Faixa de Gaza torna-se o Vietnã de Israel e faz Biden reajustar sua posição inicial

Reprodução/Facebook Benjamin Netanyahu - בנימין נתניהו

Biden deu apoio incondicional, mas acabou se arrependendo

Marcos Augusto Gonçalves
F
olha

Depois de uma entrada em cena valente, quando se apressou em declarar apoio incondicional a Netanyahu e a afastar a ideia de uma pausa humanitária no conflito em Gaza, o presidente norte-americano, Joe Biden, desceu uma oitava em seu garganteio.

A perspectiva da faixa se transformar num Vietnã para Netanyahu desenhou-se rapidamente nas divisões da opinião pública internacional, com a multiplicação de críticas aos riscos de uma reação desproporcional e indiscriminada após o ataque sórdido do Hamas.

MUITOS PROTESTOS – Vozes se levantaram não só no mundo islâmico, mas também no Ocidente. O relativo consenso em torno de Israel quebrou-se mesmo entre setores judeus, que sentiram a estupidez terrorista, mas não fecharam com a política fundamentalista e brutal representada por Netanyahu.

Os protestos, com perspectiva humanista e pacífica, logo apareceram nas ruas e nas redes sociais, em vários cantos do mundo, Europa, Estados Unidos ou América Latina. “Não em meu nome”, “Libertem os reféns”, “Cessar-fogo” são as hashtags divulgadas por judeus preocupados com um desastre em Gaza. Artistas de Hollywood, de diferentes etnias e religiões, também assinaram uma carta pedindo que a Casa Branca defendesse um cessar-fogo.

É difícil ver nessas manifestações simplesmente antissemitismo e apoio a terroristas. Como bem observou Glenn Greenwald em recente coluna, não é “fair” que críticas às políticas de Israel sejam automaticamente transformadas em defesa do Hamas e projeto de eliminação do país.

TIPO VIETNÃ – As movimentações em curso lembram alguma coisa do ambiente que cercou a Guerra do Vietnã, aquela que gerou o slogan “make love, not war”, levou John Lennon a escrever “Imagine” e condenou Mohammad Ali à prisão por recusar-se a se alistar para o combate.

Naquela época, quando não havia internet, a TV e parte significativa da imprensa ecoavam o nonsense de uma guerra entre a maior potência militar do planeta e guerrilheiros misturados a civis num pequeno país asiático.

Tudo em nome dos valores do mundo livre contra o avanço comunista. Os americanos se dividiram diante dos massacres, da falta de perspectiva de paz e dos corpos ensacados que retornavam à pátria.

BIDEN REFLUIU – Inicialmente disposto a ser mais realista que o rei e mostrar-se mais intrépido do que seus rivais republicanos no apoio à contra-ofensiva israelense, Biden sentiu a água subir nas relações diplomáticas, nas preocupações humanitárias internacionais e também no eleitorado americano e em seu próprio partido. Agiu para abrir a fronteira com o Egito e tentar moderar o ímpeto da resposta israelense.

Pesquisa Gallup que mede mensalmente a aprovação do mandatário americano mostrou queda em outubro. O presidente perdeu pontos entre americanos adultos e no Partido Democrata. Escreveu Megan Brenan, analista do instituto:

“A demonstração imediata e decisiva de Biden de apoio a Israel após os ataques do Hamas em 7 de outubro parece ter desanimado alguns membros do seu próprio partido, resultando na pior avaliação que os democratas fizeram do presidente desde que assumiu o cargo. O índice geral de aprovação de Biden também corresponde ao seu nível pessoal mais baixo”.

DOIS ESTADOS – O movimento da Casa Branca em direção às expectativas humanitárias e à retomada da proposta de solução de dois Estados – que é, aliás, a posição americana oficial – vão ao encontro de análises sobre novas configurações em gestação na política mundial.

Num artigo no The New York Times, o colunista Ross Douthat sugere que a guerra prenuncia alguma reformatação nas relações internacionais em face de questões como a emergência de uma “rua árabe” no mundo ocidental, a radicalização do progressismo, a resiliência de um sionismo cristão e a instabilidade das relações europeias com Israel.

O mais difícil é imaginar que tipo de arranjo surgirá adiante, na hipótese provável de Netanyahu atolar em seu Vietnã e ser expelido no próximo ciclo político.

Castro Alves tinha razão, quando sugeria “semear livros” para fazer o povo pensar

Os 175 anos de nascimento do escritor baiano Castro Alves que lutou com Poesia – Jornal da 3ª IdadeAlexandre Garcia
Gazeta do Povo

Domingo último foi Dia Nacional do Livro. O genial Castro Alves escreveu: “Ó bendito o que semeia livros a mancheias / e manda o povo pensar”. Há 150 anos o poeta sentia a necessidade de mandar o povo pensar e, em consequência, ter informação e conhecimento.

O povo pensar é essencial para que ele exerça o poder que dele se espera se o regime for democrático, em que “todo poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente”, como estabelece o primeiro artigo da Constituição.

É MELHOR PENSAR – Povo que pensa elege bons representantes; povo que pensa fiscaliza seus representantes; povo que pensa não permite que seus representantes ou seus servidores se desviem de seus deveres; povo que pensa não permite que quem não tem representação do voto vá além de seus limites; povo que pensa não se deixa enganar por falsos rótulos, falsas verdades, falsos arautos.

Se estamos felizes com a segurança pública, com o trânsito, com os nossos políticos, com a possibilidade de futuro para nós, nossos filhos ou netos, então talvez seja porque nos alienamos e estamos à espera da mão divina para nos trazer um país melhor.

Faz um ano que Lula foi eleito presidente. Suponho que seus eleitores pensaram antes de votar, pensaram mil vezes antes de votar. Suponho que pensamos muito antes de dar o voto aos nossos representantes nos governos e legislativos.

FICÇÃO E REALIDADE – Não sei se os deputados, vereadores, senadores pensam a respeito do que eles representam e no que se espera deles. Não sei o que estão pensando os ministros do Supremo quando leem a Constituição ou recordam as aulas de Direito.

Parece que vamos vivendo uma ficção acima da realidade; a realidade fica embaixo do tapete da alienação que parece esperar a salvação vinda de fora de nós. Não existe essa salvação, a não ser aquela que construirmos. Não será Deus, nem os marcianos, nem a ONU.

O crime tomou conta do Rio de Janeiro porque os cariocas ficaram esperando uma salvação. Ou houve omissão ou concordância por décadas e o crime foi se consolidando, a ponto de criar territórios próprios. E esses territórios vão estar maiores nos anos que vierem.

E A AMAZÔNIA? – Damos as costas para a Amazônia, com milhares de ONGs estrangeiras, e daqui a mais um tempo vamos nos surpreender perdendo metade do nosso país. Não nos interessamos pelo ensino, as escolas que formam o futuro, e logo estaremos em busca do futuro perdido.

Por falta de informação e de conhecimento, ou preguiça de pensar, deixamos que outros pensem por nós. E temos um 1984 de Orwell esperando para tomar conta de nossas liberdades, apenas para nos usar. O teste da pandemia mostrou como não pensamos e aceitamos até o absurdo de que “esta doença não tem tratamento”. E fomos morrendo com a mentira repetida, como ensinou o nazista Goebbels.

Mas do que nunca é preciso pensar que a verdade vos libertará, do Evangelho de João, que o jovem Castro Alves resumiu em mandar o povo pensar. Penso, logo sou cidadão. O futebol, o samba, a praia podem trazer alegrias. E elas podem ser anuladas pela falta de direitos e liberdades.

(Artigo enviado por Mário Assis Causanilhas)

Em nova avacalhação, Lula e Dino editam GLO populista, destinada a não dar certo

Flávio Dino, cotado para governo Lula, descarta descriminalização das  drogas: 'Não vai haver' - BBC News Brasil

Dino e Lula combinam uma GLO que é a cara do governo

Deu no Estadão

Parece até piada de mau gosto, mas é apenas o governo Lula atuando. Para combater o tráfico de drogas e de armas, o presidente Lula da Silva assinou na quarta-feira passada um decreto instituindo uma operação de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) nos Portos de Santos, do Rio de Janeiro e de Itaguaí e nos Aeroportos do Galeão e de Guarulhos até maio de 2024, com a participação de 3.700 militares.

Segurança pública é coisa séria. Exige conhecimento do problema, planejamento, responsabilidade e respeito às competências institucionais e às habilidades funcionais dos diversos órgãos de Estado.

VAI DAR ERRADO – Mas o presidente Lula da Silva parece preferir outro tipo de medida, baseada exclusivamente em cálculo político-eleitoral. Sem enfrentar as causas, simula alguma proatividade e, para piorar, ainda envolve os militares. É pedir, por decreto, para dar errado.

A GLO de Lula é uma demonstração perfeita das razões pelas quais a situação da segurança pública no País está do jeito que está. Ninguém quer resolver as causas do problema. Ninguém quer olhar para além de seus interesses políticos imediatos. É tudo uma grande farsa, como fica evidente pelo próprio período da GLO: de 6 de novembro de 2023 até 3 de maio de 2024.

O combate ao crime organizado dura seis meses? É assim que o governo federal encara a gravidade do problema: algo que pode ser enfrentado com uma força-tarefa de seis meses em três portos e dois aeroportos?

GRANDE EQUÍVOCO – Mas a GLO de Lula não é apenas inútil. Envolver as Forças Armadas na segurança pública é um equívoco institucional e funcional, que causa sérios danos ao País. Os militares não têm essa atribuição institucional nem foram treinados para isso.

Colocar os militares para combater o crime organizado é uma resposta amadora, completamente antiprofissional. Para piorar, a medida transmite uma mensagem errada à população, como se coubesse a militares cuidar da segurança pública.

É uma verdadeira lástima que, depois de quatro anos de bolsonarismo – com o Palácio do Planalto fazendo todas as confusões possíveis com as Forças Armadas –, o governo que lhe sucedeu insista em atribuir aos militares um papel na vida do País que eles não têm. O completo fracasso da intervenção federal na segurança do Rio de Janeiro em 2018 não foi suficiente?

ILUDIR A POPULAÇÃO – Não há avanço possível na segurança pública enquanto se pensar que decreto de GLO pode servir para combater a criminalidade. Precisamente por ser uma situação gravíssima, há urgência de medidas adequadas, planejadas e responsáveis. Não há nenhuma urgência para repetir os erros de sempre – ou para iludir a população com ações extravagantes que nem sequer tocam as causas do problema.

A responsabilidade pela GLO é do presidente Lula da Silva, que reitera uma vez mais sua estatura moral e cívica. Diante de um problema gravíssimo, que afeta direitos fundamentais da população, ele opta por uma solução populista e sabidamente ineficaz. É um simulacro de governo. Fingindo preocupar-se com a população, ocupa-se apenas de si mesmo.

Mas, nessa história de GLO, há um outro personagem, o sr. Flávio Dino, que sai inteiramente desmoralizado. Ao ser conivente com o tal decreto, o ministro da Justiça e da Segurança Pública descumpriu suas duas principais atribuições: zelar pelo cumprimento da Constituição no âmbito da administração federal e prover políticas de segurança pública responsáveis.

NADA A VER… – A excepcionalíssima Garantia da Lei e da Ordem pelas Forças Armadas, prevista no art. 142 da Constituição, não tem nenhuma relação com colocar militar em portos e aeroportos para combater o crime organizado. É esse o ministro cotado para o Supremo?

Com a nova GLO, não são apenas os atos de Lula que ficam se parecendo com os de Bolsonaro, ao envolver os militares em missão que não lhes cabe. Também os ministros de Lula ganham uma estranha similaridade com os do governo anterior, ao cultivarem não a lei da República, mas uma outra lei, definida assim pelo antigo ministro da Saúde Eduardo Pazuello: “Um manda e o outro obedece”. E os resultados são bem conhecidos.

(Editorial enviado por Gerard Roope)

Em meio a essa avacalhação, será que alguém ainda acredita que o Brasil tem jeito?

Charge 19/10/2020 | Um Brasil

Charge do Galhardo (site Um Brasil)

José Antonio Perez

Estou chegando à triste conclusão de que o Brasil não tem jeito. Falta vontade para mudar, porque a uma reforma estrutural ou social depende de todos, porém muitos brasileiros não aceitam mudança alguma, porque de alguma forma se beneficiam disso tudo que aí está.

Os militares têm culpa por estarmos nessa situação. Ficaram 21 anos no poder, não melhoraram a educação básica de nosso povo nem fizeram as reformas estruturais que os políticos nunca farão. Poderiam ter feito na marra e entregado o país nos trilhos, para que seguíssemos em frente em um regime verdadeiramente democrático.

SEM CONSENSO? – Alega-se que por ora não há consenso para conduzir reformas. Na verdade, do jeito em que estamos, jamais haverá consenso algum, pois o Congresso não passa de um aglomerado distorcido de parlamentares que representam seus próprios interesses, sem priorizar o interesse público.

A reforma política se faz urgente há décadas, mas nunca sai das gavetas do Congresso, pois não há interesse em aprovar. Se as instituições não aceitam perder poderes, os parlamentares, menos ainda.

O poder emana do povo, a ele deveria pertencer, mas na democracia brasileira está mais do que claro que o poder é exercido pelo Centrão.

EDUCAR É PRECISO – Antes de qualquer coisa, precisamos da reforma educacional. Se o brasileiro não mudar, através do aprimoramento da educação/ensino, o Congresso não aprova nenhuma mudança.

Tem muita gente agindo errado por aqui. Muita! O sistema eleitoral está equivocado. Norte, Nordeste e Centro-Oeste têm mais votos na Câmara do que Sul e Sudeste, não importa o número de habitantes.

As oligarquias do atraso comandam o Brasil com pouquíssimos votos. O desenho institucional é muito mal feito. Onde estão os negros e as mulheres na política, já que são maioria ? Ora, estão no rodapé da política.

UM BOM EXEMPLO – Vejam o caso do ex-senador Telmario Mota. Foi eleito vereador com 716 votos e depois senador com 54 mil votos. Chegando em Brasília essa turma manda mais que um Jose Serra eleito com milhões de votos por SP.

Veja se o Lira escala alguém que não seja nordestino para qualquer coisa? Repare bem. Eles com eles, sempre se unindo contra o país.

O  Brasil desandou. Tudo é corrupção e pequenos grandes interesses. A luz do dia. Nada acontece. Emendas PIX sem fiscalização. Anulação de provas. Sessões remotas para apreciar PECs sem discussão nas comissões. Bandidos nos principais cargos de poder, enquanto juízes e procuradores são perseguidos. Somos um país, mas não somos uma nação propriamente dita.

Terceiro mandato de Lula é marcado pela injustificada demora na tomada de decisões

Uma pesquisa mostra como a fala de Lula sobre a Ucrânia foi vista por  eleitores ainda indecisos | Lauro Jardim - O Globo

Lula demora muito para se decidir e acumula problemas

William Waack
Estadão

A indecisão como método tem custado a Lula um alto preço para governar, além de piorar as expectativas de agentes econômicos e o funcionamento de instituições como o Supremo Tribunal Federal e o Ministério Público. Políticos de diversos partidos, integrantes da cúpula do Judiciário e do MPF acham que a demora do presidente em encontrar nomes para cargos, cumprir acertos políticos e definir diretrizes para políticas públicas revela cálculos equivocados. E se traduz em incapacidade decisória.

Exemplo recente foi a demora no timing em entregar ao Centrão a Caixa Econômica, que Lula sabia ser incontornável. Acabou atrasando a tramitação de pautas relevantes para a política econômica. Em especial, as arrecadatórias, nas quais está concentrado todo o esforço do governo para “equilibrar” as contas públicas.

“GASTO É VIDA” – Ainda na economia Lula seguiu exclusivamente seu instinto de que “gasto é vida” e protelou outra decisão que todos sabiam inevitável, a de alterar a meta fiscal, com graves consequências para as expectativas.

Era inevitável, pois a fórmula para as contas públicas pressupunha a missão impossível de alcançar, em prazo curto, o nível de receitas necessário para o gasto público contratado ao qual Lula não renuncia.

A demora nas nomeações “políticas” com data marcada há muito tempo, como as de um ministro para a vaga de Rosa Weber no STF e a sucessão de Augusto Aras como PGR, exibe um Lula travado por um enorme grau de desconfiança. Sobretudo do funcionamento das duas instituições, que ele gostaria que se moldassem à sua pessoa.

SENSAÇÃO DE INSEGURANÇA – O resultado até aqui é acentuar a sensação de insegurança em relação às duas instituições. No caso do STF, Lula reforçou nos atuais ministros a convicção de que a indicação de um próximo nome para a vaga aberta depende do comportamento “político” dos atuais.

Na questão do PGR, a interinidade atual é um problema institucional sério, apontam especialistas. A independência dessa função depende da estabilidade de dois anos do ocupante do cargo, e um interino pode ser removido a qualquer momento – Lula parece estar repetindo o que Bolsonaro já havia tentado, que é um “test drive” para PGR.

Em outro plano, a demora de Lula em atender a pedidos de nomeação de diretores de agências reguladoras, feitos sobretudo pelo presidente do Senado, deixa algumas em dificuldades para operar. E torna o presidente ainda mais vulnerável na instância legislativa na qual a oposição a seu governo se organiza com mais facilidade do que na Câmara. Deixar as coisas acontecerem para ver se elas se resolvem por si é um tipo de decisão. Mas não parece que está ajudando Lula.

Insaciáveis, os partidos querem aumentar o Fundo Eleitoral para R$ 5 bilhões

Fundo eleitoral fortalecerá o poder dos caciques partidários em 2020 e dificultará a renovação do parlamento - Tribuna da Imprensa Livre

Charge do Jorge Braga (O Popular)

Thiago Resende
Folha

Líderes de partidos passaram a reavaliar o plano de aprovar um novo valor recorde para o fundo que financiará as eleições municipais de 2024. Além da resistência de integrantes do governo e até de senadores, pesa para isso o ambiente de críticas à classe política após ter sido revelada a articulação pelo aumento do gasto público na corrida eleitoral do próximo ano.

Por isso, as conversas, que envolvem membros de partidos de diferentes campos políticos, agora caminham para tentar um acordo em torno do valor de R$ 4,9 bilhões.

ELEIÇÃO MUNICIPAL – Esse é o mesmo patamar do fundo das eleições nacionais do ano passado, quando a disputa era para presidente, governadores, senadores e deputados federais e estaduais. Agora estarão na corrida os cargos de prefeito e vereador.

A proposta inicial de presidentes partidários era que houvesse uma correção pela inflação no valor de R$ 4,9 bilhões, que poderia se aproximar de R$ 6 bilhões. Já a ideia atual é manter o mesmo valor do ano passado, sem ajuste pela inflação.

Ainda assim, o fundão eleitoral representaria o dobro do que foi usado para financiar a campanha do último pleito municipal, em 2020.

PEDINDO O DOBRO – Para aquele ano, o Congresso tentou emplacar uma transferência de quase R$ 4 bilhões para o fundo. Mas teve que recuar por causa da repercussão negativa. O valor foi então estabelecido em R$ 2 bilhões (quantia que, com correção da inflação, seria agora de aproximadamente R$ 2,5 bilhões).

Até 2015, as grandes empresas, como bancos e empreiteiras, eram as principais responsáveis pelo financiamento dos candidatos. Naquele ano, o STF (Supremo Tribunal Federal) proibiu a doação empresarial sob o argumento de que o poder econômico desequilibrava o jogo democrático.

Para as eleições de 2018 foi então criado o fundo eleitoral, que se soma aos recursos já existentes do fundo partidário, atualmente em torno de R$ 1,2 bilhão ao ano.

CRÍTICAS DO GOVERNO – A articulação de partidos por um novo recorde para o fundão no ano que vem gerou críticas de membros do governo, principalmente da área econômica —que tenta conter o aumento de despesas.

O presidente Lula (PT) colocou no projeto do Orçamento de 2024 uma previsão de R$ 900 milhões para financiar as campanhas eleitorais. Essa proposta partiu do Ministério da Fazenda, comandado por Fernando Haddad (PT), que é contra um valor superior a R$ 4,9 bilhões.

As críticas também partiram de senadores. O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), tem expressado nos bastidores a resistência de líderes da Casa a um fundo recorde. E têm defendido o patamar de 2020, com correção pela inflação.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
País rico é assim mesmo. Não falta dinheiro para fazer política. Ou politicagem, digamos assim. (C.N.)

Peritos da PF criticam sigilo das imagens do aeroporto: ”Emenda pior que soneto”

Na imagem, o “agressor” está de costas para o “agredido”

Rayssa Motta
Estadão

O sigilo sobre o vídeo das hostilidades ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), no aeroporto de Roma, virou uma polêmica em si. De um lado, o ministro Dias Toffoli insiste em manter as filmagens armazenadas no próprio gabinete, sem direito à cópia para a defesa dos empresários investigados ou para a Procuradoria-Geral da República (PGR). De outro, a Polícia Federal (PF) não submeteu as imagens à perícia técnica e se limitou a entregar um relatório de análise, que não crava se houve agressões.

O agente que analisou o vídeo afirma que, “aparentemente”, o filho de Moraes levou um tapa no rosto.

TOFFOLI IMPÕE RESTRIÇÕES – Nova decisão de Toffoli, na segunda-feira, 30, deu cinco dias para o delegado Hiroshi Sakaki, responsável pelo inquérito, indicar um perito da Polícia Federal para acompanhar as partes que quiserem ir até o STF assistir às filmagens.

Toffoli tem dito que manterá as imagens em sigilo para preservar os envolvidos. Qualquer análise deverá ser feita no tribunal e cópias do arquivo não poderão ser extraídas, conforme o ministro já havia decidido.

Peritos criminais federais, que vêm cobrando uma perícia técnica no material, afirmam ao Estadão, sob a condição de reserva, que essa decisão piora as coisas. Um deles ironiza que “a emenda sai pior que o soneto”.

NÃO HOUVE PERÍCIA – Um dos pontos mais problemáticos, segundo narraram à reportagem, é que o perito a ser designado pela PF deverá acompanhar o trabalho de assistentes técnicos privados, contratados pela defesa, mas que a própria corporação não fez sua perícia. Ou seja, a defesa poderá produzir um laudo para refutar um “não laudo”.

Os peritos federais também afirmam que não está claro qual será exatamente a função do perito da Polícia Federal ou de qual setor ele virá. A Diretoria de Inteligência da PF, por exemplo, tem peritos que dão suporte às investigações, mas segundo as fontes ouvidas pelo blog não possuem expertise para elaboração de laudos periciais e sequer têm acesso ao sistema de criminalística.

O relatório sobre as imagens, entregue pela Polícia Federal ao STF no mês passado, foi feito a partir da análise minuciosa de cada frame do vídeo. Como as imagens não têm som, o trabalho levou em conta expressões corporais e reações dos funcionários e de passageiros do aeroporto.

MAIS CONTROVÉRSIAS – A PF afirma que uma instrução normativa do diretor-geral da corporação, Andrei Passos, publicada em julho, autorizou servidores designados pelo delegado do caso a produzirem relatórios de provas audiovisuais, exceto quando houver questionamento sobre a autenticidade do material. Peritos federais, por sua vez, afirmam que a profundidade do relatório excedeu o status de análise.

Os questionamentos da classe levaram a Corregedoria da Polícia Federal a abrir uma prévia de sindicância contra o perito Willy Hauffe Neto, presidente da Associação dos Peritos Criminais Federais (APCF), depois que a entidade veio a público reivindicar uma perícia no material.

Como mostrou o Estadão, a Assessoria Nacional de Perícia em Tecnologia da Informação e Comunicação e a Coordenadoria de Investigação em Evidências Digitais e Eletrônicas da Procuradoria-Geral da República afirmaram que a decisão de manter as filmagens em sigilo é “temerária”, “desnecessária” e contraria boas práticas.

COM CÓPIAS – “A boa prática preconiza que toda a análise pericial e investigativa, sempre que tecnicamente possível, seja realizada em uma cópia de trabalho absolutamente fiel à original, justamente, para evitar contaminação da evidência ou prova digital”, diz um trecho do parecer entregue pelos setores à PGR.

O documento afirma que a perícia nas imagens é uma atividade “sensível”, que pode se estender por semanas, e que analistas e peritos não teriam os recursos necessários, como computadores de alta performance e softwares especializados, para analisar as imagens no STF, como sugeriu Toffoli. “Aos olhos destes subscreventes, obrigatoriamente realizar essas atividades, por exemplo, nas dependências do STF, em dias marcados, em suma, na prática, tende a inviabilizar a execução dessas atividades”, concluem.

O laudo levou a procuradora-geral da República Elizeta Paiva Ramos a questionar o sigilo das imagens. Ela criticou o que chamou de “privilégios” a Moraes e insistiu para ter cópia dos arquivos.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Como se vê, Toffoli não respeita as leis nem as boas práticas periciais. Faz um esforço desesperado para evitar que Moraes se desmoralize, sem perceber que essa desmoralização já ocorreu, porque a Polícia italiana não constatou agressão e a Polícia Federal brasileira afirmou que “aparentemente” teria havido agressão. Ora, ninguém pode ser condenado por cometer crime “aparentemente”.  O único caso que se conhece no Direito Universal foi a recente condenação do deputado Deltan Dallagnol no TSE por “presunção de culpa”, uma circunstância que “non ecziste”, como diria Padre Quevedo. (C.N.)  

A guerra e as mortes seguem em Gaza

Milhares de inocentes continuam sendo vítimas dos ataques 

Pedro do Coutto

As forças israelenses cercaram a cidade de Gaza e continuam os ataques nos túneis do Hamas. Bombardeios têm sequência e outro centro de refugiados foi atingido na noite de quinta-feira. O presidente Biden tenta sem sucesso uma pausa que ele chama de “humanitária”.

Um nome disfarçado para o cessar-fogo, expressão rejeitada por Netanyahu. A solução, como se observa, está muito distante e a tendência que predomina continua sendo a da destruição total do território de Gaza, com a perspectiva de saída de parte da população para o Egito.

NOVO IMPASSE –  Mas o Egito não poderá aceitar uma onda de refugiados e um novo impasse se criar no Oriente Médio. Um amigo, Filipe Campello, comentando a situação, observou que os avanços da tecnologia, especialmente ao longo dos últimos 20 anos, foram extraordinários. Mas eles não foram acompanhados de avanços civilizatórios, de preocupação com o ser humano, com a miséria, com a pobreza e, no caso de Gaza, com a morte.

O impasse essencial permanece com a ameaça de expansão do conflito que se verifica a partir das últimas notícias sobre ataques do Hezbollah. Na Ucrânia, por sua vez, a Rússia aproveitou a situação e Putin ampliou fortemente os ataques ao território do país, inclusive recrutando mulheres para os combates, destacando a importância dos salários a serem pagos pelas adesões.

PREOCUPAÇÃO   – Além disso, insinuou um risco muito grande para o mundo no momento em que se desligou o grupo de ações que veda o experimento de novos nucleares. A situação mundial volta a ser preocupante e ameaça repetir a crise de 1962 com os mísseis em Cuba. O desentendimento entre Rússia e Estados Unidos, entretanto, encontra um ponto de neutralidade na posição da China.

A China hoje se pronuncia pela suspensão das hostilidades no Oriente Médio e a partir deste mês de novembro assume a Presidência do Conselho de Segurança da ONU. Já está sob o seu comando a proposta brasileira de ajuda humanitária na Faixa de Gaza. A posição americana aproxima-se da posição brasileira. As dificuldades, entretanto, continuam. E as milhares de mortes se incorporam ao cotidiano terrível que atinge toda a população mundial.

OBSTÁCULOS – Eliane Oliveira e Vinicius Neder, O Globo desta sexta-feira, destacam mudanças propostas no Senado ao projeto da reforma tributária do governo. O ministro Fernando Haddad acentua que mudanças recomendadas farão com que a alíquota única da matéria passe de 27% para 27,5%.

Mas, existem exceções que reduziram os efeitos da iniciativa, importante para o equilíbrio das contas fiscais no exercício de 2025, cuja previsão era de serem zeradas, mas que agora incluem uma estimativa também da ordem de 0,5% sobre o Produto Interno Bruto brasileiro.

DECISÃO HISTÓRICA –  Na tarde deste sábado, no Maracanã, mais uma decisão histórica do futebol. Fluminense e Boca Juniors decidem a Taça Libertadores da América num clima que vem assinalando tensões, como as brigas que ocorreram no anoitecer de quinta-feira nas areias de Copacabana.

Esperemos que os ânimos se acalmem e o policiamento convocado evite a repetição de cenas assim, sobretudo nas proximidades do Maracanã e no final da partida que deve ser das mais intensas. Estamos na torcida pelo Fluminense, é claro. No fundo, a disputa será entre o Brasil e a Argentina.

“Um povo corrompido não pode tolerar um governo que não seja corrupto”

O desafio de reduzir a corrupção no Brasil | Tema de Redação - Temas de redação | coRedação

Charge do Duke (O Tempo)

Mário Sabino
Metrópoles

Os brasileiros não estão nem aí para o problema da corrupção. Mas não é porque você ignora o problema que o problema deixa de existir. Ao contrário, ele tende a aumentar ao ser ignorado, o que é ótimo só para o corrupto, apesar de dizerem que certa dose de corrupção faz bem, é até vitamina para o crescimento econômico, patati patatá.

A Petrobras, por exemplo, foco do maior escândalo de corrupção da história brasileira e quiçá mundial, voltará a ter políticos e sindicalistas em cargas de direção. Reabre-se a avenida para a gatunagem, de onde se concluiu que o único remédio para impedir que a empresa seja o parque de diversões dos corruptos seria privatizar completamente a joça toda — o que não vai acontecer nunca.

COISA CHATA – Com o desmonte da Lava Jato, denunciante corrupção virou coisa de gente messiânica, chata e até golpista. O discurso de que a operação foi ação orquestrada para aniquilar Lula e o PT colou tanto, parabéns aos spin doctor, que passou a ser repetido sem qualquer sombra de vergonha em salas de aula. Militantes disfarçados de professores ensinam essa mentira aos alunos ignaros como se fosse dado histórico indiscutível.

Posso ter perdido algo, mas aqui nas adjacências não vi ninguém dar muita bola para o relatório sobre o Brasil, divulgado pelo Grupo de Trabalho Antissuborno da OCDE, há duas semanas. É uma tomografia dos retrocessos encorajados nas diversas instâncias do poder para desmanchar o que foi feito em prol da transparência e da honestidade no trato da coisa pública.

Entre os retrocessos, o fim da prisão em segunda instância, o desmonte das forças-tarefas e a anulação dos acordos de leniência.

FAKE NEWS – Em outras freguesias, os suspeitos de fantasia destacaram uma referência rápida à politização da Lava Jato, dando a entender que a operação havia sido condenada até o último grau pelos autores do relatório.

Menos rápida, na verdade, é uma referência às retaliações que os procuradores da Lava Jato sofreram no TCU, aquele monumento à independência funcional, por terem ousado combater a corrupção nas altas esferas.

Ao longo do relatório, a verdade documentada com números é que a operação parece responsável por ter elevado o grau de excelência no combate à corrupção dentro e fora do país.

AUTOCENSURA – O Grupo de Trabalho Antissuborno da OCDE também aborda como a autocensura entrou para o cotidiano do jornalismo investigativo brasileiro, em consequência dos ataques bolsonaristas (mas não só dos bolsonaristas, presume-se) e do fim da Lava Jato:

“Embora exista liberdade de imprensa no Brasil (mais em nível nacional do que regional), os repetidos ataques contra a mídia nos últimos anos tiveram um efeito inibidor sobre a profissão”, diz o relatório acrescentando:

“Na opinião (de jornalistas), esses ataques, combinados com a incerteza geral sobre o compromisso do Brasil no combate à corrupção após o desmantelamento das forças-tarefas da Lava Jato, desenvolveram para um aumento do nível de autocensura na profissão.”

DOU MEU EXEMPLO – Eu já disse, sem qualquer originalidade, que a autocensura é a pior forma de censura. Exemplo: estava para comentar o que registra o relatório da OCDE sobre a atuação de um ministro de corte superior, mas, diante da liberdade de imprensa em vigor, decidiu autocensurar-me.

Os brasileiros não estão nem aí para o problema da corrupção. Aquilo que se viu entre 2015 e 2018 foi momento singular do qual não há plural. Compreendo perfeitamente: “um povo prejudicado não pode tolerar um governo que não seja corrupto”.

A máxima é do Marquês de Maricá, aquele pândego. Máxima de um país mínimo (não estou, não, roubando o título do livro de certo jornalista, porque fui eu a sugerir o título a ele). O brasileiro é bom companheiro, ninguém pode negar.

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PS –
Lula avisou que não vai cumprir a meta fiscal prometida por seu ministro da Economia para o ano que vem. É a corrupção da palavra. (EM)

Thiago de Mello jamais aprendeu a lição de aceitar as injustiças sociais

Imagem

Thiago de Mello, grande poeta do Amazonas

Paulo Peres
Poemas & Canções

O jornalista, tradutor e poeta amazonense Amadeu Thiago de Mello (1926-2022), no poema “Não Aprendo a Lição”, mostra como é difícil conviver no mundo feroz dos homens, frente ao poder que se alimenta da fome dos injustiçados.

NÃO APRENDO A LIÇÃO
Thiago de Mello

A lição de conviver,
senão de sobreviver
no mundo feroz dos homens,
me ensina que não convém
permitir que o tempo injusto
e a vida iníqua me impeçam
de dormir tranquilamente.
Pois sucede que não durmo.

Frente à verdade ferida
pelos guardiães da injustiça,
ao escárnio da opulência
e o poderio dourado
cujo esplendor se alimenta
da fome dos humilhados,
o melhor é acostumar-se,
o mundo foi sempre assim.
Contudo, não me acostumo.

A lição persiste sábia:
convém cabeça, cuidado,
que as engrenagens esmagam
o sonho que não se submete.
E que a razão prevaleça
vigilante e não conceda
espaços para a emoção.
Perante a vida ofendida
não vale a indignação.
Complexas são as causas
do desamparo do povo.
Mas não aprendo a lição.
Concedo que me comovo.

Bolsonaro e seu entorno criam nova versão sobre acusações de Mauro Cid

Charge do JCaesar | VEJA

Charge do JCaesar | VEJA

Bela Megale
O Globo

O ex-presidente Jair Bolsonaro e seus aliados mudaram o discurso sobre a delação do tenente-coronel Mauro Cid. Quando veio à tona a homologação do acordo de delação de seu ex-ajudante de ordens, Bolsonaro se recusava em acreditar que a tratativa o envolvia diretamente.

O ex-presidente, no entanto, passou a desconfiar que, de fato, era a peça central da delação, quando o conteúdo do acordo começou a ser revelado.

MINUTA GOLPISTA – Um dos trechos foi publicado pela coluna, que informou que Cid contou, em sua delação, que o ex-presidente se reuniu com comandantes das Forças Armadas para debater uma minuta golpista, após ser derrotado por Lula.

Dois meses depois de o ex-ajudante ter firmado seu acordo com a Polícia Federal, Bolsonaro mudou a versão. Agora, passou a dizer que os fatos teriam sido “inventados” por Cid, para se “livrar” dos erros que o ex-presidente atribui ao próprio tenente-coronel.

Uma das maiores irritações do clã Bolsonaro é o fato de o militar ter preservado o conteúdo de seu telefone celular. A conduta é oposta à de Jair Bolsonaro, que não fala nada comprometedor pelo telefone.

NOVA ACUSAÇÃO – O repórter do “UOL” Aguirre Talento revelou um novo trecho da delação de Cid. Na reportagem, informa que o ex-ajudante de ordens contou que Bolsonaro queria esconder, no Palácio da Alvorada, militantes que eram alvos da PF.

O ex-presidente e seu entorno negam a informação e colocam a culpa em Cid, apontando o ex-aliado e agora algoz como o elo com os radicais que formavam a base bolsonarista.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
A lavação de roupa suja é bobagem, porque as acusações da delação premiada só têm valor se houve provas materiais que as confirmem. Achar as provas é a missão da Polícia Federal. (C.N.)

Bolsa brasileira sobe, dólar cai a R$ 4,89, após dados fracos de emprego nos EUA

Charges | Brasil 247

Charge do Miguel Paiva (Brasil 247)

José Carlos Werneck

A Bolsa de Valores registrou alta de mais de 2% no início das negociações desta sexta-feira, acompanhando os índices americanos, enquanto o dólar operava abaixo dos R$ 4,90, após a divulgação de dados de emprego mais fracos que o esperado nos Estados Unidos.

De acordo com o Departamento de Comércio dos EUA, a abertura de vagas fora do setor agrícola do país subiu para 150 mil postos em outubro, e os números de setembro foram revisados para baixo, de 336 mil para 297 mil vagas criadas.

JUROS AMERICANOS – Os investidores ainda temem uma possível nova alta nos juros americanos neste ano. Com sinais de desaceleração da economia, a tendência é que o Federal Reserve, o banco central americano,ache que um novo aperto monetário não será necessário.

“Os investidores interpretaram o fraco relatório de emprego de hoje como um sinal de que a demanda no mercado de trabalho está diminuindo”, afirmou Richard Flynn, diretor-gerente da Charles Schwab UK. “Para os banqueiros centrais, um mercado de trabalho mais flexível é outra razão para evitar novos aumentos das taxas de juros, algo que os investidores podem ver como uma fresta de esperança”, informou.

FERIADO NO BRASIL – Além de tudo, a Bolsa também era apoiada por um movimento de correção da véspera, quando não houve atividade no Brasil por conta do feriado de Finados.

Na quarta-feira, o Federal Reserve manteve os juros dos EUA na faixa entre 5,25% e 5,50%, o que apoiou os ativos de risco globais. Os principais índices acionários americanos fecharam em alta, e ao final, a Bolsa brasileira subiu 1,68%, aos 115.052 pontos.

No câmbio, o dólar registrou forte queda ante o real, pressionado justamente pelos juros americanos. Após o anúncio da decisão do Fed, os rendimentos dos títulos americanos, os chamados “treasuries”, caíram para 4,76%.

RENDA VARIÁVEL – Quedas nos rendimentos dos títulos costumam pesar contra o dólar e favorecer a renda variável, pois diminuem a atratividade da renda fixa americana, o que faz com que investidores aloquem seus recursos em ativos de maior risco, como o mercado de ações e países emergentes. Com isso, a moeda americana recuou 1,38%, cotada a R$ 4,970.

E além se todo este cenário colorido, o Governo Lula já avisou, para o desespero dos esquerdistas e alívio dos super-ricos,quer dizer, os riquíssimos, que não cogita em taxar as grandes fortunas.

Como se vê o Brasil não virou Venezuela, como previam os bolsonaristas, na última eleição presidencial.

Suposta agressão a Moraes no aeroporto virou um caso que anarquiza o Supremo

O ministro do STF Alexandre de Moraes; magistrado vira assistente de acusação em caso em caso que se diz vítima

Moraes deveria recuar e retirar essa queixa de agressão

J.R. Guzzo
Estadão

O bate-boca do ministro Alexandre de Moraes no aeroporto internacional de Roma, transformado durante os últimos três meses e meio em “atentado contra o estado democrático de direito”, tem tudo para se tornar um dos momentos mais exóticos no esforço permanente do STF em criar um Brasil sem lei.

A história começou muito mal, com acusações sem qualquer prova de que Moraes tinha sofrido uma agressão física – que também poderia ter sido verbal, ou ter envolvido o deslocamento de um par de óculos, ou ter começado com uma “atitude hostil” em relação ao ministro e o seu filho.

IMAGENS REVELADORAS – De lá para cá tornou-se cada vez pior – principalmente porque as imagens gravadas pelo serviço de vigilância do aeroporto não mostravam agressão nenhuma. Foram anunciadas pela facção pró-Moraes como a prova material e indiscutível do ataque que alega ter sofrido. Viraram o contrário.

Em vez de serem divulgadas para o público e provarem a versão do ministro, foram colocadas em sigilo pelo STF. Mas não deveria ser o contrário? Deveria ser, se a gravação mostrasse algum tipo de agressão física. O problema é que ela não mostra nada.

É uma lei da vida que um erro, se não for eliminado, tem dentro de si a semente de outro erro, e daí de mais um, e assim por diante.

DOBRANDO O PREJUÍZO – A decisão inicial de condenarem o acusado a qualquer custo, como “exemplo” do castigo que aguarda os desafetos do STF, é um clássico nesse tipo de coisa. Em vez de parar as perdas logo no começo, foram investindo mais e mais num cavalo ruim; acabaram, é claro, dobrando o prejuízo.

O último desastre é a decisão de se colocar o próprio Moraes como assistente de acusação no caso em que alega ser vítima – e do qual, para todos os efeitos práticos, vai ser juiz. Isso simplesmente não existe na lei brasileira. Não se admite o assistente de acusação na fase do inquérito. O inquérito é trabalho da polícia, e não de quem é encarregado de acusar – o Ministério Público.

No caso, passados 100 dias do incidente em Roma, a Polícia Federal não conseguiu apurar nada; em consequência, ainda não há nem sequer um processo contra os acusados, e nem acusação formal na justiça. Como se pode ser assistente acusação, se a acusação não foi feita?

SEM PRECEDENTES – “Não se tem notícia de precedente de admissão de assistência à acusação na fase inquisitorial”, diz a Procuradoria-Geral da República no recurso que apresentou contra a decisão em favor de Moraes.

Segundo os procuradores, trata-se de um “privilégio pessoal” que não é aceito para nenhuma outra autoridade – nem o presidente da República. A PGR pede também o fim do sigilo das imagens do aeroporto de Roma. “Não se pode admitir a manutenção do sigilo fragmentado da prova”, afirma o recurso. É obvio que não. Como o Ministério Público pode fazer o seu trabalho corretamente, se há “provas secretas”? E como o público vai entender o que está acontecendo?

Mas é essa a situação que o STF criou no Brasil. Seus ministros deram a si próprios a autorização para violar a lei e subverter o sistema de justiça, quantas vezes quiserem, em favor do que consideram o “bem comum”. Estão construindo uma anarquia.

Janones falou demais, admitiu que usava fake news e pode ser cassado

André Janones (Avante-MG) (Facebook/Reprodução)

Janones falou demais e abriu caminho para sua cassação

Deu no Correio Braziliense
Agência Estado

Um grupo de parlamentares alinhados ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) apresentou ao Supremo Tribunal Federal (STF) um requerimento à Corte para que investigue criminalmente o deputado federal André Janones (Avante-MG) pela suposta disseminação proposital de notícias falsas durante as eleições, com o objetivo de prejudicar a campanha do ex-presidente.

Liderados pelo deputado Delegado Paulo Bilynskyj (PL-SP), eles acusam Janones de ter praticado o crime do artigo 323 do Código Eleitoral, que estabelece como delito o ato de “divulgar, na propaganda eleitoral ou durante período de campanha eleitoral, fatos inverídicos em relação a partidos ou a candidatos e capazes de exercer influência perante o eleitorado”. A pena prevista é de dois meses a um ano de detenção, mais multa.

LIVRO DE MEMÓRIAS – O fundamento do pedido é uma notícia divulgada a respeito do livro que Janones ainda vai lançar, chamado “Janonismo Cultural: O uso das redes sociais e a batalha pela democracia no Brasil”.

A reportagem mencionada pelos deputados diz que ele teria admitido na obra que mentiu de propósito e disseminou fake news para “desestabilizar” Bolsonaro antes de um dos debates das eleições de 2022.

“Entre os episódios nos quais reconhece que compartilhou conteúdo falso, o parlamentar (Janones) cita, por exemplo, as menções a um celular do ex-ministro Gustavo Bebianno, morto em março de 2020, e a fake news de que Fernando Collor ganharia um lugar na Esplanada em caso de vitória bolsonarista”, diz o texto da representação. O livro vai ser lançado dia 20 de novembro.

SIGNATÁRIOS – A maioria dos signatários da petição pertence ao PL. Além do delegado, estão na lista o filho do ex-presidente, Eduardo Bolsonaro (SP), Carla Zambelli (SP), Marcos Pollon (MS), Gustavo Gayer (GO), Nikolas Ferreira (MG) e Luiz Philippe De Orleans Bragança (SP). Também há deputados do Podemos, do Republicanos, do MDB, do União Brasil e do PSD.

Os deputados pedem que o Supremo receba a representação e a envie para a Procuradoria-Geral da República (PGR), para abertura de inquérito contra Janones.

Procurado através da sua assessoria, o deputado mineiro alvo do pedido não se manifestou. Até o momento, o STF não deliberou sobre o pedido.

JANONES NEGA – No último sábado, 28, Janones usou as redes sociais para se manifestar sobre a notícia que os deputados bolsonaristas usam para fazer o pedido de investigação. Ele chamou a reportagem de “mentira deslavada” e negou o crime de que é acusado.

“Na matéria, em si, não existe menção a qualquer página do livro, nem tampouco uma fala minha entre aspas, onde eu teria dito que fiz uso de fake news”, disse o mineiro.

Em entrevista ao site Poder 360, Janones admitiu, no entanto, fazer “manipulação de informações”. E alegou que isso é diferente de divulgar fake news.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG –
Como se vê, Janones é uma besta ao quadrado. Ele próprio se condena, nem precisa de inimigos. É o que se chama de uma autocassação. Será a segunda vez que sofrerá cassação, porque a primeira não valeu e ele se sentiu inatingível. Dizem que, quando jovem, Janones foi proibido de jogar futebol, porque, toda vez que caía em campo, queria comer a grama… (C.N.)

Afinal, por que Pacheco decidiu “segurar” as indicações de Lula ao STJ?

Presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD) — Foto: Roque de Sá/Agência Senado

Pacheco parece estar procurando chifre em cabeça de burro

Thaísa Oliveira, José Marques e Ricardo Della Coletta
Folha

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), suspendeu o envio ao Palácio do Planalto da indicação da advogada Daniela Teixeira para uma vaga no STJ (Superior Tribunal de Justiça). Pacheco determinou ainda a instalação de uma sindicância para apurar queixas de beneficiamento de Daniela ao ter apenas seu nome encaminhado antes ao governo para publicação no Diário Oficial da União.

A decisão de Pacheco não tem poder de anular a aprovação dela pelo plenário do Senado. Além da dela, também foram aprovadas a indicação dos desembargadores José Afrânio Vilela e Teodoro dos Santos.

FAVORECIMENTO – A abertura da sindicância foi noticiada pelo jornal O Globo e confirmada pela Folha. As suspeitas de favorecimento a Daniela ocorrem porque, em tese, ela poderia se beneficiar caso tenha seu nome publicado antes no Diário Oficial da União do que os demais indicados.

Pelo critério de antiguidade, por exemplo, ela poderia se tornar integrante do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) antes dos demais indicados.

Pessoas que acompanham o tema ouvidos pela Folha ressaltam, no entanto, que em última análise cabe a Lula (PT) escolher a data da publicação das nomeações.

ORDEM DE CHEGADA – Mesmo que os documentos relativos a Vilela e Teodoro cheguem depois dos de Daniela, dizem, o presidente não tem obrigação de seguir a ordem de chegada ao definir as publicações no Diário Oficial.

Segundo interlocutores, Pacheco também assinou os despachos de envio das designações dos juízes federais. O que a sindicância deve avaliar, dizem, é a razão de até o momento apenas a nomeação de Daniela ter sido encaminhada ao Planalto.

Daniela Teixeira foi avalizada pelo Senado em 25 de outubro com 68 votos favoráveis e 5 contrários, e ocupará um dos assentos destinados à advocacia na corte. Ela era a única mulher na lista de três nomes dos defensores escolhidos pelos ministros do STJ para que Lula fizesse a indicação.

CAMPO MINADO – Daniela e Vilela foram aprovados no mesmo dia pelo Senado, e Teodoro no dia seguinte. Desde que entrou na competição para ocupar uma vaga no tribunal oriunda da classe dos advogados, Daniela era vista como favorita, devido ao seu bom trânsito tanto na OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) como no governo do PT.

No mesmo dia em que foi aprovada, o plenario rejeitou a indicação do mandatário para a DPU (Defensoria Pública da União), Igor Roque.

O Senado, antes um porto seguro para o Planalto, converteu-se em um campo minado para Lula, como mostrou a Folha.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Aparece cada uma… Como é que Rodrigo Pacheco, que é advogado, pode aventar hipótese de favorecimento por parte da Presidência da República, sem a menor justificativa? Afinal, o assunto é interno do Planalto e o Senado nada tem a ver com isso. Mas cada dia surge uma novidade na capital, a famosa Ilha da Fantasia. Pacheco está gostando da fama e parece querer se mostrar…  (C.N.)

Lula avisa a ministros que as falhas do 1º ano de governo não podem se repetir

Presidente Lula comanda reunião ministerial no Palácio do Planalto para tratar da área de infraestrutura 3/11 - (crédito: Ricardo Stuckert)

Lula comandou a reunião de ministros da infraestrutura

Victor Correia
Correio Braziliense

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) declarou nesta sexta-feira (3/11) a ministros da área de infraestrutura que as falhas percebidas durante o primeiro ano de governo não poderão se repetir no ano que vem. De acordo com o presidente, integrantes do governo “viram como é que os adversários jogam”, e é preciso atualizar as táticas e estratégias para o ano que vem.

Lula reuniu os ministros no Palácio do Planalto nesta manhã, e fez um breve discurso de abertura antes do encontro. Segundo ele, a reunião de hoje foi a primeira de uma série de conversas até o final do ano, com o objetivo de fazer um balanço do governo e preparar para o segundo ano. Os próximos temas discutidos serão serviços e a área social, antes de uma reunião geral para fechar 2023.

TÉCNICO DO TIME – “Toda e qualquer falha que a gente tenha percebido nesse primeiro ano não poderá se repetir no segundo ano. É como se nós fôssemos aqui o técnico de futebol, e vocês são o time. Nós entramos em campo. Nós vimos como é que os adversários jogam, a tática, a estratégia. Nós agora estamos no intervalo e vamos elaborar já a nossa tática e estratégia para o próximo período”, declarou o presidente.

Segundo o Planalto, estiveram na reunião o vice-presidente e ministro da Indústria, Desenvolvimento, Comércio e Serviços (Mdic), Geraldo Alckmin (PSB), os ministros Fernando Haddad (Fazenda), Renan Filho (Transportes), Silvio Costa Filho (Portos e Aeroportos), Alexandre Silveira (Minas e Energia), Juscelino Filho (Comunicações), Waldez Góes (Desenvolvimento Regional), Jader Filho (Cidades), Rui Costa (Casa Civil) e Paulo Pimenta (Secretaria de Comunicação Social), além dos secretários Miriam Belchior e Maurício Muniz, da Casa Civil.

Lula também comentou sua viagem aos Emirados Árabes Unidos em 28 de novembro, e disse que pode ir também ao Catar e à Arábia Saudita, acompanhado de Rui Costa e Fernando Haddad. Segundo ele, o tema principal das viagens será a economia verde, incluindo energia limpa, área na qual o Brasil quer se tornar referência mundial. Para o ano que vem, o presidente disse que quer viajar pelo Brasil, visitando obras de infraestrutura.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
O chefe da Casa Civil, Rui Costa, afirmou que a reunião foi “histórica”, certamente porque Lula deve ter contado um monte de histórias. (C.N.)

Nova crise na mesa de Lula: Venezuela de Maduro quer anexar parte da Guiana

Situação da Guaiana Essequiba

Venezuela ameaça usurpar dois terços da Guiana

José Casado
Veja

Lula está diante de uma nova e grave crise diplomática: Nicolás Maduro, ditador da Venezuela, deslocou tropas para a fronteira com a Guiana e ameaça anexar dois terços do território desse país depois do domingo 3 de dezembro, quando pretende legitimar em referendo a criação de um “Estado da Guiana Esequiba”.

O governo da Guiana pediu na segunda-feira (30/10) a intervenção imediata da Corte Internacional de Justiça, conhecida como Corte de Haia, organismo das Nações Unidas com jurisdição sobre conflitos entre Estados.

APELO AOS EUA – O primeiro-ministro de Guiana, Mark Anthony Phillips, esteve em Washington nesta quarta-feira (1/2) e obteve garantia de apoio do governo Joe Biden. Em seguida foi à sede da Organização dos Estados Americanos onde apresentou evidências de que a Venezuela está concentrando tropas e construindo um aeroporto militar na fronteira.

Phillips ouviu do embaixador brasileiro na OEA, Benoni Belli, uma oferta de mediação lastreada na experiência secular do Itamaraty de solucionar conflitos pela via diplomática.

A disputa territorial Venezuela-Guiana começou há 134 anos. Até agora, a Guiana venceu o caso em praticamente todas as instâncias internacionais de arbitragem.

DO TIPO UCRÂNIA – O declínio político e econômico do regime ditatorial venezuelano levou Maduro a adotar uma postura de confronto aberto inspirado no “modelo” da Rússia de Vladimir Putin na tentativa de anexação da Ucrânia, por enquanto sem êxito.

Maduro marcou para 3 de dezembro um “referendo consultivo” que, na prática, levará a Venezuela a abandonar formalmente o processo de arbitragem em curso na Corte de Haia, abrindo caminho para ações unilaterais, eventualmente com invasão militar.

Entre as questões previstas no “referendo” estão a afirmação da soberania da Venezuela sobre a maior parte da bacia do rio Essequibo, ou seja, sobre quase dois terços do território da Guiana estabelecido em 1899 e, desde então, reconhecido em acordos.

MUITO PETRÓLEO – A consulta de Maduro prevê, ainda, aprovação da criação do “Estado da Guayana Esequiba”, em território do país vizinho, com imediata emissão de carteiras de identidade venezuelana à população local.

Por trás da manobra está a ambição do regime da Venezuela na apropriação da maior parte de um território onde foram descobertas grandes reservas de petróleo. Os dados mais recentes indicam disponibilidade comercial reconhecida de nove bilhões de barris de petróleo, equivalente a 60% da reserva brasileira no pré-sal.

Foi no Natal de 2019 que os 782 mil habitantes da Guiana receberam a confirmação de um grande prêmio da loteria geológica: o petróleo começou a jorrar no campo de Liza-I, a 120 quilômetros da costa, em frente à capital Georgetown.

AINDA É O MAIS POBRE – Mudou a sorte do país mais pobre da América do Sul, vizinho do Brasil em 1.605 quilômetros de fronteira com Roraima. O petróleo produzido renovou a perspectiva de futuro de uma sociedade construída por migrantes indianos e africanos nas colonizações holandesa e britânica até 1966.

A ditadura venezuelana, provavelmente, não deve ir além das ameaças. Faltam-lhe apoio doméstico e externo e, sobretudo, dinheiro para uma aventura do gênero em área de interesse primordial dos Estados Unidos, a exploração das reservas de petróleo da Guiana.

O estrago, no entanto, já está feito: Maduro conseguiu aumentar a instabilidade política na América do Sul.

Lula mostra sua rotina de exercícios e diz que em breve voltará a viajar

O presidente Lula faz rotina de exercícios para se recuperar de cirurgia

Lula promete que voltará a chutar com as duas pernas…

Alice Cravo
O Globo

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva mostrou nesta sexta-feira parte da sua rotina de exercícios de recuperação da cirurgia feita no quadril direito, no final de setembro. Nas imagens, o presidente aparece brincando com uma bola, caminhando na esteira e fazendo musculação.

No dia 29 de setembro, Lula passou por uma artroplastia total de quadril, para tratar de uma artrose, e por blefaroplastia, procedimento retira excesso de pele e gordura na região dos olhos.

EXERCÍCIOS — “O que é importante é que hoje está completando cinco semanas da minha cirurgia. Eu já voltei a fazer fisioterapia e voltei a fazer um pouco de ginástica. Eu já estou andando na esteira 15 minutos, eu já estou fazendo perna, fazendo braço, eu estou tentando fazer alongamento, fazendo panturrilha.

Uma das limitações ainda impostas a Lula em razão da cirurgia é a proibição de realizar viagens, até mesmo as nacionais. A previsão é que o presidente possa voltar a fazer esses deslocamentos oito semanas após os procedimentos.

“Uma demonstração que quando fizer oito semanas da cirurgia eu vou estar intacto, perfeito, para voltar a jogar bola, para voltar a correr, voltar a andar, voltar a viajar pelo Brasil para encontrar com o povo brasileiro. Estamos de volta com muita saúde para dar e para vender”.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Lula disse que, em breve, estará “de volta aos campos e chutando com as duas pernas”.  Certa vez perguntaram a Garrincha por que ele não chutava com as duas pernas, e ele respondeu: “Ué, se eu chutar com os dois pés, eu caio”. (C.N.)

Anielle Franco diz que “buraco negro” é um termo “racista” e provoca reações 

Anielle Franco, o buraco negro racista e o risco de estatizar a lacração

Declaração da ministra viralizou de imediato na internet

Deu na Folha

A ministra Anielle Franco, da Igualdade Racial, disse que o termo “buraco negro” pode ser utilizado de uma forma racista. A afirmação foi feita nesta quarta-feira (1º) durante o programa “Bom Dia, Ministro”, da EBC, e provocou reações na internet.

Anielle falava sobre a importância de ter professores e políticos que sejam antirracistas quando citou termos e palavras que podem ser ofensivas a pessoas negras.

TERMOS “RACISTAS” – “Isso vai desde você fazer uma fala que agrida e que, às vezes, você nem percebe. Hoje existem muitas palavras que a gente tem tentado muito, sempre que a gente pode, comunicar de maneira bem tranquila: essa palavra é racista”, disse.

“Por exemplo, denegrir é uma palavra que o movimento negro e as pessoas que têm letramento racial não usam, de forma nenhuma. Ou, por exemplo, saímos desse buraco negro, a gente escuta muito isso.”

Internautas questionaram a declaração e compartilharam explicações relacionadas ao uso científico do termo buraco negro.

JUSTIFICATIVA -Nas redes sociais, os críticos da ministra afirmavam que o termo é usado para definir um objeto no espaço que tem um campo gravitacional tão forte que nem mesmo a luz escapa dele, por isso o termo negro.

Para internautas, houve exagero da ministra, já que consideram o termo científico, não existindo nenhuma conotação relacionada à cor de pele ou agressões raciais.

Apesar das críticas, outros tentaram entender a mensagem da ministra. Um internauta afirmou que Anielle não se referia ao buraco negro da física e que ficar imerso nessa interpretação é perder o ponto da discussão. Para outra, basta ouvir a entrevista para entender que ela se referia a uma expressão que as pessoas usam quando não estão bem, associando a palavra negro a algo ruim.

DEBATE IMPORTANTE – Segundo Anielle, debater este tipo de termo é importante para que pessoas não negras tenham a consciência de que usar determinada palavra causará desconforto às pessoas negras ao redor.

A participação da ministra ocorreu como parte da programação para o mês da Consciência Negra, lembrado em novembro. Anielle criticou ainda o uso de alguns termos em textos ou manchetes jornalísticas. Ela cita como exemplo a diferença de tratamento para homens negros e brancos acusados de algum crime.

“Bandido preso com um tanto de drogas’. Era sempre uma pessoa negra. ‘Jovem preso com um tanto de droga’, era sempre uma pessoa branca.”

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
– A ilustre ministra esqueceu o racismo em inglês, que está sendo importado em massa pelo Brasil, como o black friday, os black blocs, a black music e até o black is beautiful… Ela não pode deixar tudo isso passar em brancas nuvens.  (C.N.)

É acertada a participação de forças militares na segurança do Rio e de São Paulo