Carlos Newton
O diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Passos Rodrigues, tinga dado uma mancada forte ao apresentar uma representação contra o tenente-coronel Mauro Cid no Supremo Tribunal Federal (STF) por ele ter dito que foi forçado a dar determinadas declarações sobre o golpe de estado e outros crimes, em sua delação premiada.
Como se sabe, a representação é a manifestação de vontade da vítima em autorizar a instauração do inquérito policial ou de uma ação penal. O prazo para oferecimento da representação é de seis meses, porém o diretor da PF, movido pela ira, contra-atacou de imediato.
EM CIMA DO LANCE – O delegado federal Andrei Passos não lembrou que integra a equipe do presidente Lula da Silva. A raiva era tanta, a vontade de defender a Polícia Federal era tamanha que o diretor-geral apresentou a representação logo após a Veja divulgar sua explosiva reportagem, na noite de quinta-feira.
Bomba! Bomba!, diria Ibrahim Sued, acrescentando que Andrei Passos nem percebeu que a abertura de inquérito contra o ex-ajudante de ordens não interessa em nada ao governo Lula, porque existe a possibilidade de os investigadores da Polícia terem procurado pressionar Mauro Cid, de uma forma ou outra, ameaçando cancelar a delação premiada, porque o advogado dele se interessa pelos 15 de fama e pela grana que está ganhando. E Cid reclamou que Bolsonaro recebeu R$ 17,2 milhões em PIX e não ofereceu um tostão para pagar a defesa do amigo.
GRANDE ERRO – Essas circunstâncias adicionais é que indicavam o grande erro cometido pelo diretor-geral da PF. Ao fazer a representação contra Mauro Cid, o delegado Andrei Passos tornara obrigatória a revelação da íntegra dos depoimentos do tenente-coronel, em obediência ao princípio do amplo direito de defesa. Manter o sigilo significaria restringir o direito de defesa, algo inadmissível num país minimamente civilizado.
Como ensina o general chinês Sun Tzu, que viveu 6 séculos antes de Cristo, nenhum comandante pode se deixar levar pela ira, jamais se deve atacar o inimigo só por estar magoado, dizia ele.
Se conhecesse “A Arte da Guerra”, o diretor-geral da PF, ao invés de representar contra Mauro Cid, deveria ter se apressado em assistir à íntegra dos depoimentos, o que já deveria ter acontecido, caso estivéssemos numa verdadeira democracia. O mais provável é que essas gravações desapareçam, como as do Ministério da Justiça no 8 de Janeiro.
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P.S. 1 – A força-tarefa de Moraes precisa entender que a investigação do golpe é muito delicada. Já ficou claro que o tenente-coronel Mauro Cid era agente duplo, pois trabalhava ao mesmo tempo para o então presidente Bolsonaro e para o comandante do Exército, general Freire Gomes, a quem ele fazia relatórios diários sobre o andamento da conspiração. Isso está nos autos. Portanto, deve-se levar em conta a circunstância atenuante de que o comandante do Exército mandava Mauro Cid atender todas as ordens de Bolsonaro, para se saber até onde ele iria.
P.S. 2 – O ministro Alexandre de Moraes, porém, desconhece essas nuances e conduz o inquérito como quem dirige uma retroescavadeira. É movido pela raiva, igual ao diretor-geral da PF, e não raciocina friamente sobre os reais interesses do país. Até agora ele não percebeu que Mauro Cid era agente duplo. Chega a ser constrangedor o amadorismo desse ministro-relator-vítima-juiz . (C.N.)
“Quem poupa o lobo sacrifica as ovelhas” é uma frase que expressa a ideia de que, ao proteger ou mostrar misericórdia para com aqueles que são mal-intencionados ou perigosos, podemos acabar prejudicando ou colocando em risco aqueles que são inocentes ou vulneráveis.”
Ótimo. Abs.
Belo comentário senhor Schossland.
Bom final de semana.
Agradeço e estendo à todos esperançosos de que, como criaturas nascemos com uma centelha divina, que embora adormecida, existe e pode se mostrar também em justiça e bondade e é aí que existe a esperança desse entendimento, para as necessárias interpretativas e racionaismodificações!
Um puxa saco ideológico deveria medir a força de sua atuação no mister. Vai que ele acabe desgraçando a narrativa tão bem pensada.
Bolsonaro tem que continuar sendo o Inimigo Público Numero Um.
Tipo, Al Capone, Dillinger, Bonie and Clide.
Nossos Elliot Ness estão possessos, sangue nos olhos, faca nos dentes e espuma na boca igual cachorro doido.
Uma coisa me sugere que vivo um momento bom da minha existência, vivo numa época onde moureja dos maiores democratizadores que se tem noticias na parte de baixo (epa) do equador.
Para cada golpista inveterado, desde criancinha desde o primeiro cagar dos pintos logo metade do eleitores do democratizador entram em campo colocando ordem no galinheiro com suas raposas democráticas