Lula dobra a aposta no STF e diz que indicará Messias mesmo após rejeição

Presidente reforçou que não tem plano B

Jeniffer Gularte
Sérgio Roxo
O Globo

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva não trabalha com outro nome para a vaga aberta no Supremo Tribunal Federal (STF) e tem afirmado a pessoas próximas que vai indicar o ministro Jorge Messias (Advocacia-Geral da União) novamente em caso de rejeição pelo Senado. Após a ampliação da tensão entre a Casa e o Palácio do Planalto no final de semana, Lula reforçou ao seu entorno que não cogita um plano B para o posto vago após a aposentadoria de Luís Roberto Barroso.

Lula também sinalizou que não levará adiante especulações sobre outros cotados que poderiam ser escolhidos à Corte na hipótese de Messias ser derrotado no Senado. O presidente tem cuidado pessoalmente da articulação política do governo na crise.

DIÁLOGO DIRETO – Com comunicação bloqueada entre o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), e o líder do governo, Jaques Wagner (PT-BA), desde a comunicação da escolha de Messias ao STF, em 20 de novembro, Lula trouxe o assunto para si e tem falado com senadores em busca de apoio para Messias. Há expectativa de que Lula e Alcolumbre tenham uma conversa nos próximos dias.

— Minha relação com o Alcolumbre está boa. Ainda não conversamos, mas isso está sendo trabalhado. Tem muita gente no meio fazendo essa movimentação, vice-líderes, líderes de outros partidos. A conversa está andando — disse Wagner nesta terça-feira.

De acordo com relatos, em almoço a sós com senador Weverton Rocha (PDT-MA, relator da indicação de Messias ao STF, na segunda-feira, Lula afirmou ao parlamentar que estava feliz com a escolha e não pretendia mudar de ideia. Weverton indicou na conversa que deve apresentar um parecer favorável na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado.

MAIS TEMPO – O Palácio do Planalto reconhece as dificuldades de Messias na Casa e atua para conseguir mais tempo para a articulação do ministro junto aos parlamentares. Sem o envio formal da mensagem oficial ao Congresso que comunica a decisão do presidente Lula, o governo trabalha com a possibilidade de adiar em alguns dias a sabatina marcada para 10 de dezembro. Outro cenário à mesa é deixar o escrutínio da CCJ apenas para 2026.

Messias tem se deparado com um campo minado no seu roteiro pelo Senado. Nesta terça-feira, também a pedido de Messias, haveria um almoço com integrantes do bloco parlamentar ‘Vanguarda’, formado pelos 16 parlamentares do PL e do Partido Novo. A agenda, no entanto, foi desmarcada.

O advogado-geral da União também pediu um encontro com o senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), o preferido da Casa para a vaga de Luís Roberto Barroso e que acabou preterido por Lula. A expectativa, no entanto, é que um encontro entre Pacheco e Messias ocorra apenas quando a tensão entre Planalto e Senado arrefecer.

9 thoughts on “Lula dobra a aposta no STF e diz que indicará Messias mesmo após rejeição

  1. “…Alcolumbre critica Gilmar e diz que só Legislativo pode rever impeachment… ”

    Para que Senadores e Deputados.?

    81 + 513 = 594 palermas, inuteis e incompetentes

    Fecha tudo, será uma enorme economia para o Páis e entrega as chaves para o Supra Sumo Supremo do Regime Soviético..

    Simples assim….

    Querem mais…??

    • Prezados Tribunarios…

      Não há retorno nessa orgia que esse “poder” está realizando.

      Só uma.solucao final acaba com essa orgia…Ou toda nação vai para guerra civil.

      Portanto…SÓ A BALA PARA DAR UM RUMO NA PAZ SOCIAL DA NAÇÃO.

      Claro…como o sol ao meio dia.

      O resto é o resto.

      YAH NOSSO CRIADOR E SALVADOR SEJA LOUVADO SEMPRE…

  2. O e$$eteefe esta com medo da próxima legislatura.

    Golpe de Gilmar contra o impeachment: o que o Senado pode fazer para reagir?
    Por André Marsíglia
    https://www.youtube.com/watch?v=pi-FvFsCk5s

    A liminar de Gilmar Mendes, retirando do Senado o poder de iniciar impeachment de ministros e entregando tudo à PGR, escancara um STF acima da Constituição. É a maior usurpação institucional dos últimos anos e coloca o Congresso na posição de poder decorativo.

    Não existe saída técnica para isso. PEC, discurso ou nota pública não resolvem. O único caminho é o confronto político: o Senado precisa reagir como poder independente, pautar pedidos de impeachment e afirmar suas prerrogativas. Sem confronto, o STF continuará determinando sozinho as regras do jogo.

    O Supremo avança porque o Senado recua. Se a reação continuar tímida e individualizada, o Congresso perderá relevância de forma definitiva. Só uma resposta institucional firme pode impedir que essa concentração de poder se torne irreversível.

  3. iNACREDITÁVEL! NUNCA UM NOME FOI TÃO REJEITADO!
    JORGE MESSIAS DEVIA PEDIR A LULA QUE RETIRASSE SUA INDICAÇÃO,MAS JAMAIS FARÁ ISSO!!!

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