Bruno Boghossian
Folha
O ‘pacto de governabilidade’ com o centrão exibe um governo que depende de uma bancada conservadora. Assim, as derrotas sofridas no Congresso levaram o governo Lula a traçar de maneira nítida os limites de atuação política deste mandato. Operadores do presidente deixaram claro como nunca que o Planalto pretende se concentrar na agenda econômica e poupar energias quando o assunto esbarrar na pauta conservadora.
Essa escolha foi apresentada de maneira crua pelo líder do governo no Congresso. O senador Randolfe Rodrigues disse à Folha que o “pacto de governabilidade” de Lula com partidos de centro-direita (em especial PSD, União Brasil, PP e Republicanos) envolve “emprego e comida na mesa”, sem incluir temas de costumes e segurança pública.
ACEITAR DERROTAS – Feita de maneira explícita, a descrição expõe um governo que depende de uma bancada conservadora. Segundo a lógica, Lula negociaria o apoio desses parlamentares a propostas ligadas ao aquecimento da economia e a programas sociais, mas teria que aceitar derrotas ou evitar embates que poderiam aproximar o centrão da oposição.
O diagnóstico, saído do núcleo de articulação do governo, reflete um raciocínio feito com frequência por grupos petistas historicamente próximos de Lula.
Para esses políticos, a esquerda corre um risco grande de fortalecer seus adversários caso negligencie ganhos econômicos e transforme a disputa com a direita numa guerra cultural ou moral.
EM DUAS FRENTES – Falta ao governo negociar essa escolha em duas frentes. A primeira é seu eleitorado de esquerda, que tem demandas ligadas à preservação dos direitos humanos e à proteção de minorias.
Aí estão incluídos grupos e ativistas que se identificam com plataformas defendidas publicamente pela primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja.
Além disso, Lula terá que descobrir até onde vai a sustentação oferecida pelo centrão. Se esses partidos têm preferências próximas da oposição, nada os impede de apoiar a eleição de um candidato do outro lado. O líder do governo acredita que o crescimento da economia deve manter a coalizão unida. A aposta é alta.
Exagerar em pautas de costumes que priorizam minorias, parece não ser aquilo que vai sensibilizar as pessoas.
A tendência atual, por toda a situação econômica mundial, é mais voltada às pautas que se aproximam das defendidas pelos fascistas (fascismo leve, não radical).
Uma reportagem da BBC que analisa a tendência na Europa, retrata bem isso:
https://www.bbc.com/portuguese/articles/ckkk4x7qe2po
Até Joe Biden está restringindo a imigração através das fronteiras do México. Isso para tentar ganhar mais um pouco de eleitores.
Há concordância em sentir que acompanhando essa maré, serão levados de roldão e não sobreviverão como usuais descartados!