
Parece mais um filme reprise, já exibido dezenas de vezes
Vicente Limongi Netto
Aguardada, com ansiedade por toda nação brasileira, a estreia, esta semana, do filme, “Inimigos Fidalgos”. Estrelado pelos notáveis e premiados atores Alexandre de Moraes e Jair Bolsonaro. Dupla de artistas experientes, com extensa trajetória de filmes inesquecíveis e premiados.
Os dois atores já participaram, juntos, de alguns curtas metragens, sem muito sucesso de público. Este longa colorido é diferente e empolgante. Recheado de fortes emoções. Diretores e produtores pretendiam, de início, transformar o filme numa série, para Neflix, Globoplay e para plataformas como X e Meta. Mas as conversas não avançaram.
Não está descartada a participação do filme no próximo festival de Cannes. Críticos acreditam que as trajetórias notáveis de Alexandre de Moraes e Jair Bolsonaro levarão grande público aos cinemas. O filme tem chance de vir a ser premiado. Nas categorias comédia, suspense e terror.
CENSURA AO HUMOR – O humorista Léo Lins foi punido, duramente, por piadas em show de teatro. Cuidado, cidadão trabalhador, evite contar piadas no boteco, no estádio de futebol, no trabalho, em casa, no motel, dentro do avião ou velejando.
A censura e a hipocrisia caminham juntas. Conte piada apenas para seu espelho. E olhe lá. Os inimigos do humor têm ouvidos apurados. Pode-se não gostar do Léo Lins, mas é preciso respeitar.
A liberdade de expressão cada vez mais encolhe no Brasil varonil. Governo e políticos, por sua vez, diariamente contam piadas infames que insultam a inteligência do cidadão e ninguém é punido. O próprio Brasil, do jeito que anda tropeçando nas pernas, é uma piada grotesca, de abissal mau gosto.
Enquanto isso o molusco está no seu tour pornografico, com as apalpadas e os beijos dos pombinhos
1) Ontem, o Presidente Lula foi homenageado pela Interpol, ganhou uma medalha…
Colo, abaixo, mm texto de Wilson Gomes. Sinceramente, você concordou com as críticas de um lado, mas não do outro?
“Tem sido ao mesmo tempo constrangedor e desafiante tourear nesses dias a ideia de que a acusação a Leo Lins de praticar racismo através de piadas é verdadeira, mas acusação, digamos, de “intolerância religiosa”, que Malafaia fez ao Porta dos Fundos é falsa. Mas é mentirosa a acusação, que o bolsonarismo fez a Haddad, de corromper as criancinhas através de vídeos. Mas é absurda a acusação de incentivo à zoofilia feita a um quadro de Adriana Varejão.
Qual a diferença, amigos? O sistema de valores de cada seita política.
No Brasil de hoje, metade da população grita que “arte degenerada” não é arte; que normalizar a homossexualidade é horrível; que intolerância religiosa não goza de liberdade artística, mas é crime; que normalizar a pedofilia é crime e não arte.
Nesse momento, a outra metade corre pra debaixo da saia da liberdade de expressão.
Aí o jogo muda e metade da população grita que racismo é crime, não arte; que fascismo é crime, não piada; que normalizar o preconceito por meio de piadas merece cadeia.
No Brasil, tem sempre metade da população alegando que os seus valores foram ofendidos e berrando por punição.
E, claro, metade do país hoje considera que os únicos valores que realmente importam são os seus, as únicas acusações que devem ser levado a sério são as suas, o único grupo que pode gozar dos direitos civis das liberdades de expressão ou artística é o seu.
Como diz um filósofo bem antigo: o deus que cada um cultua é sempre o maior de todos, quando não o único. Vocês nunca vão ver uma religião que cultua um deus menor. Como nunca irão ver uma seita ou denominação política que não tenha certeza de os verdadeiros valores são apenas e tão somente os seus.”