Não vazou nada do depoimento de Mauro Cid, mas a imprensa fica “inventando”

Gilmar Fraga / Agencia RBS

Charge do Gilmar Fraga (Gaúcha/Zero Hora)

Carlos Newton

Portais, sites e blogues tentam “adiantar” informações sobre o novo depoimento do ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, tenente-coronel Mauro Cid. Fazem especulações rasteiras, dizendo que ele “reforçou” a existência de articulações para minar o resultado das eleições e tentar manter no poder Jair Bolsonaro, mesmo após ele ser derrotado no pleito pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Como se fossem novidades, dizem coisas que já são conhecidas, como o fato de Cid não ter participado de uma reunião de teor golpista realizada por Bolsonaro com ministros de Estado de seu governo em julho de 2022.

OUTRAS “NOVIDADES” – Desta vez, apresentam como grande novidade o fato de Mauro Cid ter agido como agente duplo, informando o comandante Freire Gomes sobre os rumos da trama. Mas isso é informação antiga. Em 16 de fevereiro a Tribuna já informava: “Mauro Cid atuava como agente duplo e informava o Exército sobre Bolsonaro”.

No dia seguinte, revelamos:  “Além de atuar como agente duplo, Mauro Cid continua omitindo informações”. E três dias depois, a 20 de fevereiro, arrematamos: “Cid se ofereceu para ser agente duplo ou foi cooptado pelo comando do Exército?”. E agora essa notícia é apresentada como “nova”…

Citam também que ele não presenciou ao encontro com os então comandantes do Exército, da Marinha e da Aeronáutica,  quando teria sido discutida a minuta golpista, que invalidaria o resultado das eleições e prenderia autoridades, como o ministro Alexandre de Moraes, presidente do Tribunal Superior Eleitoral.

CONVERSA FIADA – Afirmam, ainda, que Mauro Cid “confirmou” as declarações anteriores, nas quais destacou ter sido informado de que Bolsonaro pressionou comandantes para embarcarem na tentativa de golpe e detalhou a operacionalização do esquema.

Mas é tudo conversa fiada. À semelhança do que ocorreu com o importantíssimo depoimento do general Freire Gomes, que evitou o golpe ao transmitir a Bolsonaro a rejeição do Alto Comando, não houve vazamento e ninguém sabe o que Mauro Cid afirmou.

A única novidade é a possibilidade de o coronel Marcelo Câmara, que assessorava Bolsonaro, fazer delação premiada. Até o tal “monitoramento” do ministro Moraes é uma cascata…

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P.S.A imprensa e seus sucedâneos deveriam ter mais pudor nesse tipo de especulação infantil, que se refere a assuntos de máxima relevância e confiabilidade. É uma vergonha que isso aconteça e contamine todos os espaços, afetando até jornalistas de renome, porque ninguém quer ficar para trás… Mas isso não é jornalismo. Seria apenas um lado deprimente do jornalismo. (C.N.)

6 thoughts on “Não vazou nada do depoimento de Mauro Cid, mas a imprensa fica “inventando”

  1. A ‘nossa’ mídia é o paraíso dos cascateiros.
    O que tem de papo furado tentando lacrar não tá no gibi.
    Carlos Zéfiro era mais autêntico.

  2. Mas isso não é jornalismo. Seria apenas um lado deprimente do jornalismo. (C.N.)

    Sr. Newton

    Jornalismo já era faz tempo

    Morreu.,él murió

    O que ficou no lugar do jornalismo foram Chacretes de Auditório á fazer jornazismo e assessoria para o Maior Ladrão que o Mundo Já Viu (nas sábias palavras do Padre.).

    O resto o Sr. já sabe.

  3. A “usina” de notícias, tem que funcionar a todo vapor.
    Se elas não vem naturalmente, são forjadas.
    Como noticias falsas, no Brasil,não tem maiores consequências, os fatos não acontecem e elas caem no esquecimento, logo já forjam outras, e tudo segue adiante. O negócio é criar o escândalo instantâneo e faturar.
    Não sou do meio, mas tenho observado que coisa é mais ou menos assim.
    O negócio é faturar, venha o dinheiro do jeito que vier, e de onde vier, porque jornalista também precisa comer e fazer outras coisas.

  4. O Big Brother está mais interessante do que essa treta do Mauro Cid.

    Apesar de que perdeu todo o esplendor com a saída de Yasmin Brunet.

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