiu não se importar
Roberto Nascimento
O mais importante embate da História da Democracia está se desenrolando diante de a opinião pública mundial, sem que nenhum país ou organização possa interferir, nem mesmo a ONU ou o Vaticano. O enfrentando é entre o presidente Donald Trump e a Justiça americana, representada pelo presidente da Suprema Corte, ministro John Roberts.
Trump tem tomado decisões absolutamente ilegais e Justiça Federal de primeira instância tem se posicionado rigorosamente contra, mostrando que nem mesmo o presidente americano pode interpretar as leis a ser bel prazer.
PRESOS DEPORTADOS – O presidente da Suprema Corte não teve dúvida ao repreender Donald Trump, por descumprimento sistemático das decisões judiciais.
O mais grave foi o presidente ter ignorado decisão judicial que impedia o voo que levava para El Salvador grande número de imigrantes presos por crimes diversos.
Trump se baseou numa lei de 200 anos, que obriga a deportação de criminosos estrangeiros para seus países de origem. Mas a grande maioria dos presos era de venezuelanos, não de salvadorenhos.
Trump não só descumpriu a ordem judicial, como ainda pediu o impeachment do juiz. Uma prática comum do atual presidente, quando as ordens judiciais contrariam seus desejos.
RESPEITAR A LEI – Na repreensão a Trump, Roberts enfatizou que eventuais contrariedades com decisões judiciais são combatidas através de apelações, acrescentando que pedir impeachment de juízes, além de intromissão indevida no Judiciário, representa um risco institucional, que pode romper os pilares da democracia.
O fato concreto é que o trator Donald Trump tenta se tornar mais um grande ditador, acima do Legislativo e do Judiciário. E o que Trump projeta contra as nações soberanas, começando pelo Canadá, a Groelândia, a Faixa de Gaza e o Panamá, também pode se voltar contra os pilares da maior democracia do planeta, atingindo também todas as demais.
Nesta quarta-feira, 19, Trump fingiu não levar em conta a repreensão: “Bem, [Roberts] não mencionou meu nome na declaração, e eu vi isso rapidamente”, disse, em entrevista à Fox News. “Ele não mencionou meu nome — e muitas pessoas já pediram o impeachment deste juiz”.
Trump pode muito, mas, não pode tudo. Um dia seu castelo de cartas cai e o tombo será grande. Já está começando, com a queda da popularidade, ao completar hoje dois meses no cargo.