Barroso apoia teoria conspiratória e fake news, ao defender a “censura” de Moraes

Barroso e Moraes rebatem Bolsonaro, defendem urnas eletrônicas e reafirmam  eleições em 2022 – Money Times

Barroso precisa explicar que na democracia não tem censura

Carlos Newton

Mesmo nos velhos tempos de advogado, quando fez fortuna e ganhou prestígio defendendo grandes corporações, inclusive multinacionais como a British American Tobacco, também conhecida como Souza Cruz, Luís Roberto Barroso sempre se notabilizou pela elegância e seriedade.   

Onze anos depois, agora na presidência do Supremo, causa surpresa que Barroso assuma posições altamente controvertidas, ao defender uma nova versão de censura instituída pelo ministro Alexandre de Moraes, que vem extrapolando ao exercer poderes excepcionais que lhe conferidos tacitamente pelo STF.

ANTIGA POSTURA – Os amantes da democracia certamente preferem a antiga postura de Barroso, que na juventude era um dos editores do “Andaime”, jornal que atacava o radicalismo e a censura do regime militar e era impresso nas oficinas da Tribuna da Imprensa, onde ocorreu o último ato de terrorismo a bomba, nos estertores da ditadura, em represália à aprovação da Lei da Anistia.

Por ter vivido esse passado libertário, Barroso não deveria desperdiçar seu patrimônio tentando justificar o radicalismo do colega Alexandre de Moraes. Afinal, tudo na vida precisa ter limites, inclusive o corporativismo, que é mais deletério quando ocorre na Justiça, porque manda as leis para o espaço.

Em entrevista ao Financial Times, além de demonstrar claro corporativismo, Barroso foi além e defendeu uma ridícula teoria conspiratória, que seria internacional, mas que só parece ter adeptos no Brasil, porque se trata de uma tremenda fake news.

PEGANDO CARONA – Decididamente, não foi adequado para o presidente do Supremo pegar carona na teoria conspiratória lançada em 8 de abril pela ex-secretária de Direitos Digitais do Ministério da Justiça, a advogada Estela Aranha, que definiu a postura do bilionário Elon Musk como “um ataque de forças políticas estrangeiras de extrema direita a instituições democráticas do Brasil”.

Um mês depois, Barroso também faz críticas a Elon Musk e associa o bilionário ao que chamou de movimento internacional “destrutivo” de extrema-direita, que busca desestabilizar democracias.

Desculpem a franqueza, mas isso é uma bobagem sem a menor sustentação. Não existe nenhuma articulação transnacional para destruir democracias e o empresário Elon Musk tem mais o que fazer.

POBRE MENINO RICO – Como todos nós, Musk tem flancos a serem atacados, mas ele não é o dragão da maldade contra a democracia. Pelo contrário, é uma espécie de pobre menino rico, um personagem à procura de Vinicius de Moraes e Carlos Lira para encontrar um amor verdadeiro, algo que até hoje Musk não conseguiu comprar.

Sem a menor dúvida, porém, o empresário americano é claramente um inimigo da censura no Brasil e no mundo. Está óbvio que ele só escolheu o Brasil porque é o único país democrata que claramente está reinstituindo a censura e atrapalhando os negócios dele. Não existe conspiração internacional, é uma teoria ridícula e patética.

Alexandre de Moraes é indefensável, porque criou uma comissão de censura dentro do Tribunal Superior Eleitoral, formada por policiais federais e dirigida por um delegado, para buscar fake news nas redes sociais.

FUNCIONA ASSIM – Os homens da lei localizam alguma notícia inadequada, informam ao ministro, que então manda retirar a postagem, fixa multa para a plataforma, proíbe blogueiros e youtubers, faz o que lhe vem à cabeça e atua sempre “de ofício”, sem queixa judicial, devido processo legal ou direito de defesa do infrator.

Somente aqui na filial Brazil isso é defesa da democracia; na matriz USA e no resto do mundo, chama-se “censura”, uma das características das 49 ditaduras existentes no mundo.

Como presidente do Supremo, os brasileiros precisam que Barroso procure Moraes e lhe diga, francamente, que esse caminho do inquérito do fim do mundo e da censura camuflada não pode continuar sendo seguido no Brasil.

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P.S. –
Como dizia o almirante Francisco Barroso, o Brasil espera que cada um cumpra seu dever. No caso de Barroso, seu dever é   fazer o ministro Alexandre de Moraes entender que precisa refluir, esquecer a censura, desativar sua fábrica de terroristas, entender que a existência da extrema-direita faz parte da democracia e colaborar para que o Congresso aprove uma regulamentação das redes sociais que seja equilibrada, dando liberdade de expressão à extrema-direita e à extrema-esquerda, que só se encontram no infinito, como as paralelas do genial cantor Belchior, aquele rapaz latino-americano que tanta falta faz hoje ao Brasil. (C.N.)

11 thoughts on “Barroso apoia teoria conspiratória e fake news, ao defender a “censura” de Moraes

  1. A democracia, não é um bem por si só. Ela tem que ser desejada pela maioria da população.
    A democracia é o regime político, que tem de conviver com todas as correntes de pensamento, inclusive até com aqueles que querem acabar com ela, e que porquanto forem minorias, serão contidos naturalmente.
    No dia que a maioria do povo desejar que o regime político seja outro, não há o que fazer, é se curvar a vontade da maioria.

  2. Os legisladores brasileiros precisam regulamentar as redes sociais, tomando como exemplo a UE. Enquanto esse poder procrastina e não decide, resta ao judiciário essa tarefa de tentar minimizar o grande mal que fakes news nocivas fazem. E não adianta dourar a pílula, chamando a libertinagem de expressão de liberdade de expressão.

    Musk, o hipócrita, quer total liberdade para, em redes sociais, poder exercer influência em mentes fracas, com um objetivo político claro e que o beneficie economicamente. Claro que essa liberdade é para si e quem pensa igual. Aos adversários que o criticam, a coisa é diferente, tal como agem os EUA em questões que os atingem..

  3. O Andaime, pela altura alcançada, está provocando as naturais e inarredáveis pressões, para aprovação dos proprietários da determinada “obra”!

  4. (…) quando fez fortuna e ganhou prestígio defendendo grandes corporações, inclusive multinacionais como a British American Tobacco…

    Por quais motivos alguém que ganha “rios de dinheiro” advogando decide aceitar um cargo público com salário de 37 mil ???????

  5. A missão de Borroso é a mesma do Xandão e a mesma de dezenas de outros bandidos: Atender aos interesses da agenda globalista de George Soros e Cia. Enquanto o Brasil não for totalmente entregue de bandeja, não pararão nunca.

  6. Interessante , do nada elevaram a tal ” liberdade de expressão ” , como a deusa do bem e do mau , acima de tudo e de todos , no entanto seus arautos e defensores se negam em delimita-la , aos seus usuários que não querem se responsabilizar e responderem pelo que dizem e escrevem , mesmo extrapolando seus limites de bom senso e o espaço de terceiros , mesmo afrontando-os e desrespeitando-os , como virou moda anonimamente mas redes sociais impunemente .

  7. Interessante , do nada elevaram o STATUS da tal ” liberdade de expressão ” , como a deusa do bem e do mau , acima de tudo e de todos , no entanto seus arautos e defensores se negam em delimita-la , aos seus usuários que não querem se responsabilizar e responderem pelo que dizem e escrevem , mesmo extrapolando seus limites de bom senso e o espaço de terceiros , mesmo afrontando-os e desrespeitando-os , como virou moda anonimamente mas redes sociais impunemente .

  8. Infelizmente Lulu boca de seda não tem força para conter a sanha censuradora do ministro cabeça de ovo. E por que não tem? Porque não se impõe, porque tem vergonha de admitir que a suprema corte está descolada da sociedade brasileira, e porque o povo já não acredita na Justiça, aviltada pela própria Justiça.

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