William Waack
Estadão
O problema das emendas parlamentares entre Supremo e Congresso deixou há muito de ser questão de transparência no uso do dinheiro público, embora também seja. Os dois poderes estão engalfinhados em torno da definição de sistema de governo.
O ministro Flávio Dino, referendado pelo plenário, escreveu que o atual sistema não é parlamentarista, nem presidencialista, nem semipresidencialista. É algo “singular”, cujo grau de ingerência do Congresso no orçamento público não se equipara a nenhum outro.
FACE OCULTA – Suspeita-se, diz o ministro, que esse sistema de emendas possui uma “face oculta” (a falta de transparência) que leva a “perpetuação do poder” e “continuísmo político”. O que torna “inevitável e compulsória” a ampliação dos controles institucionais – leia-se controle pelo STF.
Em outras palavras, o STF embarcou no caso das emendas numa espécie de reforma do sistema de governo. E tenta “consertar” pela via jurídica um longo processo pelo qual o Congresso avançou sobre o Executivo na posse de uma ferramenta clássica de política: a alocação de recursos via orçamento público.
Está evidente que o STF encara como absurdo a ser corrigido o fato do Legislativo ter aumentado de cerca de 5% para cerca de 24% nos últimos cinco anos o valor das emendas nas despesas discricionárias.
ANÉIS E DEDOS – No fundo, a queixa do avanço do Congresso nas emendas se refere a um dado central da política brasileira.
Pois o que explica esse considerável avanço do Congresso foi uma sucessão de presidentes fracos, começando por Dilma Rousseff, que foram entregando os anéis e ao mesmo tempo os dedos.
Os parlamentares viram essa evolução de forma diferente: desde a instauração das emendas impositivas (cuja execução é obrigatória e independente de negociação com o governo), a partir de 2015, consideram que deixaram de ser “reféns” do Planalto.
A CARA DO CENTRÃO – A partir de 1988 o desenho do sistema de governo brasileiro obrigou a figura forte do chefe do Executivo a se entender com um Congresso dono de muitos poderes e prerrogativas. Cujas tradicionais características de fracionamento e baixa representatividade foram se transformando, por falência dos partidos e pelo esquema de emendas, num sistema interno de “capitanias hereditárias” (também isso o STF lamenta) que é a cara do centrão.
Consolidado como está, e com um Executivo sem votos no Legislativo, mesmo com a mãozinha do STF o atual sistema de governo não volta ao falecido “presidencialismo de coalizão”, que Lula achou que assumiria.
Ao contrário, está se tornando ainda mais complexo e virou mesmo um tabuleiro de três bordas. O STF sugere querer dar à política rumos e balizas distintas do que ela estabeleceu. Acaba sendo engolido por ela.
Sr. Newton,
Então já podemos contar com mais um Impeachment do Quadrilhão do Demônio de Nove Dedos…
Oba!…, Bora , Lirão, mete o pé nesses desgraçados malditos….
Lula 3 é Dilma 2 – o retorno, diz Deutsche Bank
Banco alemão prevê que a economia brasileira deve crescer menos que 2% em 2025, inflação ficará perto de 5% e a taxa Selic pode chegar a 14,5%
https://www.cnnbrasil.com.br/blogs/fernando-nakagawa/economia/macroeconomia/lula-3-e-dilma-2-o-retorno-diz-deutsche-bank/
aquele abraço
Tudo se reduz a uma luta intestina pelo controle , poder e participação nos lucros da Hidra da Corrupção
Senhor William Waack (Estadão) , lembre-se que o aumento da ” ingerência do Congresso nacional no orçamento geral da união ” , deveu-se ao pagamento para a manutenção do então presidente JMB no cargo , a despeito de todos os crimes que JMB cometera no cargo ao longo de todo o seu mandato , daí a criação do famigerado e criminoso ” orçamento secreto ” , que infelizmente Lula não teve peito ou não quis acabar .