Andréia Sadi, Fábio Santos
g1 Brasília
PF apreendeu um computador da Abin e celulares com assessores e ex-assessores de Carlos Bolsonaro e Alexandre Ramagem. Operação apura uso da Abin para espionagem ilegal de desafetos.
Mas foi desmentida a informação de que a PF teria apreendeido na manhã desta segunda-feira (29) um computador da Abin com o vereador Carlos Bolsonaro. O vereador do Republicanos-RJ), filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), é o mais novo alvo da segunda fase da investigação da Polícia Federal (PF) sobre o uso da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) para fazer espionagem ilegal.
O mandado de busca e apreensão foi autorizado para a residência de Carlos Bolsonaro e também para a Câmara Municipal do Rio de Janeiro. A suspeita é de que assessores de Carlos Bolsonaro, que também são alvo da operação, pediam informações para o ex-diretor da Abin, Alexandre Ramagem.
OUTRAS SUSPEITAS – Além das suspeitas relacionadas a Carlos, as investigações da PF indicam que a Abin foi usada para beneficiar Flávio e Jair Renan Bolsonaro, também filhos do ex-presidente, em investigações das quais eram alvos.
De acordo com a PF, foram expedidos nove mandados de busca em apreensão nas seguintes cidades: Rio de Janeiro (RJ), 5; Angra dos Reis (RJ), 1; Brasília (DF), 1; Formosa (GO), 1; e Salvador (BA), 1
Carlos Bolsonaro é vereador desde 2001 e está em seu sexto mandato consecutivo na Câmara Municipal do Rio. Ele foi apontado pelo ex-braço-direito de Jair Bolsonaro, Mauro Cid, como chefe do chamado gabinete do ódio, uma estrutura paralela montada no Palácio do Planalto para atacar adversários e instituições – como o sistema eleitoral brasileiro.
DISSE MORAES – Na última quinta-feira (25), o ministro do STF Alexandre de Moraes afirmou que o ex-diretor da Abin, Alexandre Ramagem, usou o órgão para fazer espionagem ilegal a favor da família do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Entre autoridades espionadas estavam a ex-deputada Joice Hasselmann, o ex-governador do Ceará e atual ministro da Educação, Camilo Santana (PT) e o ex-presidente da Câmara Rodrigo Maia.
Apurações da PF apontam que a Abin teria sido “instrumentalizada” para monitorar ilegalmente uma série de autoridades e pessoas envolvidas em investigações, e também desafetos do ex-presidente Jair Bolsonaro. O uso indevido da Abin teria ocorrido quando o órgão era chefiado por Alexandre Ramagem (PL-RJ), aliado de Bolsonaro que, atualmente, é deputado federal.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Não causa a menor surpresa a participação de Carlos Bolsonaro na espionagem paralela da Abin. Ele e os irmãos, inclusive Jair Renan, se comportavam como se fossem “donos do país”, esquecidos de que o poder é sensação passageira. Agora, nessa investigação, vão levar muita gente com eles eles, inclusive o próprio pai, que não soube criá-los como deveria. (C.N.)